Mom, I'm gay too『Tradução pt...

By mixiyuna_

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Os pais de Donghyuck mostram seu desprezo por Mark, o garoto que vive na casa ao lado, por ser homossexual. M... More

U M
D O I S
T R Ê S
Q U A T R O
C I N C O
S E I S
S E T E
O I T O
N O V E
D E Z
O N Z E
D O Z E
T R E Z E
Q U A T O R Z E
Q U I N Z E

P R Ó L O G O

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By mixiyuna_

A família estava sentada na mesa da sala de jantar, pronta para realizar a oração para agradecer pelas comidas que tinham sobre a mesa. Juntaram as mãos e abaixaram as cabeças, apoiando as testas em seus punhos

— Deus, te agradecemos pela comida que, graças a você, temos na mesa, obrigado por nos permitir que estejamos mais uma vez reunidos em família, perdoe àqueles que vivem no pecado e ajude aos que não têm o que comer. Abençoe nossos alimentos, amém — Disse a mulher deixando a pose anterior, sendo seguida pelos demais presentes na mesa.

— Amém — Seu marido repetiu, pegando os talheres e sorrindo para os lados.

Os dois pares de olhos pousaram no jovem, aquele garoto atentado de cabelos alaranjados que não havia se dignado a dizer o "amém" obrigatório depois da oração, e apenas começou a comer pela fome que estava sentindo, ignorando os olhares de reprovação de seus progenitores.

Sentiu os olhares queimando sobre ele, deixou os talheres sobre o prato lentamente e levantou o olhar, já que estava curvado sobre a mesa comendo como se fosse um animal selvagem — isso era o que sua mãe sempre lhe dizia.

— Donghyuck, não escutei seu agradecimento a Deus — Sua mãe o repreendeu enquanto pegava um guardanapo e limpava o canto de sua boca.

— Eu falei! — Se fez de vítima, arqueando as sobrancelhas — Não escutou? Você tem que ficar mais atenta!

— Donghyuck — Foi a vez de seu pai o recriminar, sabendo que seu filho mentia.

— Amém! — Revirou os olhos, voltando à sua posição para comer em paz.

Os pais do menino se entreolharam irritados, a mãe principalmente, e recusaram-se a continuar comendo, iniciando uma conversa para tornar o ambiente mais agradável durante a refeição. Donghyuck nunca foi de participar desses momentos durante o jantar, já que os assuntos sempre o aborreciam ou não o agradavam nem um pouco.

— Ouviu o que estão dizendo sobre o filho dos vizinhos? — Sua mãe soltou e, pela primeira vez em muitas conversas, levantou seu rosto e seus sentidos ficaram atentos, alertas e intrigados.

— Os canadenses? — Perguntou seu pai, curioso, e sua esposa assentiu.

— Isso, os canadenses.

— Você fala do Mark? É um menino de ouro, outro dia me ajudou com o carro — Mencionou o homem.

"Claro que ele te ajudaria, o Mark é um encanto!" Pensou Donghyuck carrancudo.

— Ontem estava falando com a senhora Kim, a mulher que mora do outro lado da rua, e ela disse que o viu uns dias atrás lá pelas quatro da tarde. Ela estava regando suas plantas quando viu o garoto dando um beijo indecente do lado de fora de sua casa — A mãe acrescentou e continuou comendo.

Donghyuck apertou seus lábios, sentindo-se cúmplice e exposto. Encolheu-se em seu assento e voltou a comer, quase engasgando com a comida querendo terminar logo e ir ao seu quarto o mais rápido possível para fugir daquela conversa.

— A princípio, ela achou uma falta de respeito, me disse, mas logo me contou o pior — Fez uma pausa dramática e seu marido se mostrou mais curioso e interessado — Mark estava aos beijos com um menino! — Revelou — Mark é gay!

Donghyuck se engasgou com um pedaço de carne, ao ponto de bater em seu próprio peito para que o alimento saísse de sua garganta.

— Querido, você está bem? — Sua mãe deu tapinhas em suas costas, buscando tranquilizá-lo — Sei que é muito chocante para você, Mark é seu amigo — "Ui, sim, muito amigos", ele pensou —, surpreende a todos nós que alguém tão próximo faça parte desse tipo de movimento, eu também fiquei sem palavras.

Donghyuck bebeu água para acalmar a irritação em sua garganta, pelo menos sua mãe parecia totalmente alheia a um pequeno detalhe, um que a deixaria mais impactada do que o filho da vizinha sendo gay. Talvez ficasse histérica e apavorada se descobrisse que o jovem que Mark beijava era ele, seu próprio filho, que se considerava um praticante dos tais movimentos estranhos que sua mãe falava.

Donghyuck era gay, não abertamente com sua família ou conhecidos. Era um tema delicado, não é como se ele gostasse de se manter escondido no dito "armário", ele queria com todas as suas forças gritar ao mundo quem era e mostrar a todos suas verdadeiras cores, mas era impossível com a família que tinha.

Não tinha nada contra as religiões, até fazia parte de uma, mas a forma como educaram e incutiram a religião em sua mãe era a razão pela qual teve que se limitar a ficar por detrás das portas.

Foi até que conheceu o estúpido do Mark, o vizinho que chegou do Canadá há dois anos.

Um pequeno resumo.

Se conheceram de forma estranha, tudo graças à sua melhor amiga, que se apaixonou pelo canadense desde que o viu comprar leite no armazém da esquina.

