Um funcionário estende sua mão e me ajuda a descer do palco, com um sorriso confiante no rosto caminho pelas pessoas e vou para a mesa que sempre ficava destinada a mim. Me sento sobre a mesma e imediatamente despejo um pouco da champanhe em minha taça.
Enquanto saboreava o champanhe eu observava o lugar cheio de pessoas, algumas dançavam, outras bebiam, conversavam e óbvio que em cima de mim haviam muitos olhares, principalmente de homens, eu achava engraçado o jeito que alguns me encaravam, como se tivessem medo de se aproximar.
Um dos funcionários veio até mim com uma caixa de cigarro em mãos e a estendeu, sutilmente peguei um cigarro e o acendi.
— Hanna! - Ouvi uma voz familiar me
chamar.
Assim que olhei para frente vejo Finn se aproximar animado, o garoto logo foi barrado por dois dos meus homens e os fuzilou com os olhos.
— Finn? Deixe-o passar. - O olhei surpresa e ordenei aos homens, que logo me obedeceram.
— Você estava ótima no palco! - Passou pelos homens e se sentou sorrindo.
— Obrigada, mas o que faz aqui? - Sorri para o garoto.
— Grace organizou um evento e queria te convidar, então eu aproveitei a oportunidade e disse que eu mesmo entregaria o convite pra você. - Ele explicou tirando o convite do casaco.
— Um evento... - Falei pegando o convite.
— Você tem que ir Hanna, faz meses que nós não te vemos e todos sempre falam de você. - Ele insiste.
— Eu sempre penso eu vocês também, sinto saudades. Mas você sabe que as coisas não são mais as mesmas. - Pego em sua mão.
— Eu sei disso, a indústria Shelby também esta enorme e muita coisa mudou. - Ele diz.
— Tudo bem eu vou! - Falei em um tom alto e animado.
— Eu sabia que você não recusaria se eu viesse! - Ele comemorou.
— Mas e você mocinho, poderia muito bem ter vindo aqui mais cedo ou me ligado para nos encontrarmos. Mas preferiu vir logo no horário em que o The Empire esta aberto! - O repreendi em meio as risadas.
— Eu não resisti, os boatos do quão esse lugar é demais são muitos! Eu precisava conhecer, esse lugar me lembra muito o James, ele amaria os músicos tocando a todo momento. - Disse olhando em volta sorrindo.
— Com certeza ele amaria. - Falei sorrindo e olhando para a banda. - Seus irmãos sabem que está aqui?
— Estão muito ocupados, nem devem ter percebido a minha ausência. - Deu de ombros e encheu uma taça com champanhe.
— Estou ansiosa pra conhecer o filho do Tommy, Ada me contou que ele é uma fofura. - Dei um gole em minha taça.
— E é mesmo, ele se parece muito com a Grace. - Balançou a cabeça positivamente e dei um grande gole no champanhe.
— Opa vai com calma Finn, não quero você saindo bêbado daqui. - Fiz um movimento com a mão, indicando para que abaixasse a taça.
— É só uma taça Hanna, relaxa. - Riu.
— Eu conheço bem a sua tolerância pra álcool. - Rio o provocando.
— Ela aumentou durante esse tempo, ok? - Deu outro gole.
E assim continuamos a conversa por horas, Finn realmente conseguiu deixar minha noite melhor do que eu imaginei. Era bom ve-lo, ver que mesmo com tantas mudanças, nossa relação era a mesma. Eu tinha um carinho enorme pelo garoto, o protegia como um irmão mais novo e isso nunca mudaria.
Finn passou mais ou menos três horas ali comigo, rimos, conversamos, dançamos muito e eu até o deixei beber um pouco mais, a tolerância dele realmente tinha aumentado e com certeza o responsável por isso deveria ser John. Assim que percebi que estava ficando tarde demais pedi para que um de meus funcionários o levasse para casa em meu carro, despedi do garoto e pedi para que desse um recado a família Shelby por mim.
( P.O.V JOHN)
Estávamos no escritório de Tommy bebendo um pouco depois de termos resolvido alguns negócios. Até ouvimos alguns passos no corredor e então o dono dos passos se revela, Finn passa em frente ao escritório.
— Finn! Vem aqui. - Tommy grita pelo garoto, que imediatamente voltou e entrou no escritório.
— Aonde você estava? Não sabíamos que tinha saído. - Arthur perguntou virando seu copo.
— Você bebeu. - Afirmei vendo a expressão em seu rosto, ele não estava bêbado, mas tinha bebido.
— Eu estava com a Hanna. - Disse tirando seu chapéu.
— Com a Hanna... - Perguntei um tanto surpreso e desviei o olhar
— O que estava fazendo com a Hanna, Finn? - Tommy pergunta.
— Fui entregar o convite pro evento que a Grace organizou. - Disse tranquilamente se sentando.
— Hanna, e como aquela garota teimosa esta? - Arthur perguntou, soltando uma risada e encarando seu copo.
