A física entre nós [CONCLUÍDO]

Per autora_verbena

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Rafael está ferrado. Perto de reprovar em física, se vê desesperado. A matéria parece não entrar na sua cabeç... Més

Elenco e Informações
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capitulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete - BÔNUS
Capítulo Trinta e Oito
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo Vinte

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Per autora_verbena

ELENA ANDRADE 

— Meus olhos, aquela cena terrível nunca vai sair da minha cabeça, nunca. 

— Heitor, se você repetir novamente essas palavras, vou te colocar para fora do carro. — respondo, puta, frustrada, com raiva, todos os adjetivos possíveis que remetem a ódio.

— Você quer ouvir o que, Elena? — fala virado para mim. Estamos quase chegando no estúdio de tatuagem, localizado na Augusta. E Heitor já repetiu quase vinte vezes que seus olhos doem e aquela imagem nunca vai sair de sua cabeça.

Ele não deveria ter entrado no meu quarto daquele jeito. Eu que tenho direito de ficar brava. 

EU. 

— Nada, eu não quero ouvir a sua voz. 

Do banco de trás, Rafael parece bravo também. Pela segunda vez fomos interrompidos. Na primeira vez não fiquei tão brava, fiquei aliviada, se tivéssemos sido pegos naquela situação, seria suspensão na certa. Mas, hoje, justamente hoje, só sinto raiva e frustração. 

Heitor podia ter batido na porta. 

Ficamos em silêncio. Conecto a playlist e a primeira música é "Follow me down" do The Pretty Reckless. Taylor Momsen começa a música gemendo. Solto uma risada incrédula com a coincidência. Heitor segura-se para não rir. 

— Não ri. 

Heitor contorceu a boca a fim de mantê-la fechada. Rafael busca meus olhos através do retrovisor, sem entender, mas estou me segurando para não rir da cara de Heitor.

Heitor não aguenta e começa a rir. Estaciono o carro em uma das vagas do estúdio e rio também. Recordando do dia que meus pais chegaram em casa, eu estava escutando Follow me down no som da sala. Eles entraram bem no início da música, quando Taylor ainda estava gemendo. Meus pais pensaram que alguém estava transando na sala. Eu ouvi um puta sermão sobre não colocar esse tipo de música na sala.

Recuperamos o fôlego e saímos do carro. O vento gelado bate nas minhas pernas descobertas pelo vestido. Para facilitar na hora de tatuar e não ter que ficar só de calcinha. Heitor entra direto no estúdio, sem me esperar, ansioso para sentir dor.

Rafael saí também, com uma camiseta e um shorts do meu irmão. Ele para do meu lado, sem saber se pega na minha mão ou não. Seguro sua mão e o levo junto comigo para dentro do estúdio. 

As paredes são lotadas de quadros com desenhos que vão de old school a realismo. Heitor conversa com sua tatuadora num canto. E eu vou em busca de Marcos. 

Marcos está na sala onde tatua. Seu cabelo crespo está pintado de rosa, seu rosto ganhou mais uma tatuagem. O brilho do sol poente destaca sua pele negra, e reflete nos piercings da orelha e nariz. 

Ao me ver, ele levanta e me abraça. Sou engolida por seu tamanho de jogador de basquete. 

— E não é que minha princesa veio me visitar. E não veio sozinha. 

Saio de seu abraço e respondo: 

— Eu disse que vinha.

— E você quem é? — Marcos ergue uma sobrancelha, ao notar nossas mãos unidas,  fazendo uma expressão maliciosa.

— Rafael. — responde. 

Marcos vira-se para mim: 

— Ele é uma graça. — Volta-se para Rafael e fala: Você é uma graça. 

— Obrigado. — Rafael soa constrangido.

— Então, princesa, qual é o desenho de hoje? 

Mostro no celular a Justiça. A mulher tem os olhos vendados, em uma mão carrega a balança e na outra uma espada, e atrás dela tem um escudo. 

— Quero na coxa. 

Marcos passa o desenho para o papel, adicionando alguns detalhes. Deito no que parece uma maca médica e ergo o vestido no alto da coxa. Ao escutar o som da máquina sendo ligada, uma excitação corre pelo meu corpo. 

Como eu amo o som. 

Marcos passa a gilete na minha coxa esquerda e logo em seguida esteriliza o local. 

— Pronta? — concordo e sinto a primeira picada. 

A agulha rasga a minha pele, inserindo tinta. Marcos conta sobre o andar do estúdio e do namoro com Vitor, outro tatuador. 

— Eu amo ele de verdade, princesa, mas trabalhar o dia todo junto é demais. 

— Vou dar uma olhada nos desenhos, já venho. 

Rafael sai da sala e vai para o saguão. Ele não ficou muito confortável vendo minha pele sendo tatuada. 

