Jungkook estava na biblioteca de sua casa, não havia achado nenhuma informação a mais sobre sua mãe, apenas que ela era uma humana qualquer, pobre, porém saudável, de acordo com os diários de Lilith, a sua mãe havia caído nos encantos de Azazel quando ele resolvia visitar a terra de tempos em tempos para ficar com humanos e repovoae a terra com seus genes.
Isso explicava a aparência comum do demônio e sua habilidade de se transformar quando queria, seus irmãos não tinham isso, aparências deles era fixa.
Explicava também o porque ele queria tão urgentemente ressuscitar Lilith anos atrás, queria uma figura materna, mesmo que não fosse uma boa. Era o um vazio que teria que conviver pelo resto de sua longa existência, a ausência de amor tanto paterno quanto materno.
Seu pai havia sim dado favoritismo a Jungkook, por isso os irmãos dele o odiavam, mas aquilo não era amor, era apenas conveniência, Jungkook sempre foi muito poderisi e seu pai sabia dissi
Azazel não foi atrás de do filho quando ele fugiu do inferno, sabia que provavelmente Jungkook se encantou pela terra e humanos assim como ele mesmo tinha feito em algum momento, e sabia que com Jungkook na terra seria mais fácil dominar os humanos guiados por desejos.
O demônio estava triste por não ter mais informações, porém a vida era assim, há coisas que nunca teríamos respostas.
Jungkook nunca havia dado importância a nada disso, poder, sua origem, comandar o inferno, ele só queria viver uma vida o mais normal possível, desde a primeira vez em que pisou na terra humana, ele queria viver daquele jeito,
mundano, sem ter que ser uma criatura ruim para ser algo.
É claro que ele não era uma pessoa boa, havia matado, torturado, e não se importava com isso, se fosse preciso faria de novo, mas não queria que isso fosse sua vida, sua rotina como seria no inferno.
Ele queria mais e encontrou na terra, optou por ficar e defender no que pudesse aqueles que o acolheram na cidade Terra clausa, a cidade mista.
Jungkook se apaixonou por Taehyung e aprendeu com ele a confiar, sem o vampiro, talvez Jungkook estivesse muito mais perdido. Então veio Heyoon que mexeu com sentimentos nunca sentidos antes pelo rapaz.
Tudo aquilo era confuso, mas era exatamente o que sempre esteve procurando em sua vida, ser um pouco mais humano, ele entendia o desespero de Heyoon quando era mais nova e porque ela havia fugido. Taehyung e ele mesmo fugiram por muitos anos das próprias vidas.
Quando viu o medo nos olhos de Heyoon causado pela mesma pessoa duas vezes, ele sentiu o ódio infernal queimando em suas veias, precisava matar sua outra versão, proteger quem ele amava.
O Jungkook humano foi deixado de lado naquele momento, a parte demoníaca tomou conta, ele não deixaria ninguém estragar sua paz, ainda mais usando seu rosto por ai. Poderiam até ter outros Jungkooks em outros universos ou no inferno que é infinito, mas naquela terra só havia espaço para um.
"Você está pronto?" Jungkook terminou de se vestir e se virou para Taehyung.
"Sim"
"Então vamos, temos um demônio para caçar."
*.*.*.*.*
A tarde já estava no fim, dentro da floresta o restante dos raios de sol não penetrava entre as folhas das árvores extremamente altas, o que deixava o ambiente mais escuro e frio.
"Tem certeza de que ele está aqui?" Jungkook questionou.
"O cheiro dele é igual ao seu, eu o sinto" Taehyung declarou. "Heyoon comentou que o feitiço de rastreamento que ela jogou nele apontou pra essa área"
Os dois caminhavam pela floresta a procura de qualquer sinal do outro Jungkook.
"Eu fico pensando quantos de nós mesmos não tem espalhados por ai, vivendo vidas diferentes" Jungkook disse.
"Se você for entrar nessa, você não vive mais. Devem ter infinitos, ou as vezes tem uma quatidade finita, mas que estão bem longe de cruzarem com a gente."
"Uma loucura" Jungkook disse.
Os dois andavam entre a mata, apenas barulhos de galhos sendo quebrados por seus passos eram ouvidos.
"Tem razão, uma loucura, vamos cumprir logo o que viemos fazer e dar o fora daqui" disse Taehyung.
*.*.*.*.*
"Você está perdendo o jeito" Jimin disse apontando a kunai para o pescoço de Heyoon.
"Usando muita magia" a bruxa deu de ombros, se esquivou da lança e atacou a fada novamente com a lâmina curta. A bruxa respirava pesadamente.
