Empresário • jikook

By callmeikus

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☆CONCLUÍDA☆ longfic • boss x secretary Jimin lia muitas fanfics, talvez até demais. Então, na cabeça dele, to... More

00. Avisos, o que você tem que saber
01. Jimin, a máquina de vergonha alheia
02. UP2U, a empresa dos loucos
03. Namjoon, o plano B
04. Ups, o cenário do desastre
05. Up, o cenário do desastre ainda maior
06. Yoonji, a atenta
07. Taehyung, o Chicken Little
08. Eunha, a subutilizada
09. Mesa de vidro, a catastrófica
10. Yeonjun, o envergonhado
11. Seunghyun, o invejoso
12. Banheiro, a testemunha
13. Seokjin, o pilar
14. Woohyun, a opção que dói
15. Passado, o corruptor
16. Culpa, a disputada
#ikusweek2021 crossover | parte 2
17. Continuação, a estranha
18. Apartamento, a nova casa
19. Melancia, a nova face
20. Cama, a aproveitada
22. Minnie, o recém-chegado
23. Batatinhas, as quentinhas
24. Sono, o compartilhado
25. Café, o apaziguador
26. Calça, a arrebatadora
27. Troca, a interessante
28. Chope, o estopim
29. Beijo, o agridoce
30. Silêncio, o necessário
31. Karaokê, o encontro
32. Decisão, a derradeira
33. Pranto, o premeditado
34. Armadilha, a ardilosa
35. Busão, o deslumbrante
36. Cafeteria, a decisória
37. Carimbo, o dispensável
38. Cor de burro quando foge, a combinação
39. Bolinho, o peladinho
40. Bueiro, o imundo
41. Hoseok, o outro
42. Muralha, a gigante
43. Ser, o ser
44. Final | Jimin, o Empresário
45. Epílogo | Começo, o novo

21. Panquequinhas, as abaladoras

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By callmeikus

Oi, meus upinhos! Tudo bem? Que saudades de vocês!! Ouvindo bastante Butter?

Primeiramente, me desculpem. Vi que alguns de vocês achavam que a att iria sair ontem, mas eu errei o dia porque eu postei a última att sexta em vez de sábado, e saiu tudo errado por consequência. Às vezes meu cérebro buga com força, sério mesmo. Mas enfim, vou tomar mais cuidado de novo, e a priori, as atts são >>sempre sábado<< (até quando eu erro é pq minha cabeça tá achando que é sábado kaka)

Enfim, muito muito obrigada sempre por todo o retorno incrível que dão e por lerem! Esse capítulo tem quase 10k, acreditam??

Boa leitura!

#JKNãoUsaGravata

»»💼««

Jimin acordou sem nem se lembrar de quando havia caído no sono. Enterrou mais o rosto no travesseiro antes de esfregar os olhos. Só percebeu que estava no apartamento de Jungkook quando os abriu e viu que o quarto ao redor não era o seu, longos minutos depois.

Com isso, as memórias da noite passada borbulharam para a superfície de sua consciência, o que foi motivo o suficiente para que afundasse seu rosto de volta no travesseiro cheiroso da cama de Jungkook após verificar que ele não estava presente no quarto. Não que tivesse sido ruim, foi muito bom mesmo. Jungkook fodeu tão gostoso que só a lembrança arrancava um suspiro de seus lábios. O problema era a certeza que cada vez crescia mais em seu peito — a de que não foi bom para o Jungkook de volta.

Bufou, frustrado consigo mesmo. Não era de ficar com remorso sobre as coisas que fazia, muito menos notá-las. Normalmente acharia que estava tudo bem até alguém dizer o contrário, e com grandes chances de ignorar esse alguém. Era bem conveniente considerar que nada era problema dele. Em geral dava certo, simplesmente se afastavam ou davam um jeito de resolver sem sua presença.

Sentou na cama, sentindo os lençóis escorregarem pela pele nua, refletindo se não estaria pensando demais. Talvez o sexo tivesse sido igualmente bom para o Jungkook. Por mais que Jimin não tivesse notado quando Jungkook gozou, Jungkook teria... Descartou a justificativa de imediato, completamente irritado, porque era a cara do Jungkook fazer as coisas pelos outros e não ligar para a própria satisfação. Ele realmente não se ajudava.

Enquanto sua cabeça era ocupada pelos pensamentos tão anormais, os olhos de Jimin foram atraídos por um pequeno rastro de cor no quarto monocromático de Jungkook. O estagiário encarou a agenda azul e branca de crochê largada na ponta da cama. O sorriso dela o intimidava, mas não mais do que o questionamento sobre a existência de um negócio tão brega no quarto do CEO.

Ficou tão incomodado que até reuniu energias para sair da cama. Tirou a calcinha — detestava repetir roupa íntima —, coletou e vestiu as roupas que Jungkook lhe emprestou no dia anterior entre os lençóis antes de sair do quarto, buscando o CEO. Foi um pouco difícil encontrá-lo. Não estava na sala nem na cozinha, então Jimin sentou no sofá achando que ele estaria no banheiro.

Depois de esperar alguns minutos, refletiu que Jungkook não passaria tanto tempo no banheiro e, ao caminhar até a porta deste, percebeu que estava vazio também. Jungkook tinha saído de casa?

Enquanto voltava para a sala, percebeu uma porta de vidro escondida entre cortinas cinzentas, que achava que era uma janela até então. Curioso, chegou mais perto e viu Jungkook sentado na varanda através do vidro.

Seus olhos estavam fechados, então Jimin aproveitou para admirá-lo mais uma vez. O jeito que Jungkook estava apenas de shorts, com o peitoral malhado e a pele bronzeada à mostra seria uma tentação para qualquer um, mas Jimin pegou-se relembrando a quentura dela contra a sua. Xingou o próprio comportamento, afinal, onde já se viu esquecer do cara durante a transa, mas depois ficar pensando naquelas coisas sentimentais? Era ridículo.

Não abriu a porta da varanda, porque tinha quase certeza que Jungkook estava meditando ou fazendo alguma daquelas outras coisas de blogueira saudável que aparecia nos recomendados do seu YouTube e fazia questão de evitar. Mesmo achando ridículo, não negava que a postura do CEO sentadinho de pernas cruzadas e o semblante tranquilo o acalmava. Mas era mais porque Jungkook era Jungkook, a única pessoa do mundo que dialogava com tudo que havia de mais podre e nojento dentro de Jimin sem julgá-lo, apesar de ter uma coleção de motivos que o permitiria fazer tal coisa.

Passou um tempo observando, mas logo se acomodou no sofá, sentindo que seria assustador demais esperar lá em pé até Jungkook acabar. Suas pernas cansavam-se fácil também, gostava de sentar e nem havia duplo sentido naquele fato.

Após alguns minutos Jungkook terminou sua meditação do dia e espantou-se ao entrar de volta no apartamento e ver Jimin quase cochilando no sofá. Riu um pouco do fato, porque a expressão dele com o olhar perdido era meio adorável.

— Bom dia! — disse, aproximando-se do móvel e assistindo Jimin levantar rápido, zonzo de sono e assustado com o quase cochilo porque não tinha percebido a própria sonolência até então. Jungkook ficou com dó e deu a volta no sofá para abraçar os ombros do estagiário. — Dormiu direitinho?

Jimin suspirou ao sentir seu rosto ser apoiado no peito nu e quentinho de Jungkook, tão estranhamente confortável. Sem graça, abraçou de volta, apesar de não saber muito bem como fazer aquilo. Ficou sem jeito. Deveria se acostumar com abraços, Taehyung gostava de dar também.

— Sim... Talvez até demais... — respondeu, a voz ainda um tanto pastosa fazendo Jungkook rir.

— O que você quer comer? — O CEO afastou o abraço para caminhar até a cozinha e abrir a geladeira. — Dá pra fazer omelete, panquequinhas... Hm... Tem leite também, pra comer com cereal ou achocolatado.

— Sem preferência. Vou comer o que você for comer.

