Things We Lost In The Fire ──...

By swchors

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Ao encontrar uma antiga e misteriosa espada nórdica, a qual faz com que o pai que nunca conheceu, venha até s... More

𝐂𝐎𝐈𝐒𝐀𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐏𝐄𝐑𝐃𝐄𝐌𝐎𝐒 𝐍𝐎 𝐅𝐎𝐆𝐎
𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇𝐈𝐂𝐒
━━━━━━ ✦ 𝗔 𝗘𝗦𝗣𝗔𝗗𝗔 𝗗𝗘 𝗩𝗘𝗥𝗔̃𝗢
2. Levo o mendigato para almoçar.
3. Dou vida à uma espada sinistra
4. Meu acerto de contas com o passado.
5. Meu pai é o próprio Satanás de terno.
6. Eu sempre quis incendiar uma escola.
7. Espera! Valhala... É um hotel?!
8. Nada como um jantar viking e um sutiã de metal
9. A má fama dos meus pais, destroem minha popularidade.

1. Ninguém escapa dos meus louboutins ninjas-voadores.

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By swchors







Ninguém escapa dos meus
louboutins ninjas-voadores.





É, eu sou uma gângster. Uma criminosa que dissemina o caos e o medo pelas ruas da zona sul de Los Angeles. Ou pelo menos era o que fazia antes de morrer. Mas acho que é meio meu destino ser a percursora do caos, afinal descobri que meu pai desconhecido é o próprio Chernobyl chifrudo flamejante, o gigante cruel Surt. Até aí tudo bem. Quero dizer não são todos os dias que você descobre que seu pai é gigante de fogo e quer começar o apocalipse nórdico. Mas tudo bem, você se acostuma com as bizarrices que vem a seguir depois disso.

Porém descobrir que você é a herança de Ymir (Sabe? O primeiro e assustador gigante de gelo que se ergueu de Ginungagap e foi morto por Odin e seus irmãos e seu cadáver se tornou Midgard) aí a história começa a mudar... Porque me colocaram em uma posição difícil, na qual ou alio ao meu pai e sua trupe maligna super cafona — sério, eles parecem que saíram da Disney com seus vilões bizarros — para ajudar no fim dos mundos ou fico ao lado dos parasitas irritantes que chamo de amigos e ajudo a impedir que o caos se propague.

Estou literalmente entre a cruz e a espada.

Odin teve visões assustadoras sobre mim, na qual estou realmente destinada a ajudar aos gigantes a destruir os deuses e todos os mundos nórdicos, por isso não sou muito popular no Hotel Valhala, mas tudo bem. Já estou acostumada a ser odiada, esse é o preço que pago por ser a mais bela de todas, o resto são apenas recalcadas invejosas. Como a grande filosofa contemporânea brasileira, Popozuda Valesca citou uma vez, faço de suas palavras as minhas: eu sei que sou a diva que você quer copiar.

Enfim, voltando... A verdade é que odeio quando tenham expectativas sobre mim, porque faço certa questão de não correspondê-las, então acho que Odin pode realmente se decepcionar, porque EU faço meu próprio destino. Eu controlo minha vida. E não as visões de um velho caolho gagá sobre o futuro.

Meu nome é Doraalice Castro, tenho dezessete anos e essa é a história de como o Ragnarok e eu estamos conectados.

P.S: Sugiro que peguem pipoca, porque a história realmente é boa.

















Hoje era três de Janeiro. O que significava que era aniversário da segunda pessoa mais importante para mim: meu irmão mais novo, Carlos Eduardo Castro, ou para os mais íntimos Cadú.

Nunca entendi a obsessão do meu irmão com Boston. Quero dizer o que poderia ter de tão interessante naquela cidade, principalmente quando estamos no clímax do inverno? No Brasil, nosso país natal, essa época é a parte mais quente do ano e geralmente aonde todos vão para as praias. O clima de Los Angeles era parecido com o nosso país natal, sempre quente o ano inteiro e o principal de tudo: nunca, nunquinha nevava. O que era o paraíso para mim. Odeio frio, mesmo que por alguma razão misteriosa do universo eu nunca realmente sentia frio. Mas... O frio e o gelo me incomodam.

Sempre foi assim. Desde pequena.

Boston era entediante para mim, a não ser é claro pelas famosas festas loucas que as fraternidades das universidades locais dão. Harvard poderia ser a sede oficial dos nerds, mas também era a principal faculdade com as fraternidades que davam as melhores festas. Isso sim era um bom motivo para vir para essa cidade horrorosa.