— Seu namorado ou ficante da vez? 

— Sinceramente, não sei. 

— Mas transar sabe né.

Rio para não chorar.  Não respondo Marcos, apenas insinuo um sorriso, por mais que seja meu amigo, não somos tão íntimos e não me sinto confortável para falar sobre isso com ele.

— E os vestibulares? Ainda focada no ITA? 

— Sim, o vestibular está chegando. 

— Tá preocupada? 

Ser uma "pequena gênia" como diz o Rafael, não é algo que saio divulgando por aí. A maioria das pessoas acham que estou querendo ser superior, homens em sua maioria. Então evito o assunto e sigo com as minhas teorias e fórmulas. 

— Não muito. — opto pela resposta mais aceitável. 

— Eu ainda acho loucura você fazer engenharia aeroespacial, com seu rosto podia ser modelo. 

Outro motivo por não entrar nesse assunto, são falas iguais a essa. Meu pai já me levou para assistir um ensaio fotográfico, o fotógrafo pediu umas fotos minhas. Odiei. Sei que meu pai gostaria de ver mais traços dele em mim, mas, para sua tristeza, desenhos, tecidos e fotos não fazem parte das minhas habilidades ou gostos. 

O assunto morre ali. Relaxo na maca, feliz por não ter que falar sobre a minha carreira. Marcos termina a tatuagem, passa uma pomada para ajudar na cicatrização e envolve com um plástico. Levanto-me e paro na frente do espelho, admirando minha mais nova tatuagem. Os traços são bonitos e finos. 

— Ficou perfeita! 

Saímos da sala. Ao chegar no saguão vejo Rafael conversando com Patrícia, a tatuadora de Heitor, ele parece mostrar alguma para ela. Sem dar muita importância, vou pagar a tatuagem. 

Do outro lado do balcão está Ítalo, um dos donos do estúdio.

— Oi Elena. 

— Oi. — Sem querer me estender muito, entrego o cartão para ele. 

— Como está? — Ítalo demora para digitar o valor na maquininha, atrasando a minha ida.

— Vou bem e a você? — respondo sem muita vontade. 

— Bem. — Ele me estende a maquininha e eu digito a senha do cartão. Estendo-a de volta para ele. Ítalo coloca as mãos sobre as minhas e diz: — Quando vamos sair? Você só me enrola. 

Ainda com as mãos presas, respondo: — O fato de te "enrolar" deveria dizer alguma coisa. 

Ele solta as minhas mãos e diz: — Doeu, Elena. 

Dou de ombros, a intenção foi essa.  

Com a tatuagem paga, me despeço de Ítalo e dou um abraço em Marcos.

Do lado de fora, Heitor digita no celular. 

— Mandando foto da tatuagem para a abraçadora de árvores? 

— Você tá ficando com seu aluno. Quem é o mais antiético? 

Ai. 

— Joga na cara mesmo. 

— "Ain, ele é só um colega" — Heitor fala, imitando a minha voz — Os meus colegas não enfiavam a língua na minha garganta. 

Ergo a sobrancelha, ao notar minha expressão, Heitor completa: — Alguns sim. 

— Deixa eu ver a tatuagem. 

Heitor estica o braço direito para mim, uma índia com pintura vermelha no alto das bochechas e uma cabeça de lobo sobre os cabeça pinta seu antebraço. 

— Ficou foda! 

— A sua. 

Levanto o vestido com cuidado, uma vez que estamos na rua e sujeitos aos olhares de qualquer um. 

— Ficou do caralho! 

Confiro as horas. Passa das 19:30 e preciso deixar Rafael em casa. Como se soubesse que estou pensando nele, Rafael sai do estúdio e para do meu lado, passando o braço pela minha cintura. 

— Já vamos? 

Concordo. Heitor decide ir no banco de trás. Sentado ao meu lado, Rafael deixa a mão na minha perna. Sua palma esquenta a minha pele, disparando as lembranças da tarde. 

A sensação da sua boca nos meus peitos, mordendo e chupando, a mão entre as minhas pernas, acariciando. 

Porra, Heitor. 

Vamos o caminho inteiro assim. Heitor e Rafael conversam durante todo o trajeto. Quando estaciono na frente da sua casa não sei bem como me despedir. Meu irmão nota a minha expressão, volta o olhar para a rua.

Rafael e eu nos beijamos. Sua mão faz carinho na minha coxa, aperto seus cabelos, puxando-o mais para mim. 

Com um pigarrear Heitor quebra o clima, revirando os olhos, Rafael me dá um último selinho e saí. 

Vejo-o entrando em casa, quando a porta fecha, engato para sair. 

— Tá rendida mesmo. 

Ergo o dedo do meio para Heitor, passando para o banco da frente, liga o rádio.

Por mais que tente negar, estou, completamente, rendida.

Continua llegint

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