DIEGO SINCLAIR
Faz alguns minutos que eu estou plantado do lado de fora do jato, esperando a maravilhosa da minha noiva. E a cada minuto que passa eu tenho a total certeza de que ela não está pronta para morar na Itália. Um país novo, pessoas novas, costumes novos, comidas novas. Tudo será diferente para ela...
Mas logo ela se acostuma é impossível não amar a Itália. Principalmente Sicília.
— Se ele fizer alguma coisa com você. Me liga que eu apareço no mesmo instante. — Eidam irritante como sempre. Olho com desdém para ele que sorri com ironia para mim.
Não sei quando ele passou a ser tão irritante comigo. Porém nossa amizade sempre foi a mesma. Ele só passou a me irritar mais quando o assunto é a Kiara.
— Espero que tenha um estoque de comida. — Théo comentou com ironia enquanto beija o topo da testa de Kiara. — Kiara come bastante quando está com raiva.
— Não me faça ficar aqui e acabar com a sua vida. — Kiara o ameaça sorrindo. — Nós vemos em uma semana.
— Não pretendo deixá-la irritada... — sorrio com malícia para ela que me olha com uma cara de poucos amigos.
— Alemanha vai dizer glória a Deus, que você vai embora. Quando digo Alemanha eu estou me referindo a mim. — Eidam brinca e Kiara tira um salto do pé e joga na direção do Eidam, mas infelizmente não pega nele. — Vou guardar isso como lembrança.
Kiara revira os olhos para o irmão e vem na minha direção, segurando uma bolsa prata na mão. Seu olhar cai sobre mim e depois a porta do jato, começando a subir a escada com um pouco de dificuldade.
Entro logo em seguida e a porta é fechada. Ela se senta em um pequeno sofá e tira o outro salto.
— Eu adorava esse salto. — ela resmunga, jogando o salto em um canto.
— Ninguém mandou jogar. — sorrio para ela que me olha séria. — Você pode comprar centenas desse salto.
Me sirvo de rum colocando duas pedras de gelo. Me sento em uma poltrona branca, rodeada por uma mesa redonda pequena de vidro.
— O que podemos fazer em quatro horas, sozinhos? — pergunto com malícia vendo ela me olha com tédio.
— Não começa. — Kiara protesta levantando o dedo e revira os olhos em seguida.
— Odeio quando revira os olhos pra mim. — me aconchego na poltrona suspirando alto.
Ela faz bico e olha pela pequena janela do jato quando ele finalmente sobe.
— Engraçado você falar isso... — ela olha para mim e coloca um sorriso sensual nos lábios. — Você sempre disse que gostava.
Retribuo seu sorriso malicioso e me levanto da poltrona indo na direção da garrafa de rum e um pequeno balcão com bebidas.
— Você lembra de muita coisa... — sirvo mais um copo colocando duas pedras de gelo.
— O necessário... — entrego o copo em sua mão e me sento de frente para ela. Analiso os movimentos que ela faz com o dedo na borda do copo.
Ela está me provocando, ela sabe muito bem como fazer isso e é muito excitante assistir.
— Então? Como vamos passar o tempo? — questiono, animado com a ideia de passar algumas horas trancado, sozinho, com a mulher mais sensual que eu já conheci.
— Você eu não faço ideia. Mas eu vou terminar de ler meu livro. — responde pegando o celular e ignorando completamente minha presença.
— Cadê o livro? — questiono e me deito no pequeno sofá de frente para ela.
— Livro virtual. — Kiara balança o celular me mostrando.
— Quando ficou tão chata? — questiono com tédio. — Achei que adorasse ficar sozinha comigo.
— Quando ficou tão irritante? Quer dizer... Você sempre foi. — disse sendo sarcástica se concentrando na aparelho em suas mãos.
Não. Eu não vou deixar essas quatro horas, serem as piores que eu já tive com ela! Não mesmo!
Me levanto rápido do sofá e vou até o sofá onde ela está. Pego o celular da sua mão e analiso o que ela está fingindo ler:
— "Por favor! Me beije! – a garota de olhos... Ãmbar, implora ao seu amante" — leio em voz alta enquanto Kiara, tenta pegar o celular da minha mão. Olho surpreso para a mesma ao notar o que ela está lendo. — Kiara? É esse tipo de coisa que você anda lendo?
— Pare de ser bobo, Sinclair! Esse livro nem é de romance! — ela bate os pés no carpete cinza e cruza os braços na altura dos peitos.