Mas como era o aniversário de quatorze anos do meu pirralho favorito, tive que ceder.

A vantagem de ser inverno é que as passagens de trem sempre são mais baratas nessa época, o que não importa muito se você for pagar com o dinheiro que roubou da última loja de conveniência em um assalto a mão armada.

É, eu tenho uma arma e sei usá-la muito bem se for necessário, mesmo que nunca tenha realmente atirado em alguém ou tampouco matado. Não. A única pessoa que realmente vou matar um dia se chama Phil Davis e ele é o meu padrasto alcoólatra abusivo e o motivo pelo qual eu fugi de casa aos sete anos com meu irmão, depois de decepar a mão dele com um facão.

Vocês devem me achar uma psicótica sem um bom motivo para fazer isso, mas a verdade é que Phil é o pior tipo de escoria e ouso dizer a pior coisa que aconteceu comigo e minha família. A história não é muito agradável ou tampouco seja algo que goste de me lembrar, mas realmente existe uma justificativa plausível para o que me tornei atualmente. O motivo para eu ser uma criminosa de dezessete anos e ter me aliado a uma gângster de latinos americanos.

Mas acho que não é o momento certo ainda para me abrir sobre meus traumas e sobre meu passado triste e deprimente, digno do Oscar de melhor história dramática. Talvez quando tivermos um pouco mais de intimidade, eu me abra com vocês. Até lá só irei revelar o fato resumido e direto: Phil matou a minha mãe e vou mata-lo por isso.

Só o mínimo pensamento em Phil, me faz reviver lembranças horríveis dos gritos de dor da minha mãe. Das cicatrizes que ele deixou em mim e em Carlos quando jogou cada um de nós dois sob os cacos de vidro da mesa — a qual Phil quebrou em um de seus ataques intermitentes de fúria —, que cortaram violentamente nossa pele e deixaram cicatrizes que ainda doem só apenas de lembrar.

— Ei, Dora. — Carlos me chama falando tipicamente português comum. Agradeço mentalmente por meu irmão me retirar dos meus devaneios de tormento interno. — O que acha de irmos a um ringue de patinação? Eu quero muito saber como é!

— Você vai é cair de cara no gelo seco e se machucar. — Digo com sinceridade.

— Não vou não. — Ele tenta contra argumentar, mas eu apenas reviro meus olhos.

Boston estava completamente coberta por neve e pequenos flocos brancos caiam do céu, flutuando em pleno ar. Carlos e eu nunca tínhamos visto neve de verdade, sem ser em algum filme, programa ou fotos. Essa realmente era nossa primeira vez e experiência com neve, e infelizmente não gosto nenhum pouco. Não sei explicar, apenas me sinto desconfortável e ainda mais sinto um aperto no meu peito ao constar que mamãe gostaria de ter visto neve também.

Meu peito dói por um momento e respirar nunca me pareceu tão difícil quanto agora.

Sinto tanta falta dela...

Mas só sentir isso não vai trazê-la de volta a vida. A única coisa que posso fazer é tentar seguir em frente. Sei que minha história e a história de Carlos não tiveram um começo muito feliz, mas isso não precisava definir todo o resto de nossas vidas. Eu sempre estaria aqui para cuidar do meu irmão e nunca deixa-lo só. Essa é uma promessa que irei cumprir, custe o que custar.

O dia estava ensolarado, mas não era aquele sol quente a ponto de derreter sua pele só de estar sob ele como era em LA, não, o sol de Boston era tão frio quanto às pequenas camadas e colchões de neve branca e clara que se formava em suas ruas. Neve. Tão clara, tão pura e tão odiada inconscientemente por mim.

Assim que chegamos à cidade e saímos da estação, fomos primeiramente ao Museu das Artes Finas, o qual é a segunda maior exposição de artes permanente nos Estados Unidos. Carlos e eu amamos arte e principalmente desenhar, parece que essa é a nossa terapia e nosso jeito particular de lidar com os nossos traumas. O desenho praticamente de ajuda a pensar melhor, a controlar minha raiva e a como lidar com os sentimentos que são sufocados por mim. Acredito que meu irmão faça o mesmo. Então essa é uma das nossas paixões em comum: desenhar e arte.

Como estava fazendo bastante frio em Boston, bom ou pelo menos era isso que Carlos descrevia, já que não sinto frio. Mas meu irmão sente e muito, ao ponto dele esfregar suas duas mãos cobertas por luvas lã na tentativa frustrante de se esquentar e bater os dentes de tanto frio, mesmo estando coberto por centenas de camadas de roupas.