— Vou fazer panquequinhas pra gente então! — Jungkook sorriu, pegando alguns ovos, leite e manteiga da geladeira, apoiando na bancada enquanto Jimin sentava em um dos banquinhos dela, sem saber o que fazer.

Jimin assistiu seu CEO ir até o armário, pegando farinha, fermento, açúcar e duas tigelas. Mediu e misturou os ingredientes, nada demais. Para Jimin aquilo ainda parecia dar mais trabalho que o necessário e tudo só pra comer de manhã... era mais fácil comprar um salgado na cantina da faculdade.

Apesar da preguiça que Jimin tinha só em olhar aquilo, Jungkook até se divertia no processo. Caçou uma frigideira no armário e colocou no fogão enquanto pegava um pouco de manteiga para untá-la sob o escrutínio de seu estagiário.

Enquanto Jungkook colocava a primeira conchada da mistura de panqueca na frigideira, fazendo o cheirinho misturar-se ao da manteiga que já se fazia presente, Jimin refletiu que aquilo era relaxante que nem assistir os vídeos aleatórios de culinária no Youtube, refletindo se aquele era o motivo de sentir-se tão confortável no momento.

Quando menos percebeu, Jungkook já tinha empilhado uma quantidade generosa de panquecas em um pratinho que apoiou na bancada em sua frente. Ele abriu a geladeira e pegou uma geleia que estava lá há um tempão, mas sempre esquecia de comer, junto a um mel que já começava a cristalizar no fundo do pote.

Jimin aceitou no automático um garfo que Jungkook lhe estendeu ao sentar no banquinho ao seu lado. Observou entorpecido Jungkook espalhar uma colherada generosa de geleia na panqueca antes de pegar um pedaço e comer, com uma expressão de pura satisfação. Não sabia por que achava toda a situação tão desconcertante.

Em algum momento teve a iniciativa de comer também, pegando um pedaço da tal panqueca coberta de geleia. Apreciou o gosto que variava entre azedo e doce, percebendo que era de amora. Desviou o olhar ao perceber que Jungkook lhe sorriu quando pegou o primeiro pedaço. O CEO estava muito próximo, mas aquele detalhe não deveria ser tão estranho. Passaram a noite passada inteira próximos... Jungkook tinha fodido seu rabo como sempre sonhou, inclusive.

Jimin detestava não saber o que estava acontecendo, detestava não saber explicar o porquê de se sentir tão estranho ali, no dia seguinte. A causa do desconforto era a unilateralidade da transa ou algo além daquilo?

— Jungkook... — chamou baixinho, determinado a exterminar aquelas dúvidas incômodas que faziam com que se sentisse tão diferente. — Quando você gozou ontem?

— Quê? — A primeira reação dele foi um susto, os olhos redondos arregalaram-se mais ainda. Não era bem o tipo de assunto de café da manhã, mas aquilo poderia ser um pensamento meio conservador de sua parte. Quando se recuperou do baque, pareceu refletir a pergunta. — Logo depois de você... Tem algum problema?

— Como você gozou?

— Como assim como eu gozei? — Jungkook começou a rir, lambuzando outra panqueca de mel e pegando um pedaço. — Tem jeitinho certo de gozar?

— No sentido de... gozou dentro? — Jimin bufou, também não sabia perguntar.

— Eu tava de camisinha, fica tranquilo. — Jungkook imaginou ter entendido a questão toda.

— Não... — Jimin suspirou, esforçando-se em buscar uma forma clara de comunicar a sua dúvida. — Eu só pensei... hm, depois de tudo... que eu não sei o que você fez durante o sexo. Acho que meio que me distraí com meu orgasmo, e aí não sei como foi o seu.

— Ah, acho que entendi... — Jungkook pareceu contemplativo e coçou a sobrancelha. — Depois que você gozou, eu tirei né e bati uma punhetinha até chegar lá também. Aí depois a gente caiu de sono.

— Você... bateu punheta até gozar? — Jimin arregalou os olhos, mais chocado com a resposta do que imaginou que ficaria.

— Tem algum problema? — O CEO estava completamente confuso. Não sabia que era ofensivo daquele jeito bater punheta.

— Tem. Qual é o sentido de transar com outra pessoa se você vai fazer tudo sozinho? — Jimin parou de comer, desconfortável.

— Jimin... — Jungkook largou o garfo também, preocupado, e encarou o estagiário com seriedade e remorso. — Me desculpa... eu não pensei que isso fosse te ofender.

— É claro que não pensou, porque você deve ter feito isso pensando em mim. — Jimin pontuou certeiramente as intenções de Jungkook, mesmo que ele nunca fosse admitir. Jungkook não gostava de justificar suas (supostas) falhas, acreditava que seria um empecilho para sua futura melhora. — Enfia essas desculpas no cu, Jungkook, isso não é culpa sua! Colecionador de culpas do caralho...

— Não? — perguntou meio perplexo e meio rindo. Piscou os olhos, desconcertado. "Colecionador de culpas" era um apelido um tanto quanto condizente com seu temperamento e sempre era uma surpresa estranha quando Jimin o analisava com tanta precisão.

— Claro que não, eu que deveria me desculpar. Eu literalmente caguei pra você durante a transa inteira, tava preocupado demais com meu próprio orgasmo.

— Foi sua primeira vez... — Jungkook já chegou com seu tom conciliador. Jimin detestou. — Você não deveria ser tão duro consigo mesmo, o objetivo principal era ser gostosinho pra você. E foi bom para mim também.

— Mas... — Jimin bufou, colocando a mão na cabeça, sem saber explicar o que lhe incomodava tanto. — Eu não sei, tem algo que não parece muito certo...

— As panquequinhas vão esfriar. Come elas enquanto pensa. Aí se você conseguir explicar, a gente pode fazer alguma coisinha pra compensar esse problema — Jungkook sugeriu, estendendo um pedaço de panqueca com mel em seu garfo em direção à boca de Jimin.

Jimin passou um bom tempo encarando a panqueca no garfo, sem ideia do que fazer. Jungkook abriu a boca em uma espécie de mímica e, desconcertado, Jimin imitou. Arregalou mais ainda os olhos quando Jungkook levou a comida até sua boca com delicadeza. Jimin nem tinha lembranças de ser alimentado por alguém. Provavelmente seus pais — ou os funcionários que eles contratavam para cuidar dele e de seu irmão — pararam de dar comida em sua boca desde a primeira vez que foi capaz de segurar um garfo, mesmo longe de ter uma coordenação motora que prestasse.

Seu interior agitou-se, daquele jeito estranho que ele não sabia nomear e que consequentemente trazia desconforto, quando assistiu Jungkook sorrir daquele jeitinho tão satisfeito e gentil dele só porque começou a mastigar a comida que ofereceu. Jimin detestava o jeito que parecia tão natural para Jungkook expressar-se em pequenos atos de carinho e familiaridade, porque era algo que não estava acostumado e que sabia mexer com suas emoções muito mais do que deveria. Expunha o quão os dois eram diferentes e como tiveram vidas quase opostas.

Terminaram de comer em silêncio, Jungkook tranquilo e Jimin com a cabeça borbulhando perguntas sem resposta clara, todas nascidas daquelas sensações estranhas em seu peito. Depois do café da manhã, Jimin teve a decência de lavar as louças já que Jungkook havia cozinhado e, enquanto isso, percebeu enojado que não tinha escovado os dentes antes de dormir, simplesmente caindo de sono depois de gozar.

Quando expressou o incômodo, Jungkook simplesmente riu como sempre fazia e pegou uma escova de dentes nova que tinha no fundo da gaveta do banheiro. Quando escovou os dentes, o estagiário finalmente sentiu que poderia ter paz — e um hálito minimamente agradável. Nenhum deles percebeu que Jimin poderia simplesmente ter ido pra casa para escovar os dentes e que aquela escova era uma promessa de mais tempo juntos.

