Após o acontecido de ontem, bebi o resto da garrafa de vinho e assim que cheguei ao ponto de não conseguir me manter mais em pé, acabei por pegar no sono.
Abro os olhos lentamente e me espreguiço na grande e macia cama, passo a mão pelos olhos os coçando e então me sento na cama. Olho para o relógio na parede e percebo que havia acordado um pouco mais tarde do que o costume, o que não fazia mal já que hoje é meu dia de "folga". Me levantei e rapidamente fiz minhas higienes e caminhei até o guarda-roupa.
Abri o grande móvel feito com a melhor madeira e optei por um vestido preto colado, juntamente a ele optei por um sobretudo sem manga vermelho e para combinar calcei saltos da mesma cor. Em frente ao espelho coloquei um par de brincos pequenos e passei um batom avermelhado.
— É assim que você deve ser...Intocável. - Falei encarando o espelho, enquanto arrumava o cabelo.
Mesmo não querendo admitir, eu era mais perecida com minha mãe do que pensava. Perdi as contas de quantas vezes eu a via bêbada, completamente destruída. E no dia seguinte lá estava ela, lindíssima, não éramos ricos e nem tínhamos metade do dinheiro que tenho hoje, mas ela sempre foi muito bonita e vaidosa.
Sai de frente do espelho e rapidamente sai do quarto, eu não planejava comer nada então passei direto pela sala de jantar e fui em direção a porta. Antes que desse de cara com alguém, sai para fora e com um sinal simples com a mão pedi por meu carro. Esperei em frente a porta e poucos minutos se passaram até um dós empregados trazer meu carro, caminhei até o mesmo e coloquei meu óculos escuros.
Adentrei o carro e comecei a dirigir, eu não sabia aonde ir, apenas sair por ai sem destino. Esses dias de folga eram os piores, os dias em que me via completamente sozinha. Eu não iria até o apartamento de Emma, ela merecia um tempo para si e Ethan quase nunca estava em casa. Acabei por dirigir até o The Empire, esse lugar realmente era o meu refúgio, enquanto olhava alguns papéis com uma expressão tediosa, o telefone então tocou.
— Alo? - Atendi.
— Será que a Sr.Hanna estaria livre para almoçar com uma velha amiga? - Ada disse rindo.
— Ada! Mas é claro que eu estou livre para você. - Abri um sorriso surpresa.
— Nos vemos daqui a 5 minutos naquele restaurante que a Polly sempre nos levava então? - Disse com animação.
— Estarei lá. - Confirmei animada.
Encerrei a ligação e rapidamente aquela expressão tediosa de alguns minutos atrás havia sumido. Ada sempre foi uma grande amiga e fazia um tempo que não passávamos um tempo juntas, seria bom vê-la. Sem demora peguei minha bolsa que estava em cima da mesa e sai do escritório, logo saindo do The Empire também. Caminhei pelas ruas com passos firmes e levemente rápidos, enquanto andava percebia alguns olhares sobre mim, o que era normal.
O restaurante era a alguns minutos do The Empire, então não demorou muito para que eu chegasse até lá. Assim que entrei no estabelecimento vi Ada em uma das mesas e fui até ela, logo me sentando na mesa com um sorriso no rosto.
— Pedi aquela torta que sempre pedíamos quando víamos aqui. - Ela diz sorrindo.
— Aquela torta era deliciosa! Não vejo de come-la. - Passo a língua pelos lábios.
— Você ainda tem o mesmo paladar pelo visto. - Riu.
— Algumas coisas nunca mudam. - Rio junto.
— Pena que essa frase não se aplica para tudo. - Olha para mim com um sorriso singelo.
— Infelizmente. - Suspiro. - Como estão os outros?
— Estão bem, ouvi dizer que você foi animar o Tommy, acho que funcionou. Ele passa bastante de tempo com o Charles, e agora conseguiu o nome de um homem que esta passando informações para a Embaixada soviética. - Se aproximou e sussurrou. - E eu acho que em breve vou para Boston.