— É claro que é verdade! Olha aqui... A garota de olhos ãmbar...
— Devolve meu celular! — ela tenta pegar da minha mão, mas eu a afasto sorrindo alto da sua cara irritada.
— "O desejo é maior do que eu... Podia me cont" esse livro é bem interessante, "Rasgo seu vestido de seda e vejo seu corpo nú, exposto para mim..." — olho boquiaberto para, Kiara que está corada, enquanto me ouve ler seu livro de putaria em voz alta. — Gosta de putaria? Interessante...
— Pare! Devolva meu celular, isso é invasão de privacidade! — Kiara fica na ponta dos pés para tentar pegar seu celular de volta, mas falha novamente.
— "As mãos ásperas e grandes de Poul, dessem..." Não acha mais Interessante colocar tais necessidades em prática do que ler algo que te deixa excitada? — questiono interessado.
Não quero terminar de ler o trecho.
— Vai se fuder, Sinclair! Devolva meu celular! — ela me empurra com força me fazendo bater contra a porta do quarto.
— Kiara Marshall, ler livros pornográficos! — faço uma cara surpreso deixando ela corada. — Eu adoraria coloca-los em prática com você...
— Não estou interessada em praticar nada com você! — recusa agora começando a ficar irritada ao cruzar os braços e erguer uma sobrancelha negra. — E isso não é livro pornográfico! É um romance adulto, crie vergonha na cara e tente aprender o básico.
— Não preciso ler livros para deixar uma mulher louca. — sorri de canto olhando suas bochechas rosadas. — Posso garantir que o orgasmo que você lê nesse tipo de livro não chega perto do que você pode experimentar fisicamente...
— Não estou nem um pouco a fim de conversar sobre isso com você! — Kiara me corta impaciente. — Agora devolva meu celular.
— Me tire uma curiosidade... — franzi as sobrancelhas tentando não rir da pergunta vergonhosa que estou a fazer. — Você usa esse tipo de livro para... Hum, como eu posso dizer?
Fico a procura das palavras certas. Ela parece curiosa, mas sem paciência para mim.
— Para o seu prazer? — não pude conter o riso e ela não fez diferente.
— Diego! — Kiara me repreende e bate no meu braço com força, me seguro para não rir. — Claro que não! Uso livros para ler e não como objetos sexuais.
— Interessante ter essa conversa com você...
Retorno minha atenção ao aparelho e sem querer acabo indo para os gmail. Acabo vendo algumas mensagens trocadas com o Jack e meu humor logo se vai completamente.
Digamos que eu não sou muito fã do ruivo, adoro a Chloé, mas Jack? Só o aturo porque todo mundo é amigo dele e bom, aparentemente eu não deveria ter nada contra Jack, mas eu tenho. E esse motivo é a minha noiva.
KIARA MARSHALL
Finalmente estamos em Sicília na Itália. Para ser mais específica na mansão dos Sinclair. O temporal não está o melhor de todos, mas pelo que eu vi isso só vai continuar até amanhã o que eu agradeço muito.
Caminho até a porta acompanhada por Diego, que abre a porta principal, me dando passagem para entrar.
Fico boquiaberta ao entrar novamente na mansão dos Sinclair. A mansão é maravilhosa e rústica. Lembra um pouco as mansões vitorianas. É ainda mais branca do que eu costumava me lembrar.
Ao entrar na sala principal tem um enorme sofá em forma de L e outro menor de frente para o maior — ambos de couro branco — Com uma pequena mesa de vidro no centro, com um jarro preto brilhoso com plantas.
Tem uma outra sala. Porém essa realmente é uma sala completa, tinha uma tv enorme com um sofá em formato de U; com uma mesinha de centro transparente. Sem contar que a casa tem muitas janelas e vidros que separam algumas partes da casa.
— Sr. Sinclair! — uma mulher com os cabelos loiros queimados se manifesta e só agora percebo sua presença.
A mulher não parece ser tão velha, ela está vestida em uma farda totalmente preta, presa em alguns botões. Muito bem arrumada e muito bonita.
— Sra. Marshall! — ela sorri mostrando os dentes e percebo seu sotaque estrangeiro. — È un piacere conoscerla, signorina.
(É um prazer conhecer a senhorita.—Italiano)
— Kiara, está é Marie. A governanta. — Diego nós apresenta.
Aperto a mão da mulher que me retribui sorrindo.
