Paramos no caminho para deixar Arthur e logo após fomos para a casa de Tommy. Assim que chegamos o mesmo foi direto para o banho, e eu subi para meu quarto, estava exausto. Entrei no quarto e resolvi ligar o rádio, mas não o deixei muito alto, deite-me sobre a cama e fechei os olhos, mesmos estando muito cansado não consegui pregar os olhos.
Não enquanto não colocasse o que estava sentindo para fora, me sentei sobre a cama e estiquei o braço, na pequenas cômoda ao lado da cama peguei papel e caneta e então comecei a escrever, bendita seja Hanna que passou esse hábito para mim!
{ Carta }
A mesma cama, mas parece que está um pouco maior agora. A nossa música esta tocando no rádio, mas não soa como antes. Quando nossos amigos falam sobre você, eu fico triste, porque o meu coração quebra um pouco quando escuto o seu nome. Tudo isso soa como, jovem demais, tolo demais para perceber. Que eu deveria ter te comprado flores, e segurado sua mão. Eu deveria ter te dado todas as minhas horas, quando eu tive chance. Deveria ter te levado para todas as festas, porque tudo o que você queria fazer era dançar. Agora, o meu amor está dançando, mas ela está dançando com outro homem. O meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta. Fizeram uma mulher forte como você sair da minha vida, agora eu nunca, nunca conseguirei limpar a bagunça que eu fiz. E isso me assombra todas as vezes que fecho os olhos, embora isso doa, serei o primeiro a dizer que eu estava errado. Eu sei que, provavelmente é tarde demais, para tentar me desculpar pelos meus erros. Mas, eu quero que você saiba, que eu ainda quero fazer todas essas coisas, as coisas que deveria ter feito quando era seu homem...
Após escrever a carta, a amassei e da cama mesma a joguei na lata de lixo. Me senti um tanto melhor após escrever, colocar pra fora o que tanto tomava conta de meus pensamentos. Eu tinha a total certeza do quão forte era meu amor e o de Hanna, amor esse que sobreviveu até aqui. E é esse amor que me faz ter a total certeza, de que nossos caminhos vão se cruzar novamente. E eu me esforçaria para dar uma ajuda ao destino!
[ P.O.V HANNA ]
Acompanhada por Theo, entrei no The Empire que estava cheio de funcionários fazendo a limpeza de sempre. Logo subi para meu escritório, ainda estava um tanto cedo, por isso Emma ainda não havia chegado. Assim que entrei no escritório joguei minha bolsa no sofá e fui até o grande espelho, que ficava perto da lareira.
Pela correria que foi de manhã, apenas tive tempo de me vestir e calçar os sapatos. Me olhei no espelho e vi como estava minha situação, cabelos não tão desarrumados, mas em compensação a expressão era de ressaca. Por sorte hoje o The Empire não abriria, e eu poderia descansar.
Diante do espelho, encarei meu reflexo e arrumei os detalhes do vestido que estava "amassado". Logo a porta foi aberta e de canto vi que era Theo, o rapaz veio até mim calmamente e se colocou ao meu lado em frente ao espelho.
— Ficamos bonitos juntos, não acha? - Comentou arrumando seus anéis.
— Não. - Falei tranquilamente sorrindo para meu reflexo.
— Por que? - Soltou uma risada e me olhou pelo espelho.
— Porque irei quebrar seu coração. - Coloquei a mão em seu ombro.
— Talvez eu quebre o seu. - Sorriu de canto.
— Ninguém quebra meu coração, então...Porque eu iria querer isso? - O olhei sorrindo e dei dois tapinhas em seu ombro.
Fui em direção a minha mesa, deixando o mesmo ali sozinho. Me sentei em minha cadeira e descansei minhas costas, soltei um suspiro alto e com os olhos entre abertos, observei os papéis que estavam sobre a mesa.
— Era ele, não era? - Se aproximou.
— O que? - Arqueei a sobrancelha confusa.