Como sempre acontecia quando ficava sozinho com o CEO, quando piscou os olhos, Jimin simplesmente encontrou-se largado no sofá, com a cabeça de Jungkook pesando em seu colo e um filme de ação cheio de homens sarados prendendo sua atenção na tela da TV. Como Jimin tinha gostado de Zumbilândia, Jungkook escolheu Os Mercenários como o próximo filme para eles assistirem.

Ao contrário da transa da noite passada, a presença de Jungkook parecia impossível de ser ignorada naquele momento. O jeito que os fios longos e macios faziam cosquinha na pele descoberta de suas pernas e que seu corpo era confortavelmente quentinho fazia uma parte de Jimin querer sair correndo. Mas concentrou-se no filme. Sabia estar pensando demais sobre tudo e sabia que não deveria desejar sentir o cheirinho de melancia do cabelo do Jungkook. Saber que estava prestando atenção em coisas que normalmente ignorava dava muita vontade de fugir. Talvez só o peso do Jungkook em cima dele o mantivesse ali.

Gostou daquele filme também, o que era outra coisa estranha. Foi engraçado e, incrivelmente, fez com que ficasse envolvido emocionalmente com os homens com jeito de machão. Gostou de compartilhar risadas nos momentos idiotas do filme com Jungkook. Apesar de estar bastante familiarizado com as gargalhadas dele — Jungkook realmente era do tipo que ria toda hora de tudo —, não costumava rir junto. Detestava como estava consciente daquilo também. Jimin nunca odiou tanto ser analista do jeito que era.

— E aí? — Jungkook virou-se de barriga pra cima e encarou Jimin que desviou o olhar. — Consegue dar uma explicadinha sobre o que tá te incomodando?

— Acho que sim, mas é brega... e não parece com algo que eu pensaria — Jimin resmungou, revoltado, fazendo com que Jungkook risse um pouco.

— Tudo bem, abre seu coraçãozinho.

— Eu acho que tô frustrado porque transar é um negócio... a dois. E acho que não aproveitei como deveria porque atropelei sua parte. Algo assim, sei lá. Mas nem sei o que eu faria de diferente, falando sério... — Por mais que tentasse formular, parecia não conseguir. Nem mesmo sabia de onde tinha tirado aquelas ideias. Nos pornôs era aquilo mesmo: o ativo era uma britadeira que ficava feliz com um buraco e o passivo gozava porque tinha sido comido com força. Não tinha muito um reconhecimento um do outro, só de piroca e cu. — Não faz sentido, ignora.

— Faz, sim. — Jungkook sorriu gentil e levantou-se do colo de Jimin para encarar o estagiário melhor, acariciando suas coxas. — Tem muito prazer envolvido em dar prazer pra outra pessoa também. E ver que ela tá gostando. Por isso que eu disse que foi bom pra mim também... Também acho que sexo é algo a dois e tem muito mais além de sentir prazer sozinho.

— Não disse que eu acho isso...

— Disse sim, senhor! — Jungkook riu da negação de Jimin, que apenas ficou quieto, meio arrependido de ter começado aquela conversa. — Falando em dar prazer... você geme pra me agradar?

— Como assim?

— É que no começo você tava gemendo meio alto... mas depois que estava perto de gozar, começou a gemer mais fraquinho... — Jungkook explicou e uma nova onda de vergonha tomou Jimin. Jungkook realmente tinha prestado muita atenção nele e em contrapartida ele prestou... nenhuma. Não sabia nada das preferências ou atitudes do outro.

— É verdade...

— Eu não sei se é o caso, mas algumas amigas minhas já contaram que antes gemiam alto por causa de expectativa de pornô, era meio forçado pra elas e faziam mais pra agradar e porque parecia que era necessário do que por vontade.

— Eu... não sei. Sempre gemi alto, se você não tivesse falado que eu abaixei chegando no orgasmo, não perceberia — replicou, tentando refletir suas motivações para ser daquele jeito, sem obter sucesso.

— Pensa nisso depois, quero você gemendo pra mim do jeitinho que for natural... — Jungkook falou em um tom calmo, querendo deixar claro que se o jeito de Jimin fosse berrar não teria problema também. Talvez com os vizinhos, mas... paciência.

— Sua frase soou muito sexy — Jimin pontuou daquele jeito sem expressão dele, fazendo Jungkook cair no riso. O estagiário estava recorrendo à cara de peixe morto o máximo que conseguia, indisposto a aceitar toda a influência que o CEO exercia nele.

— Obrigadinho, acho — continuou rindo. — E a sua frustração? Quer tentar de novo agora? Depois? Você pode querer tentar com outra pessoa também, né... já pode dar tchauzinho pra insegurança de nunca ter transado com ninguém.

Jimin sentiu-se estranho com a pontuação do Jungkook, porque o fez lembrar que aquilo que estavam tendo era só uma ajuda, uma proposta boba. Não que soubesse muito bem o que estava achando daquilo antes de ser lembrado. Estava confuso, e continuava confuso. Agora confuso diferente.

— Acho que quero tentar agora... e com você. — Pôs-se a racionalizar a situação. — Eu já te conheço e você fez muito bem, não tem motivo pra mudar de pessoa. A não ser que você não queira...

— A gente tá falando demais... — Jungkook refletiu antes de dar um sorriso travesso. — Vem me dar um beijinho então.

— Eu? — Jimin arregalou os olhos.

— Você! — Jungkook gargalhou um pouco. — Você não disse que queria fazer mais a dois? Quem puxou os beijinhos ontem fui eu, agora é sua vez.

— Ah, entendi... — Jimin murmurou um tanto apreensivo, seu olhar pousando sem a própria permissão na pintinha debaixo dos lábios do CEO.

Aproximou-se sem convicção e subiu no colo de Jungkook. Não sabia explicar muito bem, mas estava nervoso em ter algum tipo de iniciativa. Ele era todo tão estranho... Suspirou baixinho ao sentir as mãos de Jungkook contornarem sua cintura por baixo da camisa quando ajeitou-se nas coxas dele.

Jimin procurou calma nos cabelos de Jungkook, enroscando seus dedos nos fios macios antes de encarar o rosto tão perto do seu. Realmente, o simples ato de encarar os olhos redondos e brilhosos de Jungkook, além do sorrisinho travesso em seus lábios, tão de perto realmente o deixava à flor da pele, com o coração martelando no peito. O que não fazia sentido, já que literalmente tinham transado na noite anterior.

Achando que tinha subitamente desaprendido a beijar — o que já era por si só uma habilidade bem recente —, acabou deixando um selinho em Jungkook com medo de errar. O CEO estranhou o toque um tanto... fofo. Jimin estranhou seu toque um tanto... patético. Nos yaois os beijos em geral já começavam com a língua... mas quem tinha a iniciativa era o ativo também. Droga, Jungkook tinha colocado ele em uma saia justa, ativo maldito! Xingava-se também por ter inventado aquela de sexo a dois... não sabia o que deveria fazer.

Percebendo a tensão criada curiosamente por causa de um selinho, Jungkook acariciou a cintura de Jimin, tentando acalmá-lo antes de responder com um selinho também. Estavam na mesma página e estava tudo certo.

Jimin respirou fundo antes de tentar novamente, fechando os olhos porque sinceramente as íris gentis de Jungkook o intimidavam. Não pensou que seria o tipo de passivo que estaria pensando em apenas uma piroca, mas... sua mente estava confusa e não conseguiu completar o raciocínio ao sentir o toque dos lábios de Jungkook, terrivelmente macios.

Tentou imitar Jungkook na noite anterior, deixando beijos lentos, permitindo que as bocas acostumassem com o encaixe uma da outra. O calor e umidade compartilhados pelos lábios poderia ser considerado bobo, por ser tão simples e superficial, mas Jimin já sentia suas bochechas queimarem.

Suspirou, de alívio e de satisfação, quando arriscou adicionar a língua e deu certo. Jungkook correspondeu com naturalidade e seu sabor era tão gostoso que Jimin sentia-se derreter nas mãos dele.