— De onde você é? — questiono ficando sem resposta e percebo que ela não fala alemão quando franze o cenho e olha para Diego como se ele fosse traduzir o que acabei de dizer.
— Ela não fala alemão. — Diego debocha da minha cara ao rir de mim. — Ela é brasileira. Não conhece muitas línguas. Domina apenas quatro.
— Ah. Deveria ter me dito antes de eu passar essa vergonha. — dou um tapa no antebraço de Diego com raiva. — È un piacere!
(É um prazer!–italiano)
Diego deveria ao menos fazer a gentileza de me apresentar seus costumes. Não posso morar na Itália se não conheço nada aqui. É frustante estar solteira em um dia e noiva no outro e no outro você muda de país como se mudasse de cabelo!
A governanta me cumprimenta novamente e logo se retira atrás de outra garota, que veste um uniforme cinza com um avental branco.
— Vem, meus pais estão esperando pela minha noiva. — sinto sua mão tocar minha cintura e me direcionar até uma porta branca.
— Olha você nem começa a se aproveitar disso ou vou fazer você se arrepender de gostar tanto de me tocar. — eu o ameaço não sendo totalmente sincera porque eu realmente gosto de sentir sua pele tocando a minha.
— Sou italiano. Gostamos de sentir as coisas. — eu percebo o duplo sentido na sua voz, mas ignoro porque Diego está sendo muito malicioso esses dias.
Me lembro da conversa vergonhosa que tivemos dentro do jato. Não acredito que ele leu aquilo em voz alta, tinha que estar lendo justo aquelas páginas quando ele apareceu?
Ao entrar na sala coberta por livros em estantes e uma pequena adega ao lado da mesa do escritório Sr. e Sra. Sinclair, se levantam de suas poltronas e vem na minha direção.
— Kiara Marshall! — Senhor Giuseppe, pega minha mão e deposita um beijo casto nas costas da minha mão ao sorrir para mim.
Giuseppe é o tipo de homem que aparenta ter mais idade do que realmente tem por conta das suas vestes. Mas sei que ele é um ano mais novo que meu pai, então não posso julga-lo pela sua aparência. Mas ele já tem quase todos os fios da cabeça brancos e não quero debochar dele, mas ele é calvo em algumas partes da cabeça por isso usa um chapéu de golfe sempre quando há festas ou coisas desnecessárias da máfia.
— Sr. e Sra. Sinclair! É um prazer rever os senhores! — forço um sorriso tentando parecer convincente.
Cecília já é totalmente ao contrário a mãe de Diego é um charme todo. Ela tem os cabelos grisalhos, mas sempre alega ter fios brancos desde que nasceu então seus cabelos ficaram todos brancos antes mesmo dos cinquenta o que não acho que ela tenha cinquenta anos ainda. Cecília é nova e sabe muito bem disso, ela é vaidosa tanto na aparência quanto nos seus costumes.
— Come stai bella! — Sra. Cecília, me abraça sendo muito gentil e acolhedora. — Fico feliz que você finalmente tenha aceitado o pedido de casamento do meu filho...
(Como você está linda!–italiano)
Aceitado? O pedido de casamento do Diego? Nem nos sonhos dele eu faria isso! O que meu pai deve ter dito para ela pensar desta forma? Com certeza não deve ter falado a verdade, o que eu agradeço, seria um desastre se a mãe de Diego ficasse sabendo das coisas que andamos fazendo.
×××
— Infelizmente esse é o seu quarto. Já que você se recusa a dormir comigo. — Diego se senta na ponta da cama e me analisa ficar parada observando o quarto. — E também porque não somos permitidos dormir juntos antes do casamento, mas tudo bem. Tudo no seu tempo e o nosso vai acabar daqui a alguns dias.
— Odeio você ainda mais por me lembrar disso.
É realmente muito bonito, grande e luxuoso. Mas ainda assim prefiro o meu quarto, acho que nem um outro vai poder supera-lo e pensar dessa forma me desanima, pois passarei minha vida toda agora aqui.
— Eu não vou tocar em você. A não ser que você queira... — viro-me e o vejo sorri de canto.
Tiro minha blusa, preta colada. Que está esmagando meus peitos. Me viro novamente para Diego que me olha pasmo, mas logo tenta esconder sua expressão de surpreso e me olha nos olhos como se fosse a coisa mais casual da sua vida.
