For Him | taekook

By the-lonely-whale

103K 14.6K 7.5K

Jeongguk está acostumado a ensinar seus pacientes: seja o novo exercício, um novo hábito ou uma nova forma de... More

One.
Two.
Three.
Four.
Six.
Seven.
Eight.
Nine.
Ten.
Eleven.
Twelve.
Thirteen.
Fourteen.
Fifteen.
Sixteen.
Seventeen.
Eighteen.
Nineteen.
Twenty.
Twenty-One.
Twenty-Two.
Twenty-Three.
Twenty-Four.
Twenty-Five.
Twenty-Six.
Twenty-Seven.
Twenty-Eight.
Twenty-Nine.
Thirty.

Five.

3.3K 601 203
By the-lonely-whale


O sol já estava se pondo quando Jeongguk saiu do enorme prédio da faculdade. O céu estava claro e o clima, apesar de ser fim de tarde, quente. A rua estava lotada de pessoas caminhando apressadamente. O menino incorporou a multidão. O peso da mochila parecia triplicado perante o cansaço que ele sentia. Enquanto seguia para a estação de metrô, sentiu seu estômago roncar. A cada passo que dava, só conseguia pensar em como quarta-feira era um dia desnecessário; tão longe do fim de semana, mas também longe o suficiente do começo da semana para já estar cansado.

Seguia para pegar o metrô da linha sete, que parava perto de sua casa, quando lembrou que não iria direto para casa. Prometera visitar Taehyung após as aulas. Apesar do cansaço evidente, não conseguiu controlar o sorriso ao ter tal pensamento. As únicas duas vezes que visitou o mais velho, saiu de lá animado com os pequenos avanços. Esperou a chegada da condução que o levaria até a casa do castanho, a linha cinco, com expectativa.

Dentro do metrô, enquanto comia a maçã que trouxera em sua mochila, riu divertido consigo mesmo. Alguns dias atrás, desejava por uma fuga da monotonia e, agora, estava ali, desviando-se de sua rota habitual. As pessoas ao seu redor pareciam devastadas e Jeongguk se questionou se sua aparência também estaria assim. Esperava que não. De qualquer forma, não se importava. Isso não seria relevante para ajudar Taehyung. Ele sorriu mais uma vez. Já tinha várias ideias de como continuar a estimular o mais velho na melhora.

Perdido em seus pensamentos, levou um susto quando a voz dos alto-falantes anunciou a chegada ao ponto em que desceria. Rapidamente, pôs-se a caminhar. A estação onde saltou era bem perto da casa dos Kim, portanto, o caminho foi rápido. O céu já estava escuro e a leve brisa do anoitecer aliviava o calor atípico.

Logo avistou a enorme casa e tocou a campainha ao se aproximar. Esperava que Hyoji o recebesse, como das outras vezes, mas surpreendeu-se ao ser recepcionado por um homem por volta dos cinquenta anos. Ele não tinha uma expressão amigável e assim manteve mesmo quando Jeongguk ofereceu-lhe a mão para cumprimentar e se apresentou. Eles sacudiram as mãos sem que o homem retribuísse a apresentação. Felizmente, o menino pensou, a mãe de Taehyung apareceu na porta nesse instante.

— Jeongguk, querido! Como está? Vejo que já conheceu meu marido. Esse é Dongsul, o pai de Taehyung. Querido, esse é Jeongguk, o filho de Yangwon e quem está ajudando na melhora do nosso filho.

A expressão do senhor pareceu aliviar após ouvir a voz da esposa, mas ainda não era exatamente amigável. O mais novo fez um aceno educado de cabeça. O casal abriu espaço para que ele adentrasse e, logo, direcionaram-no para o sofá. Apesar de não entender o que estava acontecendo, não contrariou. A senhora Kim foi a primeira a falar.

— Jeongguk, queríamos agradecer pelo que já fez até então. Taehyung tem apresentado melhoras não só física, mas emocional também. Ele aparenta estar mais feliz, empolgado, animado; como preferir definir. Isso significa tanto para nós. Já tentamos tantas vezes e nunca antes ele chegou a esse ponto. Sempre desenvolvia a parte física, mas parecia regredir a parte emocional. Muito obrigada.

Ele congelou por um momento ao ouvir que seu paciente já tinha desenvolvido a parte física como vinha fazendo agora. Os avisos de seu professor voltaram à sua mente. Taehyung poderia estagnar a qualquer momento. Uma onda de frustração passou por seu corpo. O olhar do casal à sua frente, porém, fez com que os pensamentos pessimistas desaparecessem por hora. Eles realmente pareciam agradecidos.