— O homem que você ama, John Shelby. - Continuou. - Percebi no momento em que ele gritou na janela, e você parou. Se fosse alguém sem importância, você não teria parado como parou para escutar.
— Você é muito observador, isso é um saco! - Reclamei rindo.
— Por que não estão juntos? - Perguntou interessado, apoiando o cotovelo na mesa.
— Nunca estivemos oficialmente juntos, nosso relacionamento sempre foi como uma montanha russa. Eu podia ama-lo e odia-lo em questão de minutos. - Expliquei massageando a testa. - Mas independente de tudo, não desistíamos, eu não desistia.
— Se um relacionamento é tão problemático, por que não deixa-lo ir. Parece impossível que as coisas funcionem. - Disse calmamente, me olhando com atenção.
— Quando você ama alguém, vale a pena lutar. Não importa quais sejam as probabilidades. - Respondi pensativa, encarando a mesa.
— Eu também acredito nisso. E é por isso que eu preciso te dizer isso. - Se levantou e veio até mim. - Uma chance Hanna, apenas uma e eu prometo te mostrarei outro tipo de amor.
— Theo... - Sussurrei.
— Um amor leve, calmo, um amor do qual você realmente seja digna. - Disse me levantando com delicadeza da cadeira. - Não estou pedindo para que seja minha de imediato, apenas que me deixe tentar conquista-la. - Encarou meus olhos profundamente, seu sotaque francês se fez mais presente que nunca.
Observei o rosto de Theo por alguns segundos, cada detalhe de seu rosto delicado e pálido. Sua pele tinha um constraste único com seus cabelos longos, e ele transparecia paz, leveza, um verdadeiro anjo. Nunca fui de me atrair pela luz, sempre achei mais divertido dançar nas trevas. Mas o que me custava tentar? Apenas uma chance, sorri enquanto observava seu rosto.
Talvez Theo fosse uma das lições que o destino estava pondo em meu caminho, ou talvez ele fosse minha porta de escape, e meus caminhos se tornariam outros. Isso só quem poderia esclarecer era o destino, destino esse que coloquei minha vida em suas mãos. Eu daria uma chance ao anjo, ao rapaz que cantava como anjo.
— Uma chance. - Falei sorrindo, fazendo um gesto com o dedo.
— É tudo que eu preciso. - Sorriu genuinamente.
O mesmo abriu um sorriso de orelha a orelha, enquanto encarava meus olhos. Theo então segurou meu rosto delicadamente com suas duas mãos, e aproximou nossos rostos, logo selando um beijo.
Seus lábios era suaves, e seu beijo era calmo como o vento no topo de uma colina. Quando beijava John, eu sentia como se uma chama de fogo fosse acesa em minha, me sentia como uma viciada. Já quando beijava Theo, sentia tranquilidade, sentia aquele gostinho francês que definitivamente era algo novo.
Eu estava receosa sobre o que estava por vir, não acho que me apaixonarei por Theo, não me vejo em um mundo aonde eu não ame John. Mas talvez eu me apaixonasse pelo jeito que ele me trata, talvez Theo fosse o melhor pra mim. Não estávamos juntos, eu apenas estava lhe dando uma chance para me consquistar, ou ao do tipo.
Isso só o tempo dirá...
[...]
O dia se passou rápido, eu e Theo ficamos um bom tempo revisando umas coisas no salão e conhecemos algumas das dançarinas novas, uma em específico me chamou atenção, a mesma se chamava Mia. Eu podia ver ambição em seus olhos, algo familiar talvez, eu ficaria de olho nela só por precaução.
Theo fez questão de me levar até em casa, ele era um perfeito cavaleiro, e isso me encantava de certa forma. O mesmo me deixou em frente a mansão Cooper e nos despedimos com um abraço apertado e um tanto demorado, no final Theo até conseguiu roubar um selinho.
Entrei pelas grandes portas da mansão e andei pela mesma, indo em direção a escadaria. Como sempre a casa estava vazia e silenciosa, provavelmente havia gente em casa, mas como um grande teatro, a família só se reunia quando "necessário". Subi as escadas e segui pelo corredor, indo em direção ao meu quarto.