Ele se ofereceu para ajudá-la a conquistar Mark, mas deu tudo errado; ele acabou apaixonado pelo estrangeiro. Passaram meses com flertes constantes, não por parte de Donghyuck, e sim de Mark.

Se tornaram amigos depois de um tempo, ainda que não fosse completamente certo chamar de "amizade" a estranha relação que tinham.

Lamentavelmente, sua amiga teve que se mudar pouco depois por conta do trabalho de seu pai. Ela planejou se despedir de Mark, assim foi à casa do canadense revelar seus sentimentos e tentar beijá-lo para que sua partida fosse como as dos filmes adolescentes. Não correu tão bem; Mark a rejeitou.

Ao ficar sabendo, Donghyuck a consolou, mas no fundo se sentia muito bem ao saber que ela não havia beijado Mark. Sua amiga logo lhe revelou um detalhe que não queria lhe dizer a princípio por achar estranho, mas acabou dizendo de qualquer forma.

"— Você gosta dele, não sei como, mas você gosta do Mark"

A garota em seus braços havia dito, devastada. Dias depois, estava se despedindo dele no aeroporto, pedindo que ele a ligasse e que contasse como estavam as coisas. Prometeu que voltaria e Donghyuck se acalmou.

Ficou sozinho, sem sua melhor amiga. Não é como se não tivesse amigos, tinha muitos, mas não tão próximos como ela chegou a ser.

Sem se dar conta, continuou encontrando Mark; continuou conhecendo-o; continuou descobrindo-o; continuou se apaixonando por ele até que, de um dia para o outro, se viram em uma recente, mas linda, relação.

Até o dia de hoje, já estavam namorando há uns nove meses sem levantar suspeitas de sua mãe nem seu pai. A família de Mark sabia e tinham prometido guardar segredo, oferecendo-se também para cuidar de Donghyuck caso algum inconveniente se passasse com sua família.

Ele amava a família de Mark, ela era muito diferente da sua.

Voltando ao presente.

Donghyuck havia entrado em pânico ao ouvir a pergunta de seu pai.

— Não sabe quem estava com Mark?

— Não, a senhora Kim assegura que não viu seu rosto muito bem, mas era de fato um homem — Afirmou.

— Já terminei, tô indo dormir, boa noite — Apressou-se em dizer antes que sua mãe o impedisse novamente, subiu as escadas correndo para ir para o seu quarto e trancou a porta.

Foi até o pequeno móvel onde guardava materiais e cadernos, pegou uma caderneta da qual rasgou uma das folhas e fez uma bolinha. Caminhou até a janela que dava direto no quarto de Mark, este que sempre deixava a sua aberta, detalhe que agradecia.

Se inclinou e lançou a bolinha de papel dentro do quarto do canadense, e logo um garoto de cabelos castanhos apareceu com seus óculos redondos. Tinha uma expressão cansada.

— Eu tava estudando, amanhã tenho prova — O acastanhado se queixou, apoiando-se no parapeito — O que eu te disse sobre jogar bolinhas no meu quarto? Desperdiça papel! Você podia simplesmen- — outra bolinha bate na sua cara — ...Tá, o que você quer?

— Isso é jeito de tratar o seu namorado? Fuck you, Canada — Reclamou resmungando.

— Não taca papel em mim! — Rebateu Mark — Belo garoto com pele de caramelo, o que deseja, meu precioso?

Donghyuck riu.

— Melhor do que a última vez, continue praticando — O menor disse apoiando seu cotovelo na janela, deixando sua bochecha contra a palma de sua mão — Vou pra sua casa, quero dormir com você.

Mark hesitou pelo pedido repentino, olhou para seu quarto com uma careta.

— Tá uma bagunça.

— Não importa, quero falar com você e depois dormir na sua cama.

— Falar? — Mark indagou — Do que quer falar? Muito importante?

— Algo assim, um pouquinho — O ruivo fez um gesto com a mão — A minha mãe estava fofocando com a senhora Kim e ela disse que viu o canadense fofo da casa ao lado beijando um garoto, só isso.

A expressão de Mark mudou por completo, já não estava curioso, agora era perceptível o medo e a insegurança em seus olhos.

— Ela sabe que... você...

— Não sabe! Continuo aqui, é óbvio que se ela descobrisse você me veria na porta da sua casa com malas e minha cara cheia de meleca dizendo que minha mãe não me quer em casa porque eu gosto de pau, o seu, vale ressaltar — Brincou.

— Tô surpreso com o quanto você tá levando isso numa boa, não tem medo que ela descubra? — Mark coçou sua nuca.

— Nope — Parou por um segundo — ...Pensando bem, sim, me apavora, mas não quero me comportar como um paranoico e esconder ainda mais, estivemos bem durante esses nove, quase dez, meses, por que nos preocuparmos agora?

— Tem razão, mas agora ela já sabe que eu ando com homens, e pode ser que te veja comigo e te faça um longo questionamento — Mark deu uma hipótese — Você tem que ter cuidado de qualquer maneira.

— Aham, mas bom, são coisas que devem passar algum dia — Encolheu seus ombros — Eventualmente terei que dizer a ela: Mamãe, eu também sou gay.






̷۟꧇ (N/T)   ̷۟꧇

Se quiserem ler a fanfic original, vou deixar o link nos comentários do capítulo 

(não sei como coloca aqui, se alguém souber me ensina pufavô)


Espero que gostem, beijinhos! ˶ᵔᴗᵔ˶

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