A física entre nós [CONCLUÍDO]

Da autora_verbena

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Rafael está ferrado. Perto de reprovar em física, se vê desesperado. A matéria parece não entrar na sua cabeç... Altro

Elenco e Informações
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capitulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete - BÔNUS
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo Trinta e Oito

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Da autora_verbena


ELENA ANDRADE

1 MÊS DEPOIS

O último mês foi tumultuado de várias formas, o Álvares de Azevedo foi processo por três pais além dos meus. O caso mais sério foi o de Milena. 

Segundo seus relatos, Fernando a coagia a ficar e fazer outras coisas com ele usando as suas notas como pretexto, ameaçando reprová-la em física e em outras matérias, já que suas notas não eram as melhores e seus pais faziam uma pressão muito fudida em cima dela, com direito à ameaças e gritos. Fernando se aproveitou da posição que tinha dentro do conselho de classe para assediar e abusar das dela e de outras alunas. O colégio teve que pagar uma indenização fodida a cada aluna e até Nabim recebeu uma soma de dinheiro, uma vez que os pais de Renan trouxeram o seu caso à vista. 

O colégio perdeu inúmeros alunos, em sua maioria meninas. Tutores que não confiavam mais na escola e nos professores que lecionam para seus filhos. 

Meus pais quiseram me tirar do colégio, Heitor quase pegou um avião para cá. Mas, não aceitei deixar o colégio faltando um mês para o fim do ensino médio, seria perda de tempo. 

Sem Fernando no colégio, o ar parecia mais leve. Ele não foi preso, mesmo com os inúmeros relatos, de acordo com o juiz do caso, não tinha provas que o colocassem na cadeia. O seu advogado fez questão de frisar que nenhuma outra aluna tinha tomado a iniciativa de denunciar e assim, aceitando o arranjo. 

Afirmava que tudo era muito circunstancial, podíamos muito bem ser alunas revoltadas com as notas. Que queríamos estragar a carreira de um homem por mesquinharia e arrogância. 

Meu pai teve que ser escoltado para fora do tribunal, ele estava prestes a saltar a divisa e bater no advogado. 

Porém, não foi necessário o uso de violência. Tio Gabriel e tia Lígia tinham gravações de Fernando afirmando que merecia o que ele fez comigo e o meu histórico de olimpíadas e troféus refutou o argumento do advogado de Fernando sobre problemas com nota. 

Mesmo com todas as provas, o juiz não viu necessidade de condenar Fernando à prisão, ele praticamente disse: não faça mais isso, é errado. A sua sentença foram 35 meses de serviço comunitário e foi proibido de lecionar. 

Pelo menos, tio Gabriel conseguiu fixá-lo como agressor sexual e nenhum lugar que preze pela segurança de suas funcionárias o contratariam. Meus pais também mexeram uns pauzinhos e garantiram que ele não conseguiria um emprego em São Paulo. 

A justiça brasileira pode não ter feito muita coisa, mas quando se tem dinheiro, ela não é tão necessária.

E além do processo e julgamento, ainda tinham os vestibulares. A prova do ITA foi mais fácil do que imaginei. Sai da prova tranquila, sabendo que entraria sem muito esforço. Fato que deixou Rafael aborrecido.

A sua expressão quando contei sobre a prova é fresca em minha memória mesmo depois de um tempo. 

" Princesa, não venha jogar na minha cara toda a sua inteligência, seu QI elevado e habilidade com números." 

Mas, apesar das suas reclamações constantes sobre exatas, ele foi muito bem no ENEM, o gabarito oficial ainda não havia saído, porém corrigi junto com ele as questões de matemática, química e física e com base nos seus acertos, ele entraria numa boa universidade.

Para quem achava estar perdido, Rafael foi muito bom em encontrar o caminho de sua vida. 

— Finalmente acabou essa merda. — a fala de Renan faz minha atenção voltar-se para ele, afastando os pensamentos.

É o último dia de aula, é estranho pensar que o colégio acabou. Gostando ou não, a vida escolar é tão presente quanto a matéria que nos circula. E na verdade, acabou em partes, agora vem a faculdade, estágio, vida adulta. O fim do ensino médio é só uma ilusão. 

— Sim, livres! — erguendo os punhos, Nabim comemora. 

Diferente de mim e Renan que ingressaremos na faculdade ano que vem, Nabim vai viajar para a casa de sua família no Líbano e passar um ano com seus avós paternos e depois peregrinar até a Meca. 

— Nem consigo acreditar. — falo. 

Nabim provando ser o mais sentimental de nós três, abraça a mim e ao Renan. 

— Vou sentir tanta falta de vocês. — sua voz soa embargada, ele não estava muito animado para ficar na casa de seus avós. 

— A cara… Não fala assim, vou chorar — Renan limpa as lágrimas de mentira do rosto. — Vai sentir falta do mau humor da Elena durante o dia todo? 

— Vou. — soltando Renan, Nabim me abraça. 

— Para Nabim, vai demorar para você viajar e vamos nos falar todos os dias. 

