Amenadiel (Pausado)

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Alguns Crysmes voavam acima de mim, suas asas coloridas rodopiavam e farfalhavam conforme brincavam entre a c... עוד

Dedicatória
Prólogo
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Alícia

...

Alguns minutos haviam se passado desde que a humana começou com suas explicações e, para a minha total surpresa, ela estava tão descontraída conforme falava que nem parecia ter agarrado a faca sem corte na van esperança de se proteger de mim momentos atrás.

—Bom, isso é tudo o que eu sei.

A vi apertar as mãos sobre o colo, parecia ter retomado sua postura de "auto-proteção".

A bússola não funciona por causa das dunas.

Me escorei em uma das paredes enquanto assimilava cada palavra dita por ela.

Um componente desconhecido misturado com as areias impede que qualquer item de localização funcione.

—Eu realmente não sei o que inutiliza a maioria dos equipamentos que entram nessa região — ela fez uma pausa — É comum as bússolas ficarem "loucas" por aqui mas, alguns relógios também costumam marcar o tempo de forma totalmente aleatória, além dos mapas que, na maioria das vezes, se reescrevem e mudam suas coordenadas como se por um passe de mágica — a fêmea ergueu as mãos para enfatizar sua fala.

Um passe de mágica...

A encarei.

Será que ela acha que magia não existe?

—Eu sei que magia existe.

Aquela resposta me pegou de surpresa, por um segundo achei que a humana tivesse acesso ao meus pensamentos porém, tudo não passou de uma mera coincidência.

—Meus pais costumavam me contar histórias sobre lugares e criaturas mágicas mas, como eu nunca saí do deserto não sei muito sobre isso — seus olhos pararam sobre mim — A não ser é claro, pelos viajantes que acabam passando por aqui.

Vi quando suas pernas se esticaram para fora da cama, sua pele tinha um tom claro e sem marcas, o que era estranho para alguém que morava em um deserto tão quente como aquele.

Provavelmente não vai muito para o lado de fora.

A humana parecia estar realmente incomodada com a posição em que se encontrava porém, não fez menção alguma de se levantar.

—Muitos passam por aqui?— perguntei.

Se existem viajantes que entram nesse inferno então também há uma maneira de sair dele.

—Não muitos.

A vi segurar um dos pés como se para massagea-lo deixando a faca de lado.

Descuidada.

Começava a ter uma vaga idéia do por que de os humanos terem sumido, se a maioria agisse como essa aqui com certeza teriam sido alvos fáceis para qualquer um que tivesse más intenções.

Deveria ao menos se manter atenta ao lado de um estranho.

Dois na verdade, Dexter também poderia ser uma ameaça se eu quisesse.

—Entretanto — sua voz me trouxe de volta — Dentre os que apareceram por aqui você foi o mais normal — ela fez uma pausa enquanto observava minhas garras — Digamos assim...

—Que tipos de viajantes já passaram por aqui?

—Vários — ela ergueu o queixo enquanto mirava o teto com os olhos, parecia ter se perdido em pensamentos — Os mais comuns são um tipo estranho de criatura com várias engrenagens por todo o corpo mas, eles nunca pararam aqui em busca de água ou comida como alguns já fizeram — seus olhos se voltaram mais uma vez para mim — E nenhum deles tentou me matar.

Suspirei.

Foi uma boa indireta.

—Nunca te assaltaram antes?

Resolvi mudar o rumo da conversa.

—Uma vez ou outra porém, como pôde perceber não há muitas coisas aqui que possam interessar alguém, além do mais, não é comum almas vivas atravessarem o Deserto das Almas ou o Deserto Rochosonovamente o olhar sobre mim — Você foi um dos poucos que veio vivo de uma dessas regiões.

—Foi uma longa jornada.

Tanto que perdi as contas de quanto tempo passei perdido por lá.

Durante o dia o sol parecia arder como as chamas do próprio inferno já de noite o frio vinha com a mesma intensidade, sem contar os espectros das vidas perdidas entre as dunas de areia e, pelo que tudo indicava, o Deserto Rochoso não seria muito diferente.

Droga...

Estava tão absorto em pensamentos que mal notei quando a humana se levantou e foi em direção as escadas, pela postura calma não parecia estar fugindo ou algo do tipo, por puro instinto quase perguntei onde estava indo entretanto, me contive antes que as palavras se formassem na minha boca.

—Caso esteja se perguntando, eu vou buscar mais água.

Sua mão segurou firme a madeira antes dela se virar com um olhar determinado no rosto, bem diferente de minutos atrás, por um momento me perguntei se era a mesma humana de antes.

—Afinal de contas, meu nome é Alícia.

Foi a última coisa que ela disse antes de se voltar as escadas e sumir em direção ao piso superior.

Mestre.

Ouvi a voz de Dexter soar baixa ainda em meu ombro.