— Fico feliz em ouvir isso. Boston?! É um lugar maravilhoso, você vai adorar. - Sorrio.
— Tenho certeza que sim. Batons, roupas de paris, sem armas, tudo legalizado. E a única coisa que eu tenho que fazer é ficar bonita e cuidar do transporte! - Deu de ombros sorrindo.
— O seu sonho será realizado. - Ergui minha xícara para um brinde.
— Olha só onde estamos hoje, quem diria. Você sabe aonde me encontrar se precisar. - Brindou.
— Eu digo o mesmo, sabe aonde me encontrar se precisar de algo. - Dei um gole no café.
( P.O.V JOHN)
Eu estava em casa no jardim treinando minha pontaria, era como os alvos fossem minhas escolhas e a bala fosse Hanna, a pior consequência. Quando eu penso por um segundo que vamos ter uma boa conversa, sempre acabamos brigando no final, era inevitável e eu era louco por querer tanto fingir que esta tudo com a gente por pelo menos 5 minutos.
Eu só queria conversar com ela como antes, rir ao lado dela, encarar aqueles olhos bem de perto. Sou tirado de meus pensamentos pelos gritos de Arthur, que logo começa a me arrastar para fora de casa.
— Vai sair John? - Izzy pergunta descendo as escadas.
— Vou. - Respondi sem olhar para a mesma.
Sai de casa juntamente com Arthur, que alegava ter uma grande notícia a dar. Chegamos e eu me sentei em uma das cadeiras, já impaciente por Arthur não abrir a boca logo, coisa que ele sempre fazia quando não era necessário.
— Arthur, pelo amor de Deus! O que foi? - Pergunto.
— Não, vamos esperar o Tommy. - Diz colocando uma garrafa de champanhe em cima de um banco.
— Conta logo e fala com um Tommy depois. - Curly diz.
— É, ele não está aqui. Ele não está aqui, eu vou embora. - Me levanto.
— Ele chegou. - Arthur diz.
— Então, o que foi? - Tommy diz se aproximando.
— Eu sei lá que história é essa. - Continuo a caminhar em direção a saída.
— Vamos, vamos. - Tommy me puxa de volta.
Reviro os olhos e dou meia volta, voltando para a roda e esperando Arthur falar logo o que era.
— Então. - Arthur tenta abrir o champanhe com a boca.
— Arthur tem um fio nessa rolha! Me dá aqui. - Pego a garrafa.
— Que meda, então. - Soba na cadeira. - Senhores! A Linda...está grávida. Eu vou ser pai porra! - Comemora.
— Mentira. - Abro um sorriso.
— Isso mesmo, é. - Diz sorrindo feito bobo e desce da cadeira.
Imediatamente o mesmo foi abraçado por todos presente ali, inclusive eu que estava contente pela felicidade de meu irmão. Era inevitável não perceber a diferença de nossas reações, eles estava feliz pelo amor de sua vida estar esperando um filho seu, já eu era muito diferente. Eu sabia que a criança não tinha culpa alguma e a amaria quando nascesse, mas eu não conseguia sorrir quando olhava para Izzy.
— Até mais Arthur, tenho uma reunião. - Tommy diz indo abraçar Arthur. - Meus parabéns.
— Eu vou ser pai! - Sorria.
— Que orgulho. — Tommy sorriu também. - Finn preciso que encontre o Michael e vá a transportadora com ele.
— Eu não vou a lugar nenhum com ele. - Finn fecha sua expressão.
Todos então olham confusos para Finn, não era a primeira vez que o mesmo tinha esse comportamento quando se tratava de Michael. Antes eu era o único que não me dava com ele, mas de repente Finn começou a trata-lo com indiferença.
— Já faz um tempo que eu venho percebendo esse seu comportamento em relação ao Michael. Quer nos contar alguma coisa Finn? - Tommy se aproxima do garoto.
