A física entre nós [CONCLUÍDO]

بواسطة autora_verbena

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Rafael está ferrado. Perto de reprovar em física, se vê desesperado. A matéria parece não entrar na sua cabeç... المزيد

Elenco e Informações
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capitulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Sete - BÔNUS
Capítulo Trinta e Oito
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo Trinta e Seis

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بواسطة autora_verbena


RAFAEL MONTEIRO 

São quase quatro horas da tarde e os pais de Elena ainda não chegaram. Segundo Renan, Lucas e Mariana saíram do Álvares de Azevedo e foram direto para uma delegacia fazer um boletim de ocorrência contra Fernando. E não apenas eles, ao longo do dia, mais alunas apareceram relatando que também foram assediadas por Fernando.

Ou seja, o Álvares de Azevedo está afundado na merda. 

Deixando os pensamentos de lado, foco no filme que passa na tevê. É o segundo filme de High School Musical e o Troy fudeu tudo com a Gabriela, de novo, burro demais. 

Nabim, querendo alegrar Elena, selecionou vários filmes da Disney para a gente assistir. O resultado é uma sessão interminável de filmes chatos e com música. Como se cantar resolvesse alguma coisa. Mas, Elena está gostando, cantando as músicas baixo, e ela sabe todas músicas e acredito que as coreografias também. Por isso, eu fico quieto, vendo a Gabriela ir embora. 

Nabim começa a cantar a música, provando ser um apreciador de musicais adolescentes. Ele coloca o cobertor na cabeça, imitando o cabelo, interpretando a Gabriela. Virando para Elena que está deitada no meu peito, estica o braço para ela.

— .. I gotta go my own way. — a voz de Nabim é melhor do que esperava, segurando a mão de Elena, ele a induz a compor a outra voz do dueto.

— What about us?

What about everything we've been through? — entrando na onda, Elena assume seu lugar como Troy Bolton. Ela entra no personagem, copiando as expressões do ator.

— What about trust? — seguro a risada, Nabim imitando a Gabriela com um cobertor na cabeça, é demais para mim.

— You know I never wanted to hurt you! — com a mão de Nabim na altura do coração, Elena segue a apresentação.

— And what about me?

— What am I supposed to do?

— I gotta leave but…

— I'll miss you! — mostrando total sincronia com o filme, eles cantam juntos. 

— So…

I've got to move on and be who I am! — soltando a mão de Elena, Nabim olha para o janelão que tem na sala, como se visse o carro da mãe da Gabriela ali.

Os dois seguem cantando juntos até o fim da música. Aproveito o show amador segurando firmemente a risada, Elena pode ser uma gênia com todas as suas fórmulas e contas, mas cantora… Isso ela não é.

Mas, mesmo com a voz desafinada, sorri vendo a interação dos dois. O seu sorriso apareceu, pequeno e discreto, e os olhos castanhos, antes opacos e medrosos, estão brilhantes e a pequena chama volta, aos poucos, a reluzir. 

Não acredito que dê hoje para amanhã tudo ficará bem, porém, é um começo. Estar rodeada de confiança é um bom começo. 

— Agradeçam por terem outras habilidades, porque se fossem depender da voz, estariam fudidos. — Renan fala, quando o show termina. 

— Cara… Eu não podia ser bom em tudo, deixaria os outros em desvantagem. — Nabim tira o cobertor da cabeça, soltando- o no sofá. Recostando-se em mim de novo, Elena toma fôlego depois de cantar.

— Tudo o que Nabim? 

— Renan, acompanha… — Com a mão levantada, Nabim começa a enumerar suas qualidades. — Primeiro: bonito, segundo: inteligente, terceiro: cozinheiro, quarto: dono de casa, faço uma faxina como poucos, quinto: humilde. Preciso continuar? 

Ostentando um sorriso debochado, Renan diz: — Não precisa… E você, Elena, quais as qualidades? 

Mostrando-se bem mais humilde que Nabim, Elena levanta as duas mãos para enumerar suas qualidades. 

— Vamos lá… Inteligente, bonita, simpática — muito mesmo, simpática demais. — educada, humilde, boa motorista, melhor filha, melhor irmã, melhor amiga, melhor namorada… Pense no que quiser, Renan, em qualquer coisa serei a melhor. 

— Posso considerar alguns pontos, mas simpática foi forçado demais. Puta merda. 

— Eu sou simpática. — Elena rebate, descartando as palavras de Renan. 

— Tão simpática quanto um tigre pronto para te atacar. — sem conseguir conter a risada, gargalhei.

Meu peito treme por causa da risada e Elena fecha a cara, observando eu e seus amigos rindo da sua "simpatia".

— Vocês não favorecem o meu lado simpático. É tudo culpa de vocês. — indignada, aponta para nós três. — Principalmente, sua. 

Renan nega enfaticamente a acusação. — Nem vem jogar a culpa em mim. Quando eu te conheci, você já era assim. 

Cruzando os braços, Elena o encarou brava. 

— Amor. — chamo. — Quando eu falei sobre as aulas e pedi uma carona, parecia que você ia me matar. 

— Rafael… — movendo-se no sofá, ela fica de frente para mim. E conforme fala, bate a ponta do dedo indicador no meu peito. — Você foi um puta de um folgado. Já chegou comunicando sobre as aulas, não pedindo, afirmando. E depois teve a cara de pau de pedir uma carona. É lógico que não seria legal contigo. 