Acha que a humana estava falando a verdade em relação a bússola?

Olhei para o meu Gouli antes de avaliar uma última vez aquele quarto, principalmente as marcas entalhadas na escada, por impulso retirei meu item de localização que ainda girava sem apontar lugar algum.

—Não temos muitas opções se não acreditar que sim.

...

Como tinha dito antes a humana (cujo nome era Alícia) retornou carregando consigo um jarro, pareceu ter dificuldades em descer as escadas mas em momento algum pediu por ajuda.

—Sabe — um sorriso estampava seu rosto sem motivos aparentes —Confesso que fiquei surpresa por ainda estar aqui — suas mãos largaram o jarro sobre a mesa para pegar alguns copos de barro — Pela forma que agiu antes parecia ter pressa em ir embora.

Com certa agilidade ela despejou o líquido de aparência translúcida e refrescante em um dos copos antes de estende-lo na minha direção.

—De onde você tira água? — perguntei um tanto curioso — A região parece seca de mais para que haja uma fonte por perto.

—Têm um poço bem ao lado de casa, não sei quantos metros de profundidade ele tem mas, digamos que demora um pouco para que o balde alcançe o fundo.

Antes de levar a bebida até a boca inclinei o copo na direção de Dexter que começou o seu trabalho farejando em busca de algo estranho ou até mesmo perigoso, só depois de alguns segundos meu Gouli se inclinou até beber um pouco do conteúdo me dando o sinal de que não havia nada mais do que água ali.

—Se seu bicho estiver com sede posso dar água para ele também, não precisa beber diretamente do seu copo.

Eu não sou um bichinho de estimação se é isso que está pensando humana!

—Silêncio Dexter — cerrei os dentes — Não se esqueça que está perto de mais do meu ouvido para ficar gritando — alertei.

Me desculpe mestre.

Voltei minha atenção para a humana.

—De onde eu venho e os lugares que passei é mais do que comum averiguar os alimentos que te entregam antes de come-los —comecei a explicar mesmo não tendo motivos para isso se não a expressão de dúvida no rosto da fêmea — Se não quiser morrer por envenenamento ou algo pior é mais do que essencial esse tipo de cuidado.

—E por que alguém colocaria veneno na comida de outra pessoa?

Sua expressão era de pura incredulidade me fazendo pensar que, além de fraca e desatenta ela também era ingênua.

—Por que o mundo é cruel.

Respondi sua pergunta fazendo com que ficasse novamente pensativa.

Pelos céus, como uma criatura igual a essa conseguiu se manter viva por tanto tempo?

Acho que o correto a se dizer é que as pessoas são cruéis então...

Suas palavras fizeram com que eu tivesse um breve lapso de memória.

—Enfim — ela suspirou — Eu esqueci de pegar alguns pães que deixei lá em cima — mais uma vez ela deu meia volta em direção as escadas — Eu volto logo.

Não demorou muito para que ficassemos novamente apenas Dexter e eu naquele porão porém, havia algo de estranho no ar.

Mestre...

Eu seilevei uma das mãos por dentro da minha capa sentindo a reconfortante sensação de tocar o cabo da minha espada — Eu também senti...

Mais passos rangeram no teto acima de nós e, pela aura sombria que emanava de lá não precisei de muito mais informações para saber quem, ou o que, eram aquelas criaturas.

Droga...

Salteadoresdisse em meio a um sussurro.

O que eles fazem em lugar como esse mestre?

Provavelmente estão aqui a mando de alguém.

Mas quem?

Será que nos seguiram?a voz do meu Gouli era de preocupação.

Duvido muito.

Se eu quase morri no meio daquele deserto qualquer um que tivesse me seguido teria um fim igual ou pior mas, de qualquer forma, se aqueles salteadores me encontrassem ali eu estaria com sérios problemas.

Meu irmão não pode saber do meu paradeiro.

Caso contrário seriam apenas mais obstáculos no meu caminho.

Mestre, e a garota?

No mesmo instante um barulho alto chamou nossa atenção, parecia que alguém havia sido derrubado.

—Me soltem seus...

Foi a última coisa que ouvi antes que a voz da humana se tornasse murmúrios abafados.

O que faremos mestre?

Minha cabeça dizia para ficar quieto e esperar, se os salteadores vieram atrás da fêmea eu não teria problemas em sair dali sem ser visto.

Outro barulho, dessa vez eu reconheci o nítido som de correntes serem arrastadas pela madeira.

Mestre?

Estava em uma árdua luta interna. Manter a descrição para o bem do meu objetivo que já havia levado anos da minha vida ou, ajudava a humana que conheci a poucas horas atrás?

Maldição!

Sem que eu percebesse já estava deixando os instintos tomarem conta do meu corpo enquanto desembaiava minha espada.

Só espero não me arrepender disso.









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