Inefável

By Beatriz20091976

42.4K 3.6K 8.3K

Ao conhecer Rafaella de um jeito inusitado, Bianca vai descobrir que o amor ainda pode se fazer presente em s... More

I. Doutora Kalimann
III. Quanto valeu?
IV. Sonsa
V. Cine Drive-In
VI. Às escondidas
VII. Certezas
VIII. Cosmo e Wanda
IX. Novas descobertas
X. A casa caiu?
XI. Intimação
XII. Matriarca Kalimann
XIII. Eu estou aqui!
XIV. Um pedido
XV. Com amor.
Epílogo

II. Nota 10

2.5K 255 546
By Beatriz20091976


Sexta-feira, 7 de maio de 2021. Rio de Janeiro, Brasil.

– Por que o espanto, vocês se conhecem? – Gizelly pergunta alternando o olhar entre Mari e Rafaella.

– O quê? – Mari finalmente volta a olhar nossa amiga – não, não o conheço a boaz- – dou uma tapa discreta em suas costas – quer dizer, a Rafaella, não conheço a Rafaella, só ouvi falar, é um prazer conhecer você, todas vocês, aliás.

"Essa porra dessa Mariana..."

– Um prazer conhecê-la, Mariana – o sorriso de Rafaella é simpático, mas parece ainda mais ao se direcionar a mim. Ou talvez eu esteja alucinando, não sei – Olá, Bianca, que surpresa encontrar você aqui.

– Oi, Rafaella – pelo menos falei igual uma pessoa normal agora – digo o mesmo – direciono meu olhar para Marcela – Oi, Má.

– Que intimidade é essa com minha namorada, anã de jardim? – Gizelly questiona.

– Ela é minha paciente, amor – Marcela é quem responde – hoje foi a nossa primeira consulta, na verdade.

– Acho bom, ein, talarica morre cedo, Bianquinha.

– Palhaça – não seguro a gargalhada.

– Mas vamos sentar que não tenho idade para ficar em pé mais não, gente – Gizelly volta a sentar em seu lugar.

Olho as duas cadeiras vagas, uma ao lado de Manoela e outra ao lado de Rafaella, mas não tenho tempo para escolher, pois Mari praticamente me joga na cadeira ao lado da loira e dá um largo sorriso na direção da mulher.

"Está tudo bem, Bianca, você só está sentada ao lado da doutora gostosona, jantando junto com a sua psicóloga e suas duas melhores amigas, uma inclusive que sabe da maior vergonha da sua vida, e outra mulher que você nunca viu na vida, o que pode dar errado?"

– Bianca? – ouço a voz de Marcela e olho em sua direção – você já conhecia a minha irmã?

– Eu, é, hm...

– Nos conhecemos na clínica – Rafaella responde no meu lugar – acabei cruzando com elas nos corredores e decidi me apresentar para ela.

– Você fica se apresentando para todas as pacientes da sua clínica ou só as que acha bonita? – Manoela pergunta e eu sinto que um buraco pode se abrir no chão a qualquer momento para me levar para o inferno, porque morta de vergonha eu já estou.

– Vamos pedir uma comida né, uma água, uma bebida – pego o cardápio e me escondo por trás dele.


[...]


"Parabéns, guerreira, já aguentou uma hora sem passar nenhuma vergonha, isso vai entrar para o seu livro de recordes pessoal."

Tudo bem que nessa hora que passou eu evitei o máximo possível falar demais, apenas respondia algumas perguntas, fazia alguns comentários pontuais, tentava ignorar a presença da loira ao meu lado para não ter um novo gay panic, e às vezes dava algumas tapas em Mariana para que ela controlasse essa boca enorme dela.

Observo que Mari está presa em uma conversa com a amiga de Gizelly, enquanto ela e Marcela discutem sobre algo que não entendo o que é. Rafaella permanece em silêncio ao meu lado e eu começo a me questionar se devo puxar algum assunto com ela.

"Mas o que eu vou falar com a cardiologista boazuda? Eu não entendo nada de saúde... talvez se eu falar sobre animais, será que ela gosta de gatos? Não, péssima ideia, talvez..."

– Você está bem? – sua voz interrompe minhas divagações – está com uma cara estranha.

– Estava aqui só pensando – falo envergonhada.