Adentrei ao mesmo e com rapidez retirei meus sapatos e os deixei em qualquer lugar pelo chão. De pé ao lado da lareira, retirei o casaco que Theo havia me emprestado e o deixei sobre a poltrona. E foi ai que então tive uma grande surpresa, assim que olhei para trás.
— O que faz aqui?! - Perguntei um tanto assustada.
Oswald estava sem camisa sentado relaxadamente na poltrona ao lado do abajur. Me olhando fixamente com seus olhos de predador, enquanto bebia.
— Sabe aonde eu estava agora pouco? - Dei outro gole no copo de uísque. - No quarto da
Anne, cansei dos seus jogos Hanna. - Riu.
Apoiada no sofá, ao ouvir o que o mesmo havia dito. Soltei uma breve risada e inclinei a cabeça para a direita, a balançando em forma de negação.
— Então o príncipe e a princesinha finalmente voltaram! - O olhei rindo. - Menos mal, então você não vai se importar quando eu disser que resolvi dar uma chance ao Theo.
— Você o que?! - Levantou a voz e se sentou direito na cadeira.
— Eu cansei também, acabou pra você Mosley. - Dei de ombros.
— Você não pode fazer isso comigo! - Se levantou nervoso.
— Posso, e já estou fazendo! - Falei seriamente. - Agora saia do meu quarto e volte para a caminha da Anne, ela já deve estar com saudade. - Falei com um sorriso irônico.
Oswald estava furioso, eu podia ver o ódio em seus olhos. Seus punhos estavam cerrados, a qualquer momento ele poderia quebrar o copo que segurava com sua próprias mãos. Com o maxilar trincado e com o olhar ordioso fixado em mim, ele se aproximou e ficamos frente a frente.
— Quer sabe o que eu acho? Que se você continuar assim vai morrer sozinha, apenas sobrará você e a porra do seu dinheiro! - Falou seriamente, cara a cara comigo.
— Querido eu tenho a mim, e isto é tudo que eu preciso! - Cerrei os dentes. - A única amiga que preciso jogando no meu time, é alguém como eu. - Permaneci com o sorriso.
— Não seja tola, no fundo você sabe que acabará igual ao seu avô, conseguindo manter só pessoas interesseiras ao seu lado! - Foi se aproximando, me fazendo dar passos para trás. - Você não te mais ninguém Hanna, está abandonando nesse mundo. Um dia a Emma irá se casar e ir embora, o Ethan também não vai demorar muito. E então quem sobrará ao seu lado? Ninguém! -
Enquanto o mesmo cuspia suas palavras de maneira forte, meu sorriso foi se desfazendo, até que minha expressão se tornasse séria. Eu não queria ter que concordar com ele, não queria ter dúvidas, mas as suas palavras se repetiam várias e várias vezes em minha mente, e no fundo eu sabia que ele podia ter razão, no fundo esse era o meu maior medo, a solidão.
Meus olhos encheram de água, mas o meu ódio por Oswald naquele momento foi tão forte que eu não permiti que nunca lágrima caísse.
— Sai agora do meu quarto! - Falei cerrando os dentes e apontando para a porta.
— Você sabe que eu tenho razão. - Sorriu de um jeito debochado.
— SAI AGORA DA PORRA DO MEU QUARTO! - Gritei e joguei um dos vasos que havia ali perto no chão.
Oswald então me encarou, naquele momento percebeu que não tinha mais volta, ele só me teria em seus braços de novo morta! Demonstrando vontade de ficar pelos movimentos de seu corpo, ele se virou pausadamente enquanto me encarava e saiu do quarto.
Assim que Oswald saiu, me desfiz em lágrimas e cai no chão. O desgraçado tinha razão, mesmo que eu tentasse afastar esse tipo de pensamento, ele sempre voltava. Eu estava completamente sozinha no mundo, e isso doía. Me levantei secando as lágrimas e com dificuldade fui até a garrafa de uísque que Oswald estava a beber, peguei a mesma e comecei a beber da boca mesmo, sem parar.