— Ele não merece ser um Peaky Blinder. O que ele fez não tem perdão. - Falou sério olhando nos olhos de Tommy.
— E o que ele fez, Finn? - Arthur pergunta.
— Eu não posso falar, prometi a alguém que deixaria esse assunto esquecido. - Desvio o olhar.
— Prometeu a quem, diga. - Tommy diz firmemente e Finn fica em silêncio. - A quem você prometeu Finm?
— A Hanna. - Disse com a cabeça baixa.
Minha atenção que estava totalmente aleatoria pelo local, foi para o garoto assim que pronunciou o nome de Hanna.
— O que o Michael fez, você precisa nos contar. - Tommy insiste.
— Eu não posso... - Olha para o chão.
— FALA LOGO PORRA! - Grito impaciente.
Meu grito chama a atenção de todos, mas logos voltam a olhar para Finn que relutava sem parar, prendendo seu olhar no chão.
— Ele tentou agarrar a Hanna a força. - Olhou para nós.
— Ele o que...!? - Travei o maxilar.
— Quando isso aconteceu? - Tommy coloca sua mão no ombro de Finn.
— No seu casamento Tommy, por isso Hanna não quis contar nada, ela não queria atrapalhar. - Explicou. - Se eu não tivesse chegado bem na hora, eu acho que ele teria conseguido o que queria.
— Eu não acredito que ele teve coragem de tentar fazer uma coisa dessas com a Hanna. - Arthur disse furioso.
— Que merda você fez Michael...! - Tommy disse colocando as mãos na cabeça. - Logo com a Hanna porra!
— EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO! - Falei furioso e me virei em direção a saída.
— JOHN! - Tommy gritou por mim.
— EU VOU ARRANCAR OS DEDOS DELE
UM POR UM ATÉ ELE GRITAR POR MISERICÓRDIA! - Fui até o carro mais próximo.
— TRAGAM OUTRO CARRO AGORA! - Ouvi Tommy gritar.
Fui até o carro mais próximo que era o de Tommy e entrei no mesmo, antes mesmo de Tommy ou Arthur chegarem até mim, liguei o carro e sai rapidamente pisando fundo no acelerador. Eles provavelmente iriam atrás de mim, mas até que conseguissem um carro eu já estaria longe. Eu nunca havia ficado tão cego de ódio, eu não via nada em minha frente, além de raiva.
Comecei a imaginar a tal cena, Michael a segurando com força em seus braços e Hanna desesperada pedindo para que o mesmo parasse. Só de imaginar suas mãos percorrendo o corpo da mesma, eu queria mata-lo com minhas próprias mãos!
Pelo que eu sabia Michael estava na casa de Tommy, e foi para lá mesmo que eu dirigi o mais rápido possível. Queria chegar lá antes de Tommy e Arthur, queria pega-lo sozinho assim não teria ninguém para se intrometer, e assim ele me provaria se é tão ouvir assim.
[...]
Cheguei em frente a casa de Tommy e desci do carro o mais rápido possível, adentrei a casa abrindo a porta com força e comecei a vasculhar a casa em busca de Michael. Passei em frente ao jardim e então avistei Michael fumando próximo a fonte de água. Encarei o mesmo severamente e ele se virou e me olhou confuso.
— Pensei que fosse o Finn que iria comigo. - Comentou levando o cigarro a boca.
— Eu vim no lugar dele. - Falei indo em sua direção e lhe dando um suco forte no rosto.
O mesmo se desequilibrou por causa do soco, mas não caiu no chão. Não esperei muito por sua reação, apenas deu tempo de ver o mesmo passar a mão na sua boca que sangrava, e então eu lhe dei uma cotovelada nas costas, o fazendo cair no chão. Fiquei por cima dele e comecei a distribuir vários socos em seu rosto.
— Não teve capacidade de ter a mulher que ama para si e então resolveu toma-la a força não é seu desgraçado?! - Falei enquanto dava socos seguidos em seu rosto.
— Do que você... tá falando?! - Gritou tentando se proteger. - SAI DE CIMA DE MIM! - Me dá um suco.