– Você vai ficar eternamente com vergonha de mim? – o seu olhar é divertido – sabe que eu já esqueci daquilo, não sabe?

– Vou fingir que acredito nisso só para ver se eu paro de ficar igual um tomate sempre que eu te vejo.

– Acho que não gosto disso, acho que você fica adorável quando está envergonhada – ela realmente disse isso? sinto que meu rosto está esquentando ainda mais, oh céus – não falei.

"Essa mulher está flertando comigo por acaso? Eu sou só uma pobre gay, por favor, vá com calma."

Antes que eu possa pensar em algo para falar, o garçom se aproxima com nossas sobremesas e eu agradeço aos céus por isso.

– Eu estava aqui conversando com a Marcela, nós bem que poderíamos pegar uma balada saindo daqui, né? – Gizelly pergunta e imediatamente eu começo a pensar em alguma desculpa para não ir.

– Eu topo – Manoela e Mari falam quase que de imediato.

– Aí Gigi, essa eu vou passar, trabalhei bastante hoje e preciso descansar um pouquinho.

– Mozão, vamos, vai ser legal – Mari insiste, mas acredito que ela vai ficar muito bem na companhia das outras mulheres.

– Prometo que na próxima eu vou.

– Vou cobrar isso, Bianca, você sempre fura na hora da balada – Gizelly fala enquanto rouba um pedaço do tiramisù de Marcela – amor, como psicóloga dela você deve incentivá-la a sair, já aviso logo.

– Como você vai voltar? Quer que eu te deixe em casa? – Mari pergunta.

– Não precisa, mozão, eu peço um uber – tão responsável e preocupada, nem parece a desastrada que quase meteu a língua nos dentes umas vinte vezes durante o jantar.

– Você sabe que fico preocupada com você andando de uber por aí uma hora dessas.

– Eu posso deixar você em casa – Rafaella fala e eu rapidamente viro em sua direção.

"Espero que eu não tenha parecido a menina do exorcista agora."

– Imagina, Rafa, não precisa se preocupar – sorrio para ela – você não vai não?

– É mais fácil eu ganhar na mega da virada sem apostar do que essa dai ir para uma boate – Manoela é quem responde.

– Verdade, faz três meses que conheci a Marcela e até hoje não consegui convencer esse protótipo de avatar mineiro a ir para uma boate – Gizelly da língua para ela e eu acabo rindo – e além disso, o apartamento da Rafa não é tão longe do seu Bia, então ela pode te levar.

– Não vou aceitar uma recusa – a loira sussurra para mim. E quem sou eu para questionar a autoridade de uma deusa.


[...]


Enquanto eu espero o manobrista trazer o carro de Rafaella, ela se despede de sua irmã e Gizelly, mas não demora para aparecer ao meu lado.

– Vamos? – indica o carro à minha esquerda e antes que eu possa me mover, ela passa na minha frente, abre a porta do carro para mim e faz uma pequena reverência com um sorriso divertido nos lábios – senhorita Andrade.

– Obrigada, senhorita Kalimann – devolvo o sorriso, e no mesmo instante um carro buzina atrás de nós.

"Caralho, deixa a gay aqui ter o momento dela, inferno. Respeita!"

Quando entra no carro, Rafaella liga o som e deixa em uma rádio aleatória e por alguns segundos um silêncio estranho se instala entre nós.

– Acho que vai chover – fala de repente – isso me lembrou de uma coisa.

– O quê?

– Se importa de passarmos em um lugar antes? – definitivamente não – prometo que não é tão longe.

– Sem problemas, meu único compromisso mesmo é assistir alguma comédia romântica quando chegar em casa – dou de ombros.

– Então você gosta de comédia romântica?

– Não é o meu gênero favorito, mas não é de todo mal...

– Qual o seu gênero favorito? Não me diga que é terror?

– Eu tenho cara de quem gosta de filme de terror? – pergunto surpresa.

– Definitivamente não – sua gargalhada ecoa no carro – talvez filmes de ação ou um leve suspense, mas terror não.

– Qual você acha que é o meu gênero favorito então?

– Comédia – responde prontamente.

– Agora estou me sentindo muito previsível – finjo tristeza.

– Você não é previsível, eu apenas te observei e tentei ler o seu jeito.

– E conseguiu?

– Isso nós vamos descobrir com o tempo – sinto o carro parando e só então percebo que uma chuva fina está começando a cair – quer me acompanhar ou prefere ficar?