— Ainda bem que fui folgado. — amolecendo a postura "simpática", Elena sorri pequeno para mim. 

— Ownttt — Juntos, Renan e Nabim voltam a perturbar Elena. 

— Vão se fuder! — voltando para a posição de antes, Elena vira-se de frente para a televisão. 

Voltando ao filme, para podermos assistir as cenas perdidas, nos ajeitamos novamente. 

*

Acordo com calor, Elena tem uma perna passada pela minha cintura e sua respiração constante esquenta meu pescoço. Tateando o aparador que fica do meu lado da cama, procuro meu celular. 

Aperto os olhos por causa da iluminação do celular. Três e meia da manhã, volto o celular para o aparador. Me desvencilhei devagar de Elena, não querendo atrapalhar seu sono.

Levanto com cuidado da cama, Elena se mexe, estranhando ter perdido seu apoio. Contudo, não acorda, virando para o outro lado, retorna ao seu sono.

Saio do seu quarto em silêncio, descendo as escadas em direção a cozinha. Ao chegar noto as luzes acesas, Lucas está com a porta da geladeira aberta e procura algo lá dentro. 

— Oi. — Anuncio minha presença, um pouco desconfortável. Só quando tenho sua atenção em mim, penso que deveria ter vestido uma camiseta, por mais legal que ele tenha sido comigo, encontrar o cara que dorme com a sua filha de madrugada, sem camiseta deve ser uma droga. 

— E aí? — ele coloca os frios, alface, tomate, maionese e uma jarra de suco na ilha da cozinha. — Quer um? — pergunta quando inicia a montagem de seu sanduíche. 

— Não, obrigado. Só vim tomar uma água. 

Com um copo na mão, vou ao filtro embutido e seleciono a temperatura da água e a quantidade. 

— Obrigado por ter ficado com Elena hoje, espero que seus pais não achem ruim de passar a noite aqui. 

Por pais, Lucas se refere ao meu pai. Mas Daniel não implicou nem falou nenhuma merda para mim quando liguei para ele de tarde, depois de tentar falar, sem sucesso, com Joana. As suas únicas palavras depois ouvir o que tinha acontecido hoje foram: 

"Cuide de sua namorada, fique com ela o tempo que precisar". 

Não sei se disse isso porque gosta de Elena ou se ele ainda tem um resquício de empatia no corpo. Indiferente do motivo, fiquei feliz por ele ter apoiado a minha decisão.

Daniel gostando ou não, ficaria exatamente onde estou, porém, saber que ele me disse exatamente o que precisava ouvir, me deu uma sensação boa. 

— Não acharam, não se preocupe. 

Passo uma água no copo após beber a água e coloco no escorredor. 

Noto as juntas das mãos de Lucas machucadas, os nós estão avermelhados e com um aspecto ralado. 

— Nem sempre a diplomacia é a melhor escolha. — fala olhando para o mão. 

— Imagino que nesse caso, não seja mesmo. 

— Sabe, Rafael. Ter filhos é complicado, é como ter o coração fora do peito, é se preocupar com horário, com companhias e pensar se vão colocar alguma substância no copo. Mas você não imagina que o colégio não vai ser um lugar seguro. 

Quieto, escuto suas palavras com atenção. 

— Eu amo o Heitor, ele é o meu menino. Mas Elena… Ela é a minha princesa. Quando Mariana falou que estava grávida de novo, eu quase caí para trás. Heitor tinha um ano e já tínhamos outro filho vindo. 

Ele para, girando de um lado para o outro o pote de maionese. 

' Mas quando a médica falou que era uma menina, eu desmaiei. Desmaiei mesmo, no meio do ultrassom. Mariana ainda joga isso na minha cara, enfim… Eu pensei: Puta merda, uma menina. Eu sabia o que ela tinha pela frente, nem todo dinheiro do mundo pode abafar o preconceito e quando Elena começou a demonstrar suas aptidões para matemática e física, eu me preocupei.'

Sentado na banqueta, observo Lucas, imaginando a sua preocupação. É como ele disse, nem todo dinheiro do mundo pode mascarar comportamentos enraizados de forma tão profunda. 

' Porque eu sabia o que vinha pela frente, apanhei muito na escola por ser ruim em esportes e gostar de roupas, ser chamado de viado e boiola era rotina, conheço o peso do bullying. E não queria isso para ela, então fiz de tudo para blindá-la de futuros ataques. Mas, não consegui protegê-la de tudo. Na olimpíada, ela veio chorando para mim, dizendo que queriam tirá-la da final e eu sofri. Porque minha menina não podia fazer o que amava.'

' E ontem… Ela chorou pelo mesmo motivo, por ser boa demais e por ferir egos demais.'

Lucas tem a voz embargada e minha garganta está travada, não sei nem como medir sua raiva e dor. Fernando e todos os outros são um bando de filhos da puta. 

' Fico feliz dela ter você, eu gosto de você, Rafael. Parece ser um bom garoto para ela.'

— Vou tentar ser, sempre. 

Acenando com a cabeça, ele guarda de volta os itens que usou para fazer seu lanche na geladeira. 

— Boa noite. — se despede. 

— Boa noite. 

Escuto seus passos na escada. Fico um tempo encarando a área da piscina pela janela, digerindo o dia de ontem e as palavras de Lucas. 

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