RAFAEL MONTEIRO
Encaro a questão formulada por Elena, parece saída do próprio inferno. Seja lá de que parte do cérebro, ela veio, com certeza foi pensada numa parte sombria e ruim.
Tentei por todas as fórmulas de eletrostática possíveis e nenhum dos resultados bateu com uma das cinco alternativas dadas por Elena.
Apago mais uma vez, frustrado. Se o nível das questões estiverem iguais a essa, eu vou reprovar. Ao invés de três, a nota será um lindo e redondo zero vermelho no canto superior do papel.
— Lê de novo.
Deve ser a nona vez que ela repete o mesmo comando. Tiro os óculos e aperto o ossinho da nariz. E bebo um gole de água. Volto os óculos para o rosto. E leio a questão novamente.
Tento associar os números com as informações fornecidas por Elena.
— A sua letra não ajuda também.
— Lê de novo.
Ignorando a minha fala, Elena aponta para o papel. Estamos na sua casa, Heitor cansado de ver minha flagelação mental, foi para seu quarto.
— Eu tô lendo.
— Não está lendo direito.
— Como assim não estou lendo direito? — respondo indignado, eu sei ler, porra. Jogo o caderno, o estojo, tudo para o lado e espero a sua explicação.
— Olha as informações sublinhadas, está se pegando muito as informações que não agregam nada.
Ela pega o caderno e apaga as linhas feitas sob os números. Ela lê o enunciado, marcando as informações corretas.
— Agora, joga uma regra de três.
Relacionando as informações corretas, encontro a resposta certa. Círculo a alternativa C. Aliviado por terminar logo essa questão do caralho.
— Física também é interpretação. Questão 7.
Leio a primeira linha e sinto uma pontada na cabeça. Ô matéria do caralho, ninguém merece. Indo contra a ordem de Elena, tiro os óculos e deito na cama, cobrindo o rosto. Cansado mentalmente e fisicamente. A aula foi uma droga depois da conversa com meu pai, os estudos intensos para o Enem e durante a noite, horas e horas fazendo testes vocacionais na internet e pesquisando os cursos que apareceram como opção.
Minha cabeça está lotada de informações que parecem não servir para nada.
Sinto uma movimentação no colchão, Elena se senta nas minhas coxas e tira o braço que está sobre meu rosto. Sua visão desfocada surge diante das minhas vistas. Ela me entrega os óculos.
— O que foi?
— Nada não.
— Vai mentir na minha cara? — Elena se prepara para sair de cima de mim. Seguro firme suas coxas e respondo:
— Problemas com o meu pai. — A resposta mostra-se insuficiente para a Elena. Suspiro e continuo: — Ontem, ele decidiu que se não tiver escolhido uma carreira decente, vou cursar administração ou economia.
— E é tão ruim assim?
— Lógico que sim, eu não gosto de nenhuma das duas. Só que eu não tenho nenhuma carreira à vista.
— Pode não ser tão ruim. — Ergo a sobrancelha, questionando sua fala. — Pensa comigo: não tem nenhuma carreira à vista, administração pode ser uma boa…
— Sério?
— Me deixa terminar, voltando, pode ser uma boa porque o curso é generalista. Administração do que? O conteúdo do curso pode agregar no futuro, quando a faculdade tiver acabado. Seja para abrir o próprio negócio ou gerir melhor a carreira. Tem inúmeras possibilidades, além de acalmar o seu pai, enquanto isso, explora as possibilidades, faça cursos que te interessam.
Reflito um pouco, mesmo sem vontade. Suas palavras fazem sentido. Porém, não estou afim de continuar o assunto.
— É muito ridículo eu dizer que agora só me interesso por você?
Rindo, ela responde:
— É sim, muito.
— Agora, eu só me interesso por você.
Elena apoia os braços do lado da minha cabeça e aproxima o corpo do meu, o decote da sua camiseta evidencia seus peitos e cabelo castanho e sedoso brilha por causa do sol.
Sua boca roça levemente na minha. Uma, duas vezes. Aperto ainda mais suas coxas.
— Eu também, Rafael, eu também.
Subo a mão por sua bunda, costas e nuca. Agarro seu cabelo com força. E nos beijamos.
Diferente do beijo do carro, que foi calmo e terno. Esse é forte e explosivo.
Suas mãos seguraram meu cabelo, enquanto sua língua brincava com a minha, exigente, me pedindo tudo. E eu dou.