Seus dedos puxaram de leve os fios de Jungkook enquanto inclinava-se mais na direção dele, querendo aumentar o contato. O CEO, satisfeito em ver Jimin arriscar, apenas seguiu os movimentos que ele ditava, tombando a cabeça para trás e deixando suas mãos escorregarem até a bunda macia.

Encorajado, Jimin começou a testar mais. Mordiscou os lábios de Jungkook. Chupou, um de cada vez. E descobriu que gostava de tudo. Gostava de sentir a boca dele, o corpo contra o seu, as mãos em sua bunda. Gostava de sentir ele. Gostava demais para negligenciar aquela parte.

Quis sentir mais, e finalmente abandonou os fios negros que eram a zona de conforto de suas mãos, para escorregar as pontas dos dedos até o rosto bonito de Jungkook. Também era muito satisfatório sentir a pele macia e a mandíbula marcada enquanto ainda o beijava. Sentir os arfares do CEO, nascidos pelos seus toques, misturarem-se aos seus naquela distância inexistente dos lábios era incrivelmente delicioso.

— Eu tô beijando bem? — perguntou fraquinho contra lábios alheios, espantando até ele mesmo com a ação. Queria saber o que Jungkook achava, se realmente estava interpretando direito os sinais. Queria saber dele.

— Uhum... — Jungkook sussurrou extasiado, mordiscando os lábios grossos de Jimin antes de continuar. — Sua boca é gostosinha demais...

— A gente devia ir pro seu quarto? — Jimin questionou, suspirando enquanto deslizava as mãos pelos ombros nus de Jungkook.

— Se achar mais confortável...

— Talvez... — concordou antes de pensar melhor. — Mentira, tem um bicho estranho no seu quarto.

— Um inseto? — Jungkook estranhou, lamentavelmente não tinham muitas árvores na sua rua, mas em consequência não costumava ter problemas com insetos.

— Não, tipo uma pelúcia, azul e branca, horrível.

— Não fala assim do Jorge Agendinha! — Jungkook fez um biquinho, chateado com a colocação, mas Jimin, distraído e meio acostumado a beijá-lo, acabou mordiscando o lábio inferior do biquinho em resposta.

Distraíram-se com a volta dos beijos. As línguas afoitas agora entrelaçavam-se com mais costume e sensualidade. Jimin deixou suas mãos explorarem melhor o corpo forte abaixo do seu daquela vez, espalmando-as no peitoral antes de escorregar pelo corpo, sentindo cada pedacinho e cada músculo de Jungkook.

Jungkook deixou suas costas caírem no sofá, deitando-se no móvel. Jimin, que continuou sentado em seu colo, admirou a vista um tanto quanto privilegiada que tinha. Os fios longos espalhados pelo tecido do sofá, a boca avermelhada de tanto que beijaram, o corpo forte mais relaxado com a posição, o sorrisinho tão costumeiro de Jungkook... ele era realmente muito bonito. Muito mais do que tinha percebido antes.

— O que você gosta? — As palavras fugiram de sua boca sozinhas.

— Como assim? — Jungkook questionou, confuso. Jimin suspirou fundo, tentando manter algum tipo de controle, mas sentir as mãos grandes e quentes dele acariciando suas coxas por baixo dos shorts não ajudava.

— Você me perguntou o que eu gostava e queria ontem... na transa. E você, o que gosta?

— Seria muito vergonhoso falar. — Jungkook deu uma risadinha nervosa. — Você acharia bobinho.

— Jungkook... — Jimin suspirou, frustrado. — Eu sei que sou escroto e tudo mais, mas não acho que sou tanto a ponto de julgar o que você gosta, ainda mais você mesmo não julgando o que eu gosto, que é bem estranho...

— Mas minha parte da proposta era essa mesmo... A gente tá transando porque eu te conheço e ia entender qualquer coisinha... meio de yaoi... que acontecesse na cama.

— Quer dizer que eu não te conheço? — devolveu, tentando usar da mesma lógica que Jungkook gostava de aplicar. — E não sou capaz de te entender?

— Você conhece meu pior lado, infelizmente... — Deu uma risada melancólica. — Acho que o probleminha não é você não entender... Você só não vai gostar tanto assim.

— Por quê? — perguntou, sem entender aquele mistério todo. O que Jungkook gostava tanto e achava que seria tão incômodo para ele?

Jungkook chamou Jimin para mais perto com o dedo e este acatou o pedido, inclinando seu corpo por cima do dele. Fez com que Jimin se aproximasse ainda mais para sussurrar em seu ouvido, na esperança de que aquilo parecesse sexy, mas a verdade era que ele só queria dar um jeito de esconder seu rosto que já corava com o simples pensamento de confessar aquilo pro Jimin.

— Eu gosto de fazer devagarinho... — sussurrou, a voz agora rouca tão baixa que às vezes até falhava. Jimin arrepiou-se com o hálito quente. — Gosto quando experimentam cada pedacinho de mim, um por um, como se meu corpo fosse a coisa mais deliciosa do mundo. Gosto de beijos atrás da orelha... que mexam no meu cabelo também, mas acho que isso você já sabe...

Suspirou um pouco depois de falar, nervoso. Ficava ainda mais tenso com o silêncio de Jimin, que direto do jeito que era, provavelmente tinha achado uma bobagem. E Jimin realmente era do tipo que acharia aquilo uma grande idiotice, então ele mesmo não entendia porque sentia-se tão afetado.

O rosto de Jimin ardia também, tanto quanto o de Jungkook, como se compartilhasse a vergonha do mais novo de confessar aquilo. Mas não sentia vergonha, só... contemplação. Admiração por aquela confissão baixinha no tom de voz gostoso. E o calor crescente em sua virilha também indicava o quanto havia ficado excitado com aquilo tudo.

Sua resposta foi embrenhar os dedos nos fios de Jungkook e fazer com que ele tombasse a cabeça para o lado. Com a abertura, beijou demoradamente a parte de trás de sua orelha, sentindo Jungkook derreter-se em suspiros fraquinhos debaixo dele.

Jimin não queria aproveitar tanto aquilo, mas a preferência de Jungkook era tão favorável às suas próprias vontades... Enquanto deixava seus lábios mapearem a área, o nariz afundava nos cabelos longos e aproveitava daquele cheirinho delicioso de melancia, que tanto o atiçava, mas do qual tanto fugia, porque era idiota ele gostar. Mas não pôde resistir, não estando tão perto, era impossível.

Afastou-se para investigar melhor o corpo de Jungkook, voltando a sentar no colo dele e aproveitando o volume contra a bunda. Mapeou com as mãos a clavícula, os ombros e toda a extensão dos braços sob o olhar semicerrado dele, que aproveitava demais aquilo. Jimin achava estranho estar tão excitado em tocar partes tão banais de um corpo, mas aquilo era tão diferente, e Jungkook reagia tão bem.

O CEO, por sua vez, tentava buscar a pele de Jimin, querendo dar tanto prazer quanto sentia, mas sua posição não era favorável o suficiente. Bufou, chateado e cheio de vontade de tocá-lo de volta. Estava gostando tanto das atitudes do estagiário com o seu corpo que parecia até estranho imaginar que era a mesma pessoa com quem transou na noite anterior. Toda a intenção era diferente, e amava aquilo. Estava arrepiado desde o couro cabeludo até a ponta dos dedos do pé.

— Tira sua camisa também... — Jungkook pediu baixinho enquanto tentava subir as mãos das coxas de Jimin até o quadril. A falta da renda de sua calcinha ali indicava que não usava nada, preenchendo Jungkook de tesão.

Jimin ficou confuso com o pedido. Estava tratando como sua grande missão naquele plano terrestre fazer (ou ao menos tentar) o que Jungkook gostava e tinha se esquecido novamente que era tudo a dois. Se pensasse melhor, seria óbvio que Jungkook gostaria de vê-lo também.

