Diary of an addict [PJM+JJK]

By one_minute_for_live

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[TERMINADA] (brevemente em revisão) As pessoas procuram pelas drogas por diferentes razões e motivos. Umas b... More

[𖦹] Warnings
[𖦹] Prologue
[𖦹] You're Hiding Something
[𖦹] The Black Rose
[𖦹] Progress with Me
[𖦹] New Beginning, New Kiss
[𖦹] I missed Your Kiss
[𖦹] I Have A Family
[𖦹] Let's Get Away
[𖦹] Did you follow Me?
[𖦹] Multiple Questions
[𖦹] A Final Full of Love

[𖦹] If you go, I will too

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By one_minute_for_live

P A R K    J I M I N

Jimin tirou um dos cigarros do maço acabado de comprar, rolando-o e o prendendo entre dedos gordinhos. Com sua outra mão livre agarrou o isqueiro quase sem gás e com alguma dificuldade acendeu aquele objetivo.

Guardou os dois itens dentro do bolso de sua jaqueta antiga de couro, tirando de lá em seguida uma folha amassada.

Lá tinha escrito o básico que iria precisar para a sua viagem. Carregador, ténis, computador e entre outros; a lista era um tanto extensa para aquele tipo de jornada.

Tirou mais um papel desgastado do casaco e o leu, era o número da paragem que teria de esperar pela sua boleia. Mais em baixo, tinha as coordenadas de onde teria de deixar a sua próxima encomenda, e desta vez, não era como das outras: era para entregar em uma empresa grande de Busan. Geralmente suas encomendas são entregues em bares, tabernas ou até na própria moradia do comprador. Mas em uma empresa? Apenas era estranho.

Park não contou quanto tempo andou, até porque estava mais interessado no haxixe que fumava descontraidamente, como se fosse um cigarro normal, as ruas estavam vazias então não teve receio de o fazer. Assim que avistou as caravanas e pessoas de longe, tratou de a jogar no chão e pisar rudemente, para não ter vestígios.

- Ei, você! - Ouviu uma voz distanciada feminina o chamar. Rapidamente se virou para trás, apertando a alça de sua mochila entre os dedos, receoso que fosse algum tipo de assalto. - Você é o número sessenta e sete? Do Black eagle?

Jimin analisou a mulher que lhe perguntava isso, aparentava ter pelo menos trinta anos nas costas. Ela vestia roupas bem folgadas e florescentes, mas mesmo assim se notava a magreza extrema dela. Assim como todos que a rodeavam.

- Depende, você é do Purple one?

- Sim, sou. - Disse enquanto estufava o peito, como se quisesse se vitoriar disso. - Quer provas?

Ela se aproximou dele, levantando a barra da camisa amarela e junto de corpo tinha pelo menos quatro barras de algum tipo de droga coladas por fita adesiva no quadril, foi tudo tão depressa que Jimin mal teve tempo de a identificar. O loiro tirou a mochila das costas e logo abriu um repartimento escondido nos fundos da mala, para lhe mostrar os pequenos sacos que lá tinha.

Jimin pode reparar que ela não tinha experiência neste mundo, ou simplesmente não tinha medo de ser apanhada e ir para a prisão. Porque a regra básica é: nunca levar a droga junto do corpo. Logo aí, Park afirmou para si mesmo que ela era iniciante.

O mundo da droga é perigoso, podes ser apanhado a qualquer momento e por conta da pessoa que menos esperas.

- Pode vir, me siga. - Ela puxou o braço de Park e o levou até ao seu grupo, que aparentavam ser hippies. Todos eles o cumprimentaram alegres, e com toda a certeza aquela felicidade toda era pela droga que o garoto tinha em sua mochila. - Entre e escolha um lugar, irá ficar nele até ao fim da viagem.

E Park o fez, assim que entrou, pode ver que três pessoas se encontravam lá. Ele se sentou em um dos últimos bancos perto da janela e sem quase ninguém, a seguir de si, três outros entraram e se sentaram na frente. Ao todo, eram oito pessoas lá, contando consigo mesmo.

Três horas. Talvez quatro ou até cinco. Mais uma vez, Park não contou por estar distraído e preso em seu próprio mundo.

Assim que estacionaram o automóvel, ele levantou a pequena cortina que cobria a sua janela. Ele conseguiu ver que estava em um campo vazio, apenas se via árvores e mato, mas de longe dava para ver a cidade iluminada. Eram montes de edifícios enormes e nas estradas longas tinham carros a passar em uma velocidade acelerada.