— Ela me pareceu bem, vocês tinham que ver ela se apresentando, ela estava maravilhosa! E o The Empire Pub é tudo isso que dizem, e um pouco mais. - Disse animado e se sentando no sofá.
— Ela esta indo bem, isso é bom. Conhecemos a voz dela melhor do que ninguém, sabemos que as apresentações devem ser ótimas. - Tommy disse enchendo seu copo, com um pequeno sorriso formado no rosto.
— Ela vai vim pro evento? - Perguntei em um tom baixo.
— Com certeza, eu a convenci a vir. - Balançou a cabeça positivamente.
— A Izzy vai está John? - Arthur pergunta.
— Não, ela esta na casa de uma tia. Não vai voltar a tempo. - Respondi apenas.
— Hanna vindo, Izzy não estando presente. Eu posso ouvir daqui seus gritos internos de felicidade. - Arthur diz rindo.
— Cala a boca. Ela nem sequer vai dirigir a palavra a mim, vocês conhecem ela, orgulho é seu sobrenome. E é melhor assim, um longe do outro! - Bati no outro de Arthur rindo e virei meu copo.
— Mesmo que ela não fale, sabemos que você quer ver ela. Melhor assim...Quase acreditei nas suas palavras, tente ser mais convivente da próxima vez! Como a Hanna, se eu não a conhecesse bem, eu acreditaria que ela nem sequer pensa em você. - Tommy disse rindo.
— Melhor pararem de me provocar, ou eu vou começar a gritar ao quatro ventos como o Arthur virou um devoto a igreja, por causa da chata da mulher dele! - Advertir
— Tudo bem, tudo bem. Chega Tommy. - Arthur se deu por vencido.
Enchi mais uma vez meu copo e fui para perto da janela, saber que eu a veria após todos esses meses, me alegrava, mesmo que eu não admitisse. Eu juro que tentei, tentei ao máximo esquecer tudo e me tornar esse projeto de John que Izzy vive gritando aos quatro cantos. Mas parecia impossível, sempre que eu ouvia seu nome, eu continuava com o mesmo sentimento.
Meu casamento era uma farsa por completo, eu não gostava de conviver com Izzy, por isso sempre ficava o máximo de tempo fora de casa. Nós sempre brigávamos por ela querer que eu aja como o homem mais feliz do mundo e poucas foram as vezes em que eu a toquei, na maioria delas eu estava completamente bêbado.
Algumas noites eu nem sequer volto pra casa, bebo muito e passo a noite com outras mulheres, essa era minha vida! Uma eterna procura, eu procurava ela, na todas as noites em camas de desconhecidas.
(P.O.V HANNA)
A noite estava chegando ao fim, boa parte das pessoas já estavam indo embora, inclusive eu e Emma eram uma delas. Antes de irmos subimos para ver umas coisas e enquanto eu apenas lia uns papéis por cima, ouvi a porta sendo aberta.
— Ainda esta por ai Oswald? - Falei de costas.
— Eu não poderia dormi sem ao menos ver esse seu belo rosto antes. - Disse se aproximando.
— Bom com as palavras, você não muda. - Rio e me viro para ele.
— E você sempre tão má comigo. - Disse colocando meu cabelo atrás da orelha.
— E você gosta! - O empurrei com um sorriso provocativo e passei por ele.
— Ouvi dizer que você passou a noite toda conversando com um garoto, pensei que gostasse de homens. - Ironizou.
— Esta me espionando Mosley? Sabe que não gosto disso, você pode acabar machucado. - Retruquei com ironia também. - Era o Finn Shelby.
— Então você ainda tem contato com os Shelby. - Se encostou na mesa. - Vai ao evento da Grace Shelby? Eu fui convidado.
— Claro, eles são minha família. Vou sim, que surpresa. - O olhei.
Meu papo com Oswald durou mais alguns minutos e no fim eu o dispensei essa noite, não estava a fim de te-lo comigo. Me despedi de Emma que foi para seu apartamento e eu fui novamente para o hotel. Entrei no quarto e troquei de roupa, por pura ilusão pensei que teria uma noite de sono normal, sem a mente cheia de coisas.
Sentada no pequeno sofá da sala bebi mais um pouco de champanhe, e após três taças, caminhei lentamente até a cama. Com os olhos um tanto pequenos por já ter bebido muito, me sentei na cama e olhei para o nada.
Eu iria ver ele, por todos esses meses eu tentei me manter o mais longe possível, fiz o máximo que pude para não saber nada em relação a John e para não pensar nele. Esse é um dos motivos para eu me divertir com tantos homens, mas ele nunca passam disso, diversão. Por dentro eu estava pedindo aos seus que quando o visse em minha frente, não sentisse nada!
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Obs: Queria deixar minha explícita indignação aqui, ontem a tarde acabei achando uma história que descaradamente copiou minha sinopse e que apenas mudou o nome da protagonista para disfarçar. Então, peço aos meu leitores que se caso encontrarem essa história, apenas denunciem, por favor.❤️