A física entre nós [CONCLUÍDO]

By autora_verbena

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Rafael está ferrado. Perto de reprovar em física, se vê desesperado. A matéria parece não entrar na sua cabeç... More

Elenco e Informações
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capitulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete - BÔNUS
Capítulo Trinta e Oito
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo Vinte e Nove

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By autora_verbena


RAFAEL MONTEIRO

Parado em frente a minha casa, observo a fachada, as plantas, e minha vontade de entrar diminui ainda mais. Sei o que ouvirei quando entrar. 

— Acho que melhor voltarmos para minha casa. — afirma Elena. E por mais que também ache melhor, não posso ficar adiando a volta. Postergar não adiantará nada.

Entrelaço nossos dedos e beijo sua mão.

— Não posso, vai ser pior amanhã. 

Com a mão livre Elena arruma meus cabelos. Aproxima e me beija. Diferente dos de ontem, esse é calmo. 

Me afasto e pego a mochila, encaro mais uma vez a fachada. Dou um beijo de despedida em Elena e saio do carro, me preparando para lidar com as consequências.

*

A casa está escura, nem Daniel nem Joana me esperavam, ótimo. Passo pelo corredor, escuto vozes do quarto deles, mas não paro e nem anuncio minha chegada, eles sabem que estou em casa. 

Entrando em meu quarto largo tudo no chão e vou tomar banho. Apesar de ter tomado um na casa de Elena, sinto meus ombros tensos e a água quente do chuveiro é a única coisa que pode aliviar. 

Tiro a roupa e entro no box. A água quente cai sobre meus ombros, massageio os ombros debaixo da água, aos poucos os músculos tensos vão relaxando. 

Com uma toalha enrolada na cintura, sai do banheiro e dou de cara com Joana, realmente pensei que conseguiria deixar a conversa para amanhã. Já passava da meia-noite, só quero dormir. Passo por ela, vou até o guarda-roupa, pego a minha calça de dormir e uma boxer.

Quando sai novamente do banheiro, ela continua sentada na beira da cama. É a segunda vez que terei uma conversa com mãe hoje, porém duvido muito que esta será parecida com a anterior. A primeira diferença é que não me sento ao seu lado, prefiro ficar apoiado na mesa de estudos.

— Onde passou a noite, Rafael? Liguei para todos os seus amigos e você não estava na casa de nenhum deles. — Sua voz sai irritada.

— Na casa de Elena, foi lá que dormi e passei o dia de hoje. — respondo, sem dar muita importância para sua preocupação.

— Elena? Desde quando são próximos assim? — não acredito que ela me pergunta isso, Joana não percebeu a expressão idiota que sempre estava estampada no meu rosto quando chegava em casa? 

— Você não sabe? 

— Rafael, me responde. —  Confirmando minhas suspeitas, vejo que Joana não faz ideia do que venho sentindo. Para alguém que sempre se disse uma ótima leitora de pessoas, suas percepções vem falhando, ou me ignorando mesmo.

— Se você conversasse comigo saberia a resposta.  

Não vou perder tempo explicando o óbvio. A compreensão chega aos olhos de Joana.

— Então é para isso que tem ido a casa dela? 

— Se fosse só por isso, não teria tirado a nota que vocês viram. 

— Desde quando? 

— Depois que ela veio jantar aqui. 

— Há semanas…

— Pois é…

Não é recente, e ela acaba de se dar conta. Não sou de sair falando com quem fico, o que faço, mas os sinais estavam todos lá. Não foi uma ou duas vezes que Clara me disse isso. Chego em casa com cara de bobo, sorrindo pelos cantos, com o humor bem melhor, mais claro impossível.

— Não é isso que importa aqui, você saiu de casa de noite, sem avisar para onde ia, só falou que estava bem e seguro, pensou que não ficaríamos preocupados? 

O plural não me convence, nem o singular me convenceria no momento. Ficaram tão preocupados que nenhum dos dois passou no Álvares de Azevedo para ver se tinha ido ao colégio.

— A pensei sim, a preocupação que vocês teriam não saiu da minha cabeça. 

Joana se prepara para continuar, mas estou com sono e sem paciência para ouvir suas palavras.

— Eu vou dormir, tenho aula amanhã. Outra hora a gente conversa.

Joana hesita em sair, ela quer continuar a conversa, mas sabe que é perda de tempo. Não estou disposto a ouvir. 

— Rafael…

— Outra hora.