- Porque ainda não saiu? - Um homem alto e robusto perguntou enquanto colocava uma almofada esfarrapada em um dos bancos. Ele cruzou os braços na frente do peito estufado e o encarou com raiva, como se o quisesse fuzilar com o olhar. Jimin também percebeu que ele não era coreano, era notável em seu sotaque.

- Não tenho onde ficar.

- Isso não é um problema nosso, entregue o pagamento e saia.

- Não seja rude, idiota. - A mulher ruiva de mais cedo entreviu rapidamente e se sentou no acento da frente, perto do motorista. Ela agora vestia uma camisa longa de seda com o dobro de seu tamanho, era notável que era de marca cara. - Pode ficar quanto tempo quiser, desde que pague.

Jimin não respondeu, até porque não tinha nenhuma resposta para lhe dar. Ele estava mais concentrado nos pensamentos que lhe passavam na mente barulhenta.

Sua mente era uma bagunça completa.

Naquela noite, todos se reuniram em uma pequena fogueira, incluindo Park. Pediram uma quantia de haxixe que ele tinha na mala e prontamente a entregou. Depois de preparar a droga, a garota ruiva - MinSung - enrolou-a em um pedaço fino de papel e umedeceu com saliva uma das bordas, para depois a unir e formar um pequeno cone. Acendeu uma das pontas e tragou o ar azedo, para logo depois aspirar uma grande fumaça negra.

Em seguida, ela passou o objeto ao colega francês do lado, que soltou umas palavras francesas que ninguém prestou atenção mas ao ver que ninguém o ouvia, voltou sua atenção ao seu shilom e passou o outro objeto à pessoa da frente. E assim foi por adiante, todos ficavam pelo menos cinco minutos com aquilo e depois passavam à pessoa seguinte.

Aquela noite foi uma confusão completa, principalmente quando um dos homens do grupo teve uma overdose. Todos ali estavam demasiados chapados para perceber o que acontecia, apenas Park e um ucraniano meio coreano tinham notado o acontecimento, então o levaram ao hospital mais próximo para o tentar ajudar. Park não entrou, ele ficou à porta esperando que o meio coreano saísse de lá com notícias. Não foi nenhuma surpresa quando ele voltou com os pertences do outro em mãos a dizer que ele tinha ido para melhor.

Jimin não se lembra de quando adormeceu ou o que mais aconteceu naquela noite, apenas se recordava de quando ria à farta com o colega do lado, que se intitulava Tony, embora não fosse seu verdadeiro nome.

Na manhã seguinte, apenas avisou a garota ruiva que iria sair durante o dia, pois o resto das pessoas estavam todas adormecidas.

Eram exatamente seis da manhã, ele olhou o caminho todo que teria de percorrer e concluiu que eram pelo menos uma hora de caminho a pé.

Até onde a droga poderia levar? Primeiro, estava apenas experimentando por influência. E agora, estava na outra ponta de seu país, vendendo heroína e coisas do tipo.

Apressado, atravessou a passadeira no meio daquele aglomerado de pessoas. Todas elas estavam aperaltadas e arrumadas de maneira caprichada, diferente de si. Park vestia umas calças pretas já sujas, junto de um casaco moletom enorme e cinzento, tinha deixado sua jaqueta no acampamento dos hippies pois tinha lá muita droga nos repartimentos, e pensando bem, não era muito seguro andar com aquela quantidade nos bolsos.

- Oi, boa tarde, poderia me ajudar? - E mais uma vez, outra pessoa o ignorou totalmente, continuando seu caminho sem o encarar sequer um milésimo segundo. Cansado, se sentou em um banco de madeira que lá tinha. - Ahm...Olá! Pode ajudar?

E finalmente alguém parou.

- Eu preciso de saber onde é esta empresa, - O loiro disse enquanto apontava para o papel esfarrapado em sua mão, em seguida, o homem de idade apontou na direção esquerda e depois em frente. - Obrigado.

Acelerou seus passos na direção apontada anteriormente pelo senhor, pelas coordenadas que tinha, dizia que era o prédio mais alto das redondezas. E era verdade, de longe dava para ver o edifício elevado.

Mas o que é bom, dura pouco. De longe pode ouvir sirenes vindas dos carros da polícia e pensou: Ótimo! Era só o que me faltava!

Se encolheu por entre as pessoas, tentando se camuflar entre elas. Assim que a viatura saiu de suas vistas, correu o máximo que conseguia para se despachar dessa entrega. Era a mais arriscada, estavam montes de testemunhas que o poderiam ver ali.