Aperto sua bunda, forçando- a contra mim. O quadril de Elena faz o movimento de vai-e-vem. Ela rebola devagar em cima de mim. Chupa minha língua e morde meus lábios. Começo a levantar sua camiseta, Elena não para de rebolar no meu pau, enquanto tira a blusa. Só de sutiã e shorts. Seus peitos são médios com os mamilos amarronzados e excitados. Levo as mãos até eles. Brincando com eles, primeiro sobre o sutiã preto. Me sento na cama para ter melhor acesso a eles.
Elena aproveita e puxa a minha camiseta. Não vejo para onde ela foi. Se arrumando melhor no meu colo, ela volta a rebolar devagar, e o meu pau dói de tão duro. Afasto o sutiã da frente e coloco o peito direito na boca. Mordo levemente o mamilo e chupo devagar, apreciando o gosto da pele, a textura, inspirando o cheiro dela. Vou aumentando a intensidade das chupadas.
Suas unhas descem por minhas costas me marcando. Da sua boca pequenos gemidos escapam. Tiro a boca do direito e vou para o esquerdo, repetindo. Mordendo e chupando. A peça preta é retirada e jogada para um canto do quarto. Sem o sutiã atrapalhando, pego seus dois peitos e aperto, colocando os biquinhos na boca.
Minha respiração falha quando sinto Elena acariciar meu pau por cima da boxer. Afasto a boca dos seus peitos para ver. Seu braço tatuado contrasta com minha pele limpa de tinta. O ritmo aumenta, ofego. A beijo novamente, mordo seu lábio com força quando a unha raspa na cabeça do meu pau. Enfio a mão dentro do seu shorts, agarrando sua bunda, sem nada atrapalhando.
Sua mão passa o tecido da boxer, jogo a cabeça para trás, gemendo. Sua língua lambe meu pescoço, seus dentes raspam a pele, e um arrepio desce pela minha coluna. Uma mão acaricia meu pau, a princípio, devagar. Elena espalha o pré-gozo por todo o meu pau, seu polegar massagea a cabeça. E a outra segura meus cabelos, me fazendo encarar seu rosto.
Os lábios vermelhos, as bochechas coradas, o cabelo bagunçado e os olhos brilhando de um jeito endiabrado. O sorriso de canto e o fogo dos seus olhos castanhos, são uma promessa para o pecado.
Leva a mão para o meio de suas pernas, mas sem chegar na buceta. Massageio o interior das suas coxas, sentindo o calor e a umidade que escorre.
Seus beijos descem pelo pescoço e peito, Elena morde, chupa, arranha meu peito. Minha mão acaricia sua pele molhada, passo a ponta do dedo pelo seu clitóris. Estremecendo sobre mim, Elena tira a boca de mim, para gemer.
Beijo seu pescoço e continuo o movimento sobre o clitóris. Minha mão encharca cada vez mais. Estou virando Elena na cama…
O barulho da porta sendo escancarada corta o momento de forma tão brusca que demoro para processar o que aconteceu.
— PUTA MERDA!!! MEUS OLHOS. PUTA QUE PARIU!! ESSA IMAGEM NUNCA VAI SAIR DA MINHA CABEÇA. PUTA QUE PARIU.
PUTA. QUE. PARIU.
DE NOVO.
D
E
N
O
V
O
SERÁ QUE EU NUNCA VOU CONSEGUIR TRANSAR COM A ELENA?
CARALHO!
— SAI, HEITOR! SAI LOGO, PORRA!
A porta bate com força, Elena saí de cima de mim, privando-me do seu calor.
— Ai, porra, eu perdi o horário.
— O que?
— Eu perdi o horário da tatuagem.
— Tatuagem? — pergunto sem entender.
— É, eu e Heitor vamos fazer uma tatuagem hoje e eu esqueci. Por isso, ele veio aqui.
Elena ainda está sem sutiã e com o shorts baixo, ela pega as roupas do chão. E joga em cima da cama, coloco a camiseta e espero.
— Eu vou tomar um banho, pode tomar um se quiser.
— Com você? — pergunto, passando os braços pela sua cintura.
— Nãoo. — responde, saindo dos meus braços. — Você, no banheiro de visitas e eu, no meu banheiro.
Elena corre para dentro do banheiro. Antes de fechar a porta, vejo seu sorriso.