Joana se levanta e caminha em direção à porta. Coloca os olhos em mim uma última vez, abre a porta e sai.

Cansado, passo as mãos pelo rosto, buscando espantar o sentimento ruim. A culpa não é toda dela, mas sua omissão me machucou. Assistir sua apatia desestruturou as bases, antes firmes sob meus pés. 

Joana sempre foi um filtro nas atitudes de Daniel. Ela evitava que tudo explodisse, talvez ela tenha ficado cansada do papel e por isso resolveu deixar as ofensas rolarem soltas.

Minha cabeça começa a doer, por causa dos pensamentos, o sono desapareceu. Passam da uma da manhã e a madrugada está apenas começando.

*

Escuto o discurso de Lúcia de cabeça baixa, como o esperado, ela pegou Mateus para Cristo. Há vinte minutos que seu monólogo começou, Lúcia já listou todos os erros de Mateus e a forma irresponsável que vem agindo. 

Mesmo querendo pedir para que dê um tempo, não faço, Lúcia está certa e Mateus precisa ouvir umas verdades. Contudo, minha cabeça dói e nem o remédio ajudou. O latejar segue constante desde a madrugada, tenho manchas escuras sob os olhos e minha aparência está péssima.

— Amor, acho que o Mateus já entendeu. — Clara corta a fala de Lúcia.

— Concordo com a Clara. — o destinatário do discurso opina. — Eu entendi, Lúcia.

— Tô com eles. — falo, minha voz sai abafada.

Sinto alguém me cutucando com a caneta e ergo a cabeça. 

— Cara, você está péssimo, parece que um caminhão passou por cima de você. 

— Eu sei. — respondo à Mateus, massageando as têmporas, tentando aliviar a dor.

— Quer remédio? — pergunta Clara.

— Já tomei e não melhorou. — A minha dor de cabeça vai melhorar quando tiver uma boa noite de sono.

– É por causa da discussão de segunda? — Pergunta Lúcia. Ontem durante o intervalo expliquei de forma bem sucinta o porquê cheguei com Elena. 

Meus problemas com Daniel eram conhecidos por meus amigos, já que o intitulado como meu pai, adorava soltar indiretas para mim através de elogios para Clara e Lúcia. Mateus não era alvo nem de críticas nem de elogios, entretanto Daniel e Joana o tiravam de problemático por ter pais separados. 

Os meus seguem juntos e estou na mesma merda que Mateus. 

— Também, não dormi muito na noite de segunda para terça, e a noite de ontem também não foi muito bem aproveitada. 

Estou com um sono do caralho, me sinto mais lento e com maior dificuldade de entender os assuntos. Só quero um copo de café preto. 

Diferente do que esperava, Lúcia abre um sorriso malicioso. 

— Na noite de segunda não estava na casa da sua namorada? — Não corrijo o substantivo namorada. Gosto do som dele. E ainda mais da pessoa a quem ele se refere.

— Dormi. — respondo sem entender onde ela quer chegar. 

— Não dormiu por quê? Estava ocupado? — começo a franzir o cenho, as perguntas de Lúcia não estão fazendo sentido.

— Ocupado com o que? 

Os três começam a rir de mim. Enquanto eu fico parado, sem compreender o motivo das risadas.

Puta merda, eu tô muito devagar.

— Rafa, a Lúcia quer saber o que te deixou acordado durante a noite. — explica Clara. Finalmente compreendo. 

— O mesmo que te deixou no final de semana. — respondo. 

Para dar mais veracidade a minha resposta, Mateus faz um V com os dedos e os coloca próximo a boca. Com a língua para fora, ele faz movimentos para cima e para baixo. 

Clara cora, com vergonha. E Lúcia fecha a cara, não gostando. 

— Sinceramente, Mateus, não sei porquê sou sua amiga — diz Lúcia, puta. Mateus apesar da bronca, não para.  —  Para com essa porra! 

— Mateus, pare de fazer gestos obscenos. — Pede Luis, o professor de matemática, bravo. — E, vocês quatro, vão parar ou querem sair da sala? 

Diante de sua fala, nos ajeitamos na cadeira e abrimos os cadernos de matemática. Contendo o riso, olho para o outro lado da sala.

Elena balança a cabeça para mim, em negação, imaginando o assunto da conversa. Em resposta, abro um sorriso para ela. Elena não devolve o sorriso, mantendo a postura. 

Namorada é um bom substantivo. É bom para ela.

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