(P.O.V HANA)
Durante a noite consegui descansar finalmente, mas assim que abri os olhos minha mente estava cheia novamente. Movida por um único desejo me levantei e me troquei, andei pelos corredores com passos firmes e fui até a mesa do café da manhã. Sem dizer nada adentrei e sem nem sequer olhar para quem estava ali, apenas bebi um pouco do café e deixei o copo sobre a mesa.
— Aonde vai? - Meu pai perguntou.
— Resolver uns assuntos pendentes. - Respondi seriamente enquanto andava rapidamente até a porta.
Sem nem escutar o que o mesmo responderia, sai do cômodo e em pouco segundos já estava na porta de casa. Peguei o caso e então comecei a dirigir em direção a casa de Tommy.
(P.O.V JOHN)
O dia já começou corrido como sempre, todos estavam inquietos sobre a morte de James.
— Acabamos de enterrar o James porra! - Arthur disse sério.
— A morte dele não ficará impune, nós prometemos, um sempre cuidando do outro. - Tommy diz se referindo a promessa feita com James.
(P.O.V HANA)
Chego em frente a casa de Tommy e sem demora desço do carro, bato na porta e por já ter recebido ordens de Tommy para me deixar entrar sempre a empregada me dá passagem. Viro para a esquerda seguindo pelo corredor e indo até o escritório de Tommy, chegando lá vejo que o mesmo ela lá, juntamente com John, Michael e Arthur.
— Hana? O que faz aqui? - Tommy pergunta.
— Quero saber tudo, quem e por que mataram meu tio. - Adentrei no escritório.
— Os Lewis, uma família recém chegada. Tentaram fazer um acordo com a gente para crescer pelas redondezas, mas nós não aceitamos. Então eles nos atacaram, para marcar território e mostrar que são fortes também. - Arthur explicou.
— Meu tio foi morto por um bando de recém chegados na cidade? Porque a porra de uma família queria marcar território?! - Falei nervosa.
— Eles não fazem ideia de onde se meteram. - John disse.
— Nós vamos resolver isso hoje Hana, não precisa se preocupar. - Tommy disse.
— Eu vou com vocês. - Afirmei.
— Não, você não vai. - Tommy retrucou balançando a cabeça negativamente.
— Já esta tudo pronto, não precisamos que você vá e como foi tudo planejado do dia pra a noite é muito perigoso. - Ele continua.
— A por favor Thomas! Não preciso do seu machismo logo agora! - Respondi fazendo movimentos com a mão, demonstrando impaciência.
— EU JÁ DISSE QUE VOCÊ NÃO VAI PORRA! NÃO PRECISAMOS CORRER O RISCO DE SOFRER MAIS UMA PERDA, DEIXA SER TEIMOSA HANA! - Gritou nervoso olhando para mim.
— E EU JÁ DISSE QUE VOCÊ QUERENDO OU NÃO, EU VOU! ERA O MEU TIO PORRA, EU TENHO QUE ESTAR LÁ! - Retruquei o mesmo sem medo.
Tommy deu alguns passos para trás e respirou fundo, logo acendendo um cigarro.
— Saímos em 10 minutos. - Falou saindo do escritório.
— Ele só esta preocupado com você Hana. - Arthur disse batendo em meu ombro.
— Eu sei disso, mas eu preciso ir. - Suspirei.
[...]
10 minutos se passaram estava tudo certo para irmos, Tommy sabia que eu estava decidida a ir, então não tocou mais no assunto.
— Toma, já esta carregada. - Tommy diz me entregando uma arma. - Arthur vai te dá mais algumas balas pra reserva.
— Obrigada Tommy. - Falei pegando a arma e sorrindo fraco enquanto o olhava.
Ele sorriu fraco também e bagunçou meu cabelo em forma de brincadeira, logo indo para fora da casa. Comecei a olhar cada parte da arma para ver se estava tudo certo, até que sinto alguém se aproximar e assim que levanto o rosto vejo Michael.
— Hana, podemos conversar? - Ele pergunta.
— Hora errada Michael, agora não. - Respondo sem olha-lo nos olhos.
— Tudo bem, eu não a culpo por não querer falar comigo. Mas eu realmente preciso conversar, não precisa ser agora. - Disse balançando a cabeça, enquanto me olhava.
— Não pense que com uma simples conversa eu vou esquecer o que você fez. - Falei seriamente enquanto passava um pano na arma.
Enquanto eu limpava a arma, Michael permanecia a minha frente sem dizer uma palavra sequer. Olhei para o lado por baixo e então vi John nos olhando sério, provavelmente querendo ouvir o que estávamos dizendo. Assim que ele percebeu meu olhar, virou a cabeça para o outro lado.
Sem dizer nada passo por Michael e vou para o lado de fora de casa, entro no carro e sento ao lado de Arthur. John logo entra no carro também e senta ao lado de Tommy e Michael se senta ao seu lado. Tommy então começa a dirigir e logo atrás de nosso carro, vinha outro carro com homens nossos.
[...]