— E-eu... Não precisam agradecer. Eu quem agradeço pela confiança e oportunidade de conhecê-lo e ajudá-lo. Estou verdadeiramente contente com os avanços feitos até então. Se Taehyung continuar com essa persistência, os resultados serão melhores do que o esperado — disse da forma mais sincera possível. O lado profissional, contudo, tomou-lhe conta para continuar. — Só peço paciência e compreensão por parte de vocês. Os tratamentos têm altos e baixos. Nem todos os dias vão ser bons. As crianças que eu cuido, muitas vezes, avançam surpreendentemente no início, mas podem ficar semanas sem qualquer diferença. Taehyung vai precisar de muito apoio e incentivo de vocês, pessoas com quem ele se importa. Não é um processo fácil, emocionalmente falando principalmente, mas não é impossível.

Hyoji assentia a cada palavra, soltando suspiros. Seus olhos carregavam olheiras, discretas pela leve maquiagem. Apesar de tudo, ela parecia confiante. Dongsul permaneceu parado sem reação. Jeongguk se sentia desconfortável. Sabia que tinha uma enorme responsabilidade, mas ali, naquela enorme sala de estar decorada nos mínimos detalhes com artigos que deveriam ser muito caros, após aquele discurso, tudo se fazia bem mais real. Um tanto assustador.

— Diga-nos, quanto vai cobrar pelo tratamento? — o senhor Kim se pronunciou pela primeira vez desde então. Sua voz era grave, ainda mais que a do filho.

— Não se incomodem com isso. Não quero nenhuma quantia em dinheiro.

Mesmo que fosse de certa ajuda, Jeongguk não poderia aceitar um pagamento. Estar ali virara uma questão de auto desafio. Não era mais o estagiário de fisioterapia que estava ali, mas, sim, o menino que se recusava a ouvir que algo era impossível.

— Querido, isso não é justo. Precisamos retribuir-lhe de alguma forma.

— Tia Hyoji, você mesmo disse que, acima de tudo, eu deveria ser amigo de Taehyung. É isso que farei. Serei seu amigo e essa será minha retribuição. Não se preocupe.

A mulher sorriu abertamente e apertou de leve a mão do marido. Eles se puseram de pé e Jeongguk fez o mesmo.

— Desculpe termos tomado tanto seu tempo. Pode subir. Taehyung está no quarto — Dongsul soou mais suave dessa vez. A conversa que tiveram pareceu agradá-lo.

— Tudo bem, com licença.

Virou-se em direção à escada, mas a voz de Hyoji o levou a desfazer a ação.

— Ele está dormindo porque estava reclamando de muitas dores musculares. Pode acordá-lo, não tem problema.

Dores? Jeongguk imaginou se Taehyung estaria se esforçando mais do que deveria para sentir tantas dores. Não era difícil, visto que no dia anterior até cronometrou o tempo que ficava sentado. Isso não era certo. Instruiu a mãe do menino a ferver água para colocar em compressas e seguiu para o andar superior.

Como fora avisado, o castanho estava dormindo tranquilamente. Sua respiração era suave. O cabelo estava bagunçado e os lábios se encontravam entreabertos. Jeongguk sentiu pena de acordá-lo, mas precisava que ele estivesse desperto para poder ajudá-lo. Aproximou-se com cautela e chamou seu nome devagar. Sem resposta. Chamou um pouco mais alto. Nada. Chacoalhou-o cuidadosamente pelos ombros até que o mais velho resmungasse e abrisse os olhos.

— Bom dia — o mais novo brincou.

— Jo-guk! Vo-cê ve-io! — ele sorriu.

— Sim, dorminhoco. Como está?

— Bem.

Jeongguk fez uma expressão brava pela mentira. Esperava que Taehyung confiasse em si.

— Não foi isso que me contaram. Um passarinho me disse que você está sentindo dores.

O castanho abaixou o olhar e concordou. Após um tempo em silêncio, voltou a encarar o mais novo, que permanecia em pé ao lado da cama.

— Taehyung, isso é por estar se forçando demais, não? — Outro aceno em resposta. — Você precisa ter cuidado. Já pensou se isso causa um dano ainda mais sério? Eu sei que você está empolgado com os novos acontecimentos, eu também estou, mas precisa reconhecer seus limites. Do contrário, só vai se prejudicar.