Apesar da dúvida, acatou o que ele disse, tirando o blusão largo que Jungkook lhe emprestou e colocando-o na mesinha de centro da sala. Jungkook fez com que Jimin sentasse mais em cima do seu colo para poder tocá-lo com mais facilidade, puxando pelas coxas deliciosas, e os dois acabaram gemendo baixinho com o consequente atrito entre a bunda de Jimin e a ereção de Jungkook.

Jimin mordeu os lábios, doido de vontade de rebolar e sentir a pressão gostosa do pau duro de Jungkook contra si, mas resistiu. Estava tentando fazer devagar, como pedido, mas quase ignorou aquela parte por já estar preenchendo o outro requisito: achava o corpo do Jungkook, na verdade Jungkook por completo, a coisa mais deliciosa do mundo.

Jungkook aproveitou a posição nova do estagiário para espalmar suas mãos no corpo alheio, finalmente exposto e ao alcance de seus dedos. Contornou a barriga até as costas, dedilhando em volta da coluna até chegar nos ombros de Jimin, passando para o lado da frente do corpo mais uma vez.

Rodeou os mamilos amarronzados lentamente, sentindo-os eriçarem contra os dedos e Jimin gemer baixinho. Era foda de admitir, mas Jimin realmente estava adorando cada um dos detalhes de fazer as coisas devagar.

Percebendo o prazer que o outro demonstrava, Jungkook levantou o tronco apenas para poder fazer o trabalho direito, tomando um dos mamilos com os lábios. Sugou um pouco antes de afastar-se para contorná-lo com a língua para que Jimin pudesse assistir. E, caralho, Jimin realmente estava no céu só de ver a língua de Jungkook para fora, lambuzando-o tanto de saliva que o mamilo eriçado brilhava, melado.

Sem saber lidar com a luxúria de todo o contexto, de assistir Jungkook lhe dando tanto prazer assim, tão de perto, Jimin o puxou pelo queixo para um novo beijo, mesmo que este também o desestabilizasse de formas que não saberia explicar. Talvez a boca de Jungkook fosse uma armadilha na qual caía toda vez, sedento.

Bufou ao sentir os lábios de Jungkook formarem um sorrisinho travesso entre o beijo e mordiscou-os como vingança. Parecia que sempre que se beijavam voltavam a estar na mesma página, e a página da vez era que ambos estavam gostando daquele ritmo lento e cheio de provocações.

Empurrou o CEO para que ele voltasse a apoiar as costas no assento do sofá, tentando voltar ao ponto em que estavam antes. Pelo menos agora que tinha o exemplo vindo da interrupção de Jungkook, sentia-se menos perdido no que fazer para experimentá-lo como confessou gostar.

Inclinou-se por cima do corpo dele, deixando um beijo na clavícula marcada. Resolveu testar três tipos, escutando as reações de Jungkook para tentar entender qual sua preferência. Depois de um beijo simples, tentou outro mais molhado e logo depois chupou de levinho a pele macia e quente.

Acreditou ter recebido a melhor reação com o beijo úmido, e foi com ele que continuou mapeando a clavícula antes de descer pelo peitoral forte. Parou ao lado dos mamilos já eriçados do mais novo, confuso sobre o que fazer.

— Você gosta que... hm... toquem aqui? — Jimin perguntou, confuso.

— Por que não testa e vê minha reação? — Jungkook provocou, mordendos os lábios, porque porra, adorava que brincassem com seus mamilos.

— Porque você é o ativo... — Jimin murmurou a resposta, com um tanto de vergonha dela apesar de ser sincera. — Você... não vai ficar bravo?

— Bravo? — Jungkook repetiu, desconcertado. Claro que se tratando de Jungkook ali, Jimin conseguia enxergar que a reação "bravo" era um tanto improvável. Literalmente nunca tinha visto o CEO bravo. O estagiário estava confuso, definitivamente, porque mais uma vez o pouco que sabia não era o suficiente nem real.

— É, não faz sentido... — suspirou, dando-se por vencido.

— Era um detalhezinho de yaoi? — Jungkook questionou, curioso, e deixou suas mãos correrem pelas pernas de Jimin assim como queriam, afundando os dedos nas coxas grossas de Jimin.

— Acho que sim...

— Vamos testar juntinhos então... — Jungkook buscou as mãos de Jimin com as suas, apoiando-as em seu peitoral. Jimin deixou seus movimentos serem guiados por ele e, quando menos percebeu, beliscava-o sem força entre os dedos. Corou com o gemido manhoso que recebeu de volta.

Jungkook, percebendo que Jimin já tinha entendido, soltou suas mãos e voltou a enfiá-las por baixo dos shorts que usava, agarrando a bunda macia e quente dessa vez. Jimin suspirou com a pegada gostosa, empinando-se um pouquinho para sentir mais.

Sentindo o desejo de Jimin, Jungkook resolveu aliviá-lo um pouco, deslizando os dedos entre as nádegas e massageando o ânus de Jimin com o médio, que contraiu com a provocação. Jimin quase gemeu alto no automático e, naquele momento, percebeu que aquilo reflexo só veio quando foi estimulado analmente, mesmo que sentisse muito prazer com outras coisas... O gemido minguou em um suspiro fraquinho, porque era isso que seu corpo queria fazer naturalmente, e resolveu calar mesmo esse suspiro ocupando sua boca com Jungkook.

Deitou-se em cima do corpo dele, ainda empinando-se para que as mãos grandes que enchiam-lhe de tesão continuassem tocando-no de forma tão gostosa. Gemeu ainda mais na posição, sentindo que a ereção tinha escapado pelas aberturas das pernas dos shorts e roçava, deliciosamente nua, contra o abdômen descoberto do CEO.

Arriscou chupar um dos mamilos de Jungkook, assim como ele tinha feito em si, contornando o outro com a pontinha do dedo. Amou ouvir o suspiro baixinho de satisfação dele e sentir o aperto em sua bunda aumentar. Colocou a língua pra fora, experimentando lamber Jungkook, que parecia tão sensível, de formas diferentes.

Só por curiosidade, subiu o olhar para o rosto dele, encontrando-o corado e atento entre os olhos semicerrados, completamente imerso em cada movimento seu e mergulhado no prazer dos pequenos toques. Jimin gemeu baixinho ao ver aquilo, e Jungkook também o fez logo depois com a sensação gostosa do hálito de Jimin contra o mamilo úmido.

Jimin percebeu, com certo espanto, que queria ver mais daquilo. Ver Jungkook excitado daquele jeito por causa de seus toques preenchiam-lhe de uma satisfação tão prazerosa quanto os toques que recebia. Ansioso por mais daquela sensação, mordiscou e chupou brevemente o outro mamilo antes de deslizar sua boca e seu corpo para baixo, provando do abdômen forte e já salgado de suor do Jungkook. O mais novo, por outro lado, já mal aguentava o aperto da ereção aprisionada na cueca, e tentou descontar todo aquele tesão na bunda do Jimin, abaixando a parte de trás do shorts dele, para que ficasse exposta já que estava mais distante.

Os dois rebolaram fraquinho um contra o outro, sentindo um alívio com a esfregação das ereções. Jimin suspirou ao sentir sua bunda finalmente ser liberta, os dedos de Jungkook massageando e provocando, mas sem penetrar sendo uma tortura terrível.

Mas quem perdeu a disputa de lentidão foi Jungkook, que queria poder provar mais, principalmente da forma que não conseguiu fazer por completo na noite anterior. Puxou insistentemente os shorts de Jimin, que teve que parar por um momento para ajudá-lo a tirar, ficando completamente nu. Nada de diferente do dia anterior... Estava até menos exposto, mas sentia-se diferente. Mais vulnerável. Será que era porque estavam fazendo na sala?

Suspirou, descartando a hipótese assim que sentiu as mãos de Jungkook serpentearem, deliciosamente quentes por sua pele, experimentando cada pedacinho que alcançava. Provavelmente era diferente porque estavam não só fazendo a dois, mas utilizando seu corpo inteiro.