— Vamos sim, vou te perguntar todos os dias sobre as aulas e se fez alguma amizades, quantas pessoas da sua sala você não gosta. 

— Serão muitas. — dou um tapa no braço de Renan. Rindo da minha cara de brava, diz: 

— Lá vem o seu Paris, esse menino não dá um tempo. Eu tô entendendo o porquê do Heitor reclamar dele. 

Rindo das palavras de Renan, assisto Rafael vindo na minha direção com um sorriso aberto, sorrindo de volta, mexo no anel que circula meu anelar esquerdo. A aliança é fina e discreta. 

Faz três semanas que Rafael me pediu em namoro, oficialmente. Estávamos deitados na sua cama, sem roupas e relaxados depois de gozar. Quando ele se levantou, vestiu uma bermuda e foi à sua mesa de estudo. Com as mãos para trás, ele disse: 

— Eu sei que tinha prometido não te pedir mais nada. — nervoso, ele passou uma mão nos cabelos, bagunçando-os ainda mais. — Mas, vou ter que quebrar a promessa. 

Então, ele se ajoelhou ao meu lado e abriu a caixinha de veludo preto. Com duas alianças iguais dentro, uma maior e a outra menor, finas e discretas. 

— Elena, minha princesa, aceita namorar comigo? — o meu coração batia forte e rápido, sem reação, observei seus olhos castanhos, a boca cheia, o sorriso inseguro. 

Eu já tinha a minha resposta. Já a tinha há muito tempo. Desde quando ele pegou meu álbum de foto e tirou com a minha cara por gostar de High School Musical. 

Desde quando às terças e sextas me deixavam ansiosa com as palmas suadas e o coração agitado. 

Desde quando ele sorria empolgado por acertar uma questão de física que achava difícil. 

Desde quando as idas e vindas de carro se tornaram um dos melhores momentos do meu dia. 

Desde quando aceitei dar aulas de reforço para o menino que estudava comigo. 

— Aceito, claro que aceito! — o aro de prata deslizou pelo meu dedo e coube perfeitamente. E desde aquele dia, ele segue cabendo perfeitamente no meu dedo. 

E Rafael na minha vida. 

Ele nos alcançou e me deu um selinho. 

— Vocês dois me enjoam. — Renan cortou logo o clima. Ele estava mais amargo que o normal. Ele e Lívia terminaram tudo entre eles a alguns dias, depois de mais uma recusa. E dessa vez foi de verdade. Eles haviam se bloqueado e evitavam um ao outro. 

— E você me irrita. — respondo. 

—O que vamos fazer depois do colégio? — pergunta, não se referindo a ninguém em especial. 

— Vamos almoçar no restaurante dos pais de Nabim. — respondo. — Quer ir? 

— Se não for atrapalhar. 

— Relaxa, Paris, minha mãe adora quando meus amigos vão lá.

Rafael tinha entendido o apelido depois de assistir Tróia comigo. Mas ele não gostou muito de ser chamado de Paris, segundo ele o menino era um inútil. 

Eu podia sentir o seu sorriso no meu pescoço, ele e Nabim estavam se dando bem. Após o fatídico dia, os dois se aproximaram muito. O único que implicava com ele, além de Heitor, era Renan. 

Dois chatos irritantes. Meu irmão deveria se preocupar com a namorada dele e me deixar cuidar do meu relacionamento. 

— Clara e Lúcia podem ir também? 

Suas amigas estavam do outro lado da sala com um Mateus arrependido e fudido. Clara parecia consolá-lo, enquanto Lúcia o repreendia por ter ficado de recuperação. 

— Claro, pode ir todo mundo. 

— No meu carro não cabe todo mundo. — aviso. 

— Elas vão mais tarde. — esclarece Rafael. — Acho que Lúcia vai demorar ali.

Ele aponta para uma Lúcia muito empenhada em corrigir seu amigo. Para Mateus, infelizmente, a recuperação e o sermão são reflexos de suas ações. E agora ele teria que lidar com as reações. 

Nabim e Renan vão na frente conversando sobre algum jogo de futebol. De mãos dadas com Rafael acompanho de longe a conversa dos meus amigos.

— Vai ser estranho, não vir para cá durante a semana, reclamar das aulas de matemática… Te ver todo dia. 

Eu sabia que meu relacionamento com Rafael seria difícil depois do término do colégio. Ele ficaria na capital e eu iria para o interior. Mas, assim como ele não pediu para ficar e desistir da universidade que desejo, eu não pediria para ele me acompanhar. 

Mudar de cidade por causa de um relacionamento de pouco mais de um mês é loucura. Eu sei disso, ele sabe disso, seus pais nunca deixariam, ainda mais com Daniel querendo vigiar cada passo da vida escolar do filho.

Levaríamos a nossa relação com calma, um final de semana lá, outro aqui. Uma viagem juntos, um feriado em família, um sítio com os amigos. 

E a cada dia, acrescendo mais uma constante, multiplicação, soma, expoente na equação do nosso amor. 

Afinal, entre mim e Rafael sempre existiu a física. Eterno e atemporal.

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