Jeongguk achou que estava soando muito como um profissional e se repreendeu mentalmente. Precisava se controlar. Queria ajudar e não assustar.

— De-cu-pe — o outro respondeu baixo. — Vo-cê tá par-e-ce-do mi-a mãe.

Sorriu quando percebeu a melhora evidente na dicção do mais velho. Mais um pouco e ele falaria tão natural quanto qualquer pessoa.

— Só porque nos preocupamos com você.

Repreendeu-se em silêncio por ter soado íntimo demais. Talvez, Taehyung se sentisse desconfortável. Não foi, porém, o que aconteceu. Ele abriu um largo sorriso, que arrancou outro em resposta do Jeon, principalmente por perceber a maior mobilidade dos músculos faciais.

— Cer-r-to. Que-r vê ani-me?

— Depende. Ainda está com dor?

Taehyung abaixou o olhar envergonhado.

— Sim.

— Eu posso te ajudar a aliviá-las. Se quiser, é claro.

Jeongguk aproximou-se do pé da cama e depositou sua mochila ali. Ainda aguardava a resposta do castanho. Retirou o celular do bolso de sua calça e guardou-o no bolso lateral da mochila, que estava próxima ao violão recostado na parede.

— Sim. O qu-e tem na mo-ch-i-la?

— Apenas alguns livros da faculdade — respondeu simples. Estava contente de o outro ter aceitado a ajuda.

— Po-s-sso ve-r?

— Oh, não me faça pensar nas matérias, por favor. Estou querendo descansar — desconversou. Não queria que Taehyung visse os enormes livros de fisioterapia. Ele poderia se sentir traído ou enganado caso descobrisse assim. — Eu vou te pôr de bruços, tudo bem?

Conforme o Kim assentiu, Hyoji chegou no quarto segurando as compressas de água quente envoltas em toalhas para não se queimar. A mulher depositou-as sobre a poltrona ao lado da cama e se aproximou, deduzindo que Jeongguk precisaria de ajuda. O moreno levantou e pegou o mais velho no colo com cuidado. Uma mão segurava firmemente por baixo dos joelhos e a outra dava suporte às costas. Pediu à mulher que posicionasse o travesseiro de forma que esse ficasse por baixo da barriga de Taehyung. Em um movimento habilidoso, porém de forma cautelosa, o Jeon virou-o em seu colo e o colocou de barriga para baixo na cama. O castanho virou o rosto, apoiando a bochecha no colchão, de forma a encarar o mais novo.

— Onde dói mais?

— Coss-tas e q-ua-dil.

Sob o olhar atento de Hyoji, Jeongguk posicionou as duas compressas na parte inferior das costas do outro.

— Eu e Dongsul já vamos jantar, meninos. Querem comer alguma coisa?

— Pipo-ca — Taehyung pediu.

— Tudo bem, farei pipoca e depois trarei para vocês — disse e se retirou.

O Jeon se aproximou da cama e ajoelhou sobre o colchão. O mais velho arregalou os olhos sem entender.

— Eu vou fazer uma massagem, tudo bem? Acredito que vá ajudar a relaxar sua musculatura e aliviar a dor.

A única resposta que obteve foi um murmúrio de aprovação. Portanto, continuou o que planejava fazer. Passou uma das pernas por cima do corpo deitado a fim de se ajoelhar por cima dele. Encostou as mãos calmamente sobre o ombro do mais velho e iniciou movimentos em círculo devagar. Era possível sentir sob a ponta dos dedos a tensão dos músculos. Jeongguk queria esganar Taehyung por causar dor a si mesmo. Esperava que ele não teimasse e se controlasse a partir de agora. Não mentiu quando disse que poderia causar danos sérios.

Depois dos movimentos circulares cessarem, envolveu os ombros com a mão em formato de concha. Iniciou uma sequência de apertar e soltar os músculos com calma. Podia sentir a musculatura relaxando aos poucos. Passou a usar os polegares para exercer pressão sobre o local. Taehyung soltou um suspiro satisfeito. Após alguns minutos massageando a região do ombro, Jeongguk desceu os movimentos para abordar a região central das costas. Repetiu os movimentos em círculo por um tempo. Em seguida, virou as mãos e começou a bater de forma leve, como se fosse fatiar a pele. Ouviu outro ruído de aprovação. Retirou as compressas da parte de onde estavam e as posicionou pouco abaixo dos ombros. Suas mãos desceram até a região da cintura e repetiu a mesma sequência de movimentos que fizera anteriormente. Conforme apertava o local, sentia o menino abaixo de si relaxar mais.