— Desamarra aqui para mim? — pergunto dando as costas para Diego, e como imaginei ele não se recusa.
Sinto quando suas mãos quentes pousaram na minha cintura e descem tocando o corset até o meu quadril. Seus dedos se demoraram ali, sinto o calor intenso do seu corpo tão perto do meu.
— Sabe que essa blusa branca não esconde nada, não é? — sussurrou ao notar a transparência da minha blusa.
Eu o olho por cima do ombro e sorrio imaginando o que pode estar passando na sua mente pervertida.
Sinto o ar novamente em meus pulmões, Diego tira meu corset e eu finalmente posso respirar de novo sentindo a brisa fria invadir meu corpo e deixar meus mamilos duros.
— Eu sei... — viro-me de frente provocando-o. Seus olhos azuis indiscretos descem no mesmo instante.
Desabotoei os botões da minha calça e a desci devagar, sem quebrar o contato com seus olhos. Eu vi quando ele engoliu em seco tentando manter os olhos nos meus, mas falhou ao olhar para minha bunda.
— Bom, se você quer apressar as coisas eu não vou protestar nem um pouco. — sorri das suas palavras e Diego também.
Sua respiração aumentou, percebi por conta da sua camisa. Mas ele está disfarçando, mas seu olhar entrega tudo. Suas pupilas dilataram, eu o olho com receio. Como ainda pode me olhar dessa forma? Ou será que sou apenas mais um corpo de prazer para ele?
— Eu vou tomar banho... Sinclair. — respondi. Fui na sua direção e toquei seu peitoral, tão forte e tão quente que me fazem querer ficar ali por horas.
Diego engole em seco e me puxa para junto a seu corpo. Suspiro nervosa, sinto um arrepio percorrer minha espinha. Encaro seus lábios carnudos e seus olhos que não desgrudam de mim. — Isso... Faça isso.
Sorri sem mostrar os dentes e pego o corset de sua mão, nos afastando. — Não vou dar esse gostinho a você, mas vou provocar você até você não aguentar mais.
— Eu odeio quando você faz isso. — reclama, desviando discretamente seus olhos para o meu corpo.
— Fazer o que? — pergunto, me fazendo de sonsa colocando o corset de lado e deixando ele olhar meu corpo.
— E odeio ainda mais quando se faz de sonsa. — reclama como se soubesse exatamente o que estou pensando. Sinto meu corpo ser puxado com força e bato contra seu corpo me tirando um suspiro alto.
Estou dentro dos braços de Diego, seus músculos me deixam fraca e imobilizada. Sua mão entra no meu cabelo devagar fazendo meu corpo arrepiar. Solto um gemido interno e vejo um sorriso vitorioso surgir em seus lábios.
Sua mão puxa minha cabeça e quando me dou conta meus lábios estão roçando os seus.
— Isso não vai funcionar Diego. — talvez até vá se ele se esforçar mais um pouco. — Sabe que não pode fazer nada comigo e se alguém entrar neste quarto e nos flagrar assim... As coisas podem não ficar tão interessantes assim.
— É um risco que pretendo passar.
Minha respiração está forte e falhando. E sei que ele já percebeu isso ou não estaria com esse sorriso sem vergonha nos lábios.
Sua mão me prende forte contra seu corpo. Me deixando na ponta dos pés. Ele continua me olhando com aquele olhar de desejo e luxúria, fazendo meu corpo todo ceder
Infelizmente somos interrompidos por Marie, a governanta. Que bate na porta chamando nossa atenção.
— Sim? — Diego me solta no mesmo instante como se tivéssemos sido flagrados, mas graças a Deus não fomos.
Ele passa a mão pelo cabelo atordoado e percebo sua respiração forte e descontrolada. Foi por um fio que esse casamento não ia por água abaixo. Se alguém tivesse visto... Se Marie tivesse visto! Tudo seria cancelado...
— Senhor. O Capo, está esperando sua presença no escritório. Disse que é urgente. — a mulher o informou e logo seus passos são escutados, provavelmente ela deve ter se retirado.
Diego fecha os olhos e respira fundo, com tédio. E quando abre seus olhos, está frio e mau humorado. Sorrio achando graça de toda a situação ele fecha a cara e olha com raiva pra mim.
— Isso não acabou. — ele diz sorrindo também, mas sei que está falando sério.
— Não mesmo, Sinclair. — não mesmo...
Porque agora eu sei exatamente o que fazer para esse casamento não ir adiante.
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