Ele não queria saber como é a neve? Então, é uma tortura infinita.

Carlos não era nada parecido comigo, principalmente porque ele era adotado, então por ai já sabemos que realmente não temos nada em comum fisicamente. Ele era um pouco mais baixo que eu, tinha a pele negra, cabelos crespos cacheados, olhos verdes e lábios carnudos. Tinha miopia e usava óculos fundo de garrafa com lentes gigantes, as quais faziam seus olhos realmente parecer maiores do que realmente eram.

Ele era bastante hiperativo, então sempre estava agitado e impossível de ficar completamente parado. Na verdade, quando ele ficava parado, algum membro ou parte do seu corpo involuntariamente se mexia sem parar. Carlos não sabia ficar quieto ou tranquilo simplesmente. Sejam os pés ou as mãos, ele sempre dava um jeito de mexer inquietamente com algum deles.

Nesse momento, Carlos estava vestindo três moletons da GAP, que roubei da casa de alguns ricaços em LA, semana passada; usava calça jeans também da grife, mas seus tênis eram o último lançamento da Gucci e de novo, todas as peças também foram roubadas.

Um pouco diferente do meu irmão, eu tinha a pele clara, olhos e cabelos castanhos escuros e era alta. Muito alta mesmo, algo que me fazia indiretamente parecer um pouco mais velha do que realmente era e intimidar os garotos com seus futuros e possíveis flertes. Aprendi desde nova que garotos não gostam de garotas altas, porque elas os intimidam e os fazem parecer completamente frangotes.

Meu cabelo era liso e super longo, ao ponto de bater no meu quadril. Eu usava um sobretudo azul claro e um vestido bege de tricô por debaixo, meia calça cor de pele, os saltos louboutins nude em meus pés me deixavam mais alta e mais poderosa. Do jeito que eu amava me sentir. E em meus ombros estava uma bolsa ultimo lançamento da Chanel. E assim como as peças roubadas que meu irmão usava, as minhas também eram.

É, eu sei. Realmente não parecemos dois gângsteres assustadores usando couro, bandanas bregas, coturnos pretos e uma maquiagem gótica fuleira. Na verdade parecíamos dois filhos de uma família rica, mas não se enganem, minha arma está dentro da minha bolsa Chanel e eu sou praticamente uma verdadeira patricinha sem pedigree, obviamente sem status social e ainda uma ladra. Mas isso não importa. Gosto de me vestir bem como se realmente fosse uma ricaça, porque um dia eu serei. Sou muito ambiciosa, não meço esforços para conseguir o que quero e nunca estou satisfeita com o que tenho. Sempre quero mais. E vou fazer de tudo para ter uma vida melhor e dar um futuro melhor para meu irmão.

A vantagem de morar em LA, é que lá é cheio de mansões pertencentes a ricaços, famosos de Hollywood, empresários e afins. O que facilita bastante meu trabalho em roubar. Não importa o quanto sua mansão caríssima tem um sistema de segurança refinado e cheio de outras bugigangas, eu sempre tenho um bom plano para derrubá-lo e roubar suas coisas. Sou um verdadeiro gênio do crime.

Grande parte dos itens que roubo eu os revendo por preços mais exorbitantes e caros, lucrando sempre o triplo, mas é claro que fico com alguns itens para mim e para meu irmão. Podem me julgar, eu não ligo.

A polícia nunca consegue me pegar, porque primeiro, eu sempre uso um nome falso, segundo estou ilegal no país, o que significa que não tem registro meu, sou praticamente um fantasma e terceiro sempre uso um bom disfarce quando sou obrigada a mostrar meu rosto, seja uma boa maquiagem ou uma peruca, lentes de contato ou uma cicatriz falsa. Eu sempre consigo me misturar no meio da multidão.

Tudo isso que aprendi foi graças a "Arsène Lupin, Ladrão de Casaca ", o primeiro livro que minha mãe me deu e o livro perfeito para se desenvolver uma habilidade para o crime. Porque Arsène Lupin não é qualquer pessoa. Ele é todas as pessoas em um só corpo e o melhor ladrão profissional que conheço.