Chegamos então até onde a tal família morava, um lugar que me lembrava muito o antigo escritório dos Peaky Blinders, escritório e casa separados por uma única parede. Tínhamos que tomar cuidado, então nos separamos para encontrar uma entrada, eu fui com mais dois homens.
Cheguei até uma porta que estava sendo protegida apenas por um homem, uma porta de ferro. Me aproximei juntamente com os dois homens, assim que nos avistou o homem ajeitou sua arma.
— Preciso que abra a porta, quero falar com o seu chefe. - Falei serio.
— Meu chefe é ocupado demais para perder tempo com mulheres, e se quer falar com ele, apareça no pub que ele frequenta. Talvez assim ele possa lhe dá atenção... - o homem disse olhando para o meu corpo.
Me aproximei dele com um olhar sexy e ele continuou a me comer com os olhos. Assim que fiquei perto o bastante, segurei em seu pescoço e o empurrei com força no carro, fazendo sua cabeça bater no vidro da janela e o quebrar.
— Abre a porra da porta! - Falei trincando os dentes, enquanto o homem era segurado em pé, com seus rosto rosto cheio de sangue.
Ele então abriu a grande porta de ferro e saiu correndo com as mãos no rosto todo cortado. Tommy logo apareceu seguido dos outros e sorriu ao ver que eu tinha conseguido uma entrada. Sem demora entrei e comecei a andar dentro do grande local, ao meu lado andavam Tommy e John. Enquanto os outros vinham logo atrás.
Chegamos então aonde parecia ser a área aonde tudo acontecia, assim que entramos nossos homens se espalharam deixando todos imóveis e com armas apontadas para si.
— Quem é o chefe de vocês? - Tommy gritou.
— Ele não esta, eu sou o braço direito dele. - Um homem disse se aproximando.
— Ótimo. - Falei tirando a arma da cintura e apontando para ele.
— O QUE ESTA ACONTECENDO?! - Outro homem entrou gritando.
— Parece que o chefe chegou. - John disse
apontando uma arma para o mesmo.
Com a arma ainda apontada para o seu braço direito, eu olho para o homem que chegou gritando.
— Você acha mesmo que pode chegar na minha cidade, matar um dos meus e ficar impune? - Tommy disse se aproximando.
— Eu queria te mostrar que não somos tão fracos como você pensa! - O homem disse sério olhando para a arma de John.
— Eu vou lhe contar uma das nossas regras mais fundamentais. - Tommy diz enquanto acende um cigarro.
— Fala logo! - O homem grita irritado.
— Essa é a língua dos Peaky Blinders, matam um dos nosso... - Tommy diz e para no meio da frase.
— Matamos dois de vocês. - Completo sua frase e atiro no coração de seu braço direito, do mesmo jeito que fizeram com meu tio.
- NÃO!!! - Ele grita desesperado.
— Ele devia ser muito importante pra você, você usam o mesmo bracelete. É essa a sensação de perder alguém muito importante pra você, e eu espero que você sofra e carregue essa culpa pelo resto da sua vida! - Falei com firmeza olhando o corpo do homem no chão.
— Ficamos sabendo que esse é o seu melhor homem, o que seria de você sem seu braço direito e seu o seu melhor homem? - Arthur disse segurando o pescoço do rapaz com brutalidade.
— Vamos descobrir Arthur? - John disse com um sorriso provocativo no rosto.
— Vamos. - Arthur atira na cabeça do rapaz.
— Isso é pra você aprender a nunca mais mexer com um Peaky Blinder seu chefe de merda. Você me tirou o meu melhor amigo e eu tirei o seu. - Tommy disse segurando seu queixo com força a apontando para o homem caído no chão que eu acabei de atirar.
John bate em sua cabeça com força usando o cano da arma e empurro o mesmo em cima das mesas. Tudo estava feito, eu me sentia realizada agora, a morte do meu tio estava vingada. Saímos dali e no caminho para casa comemoramos o caminho todo, eu finalmente consegui sorrir.
Assim que chegamos na casa de Tommy apenas aceitei tomar um pouco d'água e logo me despedi de todos, menos de Michael e John, que nem ali estavam, e mesmo se estivessem eu não iria falar com eles.
Fui até o meu carro e assim que coloquei a mão ma maçaneta ouvi alguém me chamar, John me chamar.
— Eu não quero conversar, agradeço pelo seu apoio na morte do meu tio. Mas isso não apaga nada o que aconteceu. - Falei sem olhar para trás.
— Eu não sei quando te verei novamente. - Ele disse parando a alguns passos de mim. - Tchau Hana, até a proxima.
— Adeus John, seja feliz com a sua esposa e o filho de vocês. - Falei entrando no carro.
Liguei o carro e logo dei partida, deixando John ali. Agora definitivamente não havia nada nos unindo, meu tio não estava mais entre nós, eu não iria mais precisar ir visita-lo e ficar a poucos quilômetros da casa de John. Eu também não sei quando o verei novamente, e nem se chegarei a ver. Eu estava bem por vingar meu tio, mas o vazio em mim só aumentava, eu vi a minha vida toda ir embora com meus próprios olhos e eu não pude fazer nada!
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