– Vou com você.

Ao sair, ela anda em direção à uma confeitaria que fica no lado esquerdo e eu percebo que apesar de ser perto da minha casa, eu nunca tinha notado ela ali.

– Nas sextas eu gosto de comprar algum doce e ficar em casa assistindo filmes, minha irmã diz que eu sou uma mulher com alma de noventa anos – acabo rindo do pensamento de Marcela.

– Ultimamente eu não estou tão diferente disso.

– Então hoje é o seu dia de sorte, vamos comprar o melhor bolo do mundo para curtir uma sexta-feira de filmes – fala empolgada.

Rafaella faz o pedido de duas fatias de um bolo chamado "velha infância", e como não poderia deixar de ser, briga comigo porque eu não quero deixar ela pagar.

– A chuva aumentou – comento assim que chegamos na entrada da confeitaria.

– No três a gente corre – ela está falando sério? Eu já não consigo correr em terrenos secos, imagina no asfalto molhado.

– Três – ela grita e eu me assusto.

"O que porra aconteceu com o um e o dois?"

Foi tudo muito rápido, quando dou o impulso para começar a correr, vejo Rafaella erguendo os braços e em seguida indo de encontro ao chão com tudo.

– Rafaella? – corro em sua direção e ela está sentada no asfalto me olhando.

– Machucou? – pergunto e ela começa a rir.

– Não, Bia, eu estou bem – fala entre gargalhadas e eu acabo rindo também.

Também, uma bunda enorme dessas amortece a queda fácil.

– Vem, me deixa te ajudar, você já está ficando toda molhada – estendo a mão para ela, mas acaba sendo uma péssima ideia, pois quase caio por cima dela.

– Quase – ela finalmente fica de pé e corremos para dentro do carro.

Ao chegar no carro, olho em sua direção e ela está com o rosto completamente corado.

– Então foi assim que você se sentiu quando eu te contei que não era psicóloga? – a pergunta me deixa confusa – acho que essa foi a maior vergonha que eu passei na minha vida.

– Ah – seguro minha risada para não a deixar mais constrangida – talvez um pouquinho pior ainda.

Antes que eu pudesse perceber, já estamos paradas em frente ao meu prédio. Conversar com Rafaella foi surpreendentemente fácil, e em momento algum eu senti vontade de ficar só ou de encerrar a conversa, e isso não era comum.

– Acho que agora estamos quites nos nossos micos – ela fala depois de alguns segundos em silêncio.

– Ainda não, digamos que esse foi um mico sete, precisa adicionar um mico três nessa equação para atingir o meu dez.

– Quando eu atingir, posso te convidar para sair comigo?

"Por acaso tinha droga naquela sobremesa e eu estou alucinando ou essa mulher realmente quer me convidar para sair?"

"Se acalma, Bianca, responda de forma decente e surte depois."

– Não é antiético sair com suas pacientes?

– Bom, você não é minha paciente, é paciente da minha irmã – seu sorriso é convencido – ou você tem algum problema cardíaco? Se tiver, tudo bem, posso te indicar outra cardiologista que é tão boa quanto eu.

"Impossível ser boa igual você, minha filha."

– Tudo bem, se atingir o 10, você pode tentar a sorte.

"Isso garota, você é poderosa, se valoriza!" a vozinha na minha cabeça falou, mas logo foi rebatida por outra "até parece, se receber um convite dela para sair vai falar sim em vinte línguas diferentes e ainda sair dando cambalhota de felicidade".

– A gente se encontra por aí, então – Rafaella se aproxima para me abraçar e novamente eu travo.

"Uma vez gay emocionada, sempre gay emocionada."

– Nos vemos por aí – sorrio e saio do carro levando apenas o meu pedaço de torta e meus surtos internos.

Dou uma corridinha até a entrada do meu prédio e acabo tropeçando no meio do caminho, olho para trás e vejo Rafaella ainda parada ali na frente.

"Droga, acabo de atingir 11 pontos no mico".


[...]


Quase duas da manhã e o filme finalmente acabou. Sim, eu tinha assisto "Uma linda mulher" pela milésima vez na minha vida, não tenho culpa desse filme ser perfeito. E por falar em perfeito, lembro do bolo que Rafaella comprou, foi um dos melhores bolos que já comi em minha vida. Tive vontade de agradecer e mais uma vez e dizer o quanto eu gostei, mas percebi que não tinha o número da mulher, e não me considero cara de pau o suficiente para ir atrás das redes sociais dela apenas para isso.