Após irmos ao Museu de Arte, Carlos e eu fomos às compras com todos os cartões pretos ilimitados duplicados que tinha feito quando sem vou roubar a mansão de um ricaço. E não, não fomos a quaisquer lojas, fomos especificamente às mais caras e as de grife. Apesar de ser um garoto, meu irmão sempre amou me acompanhar em compras, na verdade ele se divertia bastante comigo e sempre era ótimo em dar opiniões sobre o que realmente eu deveria levar. Também compramos algumas coisas banais como cobertores, objetos decorativos e outras coisas desnecessárias que provavelmente nunca usaríamos. Mas tudo bem. Somos consumistas natos e gostamos de gastar. E tem coisa melhor do que gastar um dinheiro que não era seu?

No final, Carlos e eu estávamos com os braços cheios de sacolas de compras em nossos dois braços magricelas e com muita fome.

Estávamos parados no passeio esperando o sinal fechar para podermos atravessar a rua. Eu estava distraída demais prestando a atenção na alternância das cores do sinal, que não percebi a aproximação repentina e mal cheirosa de um mendigo por detrás de mim. No início ignorei e apenas torci para que aquele ser mal cheiroso não me pedisse esmolas, mas então algo aconteceu.

Minha bolsa roubada caríssima da Chanel foi puxada bruscamente pelo meu braço e deslizou facilmente por ele, me fazendo derrubar algumas sacolas, que caíram no chão, espalhando os itens que estava dentro delas. Tudo tinha acontecido muito rápido, para eu poder reagir e dar uma chave de braço no maldito que saiu correndo em disparada com a minha bolsa. Todas as pessoas a minha volta olharam para cena completamente chocados com seus olhos arregalados e lábios entreabertos, mas só não estavam mais chocados que eu mesma.

Tudo bem, eu sei que no Brasil temos um ditado popular no qual diz que: "Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão". Mas eu não estava nem aí para isso, eu estava era puta e com meu ego ferido por permiti ser roubada dessa forma tão vergonhosa. Porra, eu era a ladra profissional aqui e o desgraçado tinha levado minha bolsa com os cartões, dinheiro, celular e minha arma. Então nesse momento decidi fazer algo muito estupido e que talvez eu fosse me arrepender: decidi ir atrás do ladrãozinho de merda.

— Carlos, me espere aqui e vigie nossas compras! Eu vou atrás do merdinha! — Disse já tirando meus saltos louboutins e os segurando firmemente em minhas mãos, antes de colocar meus pés cobertos apenas pela fina meia-calça sob o cimento gelado, mas que não me causou nenhum tipo de sensação desconfortável e comecei a correr atrás do maldito.

Eu não conseguia ver seu rosto, mas via os fios do cabelo loiro que batiam abaixo das orelhas, mas que era completamente coberto por uma touca que outrora era preta, mas agora estava completamente desbotada. As roupas do merdinha eram velhas, sujas e completamente rasgadas, mas o que me impressionou era que ele era tão alto quanto eu. Mas isso não importava aquele momento, eu queria minha bolsa de volta e a teria.

Aquele ladrãozinho de merda mexeu com a garota errada.

Sentia o vento gélido se chocar contra meu rosto devido à rapidez com que corria para alcança-lo. Tanto ele quanto eu empurrávamos as pessoas que estávamos em nosso caminho, essas que nos olhavam irritadas, soltando algum palavrão ou uma exclamação de indignação. Eu percebi que ele olhou para trás rapidamente e viu que eu estava o seguindo, o que o fez tentar acelerar ainda mais o passo.

— EU VOU ARRANCAR SUA CABEÇA! DEVOLVE MINHA CHANEL! — Berrei em inglês, puxando algumas palavras com meu sotaque; igual uma louca ainda correndo atrás do infeliz.

Sentia-me realmente no filme das Branquelas, igual no momento do filme em que um ladrão rouba a bolsa da Prada de uma delas e o cara vestido de mulher sai correndo igual uma bala atrás do bandido para pegá-lo. Então, era assim que me sentia. Só faltou a música temática.

— VOCÊ MEXEU COM A PATRICINHA ERRADA! — Grito novamente no momento em que ele dobra a esquina e eu faço o mesmo em seguida, deslizando um pouco na camada fina de gelo liso que se formou no cimento do passeio, o que me faz lutar para recuperar o equilíbrio, algo que me faz realmente parecer uma barata tonta, mas logo o recupero e volto minha perseguição.

Infelizmente o ladrãozinho de merda era rápido. Eu sabia que não iria conseguir alcança-lo, então foi nesse momento em que olhei para meus queridíssimos Louboutins em minhas mãos e sem nem ao menos pensar, atirei um deles violentamente contra a parte detrás da cabeça daquele mendigo miserável que parou de correr no mesmo momento e gritou de dor, elevando uma das mãos livres e sem minha preciosa bolsa contra o local atingido violentamente pelo salto agulha. Não satisfeita ainda atirei meu outro, Louboutin no mesmo lugar e mais uma vez ele grunhiu de dor.