— Quero muito chupar você — Jungkook gemeu, já doido com a visão de ter Jimin, completamente nu, sentado em seu colo. O corpo tão apetitoso, a ereção já brilhando de pré-gozo, tudo tão visível e sob seus toques. Mas as mãos já não eram o suficiente para tudo que queria experimentar. — Vira sua bunda pra mim...

Com ajuda das mãos de Jungkook firmando-lhe os quadris, Jimin acatou o pedido, corado e com o coração martelando de expectativa em sentir a habilidade da língua de Jungkook novamente. Virou o corpo, apoiando os joelhos novamente no sofá e ficando de quatro para Jungkook, apoiando as mãos ao redor da cintura dele.

Suspirou baixinho quando o sentiu puxar seus quadris mais para perto, na direção da boca; quando pôde experimentar o hálito afoito na região tão sensível. O CEO continuou puxando até que Jimin praticamente sentasse na cara dele e sorriu, safado, quando soube que conseguiria alcançar tudo com sua língua.

Estava com tanta vontade que nem deixou Jimin se acostumar com a ideia de estar sentando na cara do seu CEO antes de separar as nádegas com as mãos e começar a chupá-lo, cheio de desejo. Jimin curvou as costas, gemendo com o jeito que a língua quente de Jungkook contornava-o por completo.

Ter como visão o corpo malhado de Jungkook debaixo do seu, a ereção tão visível apesar dos shorts que usava não facilitava muito as coisas para Jimin, que achava aquilo um tesão. Levou uma de suas mãos para a barra da única peça de roupa que Jungkook usava, levantando-a.

— Você também não tá de cueca... — comentou enquanto mordia os lábios. Sinceramente, o pau de Jungkook realmente parecia muito apetitoso. Era perfeito, como todo seu corpo. Tão certo que mesmo a cabeça fetichista de Jimin não foi capaz sequer de pensar em compará-lo com o pênis dos ativos dos pornôs que assistia, bem maiores e mais grossos.

— Não uso cueca em casa... — A voz de Jungkook saiu abafada por causa de sua posição, e o risinho que ele deu fez Jimin arrepiar-se porque o hálito resfriou a saliva e... caralho, Jimin ia explodir de tesão.

— Você usou cueca ontem.

— Estava com um convidado, né...

— Agora não sou mais convidado? — devolveu, mas em vez de receber uma resposta verbal, foi chupado novamente. E, mais uma vez, a conversa dissolveu-se em gemidos baixinhos, que combinavam mais com todo o calor que estavam sentindo.

Jungkook lambeu entre as nádegas de Jimin do início ao fim uma última vez antes de empurrar os quadris para longe. O estagiário suspirou fraquinho de frustração, pois aquilo estava tão gostoso que sentia que ia gozar em breve, para ser sincero. E era por causa daquilo mesmo que Jungkook o afastou. Tinha planos diferentes para a porra de seu parceiro.

Jimin saiu de cima de Jungkook, sem saber direito o que fazer e o que ia acontecer a seguir. O CEO levantou-se também, segurando os ombros dele e fazendo com que ele sentasse na ponta do sofá, com as pernas afastadas. Jungkook afundou-se de joelhos entre elas logo depois, com um sorrisinho safado estampado no rosto que fez Jimin estremecer da cabeça aos pés. Os fios longos de Jungkook grudando no suor de seu rosto, emoldurando toda aquela expressão de pura lascívia também não ajudava. Jimin tinha certeza agora que Jungkook era o homem mais bonito do mundo.

— Alguém já te pagou um boquete? — Jungkook perguntou, encarando Jimin no fundo dos olhos e com os lábios finos e avermelhados dolorosamente perto da ereção dele. O estagiário negou com um suspiro cheio de expectativa, cerrando um pouco os olhos. Nunca tinha ligado tanto para boquete além de... sei lá, um CEO fodendo com força a própria boca, mas nunca pensou muito em ser chupado unicamente pelo seu prazer. Mesmo assim, no momento era tudo que queria experimentar, tendo aprendido da melhor forma o quão habilidosa era a boca de Jungkook. — Então vou ter que fazer bem gostosinho mesmo em você...

Jimin gemeu só de ouvir aquelas palavras, mas Jungkook parecia determinado a não fazer com que os suspiros cessassem ao agarrar as coxas fartas de Jimin, que adorava a pegada do CEO. Passou os lábios de levinho por toda a extensão, da glande até a base, tão devagar que Jimin teve que se esforçar para não pedir mais de uma vez.

Fez o caminho de volta com a língua, deixando um rastro úmido de saliva no pau de Jimin, que arfava baixinho. Quando voltou ao topo, começou a chupar a glande com tanta avidez que parecia que experimentava o melhor doce do mundo. Jimin arquejou, não só porque era muito gostoso, mas porque percebeu que era para ele. Jungkook estava cuidando do prazer dele, e aquilo era quase desconexo se pensasse demais, mas não queria pensar demais. Não precisava pensar demais.

Suas mãos foram até os cabelos longos de Jungkook, entre suas pernas. Bem a tempo, pois foi engolido por inteiro e precisou descontar o tesão em algum lugar, sendo os fios escolhidos. Jungkook suspirou satisfeito com o puxão que recebeu, com Jimin ainda acomodado em sua boca, provocando novamente uma sensação completamente diferente e desconhecida no estagiário, que arrepiou-se por inteiro. Era tanto prazer.

A felação intensificou-se com Jungkook aumentando a velocidade de vai e vem, tirando a força das pernas de Jimin, que agradecia muito ao fato de estar sentado. Aquilo era tão gostoso... era tão gostoso sentir a boca quente e úmida de Jungkook deslizar por sua ereção, era tão gostoso estocar o finzinho de sua garganta. Jimin não achava que receber um boquete seria tão bom, mas estava novamente enganado.

Foi tão bom para ele que não aguentou muito tempo, logo gozando na boca do CEO e colocando a mão no peito logo depois para regular a respiração. Será que gozava rápido demais? Jungkook ainda parecia estar no começo. De qualquer forma, ele fez uma careta e rumou em direção ao banheiro. Jimin ouviu a pia ser ligada.

— Desculpa... — pediu assim que viu Jungkook voltar do banheiro. Provavelmente cuspiu e Jimin sentiu-se extremamente envergonhado de não ter falado antes. — Eu... eu não notei direito, não consegui avisar.

— Tudo bem, vou tomar como um elogio, também não falei antes que não gosto antes. Mas pras próximas, eu gosto de ser avisado... — Jungkook acabou rindo da situação. A cara de arrependimento do Jimin parecia ser genuína. — O que achou? Gosta de alguma outra coisa na hora do boquete?

— Foi muito bom... Sendo sincero, não achei que fosse ser bom assim — confessou, porque Jungkook era tão direto e honesto que achava que sempre deveria ser da mesma forma de volta. — Não tenho muito como opinar se eu gostaria de outro jeito, não sabia nem o que esperar dessa vez.

— É verdade — Jungkook concordou, sentando ao lado de Jimin no sofá e acariciando o interior das coxas dele, arrancando um suspiro. — Essas coisas a gente vai descobrindo depois de um tempinho mesmo.

Jimin olhou para o CEO ao seu lado, ainda vestindo aqueles shorts que sabia esconder a ereção tão bonita. Queria dar prazer a ele também, queria chupá-lo, queria experimentar o outro lado daquilo.

Meio inseguro com o que estava fazendo, empurrou o CEO pelos ombros até que estivesse deitado no sofá de novo. Jungkook apenas seguiu, curioso com o que Jimin queria tentar e dando abertura para o que quer que fosse. Antes que ele pudesse continuar, puxou Jimin pelo queixo para outro beijo de língua. Beijos sempre deixavam-no especialmente excitado. Gemeram em uníssono com o contato das línguas fora da boca antes de ajustar o beijo propriamente.