- É empresa Jeon's? - Indagou assim que avistou um segurança na portaria. Suas mãos tremiam e apertavam o máximo que conseguia a alça da mochila vermelha. - Eu queria falar com o senhor Jeon Jisung.

Jeon para aqui, Jeon para ali. Aquele apelido só lhe trazia memórias ruins e traumatizantes, mas mesmo assim, parecia que o perseguia para todo o lugar onde ia. Era esse o preço de um trauma? Ficar atormentando sua mente destruída a todo o momento.

- Não pode entrar. - O homem de porte grande disse e lhe colocou a mão em seu do peito magro, na intenção de o tirar de lá.

- Ele pode entrar. - Uma voz surgiu e ambos olharam espantados para o dono dela. - Venha, me siga.

Jimin se soltou do homem, lhe fazendo uma careta infantil assim que passou pelas portas de vidro do edifício Jeon's. Ele seguiu o homem até uma sala, que parecia ser seu escritório. O de cabelos negros se sentou em sua cadeira giratória à frente da mesa espaçosa e o loiro se sentou na cadeira de plástico barato que tinha na frente.

- Aqui. - Quebrou o silêncio depois de tirar dois pequenos sacos de dentro da mochila e os colocar em cima da mesa. - Tem o dinheiro?

- Tenho. - Estendeu o molho de notas com uma mão e com a outra palma livre agarrou nas sacolas, para logo depois as colocar dentro de uma gaveta e a trancar à chave. - Tem possibilidade de voltar para a próxima semana?

- Eu posso tentar, mas ficará mais caro. - Ele iria precisar de pagar sua estadia.

- Tudo bem, nos vemos semana que vem então.

Jeon Jisung, Jeon Jisung, Jeon Jisung. Merda, aquele nome não lhe era estranho mas na sua mente nada lhe indicava que o conhecia antes.

- Qual seu nome? Para liberar sua entrada. - O outro perguntou enquanto colocava as mãos nos bolsos do terno de maneira descontraída. Aquele garoto parecia não se importar realmente com nada.

- Chin, me chame apenas de Chin.

Chin, número sessenta e sete. Esse era seu nome de código desde os treze anos, desde quando entrou no mundo da droga.

Park Jimin se intitulava como Chin. Um personagem que criou.

...

"24 de Junho de 2005.

Eu tinha apenas dez anos, eu era uma criança. Um pequeno projeto de gente insignificante.

Eu ouvi os ruídos escandalosos vindos do andar de baixo, então, como uma típica criança curiosa, fui até lá. Era meu pai, tendo mais uma discussão com minha mãe.

Ela gritava horrorizada enquanto ele lhe desferia facadas em seu peito magro. Ele estava alcoolizado e talvez um pouco drogado.

Quando sentiu minha presença, ele se virou com o objeto cortante em sua palma e em seu rosto tinha um sorriso largo, semelhante ao de um psicopata. Talvez ele o fosse.

- Você não viu nada, entendeu criança? - Disse baixinho enquanto passava a navalha em meu pescoço e a fincou lá, apenas fazendo uma pressão - Se você abrir a boca, eu te garanto que ficará igual à vadia de sua mãe.

Eu era um garoto. A porra um garoto de dez anos, e estava borrado de medo. Claro que iria fazer oque ele estava a mandar.

Foi a partir daquele dia que ele me dava droga todas as noites para adormecer, ou apenas para sua diversão. Também foi a partir daí que comecei a ser o seu entregador de droga. Onde já se viu um garotinho daquele tamanho a entregar aquele tipo de coisa? Pois bem, aquele era eu.

Que me perdoem, mas agradeço a todos os deuses existentes no dia que ele faleceu.

Mas eu já estava muito infiltrado e dependente daquele ramo de droga. Não havia como fugir, nem volta a dar."

— O que é isso, fada? — MinSung perguntou assim que viu Park escrever em um caderno forrado com tecido avermelhado. Ao quarto dia no acampamento, a ruiva começou a lhe chamar de fada, pois segundo ela, Park parecia uma fada devido a seu cabelo loiro — É um diário?

— Não, é um caderno.

— E escreves o que nele?

— Memórias e o que sinto.

— Então é um diário.

Jimin deixou que ela ficasse com a última palavra, não havia razão para responder. Mas ora, se ele queria que aquilo fosse apenas um caderno, era porque aquilo iria continuar a ser.