Vi que seu olhar foi diretamente para os dois pares de Louboutins caídos no chão, antes de se virar para trás e arregalar os olhos cinzas ao encontrar comigo correndo em sua direção, próxima o suficiente para me jogar sobre ele e o levar ao chão comigo, fazendo bater as costas violentamente contra o duro cimento e servir de amortecedor para minha queda.

O ouço proferir diversos palavrões, enquanto tentava desesperadamente recuperar o fôlego perdido ao ser esmagado pelo meu peso. As pessoas ao redor olhavam a cena sem entender, mas estava puta demais para me importar.

Sentei-me sobre ele, pouco me importando se eu estava de vestido, o impedido de sair ao retirar minha bolsa de suas mãos.

Ele faz uma expressão de dor desgostosa, fechando os olhos com força. O mendigo parecia ter sido atropelado por um caminhão ou pela própria carreta furacão, ou melhor: pelo furacão Doraalice, mas se ele estivesse machucado e sangrando já estava ótimo para mim.

O encarei por um momento. Ele tinha a pele clara, olhos cinzas e traços faciais delicados. Não parecia ter mais do que uns... O que? Quinze anos? Ok. Não acredito que vou dizer isso, mas o mendigo era realmente bonito, uma versão adolescente do próprio Kurt Cobain só que mais magricela e eu acho que poderia até mesmo começar a flertar com ele, isso se, ele não cheirasse tão mal.

— Era só uma bolsa, sua maluca! — Ele diz em inglês com um pouco de dificuldade, tentando recuperar o fôlego perdido.

— Não era só uma bolsa! É uma Chanel legítima! — Revido entredentes.

— Tá, tá. Da próxima vez irei me lembrar de não roubar patricinhas piradas. — Disse com sarcasmo. — Agora que tem sua bolsa de volta, dá para sair de cima de mim? Não gosto de contato físico. — Ele tentou se levantar e me tirar de cima dele, mas eu o esbofeteei o rosto dele com minha bolsa. — Ai! — Ele reclama. — Porque fez isso, sua doida?

— É muita cara de pau sua achar que pode me roubar e sair impune! — Rosno, o empurrando de volta contra o chão.

— E o que vai fazer? Chamar a polícia?

— Não. Isso seria fácil demais. Eu estou pensando em te esfaquear com meus saltos! Seu abusado! — Novamente começo a bater nele com minha Chanel feito uma descontrolada e ele começar a reclamar, enquanto é agredido por mim grunhindo de dor e repetindo: ai! Toda vez que minha bolsa se choca contra ele.

Sou um pouco louca e completamente descontrolada? Sim! E não tenham dúvidas disso!

— Dora! — Ouço e reconheço a voz de Carlos, isso me faz parar imediatamente com as agressões chanelescas e encara meu irmão.

— Carlos?! O que faz aqui? Cadê nossas compras?! — Questiono já alarmada em português.

— Estão ali. — Ele apontou para trás de mim e me virei vendo dois caras estranhos carregando nossas sacolas. — Disse que daria cem dólares para cada, se ajudassem a carregar as sacolas. — Diz e logo sinto o ladrãozinho de merda se remexer embaixo de mim, lutando para sair dali, mas novamente o acerto com minha bolsa e ele para de tentar escapar.

— Dá para parar de me bater?! — Ele disse quase gritando, totalmente impaciente.

— Não. — Respondo simplesmente dando de ombros.

A expressão do meu irmão muda radicalmente quando seus olhos verdes encaram o ladrãozinho de merda que estava preso sob mim. Carlos arregala os olhos, alternando os olhares entre mim e mendigato abusado, abrindo e fechando os lábios repetidas vezes. Como se procurasse palavras para poder falar ou como se tivesse visto um fantasma

— Dora é ele! — Carlos quase grita em inglês.

— Ele quem, criatura?!

— O garoto do incêndio do noticiário de dois anos atrás, Magnus Chase. — E quando meu irmão diz isso, ouço o ladrãozinho de merda perder completamente o ar em seus pulmões, quando escuta o nome.











Oi, oi gente! Como vão?! :3

Eis aqui o primeiro capítulo e o que acharam? Altas referencias as Branquelas. Hihi

Espero que tenham gostado! J

Não esqueçam de votar e comentar. ;)

Beijos e até a próxima.

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