Os dois estavam em um treino de combate corpo a corpo, Heyoon era sempre muito habilidosa com as lâminas, mas Jimin era rápido, leve e escapava dos golpes com facilidade.
"Tem que ser mais rápida" a fada sorriu e aplicou um golpe para imobilizar a bruxa levando ela ao chão.
"Você melhorou bastante" a moça elogiou enquanto tentava se livrar do golpe.
"Seu irmão tem me ajudado" Jimin a prendia mais.
"E como estão as coisas com a mãe dele?"
"Bem, os dois são mais parecidos do que pensam, mau humorados, mas carinhosos com quem se importam."
Heyoon riu.
"Vienna chamou Yoongi para trabalhar com ela, ele assumiria o lugar de Jin" Jimin disse.
"Ele seria uma boa adição para o governo da cidade" Heyoon disse guardando se livrando do golpe mata-leão de Jimin.
"Também acho" a fada soltou a menina. Ambos ficaram de pé novamente e finalmente encerram o treino.
"Deixei a poção para Hwasa semana passada na sua casa, você não estava em casa eu deixei no balcão da cozinha por que não sei onde ela mora" a fada avisou ainda em posição de luta.
"Bom saber, vou avisar, ela vai ficar feliz"
Heyoon deferiu dois socos leves, o segundo atingiu Jimin no rosto.
"E você, como está sua situação?" A fada perguntou ainda fazendo careta de dor e massageando a bochecha atingida.
"Éon apareceu na nossa casa. Ele é poderoso demais, descobrimos algumas fraquezas dele, mas não sei se será o suficiente."
Jimin deu um chute na altura da cabeça de Heyoon, a bruxa segurou a perna da fada e o jogou para longe, Jimin se levantou rapidamente e correu para derrubar Heyoon com uma joelhada no rosto, ele era melhor em luta no chão. Heyoon defendeu a investida e conseguiu se manter de pé.
"Não se preocupe, vamos todos atrás dele" Jimin disse ofegante, ele limpou com a mão o suor que escorria da testa.
"Não quero que vocês se machuquem, vocês tem o Hoseok para cuidar" Heyoon se deferiu outro golpe que acabou levando ambos para o chão. Os dois rolaram cada um para um lado e respirando pesadamente, encaravam o céu azul, encerrando o treino.
"Mas você também é nossa família, Heyoon"
"Não posso arriscar" a bruxa disse se levantando e sentando no chão. Havia uma exaustão emocional pairando nela, não dormia direito desde Éon em sua casa, estava cansada de estar sempre alerta. Heyoon só queria se sentir em paz sem ter criaturas poderosas atrás dela.
"Me deixa te ajudar de algum jeito"
A moça pensou por alguns segundos.
"Talvez você possa mesmo"
"Ótimo, como?"
"Vou precisar que você prepare algumas poções para mim, e talvez eu precise do seu sangue tóxico."
*.*.*.*.*
Heyoon não costumava mais ir tanto a cidade desde a guerra, sua fama como a única bruxa da cidade que ajudou a derrotar o grande demônio, era como chamavam Azazel, ela não tinha mais paz para andar normalmente sem ser tietada por meninas jovens que queriam ser iguais a ela.
Mas precisavam visitar Hwasa, então Heyoon e Jimin resolveram ir a boate.
Heyoon sentia um pouco de falta da sua rotina de trabalho. Ela sorriu nostálgica quando entrou no local. Avistaram a amiga e caminharam até ela no balcão de bebidas.
"Olá" disse Hwasa limpando os copos.
"Onde está todo mundo?" Jimin perguntou.
"Chen está limpando lá em cima e Jungkook e Taehyung saíram para caçar alguém."
"Eles foram fazer o quê?" Heyoon perguntou surpresa, a bruxa se levantou imediatamente da cadeira do bar.
"Eles disseram que iam caçar um demônio"
"Você poderia ter escolhido alguém mais quieto Heyoon." Jimin disse.
"E acho que o Yoongi foi com eles, porque ele deixou o Hoseok com o Chen no escritório"
"ELE FEZ O QUÊ?" Jimin gritou revoltado.
Ele saiu correndo para o escritório da boate, buscou o seu filho que brincava com Chen, pegou o celular e ligou para seu noivo.
"Eu vou matar o seu irmão Heyoon. Alô Yoongi? Onde você ta?"
Jimin respirou aliviado com a resposta.
"Não estão juntos." Avisou.
A bruxa suspirou, era um alívio saber que seu irmão estava bem, mas ainda tinha seus namorados para se preocupar. Reclamavam das ações dela, mas faziam igual, saiam para a morte sem avisar.
"Eu vou ser babá, vou atrás deles" disse saindo furiosa da boate.