Quando Jeongguk finalizou a massagem, Taehyung soltou um som frustrado. O mais novo retirou as compressas, que já estavam frias, e as colocou sobre a mesa de cabeceira.

— Está melhor? — perguntou quando saiu de cima da cama.

— Uhum — foi o que o Kim conseguiu emitir em resposta. Seus olhos estavam fechados e possuía uma expressão tranquila no rosto. Parecia satisfeito.

— Posso virar você de volta?

— Uhum.

— Perdeu a habilidade de falar, é?

Jeongguk soltou um risinho que foi acompanhado pelo outro.

— U-hum.

O moreno se aproximou e, dessa vez sem precisar pegá-lo no colo, mudou a posição de Taehyung na cama. Arrumou o travesseiro para que o castanho pudesse apoiar a cabeça confortavelmente. O rapaz permanecia de olhos fechados e Jeongguk achou que ele estava dormindo. No entanto, assim que Hyoji chegou com baldes de pipoca, Taehyung logo abriu os olhos, bem desperto. Um sorriso tomou conta de seu rosto. Ela entregou os dois recipientes a Jeongguk e se retirou.

— Vamos continuar assistindo aquele anime que começamos sábado?

— Uhum — o moreno revirou os olhos.

— Se você não falar, não vou colocar. Parece um sonâmbulo assim — brincou.

— Me sin-to co-mo gela-ti-na.

Jeongguk esboçou um sorriso e foi em direção à televisão para ligá-la. Taehyung fitou os baldes de pipoca com um olhar faminto. Era quase possível ver a água na boca do menino.

— É normal se sentir assim. Pelo menos está sem dor agora.

Jeongguk obteve um aceno de cabeça e se sentou na poltrona ao lado da cama. Pegou o primeiro balde de pipoca e levou a mão cheia do alimento à boca enquanto o anime começava. Percebeu, então, que o Kim não conseguia mexer mais do que os dedos, portanto não conseguiria comer sozinho. Encheu a própria mão de pipoca e levou à boca do mais velho. Observou com atenção o olhar que seguiu sua mão durante todo o percurso. Colocou algumas pipocas na boca de Taehyung e, as que sobraram, na sua própria boca. Jeongguk sorriu com a felicidade do outro ao conseguir mastigar a casca da pipoca. Sentia-se feliz. Era uma sensação da qual sentira a falta.

Continuaram assim. Devoraram a pipoca e assistiram ao anime em silêncio. Apenas um comentário ou outro era feito sobre as cenas ou as personagens. O quarto, de vez em quando, era preenchido pela risada de Taehyung quando esse mordia os dedos do Jeon, que ainda o alimentava. Ele também entrou na brincadeira e acabou por se tornar uma disputa entre um tentar morder e o outro tentar não ser mordido.

Quando voltaram a prestar atenção na televisão, após comerem as duas bacias de pipoca, o ambiente ficou silencioso. Jeongguk olhou para o lado e percebeu que o mais velho dormira. Sorriu com a cena. Agora, sem dor, ele poderia descansar propriamente. Desligou a televisão, afagou os cabelos castanhos em forma de despedida e desceu a escada para ir embora.

Apesar de já estar tarde e de estar cansado pelas aulas da faculdade, pelo trabalho no hospital e pela pesquisa que deveria estar fazendo, Jeongguk não conseguia deixar de se sentir feliz e cheio de energia. Passar um tempo com Taehyung trazia uma sensação familiar a si. A amizade que desenvolveram despertava algo acolhedor, como se devesse sempre estar ali.

Continue Reading

You'll Also Like

135K 16.6K 21
A vida de Isabella Miller é um autêntico turbilhão: cursa direito por influência dos pais e divide o apartamento com uma amiga. No entanto, sua rotin...
153K 16.9K 28
Camila é uma jovem que depois de terminar seu relacionamento, resolve curtir a vida sem se importar com nada e após uma louca noite de curtição, sua...
64.2K 5.4K 71
Essa mina rouba minha brisa, Acelera o meu coração...
62.1K 6.1K 28
[ CONCLUÍDA ]Long fic|Colegial|Taekook|Romance|Fanfic|Bangtan|BTS| Jeon Jungkook era o capitão bonito do time de basquete do colégio,faz...