Jungkook suspirou fraquinho ao sentir os dedos alheios na barra de seus shorts, puxando-os insistentemente para baixo. Ergueu os quadris para facilitar e sentiu a última peça de roupa que lhe cobria deslizar pelas pernas. Jimin, por sua vez, achou incrível tirar aquela peça de roupa de Jungkook ele mesmo, com uma sensação de descoberta curiosa e sensual. Nunca mais deixaria que ele tirasse a própria roupa. Isto é... se tivessem mais vezes.

Sentindo-se mais confiante ao não ter cagado a tensão sexual nos últimos minutos, Jimin resolveu brilhar... ou o mais próximo daquilo que era capaz. Avançou os lábios fartos contra o pescoço de Jungkook enquanto suas mãos buscavam os testículos dele para fazer um pequeno agrado. Pelo menos nas fanfics aquilo funcionava.

— Hm... Isso é meio diferente. — Jimin começou a ponderar, confuso. Jungkook suspirava contra sua boca após puxá-lo para um beijo de novo.

Jimin tinha um saco também. Mas não era daquele jeito.

— Ah... — Jungkook pareceu entender e afastou o beijo. Jimin ainda estava com a mão em seu saco, mas tateava de um jeito tão estranho que Jungkook mais sentia estar em um urologista do que numa transa. — Eu não tenho o testículo direito.

— Como assim você não tem uma das bolas? — Jimin perguntou, parecendo muito mais horrorizado do que deveria. Os dedos curtos ainda sentiam a textura do que agora sabia ser uma bola solitária. — Como eu não sabia disso?

— Vou atualizar meu LinkedIn, pode ser? — Jungkook tentou brincar, mas ria mais de nervoso do que de qualquer coisa e tirou a mão de Jimin dele. Não queria mais ser inspecionado, completamente desconfortável com a situação. — Entra lá amanhã e vai tá "Jeon Jungkook, CEO monobola em UP2U".

— Calma... — Jimin puxou o rosto de Jungkook, que desviava o olhar, em sua direção novamente, percebendo que não foi muito agradável. Achou uma vitória ao menos perceber aquilo. — Só fiquei um pouco sem saber o que fazer, tava pensando em "chupar uma bola de cada vez, luxuriosamente, logo antes de envolver todo o saco com a boca cálida".

— Você acabou de recitar um trecho de yaoi por acaso? — Jungkook não conseguiu conter uma risadinha divertida, já de bom humor novamente. Jimin era engraçado demais, e mais ainda quando falava daquele jeito meio sério dele. O CEO permitiu-se relaxar e acariciar um pouco as bochechas coradas do outro ao perceber, no meio da seriedade de sua expressão, remorso e preocupação pelo que tinha feito. Jimin estava mesmo diferente.

— Não é um trecho qualquer, é de um lemon. E aí eu tô tentando pensar nele porque lemon é a forma escrita de uma transa e achei que iria dar certo... juro que pelo menos essa parte parecia fazer sentido.

— Foi justo... provavelmente não tinham homens com um testículo só no yaoi, né? — Jungkook tentou brincar, com um resquício de vergonha pela situação.

— Desculpa... — Jimin pediu, com toda a sinceridade que tinha, depois de analisar o semblante ainda desconfortável de Jungkook por longos segundos.

— Tudo bem. — Jungkook sorriu, acalmando-o.

— Posso tentar tocar de novo? — perguntou, tenso. Jungkook concordou antes de fechar os olhos. Jimin vibrou por dentro com aquele pequeno sinal de perdão e confiança. E era um detalhe tão pequeno... Talvez estivesse notando Jungkook demais.

Correu os dedos entre os fios de cabelo suados, ajeitando-os e deixando um beijo atrás de sua orelha, do jeito que sabia que ele gostava, antes de voltar à tarefa inicial. Acariciou em volta da virilha de Jungkook, sem tocá-lo diretamente, ouvindo-o suspirar baixinho. Segurou a ereção, subindo e descendo levemente pela extensão antes de voltar a deslizar a mão para baixo, massageando o saco de Jungkook com cuidado.

Repetiu os movimentos mais uma vez antes de ir para a ponta do sofá, a fim de poder acomodar seu rosto entre as pernas de Jungkook. O CEO abriu os olhos para observar a movimentação com expectativa.

Jimin começou a masturbá-lo lentamente com a mão, sentindo o pré-gozo espalhar-se de vez pela palma. A ereção dura e quente era tão gostosa entre seus dedos, parecia tão bem acomodada que, nossa... não sabia que seria tão gostoso masturbar alguém quanto era.

Com cuidado, e um pouco nervoso porque era a primeira vez que fazia aquilo, Jimin começou a beijar o quadril alheio, descendo até seu testículo enquanto continuava com a masturbação. Colocou com cuidado em sua boca, guiado pelos gemidos de Jungkook, que aproveitava o toque.

Gafe corrigida, voltou a olhar a ereção de Jungkook, melada entre seus dedos e já fazendo aquele barulhinho de umidade safado com o vai e vem. Ela toda era terrivelmente apetitosa, mas a cabecinha, brilhando com pré-gozo, parecia irresistível.

Arriscou lamber a entrada, sentindo o gosto salgado de Jungkook. E queria mais, porque a textura macia era, de fato, deliciosa. Envolveu a cabecinha inteira com os lábios e começou a chupá-la, esfregando sua língua no freio enquanto a mão masturbava o resto da ereção.

Jungkook apenas conseguiu segurar os fios de Jimin entre os dedos antes de tombar a cabeça para trás, em um gemido extasiado. Refletiu se yaoi tinha tutorial de boquete, porque sinceramente aquele não parecia ser o primeiro de Jimin, era tão bom...

Jimin começou a engolir mais fundo, a garganta mais do que treinada em ser estocada com... bananas. Mas gostava de acreditar que foi uma das poucas boas escolhas que fez, porque Jungkook realmente parecia estar apreciando, os gemidos cada vez mais frequentes. Jimin adoraria ter observado a cabeça dele afundada no sofá e a expressão de pura luxúria, os olhos já fechados e o cenho franzido.

Chupou o CEO com vontade, indo e voltando cada vez mais veloz. Juntou sua mão para conseguir mais firmeza, já que Jungkook contorcia-se sob ele, completamente corado e cheio de tesão.

— Jimin... Eu vou gozar...

Mesmo com o aviso, Jimin não tirou a boca, querendo experimentar se era tão ruim assim. Arregalou os olhos quando os jatos quentes acertaram a boca e de fato achou terrível o gosto amargo que se espalhou rapidamente. Mesmo assim, achou o gemido do CEO tão gostoso, sua reação tão incrível, que quando levantou o rosto para encará-lo e deu de cara com o rosto corado e a boca entreaberta tentando regular a respiração, apenas engoliu de uma vez para poder deixar beijos ao redor de sua virilha, como se o gosto do gozo de Jungkook não fosse o suficiente para saciá-lo dele.

Quando Jimin terminou de fazer tudo que pretendia, sentiu Jungkook puxar-lhe para perto, acabando por cair por cima de seu corpo desajeitadamente. Uniram os lábios em um beijo afoito e esbaforido por parte de Jungkook, que ainda não tinha recuperado completamente do orgasmo. Não ligou para seu próprio gosto amargo na língua de Jimin, ela e todo aquele beijo eram deliciosos demais para que aquilo atrapalhasse.

Os beijos foram diminuindo de intensidade até o ponto de só sobrarem selinhos e depois... nada. Ambos estavam completamente satisfeitos com o orgasmo que tiveram, então apenas deixaram os corpos pesarem, Jungkook contra o sofá e Jimin em cima dele.

Novamente, quando percebeu, Jimin já encontrava-se assistindo um filme na TV, completamente interessado. Sua cabeça ainda estava apoiada no peito nu de Jungkook, ouvindo os batimentos cardíacos há muito calmos, e subindo e descendo junto à respiração tranquila. Não fizeram questão de se desgrudar, nem mesmo desentrelaçar as pernas.

Jimin às vezes se distraía da narrativa do filme, pensando o quão estranho era estar deitado tão casualmente em cima de Jungkook, que já apoiava a cabeça em uma almofada e descansava as mãos na lombar exposta do parceiro, em uma espécie de abraço. Talvez fosse menos estranho se não estivessem nus. Ou seria mais estranho ainda, poderia parecer mais carinhoso do que deveria.

