Epílogo

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Aqui quem fala é ela, a atualização de inefável. Tá passada?

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Segunda-feira, 24 de junho de 2030. Rio de Janeiro, Brasil.

Rafaella POV.

Sorrio orgulhosa ao olhar para o enorme painel na entrada de casa que diz "sejam bem-vindos ao arraiá dos Kalimann-Andrade".

– Rafinha, eu já disse que amei a ideia de fazer esse arraial? – Gizelly fala com a voz abafada por estar agarrada com um pedaço de milho cozido – você devia fazer isso todo ano.

– Você deve ter dito algo do tipo depois que descobriu que não iria precisar gastar nada com ele e ainda ia comer todas as comidas típicas que você tanto ama.

– Eu amo fazer uma boquinha free – ela pisca em minha direção.

– Eu só fiz esse ano porque a Maria Júlia cismou que queria fazer um arraial em casa igual teve na escolinha – suspiro lembrando da insistência da menor com aquela ideia – mas ano que vem vai ser a sua vez.

– Tá louca? – ela acaba se engasgando com o milho e eu me esforço para não rir – eu não tenho dinheiro para isso não, minha filha, ainda estou pagando as prestações da festinha de um ano da Alice, e olha que ela já está prestes a fazer dois – me olha desesperada – e a Marcella ainda quer ter outro filho!

– Vocês deveriam tentar um segundo filho.

– Rafaella, você sabe quanto custa uma mensalidade escolar hoje em dia? – Gizelly é pura indignação – a faculdade então, nem se fala. Eu sinto o cheirinho de falência só com uma criança, imagina com duas?

Estou prestes a respondê-la quando ouço o grito de Bianca.

– Rafaella Kalimann-Andrade, vem aqui agora! – olho para Gizelly que começa a rir e pega uma paçoca.

– É melhor você ir logo antes que ela venha te puxar pela coleira.

– E é melhor você parar de comer toda a comida da festa antes que ela venha aqui te bater usando a minha coleira – falo antes de correr em direção ao quarto das crianças.

Ao chegar no quarto de Maria Júlia, vejo Bianca extremamente concentrada em terminar de arrumar o cabelo da nossa filha, já com quatro anos.

– Como as mulheres da minha vida estão maravilhosas – sorrio largamente e a pequena corre para os meus braços.

– Mamãe, você gostou do meu vestido? – pergunta e dá uma voltinha para mim.

– Eu amei, meu amor – vejo um sorriso tomar conta do seu rostinho – vai ser a rainha do milho mais linda do mundo inteirinho.

– A mamãe falou que a vovó vai trazer a minha faixa daqui a pouco – ela olha para Bianca que concorda com a cabeça.

– Maju, por que você não vai ver se sua avó já chegou? – minha esposa pergunta e então noto que tem algo errado.

– Mas antes, o meu beijo – falo e sinto vários beijinhos em minha bochecha – sem correr.

Como esperado, ela ignora o que eu falo e sai correndo em direção a área externa da nossa casa.

– Posso saber por que a noivinha mais linda desse mundo está com essa carinha de brava? – sinto seu corpo se encaixar com o meu e me arrepio ao sentir seus lábios distribuindo alguns beijinhos em meu pescoço.

– O seu filho decidiu que não quer usar a camisa xadrez, e sim uma do homem de ferro – ela se afasta e eu encaro os olhinhos castanhos que parecem cansados e chorosos – eu só queria a família inteira com trajes típicos, você precisa dar um jeito de convencer ele.

InefávelWhere stories live. Discover now