"Ela realmente perguntou se poderia me chamar para sair? Não pode ter sido uma alucinação minha, ou pode? a vozinha predominante em minha cabeça parece animada, mas aquela que eu chamo de voz da razão não demorou para aparecer com o seu discussão preparado há meses "Bianca, existe uma razão para você ter mergulhado no trabalho, não conhecer novas pessoas e acabar se magoando mais uma vez. Não importa se a médica é simpática, maravilhosa, dona de um belíssimo sorriso, extremamente gostosa, cheirosa, e... enfim, não importa, você não precisa sofrer novamente por conhecer uma pessoa e depois ser abandonada, então se mantenha na zona segura."

– Bianca – o grito me faz gritar junto.

– Mariana, caralho, enlouqueceu porra? – coloco a mão no meu peito para saber se meu coração ainda está batendo – filha da puta, está tentando me matar?

– Eu te chamei mil vezes, garota – a morena me olha como se eu fosse louca – você estava ai olhando fixamente para a parede e não estava nem me ouvindo. Está tudo bem?

– Está sim, só estava aqui pensando e acabei me distraindo.

– E então, como foi com a doutora boazuda? – seu sorriso é tão sugestivo que acabo jogando uma almofada em sua direção.

– Foi normal, ué – ela emite um "aham" que só me deixa ainda mais envergonhada – ela me trouxe em segurança e foi tudo bem. E na boate, como foi?

– Foi ótimo, Bi, você deveria ter ido. A Marcela e a Manu são ótimas, me diverti muito com as duas, e a Gi você já deve imaginar, não é? Ficou louca!

Após me dar vários detalhes do resto da noite, Mari se despede e eu decido que também já é hora de dormir, afinal, precisava descansar depois desse dia que mais pareceu ser três em um.

Como solicitado por Marcela, esse final de semana eu tentaria não trabalhar, esse é o primeiro passo para eu voltar a ter controle sobre a minha vida e sobre o meu horário de trabalho.


[...]


Sexta-feira, 21 de maio de 2021. Rio de Janeiro, Brasil

Eu estou um pouco tensa com a consulta de hoje. Na última sexta eu e Marcela entramos no assunto do meu pai, e certamente não foi tão proveitoso assim, já que metade da consulta eu apenas fiquei chorando, mas foi o suficiente para eu começar a entender algumas coisas.

~ flashback on ~

– Bia, nós temos o costume de sempre acreditar que a saída de uma pessoa da nossa vida é culpa nossa. Não somos o suficiente, fizemos algo de errado, não conseguimos fazer a pessoa feliz, mas não é assim que acontece – Marcela fala com paciência – não nascemos com um manual de como encontrar a felicidade, então cada dia da nossa vida é dedicado a buscar isso. Aí entramos em um relacionamento por achar que ele pode nos fazer feliz, fazemos uma nova amizade por achar que aquela pessoa pode trazer felicidade para a nossa vida, e isso pode muito bem funcionar, por dias, meses ou até mesmo a vida inteira, mas aí chega em um ponto onde percebemos que as coisas não encaixa mais, que o que antes nos fazia feliz já não faz mais tanto sentido, e então precisamos deixar isso para trás para procurar uma nova felicidade. E isso não é porque o que nós temos não é bom, é porque não encontramos mais uma maneira de extrair a felicidade disso. Entende o que eu quero dizer?

– Acho que sim.

– Você se culpa por seu pai ter ido embora, mas talvez a partida dele tenha relação com coisas que você nem imagina – seu sorriso é acolhedor – você já perguntou para a sua mãe como era a relação dela com o seu pai? Como ele era em casa, além das poucas lembranças que você tem?

– Não, sempre tive medo de machucar a minha mãe ao trazer esse assunto de volta.

– Talvez seja hora de você conversar com ela sobre isso, vai ser bom para vocês.

~ flashback off ~

No fim, Marcela estava certa. No final de semana eu levei minha mãe para dar uma volta na orla de Copacabana e acabamos tendo a conversa que eu evitei por anos.