Ele tinha aquele caderno desde que tinha dezoito anos, ele já estava abarrotado de páginas adicionadas pois as folhas originais tinham acabado há bastante tempo. Algumas continham apenas desenhos, coisas que lhe passavam na mente e tinha até uma coleção de selos.

— Posso ler?

— Não.

Park não permitia que ninguém chegasse nem perto dele, quanto mais de o ler.

— Tudo bem — Disse vencida, sem parecer realmente chateada com a negação do outro. As pessoas dali não pareciam se importar com nada, apenas com a sua mercadoria — Vou dormir, você deveria fazer o mesmo. Boa noite.

— Boa noite.

Park se ajeitou no último assento do automóvel, fazendo com que sua mochila virasse um travesseiro improvisado. Se encolheu como um rolinho e ali se permitiu dormir, pensando de onde conhecia aquele Jeon.

Quando sentiu os raios de sol atravessarem a pequena janela da autocaravana, o loiro se espreguiçou e embora com preguiça, se levantou lentamente e andou até sair da viatura. Quando colocou os pés descalços na grama molhada, fazendo com que o mesmo se arrepiasse todo.

De longe, no caminho de terra havia pelo menos três viaturas de polícia.

– Merda! — Grunhiu alto e foi até à autocaravana, abriu as portas e as janelas enquanto batia no ombro de todos para acordarem. — Estão várias viaturas da polícia ali fora, temos de mudar de lugar!

– Teremos de voltar para Seul. — A ruiva disse e colocou o cinto, depois de colocar as mãos no volante.

— Quê? Não!

— Temos sim! — Outro homem insistiu enquanto colocava a mão no peito de Jimin, que descia e subia por conta daquele desespero todo. — Se você quer ficar, lamento lhe dizer, mas terá de ficar sozinho.

Sozinho? Ele estava sempre sozinho.

— Tudo bem.

Park assistiu o automóvel se afastar pelo caminho pouco visível no meio do mato. Quando olhou para trás, o seu desespero aumentou, eles estavam cada vez mais perto.

Ele correu como se sua vida dependesse disso, e realmente dependia. Ele não teve tempo de olhar por onde ia, apenas mudou sua rota e foi pelo caminho contrário por entre as árvores e arbustos. De vez em quando, verificava atrás de si se havia algum tipo de movimento, mas era nulo.

O loiro avistou uma casa bastante luxuosa de longe e fez oque ninguém com o mínimo de consciência faria. Ele saltou a grade e se escondeu no jardim, atrás da pequena casa de arrumações.

Só passado vinte minutos, finalmente sua respiração voltou ao normal e o cansaço se apoderou de si. Se sentou no chão e só depois de um tempo que reparou nos cortes que tinha nos braços descobertos, deveria ter sido devido aos galhos de árvores ou até da queda que tinha tido quando descia as grades.

Quanto tempo passou? Ele não soube. Só acordou quando duas crianças que aparentavam ter cinco anos, estavam olhando para si atentamente enquanto chamavam alguém.

— Chin? — Ouviu uma voz reconhecida e logo olhou para lá. — Está me seguindo? O que está fazendo aqui?

— Jisung? — Perguntou incrédulo e se levantou, ainda segurando a alça de sua mochila contra o corpo. — Nada disso! Eu...eu estava...— Ele olhou para as crianças e imediatamente o homem entendeu o recado, dizendo a elas para entrarem para dentro de casa. — Eu estava a fugir da polícia, acabei me escondendo aqui. Não sabia que era sua casa.

— Eles sabem que está aqui?

— Penso que não. Eu os despistei.

— Certo. — Jeon Jisung parecia um tanto desconfiado mas mesmo assim, confiou. Afinal, não tinha outra escolha. Se o garoto fosse apanhado, provavelmente ele também. — Tem onde ficar até ir embora?

— Não.

— Então fique, eu tenho quartos vagos.

Para Jimin, alguém lhe oferecendo ajuda era confuso. Ele não entendia isso.

Por mais que quisesse acreditar que havia naquela oferta, ele sabia o porquê daquilo.

— Porque me quer ajudar?

— Se você for ao fundo, eu também irei. Então, fique.

Bingo. Era aquilo, sempre era.

— Eu fico. 

⊱⋅──────── ⋅⊰[𖦹]⊱⋅ ────────⋅⊰

[REPOSTADO]

Não ficou bom o suficiente, mas de qualquer maneira, espero que tenham gostado.🤲🏼

Obrigado a JlSaandy por ter feito a capa. Eu simplesmente amei<33 Ela faz capas perfeitas.

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