— Você é tão homem pra agarrar uma mulher a força, vamos ver se vai ser homem pra me enfrentar cara a cara. - Dou mais um soco em seu nariz e saio de cima dele. - Levanta.
Com dificuldade ele se vira para direita e cospe sangue no chão, permanecendo calado.
— LEVANTA PORRA!!! - Grito sentindo minhas veias estremecerem.
Ele se levanta lentamente e fica em pé a alguns passos de mim, passando mais uma vez os dedos por sua boca que agora estava toda machucada, ele me encarava seriamente.
— Como você teve coragem de tentar forçá-la a algo? - Perguntei
— Isso não é assunto seu. - Respondeu tentando manter seu tom tranquilo.
— VOCÊ É TÃO IMPOTENTE ASSIM MICHAEL? QUE SE DESESPEROU E QUIS AGARRA-LA? EU SEMPRE TE DISSE QUE ELA ERA MULHER DEMAIS PRA VOCÊ! - Gritei com um sorriso sarcástico no rosto.
— Cala a boca... - Sussurrou.
— O que? Fala de novo, eu não te ouvi. - Coloco a mão próxima a orelha.
— CALA A PORRA DA BOCA! - Grita agora com fúria.
— Isso! Era esse Machão que eu queria! - Rio enquanto passo a língua pela bochecha. - AGORA VEM MICHAEL, VEM!
O provoquei até que ele deixasse aquela armadura de perfeitinho cair por completo, assim o chamei ele respirou fundo e veio correndo em minha direção com o punho fechado. Assim que o mesmo chegou perto o bastante, retirei um canivete do bolso e passei por seu rosto, deixando o corte na maçã de seu rosto. Assim que sentiu o corte, Michael perdeu a atenção e não conseguiu dar seu soco em mim.
— EU AMO ELA! - Vi seu rosto ficar vermelho de ódio.
Dei um chute em seu joelho e ele pude ouvir seu grito de dor, enquanto caia novamente no chão. Fiquei por cima dele novamente e coloquei o canivete próximo ao seu rosto, e coma outra mãos segurei sua mandíbula com força.
— Regra número 1, se você ama ela jamais encoste nela ou tente forçá-la a algo. - Sussurrei enquanto fazia movimentos com o canivete, ameaçando cortar mais seu rosto. - Qual parte será que eu corto agora?
(P.O.V HANNA)
Após terminarmos de comer Ada insistiu para que eu fosse com ela na casa de Tommy, e eu sem hesitar muito aceitei. Saímos do restaurante e fomos para a casa de Tommy em meu carro.
[...]
Chegamos em frente a casa e eu estaciono o carro, assim que descemos do carro somos surpreendidas por um carro em alta velocidade, o mesmo parou ao lado do meu e então Tommy, Finn e Arthur sairam de dentro do mesmo. Tommy começou a andar rapidamente e eu logo fui até o mesmo preocupada.
— Tommy o que está acontecendo? - Perguntei.
— O John vai matar o Michael! - Disse retirando seu blaser e o jogando para Finn.
— O que?! - Ada gritou.
Olhei para Finn e na mesma hora entendi o que estava acontecendo, o que aconteceu no casamento de Tommy veio à tona, e o que eu tanto evitei estava acontecendo. Eu conhecia o temperamento de John, quando estava cego de ódio ele não via em nada, não pensava e nada o impediria de matar Michael.
Corremos todos juntos para dentro da casa e começamos a vasculhar cada canto, a procura dos dois.
— ELES ESTÃO NO JARDIM! - Finn grita olhando por uma janela.
Sem demora corremos até o jardim e lá estavam os dois, Michael estava caído no chão que estava todo sujo de sangue, enquanto isso John estava por cima do mesmo apontando um canivete para o seu rosto.
— JOHN! - Gritei
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Obs: O John defendendo a Hanna>>>>>
Eu que não queria despertar a fúria de John Shelby!