Minha mãe me contou que a relação com o meu pai sempre teve os seus altos e baixos, e que apesar de me amar muito, ele nunca desejou de fato ser pai. O seu sonho era viajar o mundo e aproveitar tudo o que fosse possível nele. Ele tentou seguir o que era tradicional e atendeu o desejo da mãe dele de se casar, e apesar dos bons momentos, minha mãe sempre percebia que a felicidade dele não era completa.

"No começo eu odiei ele por ter nos deixado, principalmente por ter deixado você, mas depois eu percebi que ele nunca seria feliz com a gente, e que talvez nós também não seríamos felizes com ele. Ele me deu você, o meu bem mais precioso, e acho que por isso eu não consigo odiá-lo. Ele me deu a minha felicidade e foi atrás da felicidade dele. Não fomos insuficientes, apenas não éramos o que poderia fazer ele realmente feliz. A vida é assim, minha filha, nós sempre vamos ser o suficiente desde que seja para algo ou alguém que realmente nos queira, caso contrário, apenas não faremos parte da mesma equação. Nós não fazíamos parte da equação dele, e no fim eu percebi que ele também não fazia parte da minha, pois a ida dele me deu a chance de conhecer o verdadeiro amor da minha vida, aquele que faz parte da minha equação e que é o suficiente para mim. Não carregue essa culpa, meu amor". Foi o que minha mãe disse.

– Você está tão perdida em seus pensamentos que até me sinto mal em te atrapalhar – a voz de Rafaella me fez pular da cadeira – desculpa te assustar.

– Sem problemas – olho para a loira sentada ao meu lado e sorrio – quanto tempo, senhorita, não vi você na semana passada.

– Então sentiu minha falta na semana passada? – seu sorriso aumenta.

– Não foi isso que eu disse – provoco – mas percebi que não estava aqui.

– Semana passada eu fui para uma conferência em São Paulo, fui na quinta e acabei voltando só ontem – explica – esperando a Marcela?

– Sim, a Flavina disse que ela está terminando de atender um paciente para me atender. E você, não tem nenhum paciente agora?

– Tenho, está sentada ali – aponta discretamente para uma mulher sentada do outro lado da recepção – eu disse a ela que precisava resolver um assunto urgente com você e que já iria atender ela.

– Um assunto urgente para resolver comigo?

– Te dar um oi e saber como você está é algo urgente e que preciso dar a devida importância, senhorita Andrade.

"Alerta pânico, essa mulher definitivamente não existe, não é possível."

– Você é impossível, doutora Kalimann – tenho certeza que o sorriso em meu rosto é enorme.

– Senhorita Andrade – Flavina me chama – a doutora Kalimann já está a sua espera.

– Hora de ir para a outra Kalimann – falo já me levantando.

– Gostaria de te acompanhar até lá, mas infelizmente tenho que ir para a minha consulta – Rafaella suspira e se levanta – espero te ver novamente em breve.

– Também espero – não sei se dou um abraço ou apenas um tchauzinho, mas ela acaba com minhas dúvidas ao se aproximar e me dar um abraço seguido de um beijinho no rosto – Tchau, Rafaella.

– Tchau, Bianca!

Me afasto sorrindo e sigo em direção à sala de Marcela, hora de encarar a outra Kalimann que faz os meus divertidamente entrarem em colapso. 


XXXXX

Voltei hoje só para dizer que fiquei feliz com a recepção da fic, ela vai ser inteiramente assim, comédia e boiolice. Já que as autoras decidiram distribuir tombos e sofrimento por ai, eu cuido das minhas rábias. 

Vejo vocês na quarta-feira!

Continue Reading

You'll Also Like

88K 4.2K 42
Continuação de " Quando você apareceu 1 temporada " corre la pra entender melhor Tudo pode muda teremos Horst , drogas , amor ......
27.5K 3.1K 34
Bianca Andrade tem o emprego dos sonhos e o noivo perfeito. Mas quando se vê sobrecarregada com os preparativos do casamento, seu noivo contrata Rafa...
3.6K 297 6
Uma trilogia de oneshot sobre Rosa e Naiane, com o único objetivo de entreter a mim mesma, mas que eu vou compartilhar com vocês.
27.9K 2.4K 29
A empresária Stefania Spampinato é muito reconhecida pelo seu sobrenome, carregando consigo dezenas de filias por partes do mundo. Desde muito nova e...