Com a garrafa em mãos me sentei no grande tapete e voltei a beber sem parar a garrafa de uísque.
— Vocês se foram, e agora eu deito e choro a noite toda. Sozinha sem ter vocês ao meu lado... - Falei mentalmente enquanto encarava o chão.
A garrafa de uísque então chegou ao final, bebi até que a última gota desaparecesse. Mas eu ainda queria mais, precisava de algo para aliviar a dor. Foi então que me lembrei de algo que estava guardado em minha gaveta a um tempo, estava na hora de usar "fazer nevar" como os Peaky Blinders dizem.
Um tanto tonta já por conta do álcool, me levantei e atrapalhadamente abri a gaveta da cômoda e peguei o pequeno plástico. Voltei para onde estava, e despejei o pó branco em cima do centro de vidro. O separei com cuidado em três fileira e por fim enrolei uma nota de dinheiro para que eu pudesse cheirar.
Eu não tinha costume de cheirar, fazia isso poucas vezes para não se tornar um vício. Mas nesse momento era a minha única alternativa, a única coisa que me ajudaria. Comecei então a cheirar, no mesmo momento me senti eufórica, senti aquela sensação prazerosa, me senti viva.
Dei a terceira cheirada e então soltei um alto suspiro, e encostei as costas no sofá tranquilamente. E foi assim que tudo começou, uma voz familiar se fez presente no quarto.
| Alucinações...
— Hanna, minha princesa... - A voz de minha mãe soou em meus ouvidos.
Ao ouvir a voz de minha mãe, olhei para cima e inacreditavelmente a vi se aproximando de mim.
— Mãe? - Arregalei os olhos e passei a mão no nariz.
— Sim sou eu meu amor. - Disse balançando a cabeça positivamente, sorrindo genuínamente.
— Me desculpa por ter te feito sofrer tanto. Me desculpa por fazer você lembrar dele todas as vezes que olhava pra mim... - Chorei como uma criança.
— Eu não estou morta por sua causa. - Se agachou em minha frente e colocou a mão em meu rosto. - Eu estou em paz por sua causa.
— Se eu voltar, eu ainda vou te ver de novo? - Aconcheguei meu rosto em seu toque.
— Não filha, isso ainda vai demorar um longo, longo tempo. - Sua voz engasgou como se quisesse chorar. - Então é melhor ter boas histórias, ta bem?
— Eu não sei se vou aguentar... - Falei em meio as lágrimas, balançando a cabeça negativamente.
— Faça arte, use sua voz, viva aventuras e e tenha pelo menos um amor verdadeiramente épico. - Disse sorrindo enquanto acariciava meu rosto. - Seja cada parte de você mesma, porque o melhor de mim, esta em você Hanna!
— Eu te amo mãe. - Encarei seus olhos.
— Eu também te amo. - Disse balanções a cabeça em concordância, com os olhos cheios de lágrimas, logo me abraçando fortemente. - Para todo sempre!
| Alucinações off...
Em questão de segundos ela desapareceu e o abraço mais uma vez se tornou vazio. De alguma eu estava me sentindo confortada por ter visto e falado com minha mãe, tenha isso sido um efeito da "neve" ou não. Lentamente me levantei do chão e tirei meu vestido, vesti uma camisola e então me joguei sobre a cama. Me envolvi entre os lençóis e não demorou muito até que eu pegasse no sono...
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Obs: Hanna teve uma alucinação com sua mãe. Assim como o Thomas tem as vezes com a Grace.
Será que Theo, o charmoso e cavalheiro francês vai conseguir conquistar a nossa Hanna? Ou será que o nosso Shelby vai colocar seu adversário pra comer poeira?Só continuando a ler para saber!❤️
Não consegui encaixar a cena da Hanna cantando a música que eu falei no capítulo anterior, mas no próximo eu coloco prometo! A música vai definir bem a relação do nosso casal no momento.