Desistiu de pensar, prestando atenção no filme. Afinal, tinha quase certeza que não conseguiria tirar conclusões boas o suficiente sobre tudo que Jungkook o fazia sentir. Toda vez que tentava era um desastre e só ficava ainda mais confuso. Deveria levar aquilo pra consulta com o Woohyun? Talvez...

Jimin não sabia muito bem o que sentia sobre não entender o que estava sentindo, situação que o deixava à beira de um loop. Ao mesmo tempo que estava desamparado como nunca, porque não sabia interpretar mais nada do que estava passando e muito menos suas reações, tendo perdido o único lastro do que era até então, uma parte dele gostava daquilo. No momento, não era nada, pois tinha perdido tudo. Mas talvez aquilo abrisse uma possibilidade de ser algo, desenvolver algo diferente. Era muito estranho.

Assim como foi muito estranho discutir com Jungkook sobre o que achou do final do filme, como foi estranho ter que engolir um nó na garganta quando os créditos subiram na TV, indicando como encerrada a história que tão avidamente acompanhou. O que mais se destacava na mente de Jimin quando lembrava daquele fim de sábado eram todas as estranhezas pelas quais passou. E como nem parecia ser com ele.

O jeito que ele e Jungkook levantaram e finalmente colocaram suas roupas, indo ao banheiro escovar os dentes. Em como Jungkook preparou um jantar rápido para ele não ir para casa de barriga vazia, junto a mais um bule de chá. Como ele pediu para Jungkook parar no supermercado que tinha no caminho de sua casa, porque basicamente foi obrigado a pegar uma carona, mesmo que nunca tivesse problema em pedir um Uber com o cartão do pai.

Tudo tão estranho... mas mesmo assim tão fluido, como se fizesse parte de uma rotina normal. Talvez aquilo que fosse estranho. Saber que experimentava uma vida normal, que não tinha certeza se merecia. Jimin achava desconexo o jeito que Jungkook, segurando a cestinha de compras, apontou para os produtos do supermercado, ajudando-o a comprar algo que Taehyung, ainda em período de provas, fosse gostar de comer. Ou melhor, deveria comer para continuar saudável, porque não dava para confiar em sua alimentação.

Recebeu até mesmo um sorriso e um beijo na bochecha de despedida quando foi deixado na portaria de seu prédio. E ficou lá, olhando a SUV de Jungkook até ela ter saído de seu campo de visão há muito tempo, ainda desnorteado. Era como se vivesse uma realidade que não era dele, pintada com traços até então desconhecidos de carinho e naturalidade.

Chegou uma hora que simplesmente suspirou, a mente confusa sendo despertada pelo próprio ar que fugiu-lhe dos pulmões. Entrou em seu apartamento e foi direto para a cozinha, começando a preparar tudo que tinha comprado para Taehyung após verificar que a luz do quarto do enfermeiro estava acesa e ele realmente estava estudando em vez de ir a um... asilo? Que tipo de lugar Taehyung visitava aos finais de semana mesmo? Deveria saber.

Taehyung também estranhou um pouco quando foi chamado para comer, mas logo transformou aquilo em genuína felicidade. Abraçou Jimin com força antes de prometê-lo que iria dormir em vez de virar a madrugada estudando, agradecido por tudo. Sendo sincero, uma parte do enfermeiro começou a acreditar que naquele dia Jimin tinha sido gentil por causa da situação extrema de ter sido encaminhado até o hospital.

Mas não, Jimin ainda se preocupava, mesmo que já estivesse com a saúde recuperada. E perceber aquilo preencheu Taehyung com uma felicidade tão profunda e sincera que desejou muito poder dormir agarradinho ao colega de apartamento de novo. Não colega... amigo, talvez? Droga, Taehyung realmente queria considerar Jimin sua família, uma família que sentia muita falta de ter.

Jimin passou um tempo acordado depois daquilo, para garantir que Taehyung realmente iria dormir cedo. Aproveitou para arrumar a cozinha e sentar no sofá da sala, encarando a TV desligada. Não sentia mais o impulso de colorir o negrume da tela com algum pornô, ou talvez algum reality show, apenas ficou ali, sentado com o próprio silêncio.

Enxergando seu reflexo na tela desligada, perguntou-se que tipo de filme Jungkook recomendaria. Deveria pedir uma lista para ele, porque estava sentindo um vazio tão grande que queria ter algo para preenchê-lo. Não podia mais ser pornô. E não queria mais nada de consumo rápido e indolor. Queria que aquele vazio fosse preenchido com sentimentos e emoções que despertassem reações genuínas em seu corpo. Queria chorar, rir, franzir o cenho, sentir-se angustiado.

Pois mesmo quando achava que estava cheio, sempre foi vazio de emoções, e queria poder ser mais do que aquele poço de indiferença que criou dentro de si. Não sabia o que fazia com que ele, do nada, quisesse tanto e com tanta urgência sentir tudo aquilo que sempre considerou tão idiota, doloroso e desnecessário. Mas queria sentir, talvez como uma prova de que estivesse vivo.

Verificou que não havia nenhuma luz fugindo da fresta da porta de Taehyung e foi ao banheiro para tomar um banho antes de ir dormir. Porém, ao abrir a porta e ligar a luz, foi abordado pelo próprio reflexo no espelho, dessa vez muito mais detalhado do que na TV e muito mais urgente de ver algo diferente. Os olhos clamavam por libertação. Fitou o próprio reflexo demoradamente e percebeu que não se reconhecia ali, talvez porque não queria mais se aceitar daquele jeito que era. Porque não queria mais ser o mesmo que o olhava de volta, desinteressado e sem vontades, pelo vidro todos os dias.

Sem acreditar no que estava pensando, Jimin foi à cozinha brevemente, voltando a encarar o próprio reflexo com uma tesoura em mãos e uma necessidade de mudar dentro do peito. Desafiou o olhar anestesiado, sem esperanças nem perspectivas que lhe encarava. Segurou uma farta mecha de seus cabelos negros, estendendo-a.

Parou o que estava fazendo para encarar uma última vez o seu eu no espelho, que parecia completamente amedrontado e perdido ao segurar o cabelo entre as lâminas ferozes da tesoura. Tremendo, porque aquele parecia ser um último adeus ao que tinha restado dele mesmo, o último fio do que chamava de Jimin, que resistiu a todo o furacão de acontecimentos pelos quais passou.

Que resistiu ao furacão, porém não conseguia se reconhecer nos momentos de calmaria, vivendo tudo como se não fosse com ele, afastado, rápido, corrido. Estava farto, não queria sentir tanta estranheza no que acreditava ser um vislumbre de uma plenitude que queria sentir. E se aquele clique não lhe seria presenteado pela própria realidade, decidiu que forçaria. Ele mesmo criaria aquele clique.

Então cortou.

»»💼««

Pra todos que acharam pelo spoiler do twitter que a fanfic agora seria #JKUsaCareca, eu não sou tão má assim, viram? Só fiz com que o Jimin tivesse uma crise existencial, bem mais tranquilo

Enfim, muita coisa nesse capítulo, né. Até difícil comentar. Espero que tenham gostado e me digam o que acharam aqui ou na #JKNãoUsaGravata no twitter! Amo saber o que vocês acharam!

Qual é a cena favorita de vocês? A minha (apesar de eu amar o momentinho dos jikook de manhã), é o final. Em que tudo é apressado, corrido, estranho, distante, porque o Jimin não consegue viver plenamente. Lembro que enquanto eu escrevia esse sentimento chegou a me afogar, foi bem estranho

Como sempre, mto mto obrigada pelos comentários, votinhos, leitura, surtos no twitter, espera ansiosa e todo carinho! Fico muito grata mesmo.

Beijinhos de luz e até 12/05 às 19:00! (Juro que dessa vez acertei)

Amo vocês!

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