Violet

By Brihsky

39.2K 3.7K 1.6K

Violet perdeu a mãe no parto, então para ela seu aniversário tinha um significado um tanto quanto doloroso. A... More

Epígrafe
Banner + Aesthetic
Dedicatória
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Epílogo

Capítulo 11

874 95 12
By Brihsky

Tia Susi me sacodia suavemente para acordar. Eu havia caído no sono, não sabia se tinha dormindo por muito tempo. Meia sonolenta me sento na cama, minha tia estava sentada ao meu lado. O álbum ainda estava comigo, coloco ele sobre a mesa ao lado da minha cama.

— Tudo bem, querida?! — Tia Susi indaga.

— Eles se amavam tanto — falo me referindo ao meu pai e minha mãe. — Por que ela tinha que partir?!

Tia Susi olha para ao chão, e mexe em suas mãos.

— Podia ter sido...

— Violet — ela me interrompe. — Seu pai e sua mãe se amavam muito, e mais do que tudo te amavam também antes mesmo de você vir ao mundo, todos sentimos muito pela sua mãe, mas não pense que ela partiu, ela ainda está contigo — Tia Susi sorri. — Aqui — ela toca de leve o lado esquerdo do meu peito.

Meus olhos já estavam se enchendo de lágrimas de novo. Tia Susi me abraça e eu me permito chorar.

— Está tudo bem — ela fala afagando meu cabelo. O abraço de Tia Susi vai me tranquilizando. Eu me separo dela, e limpo minhas lágrimas.

— Você quer descer? O jantar já está pronto — ela fala.

— Eu tô sem fome, acho que já vou ficar por aqui e dormir...

— Tem certeza, você não quer comer nada?! — ela indaga.

Eu assinto, afirmando que tinha certeza.

— Tá legal, se precisar de mim, estou lá embaixo.

— Obrigada, tia! — sorrio fechado para ela.

Observo tia Susi sair do quarto e apagar a luz. Em meio a escuridão, me deito novamente. A foto dos meus pais na praia me vêm à mente, te amarei mesmo depois do fim, lembro do que minha mãe escreveu para meu pai. Lembro também do que tia Susi acabara de dizer, que minha mãe está comigo em meu coração. Ligo meu abajur e levanto, abro a gaveta da minha mesa perto da cama e pego as fotos da minha mãe de quando ela estava grávida de mim. Aqui ela já estava  um pouco mais velha do que as outras fotos do álbum que tia Susi trouxe, mas seu sorriso radiante era o mesmo. O sentimento de querer ter a conhecido bate, fere o meu coração, a vontade de chorar de novo me invade, mas me contenho.

— Te amo, mãe! — falo baixinho para foto, depositando um beijo na mesma. Guardo a foto dela junto as outras e retorno para cama.

Deito minha cabeça no travesseiro e tento descansar a mente, minha cabeça doía um pouco, devido ao meu choro. Mas logo o sono veio e me levou para o mundo dos sonhos.

Acordei mais cedo do que o normal, era de se esperar, pois fui dormir bem mais cedo. Era quarta-feira, meio da semana, mas meu dia favorito da semana mesmo eram os sábados. Tia Susi e papai ainda dormiam, então, fui preparar o café. Minha tia foi a primeira a levantar.

— Já de pé?! — ela se surpreende ao me ver.

— Bom dia, já sim! Também dormi cedo ontem — sorrio.

— Bom dia! Tem razão, e como você está?

— Bem melhor, obrigada! E a senhora? — pergunto me sentando junto à ela na mesa.

— Bem — ela sorri e já trata de preparar o seu pão com manteiga.

Papai aparece na cozinha, estava com uma cara de casando, provavelmente não dormiu direito a noite. Seu bom dia é baixo e sem ânimo.

— Você está bem, Joseph? — Tia Susi perguntou para ele. E o mesmo assenti, ele se junta a gente, comemos em silêncio. Ele é o primeiro a levantar dizendo que já tinha que ir, que ele precisava chegar ao trabalho mais cedo.

Ele estava mais abalado do que eu, rever aquelas fotos e reviver as lembranças mexeu com seu íntimo. Era notável. Perder alguém que se ama não é nada fácil, é uma ferida que fica e não cicatriza, apenas temos que ser fortes para conviver com ela.

Contei para tia Susi que Jennifer tinha aceitado vir aqui no final de semana, e que ela poderia conhecê-la. Seria um dia memorável.

Me despedi de Tia Susi já que ela teria que voltar para casa, mas em dois dias ela estaria aqui novamente. Ela quis me dar carona até a escola e eu aceitei sua gentileza.

Quando cheguei no colégio ainda estava cedo, resolvi ir para o pátio, lá tinha um gramado onde alguns alunos costumavam ficar. Ele ficava do lado do refeitório, bem de vez em quando eu ia lá, e ficava debaixo de uma árvore. Eu tinha poucos minutos, mas resolvi me sentar um pouco lá, na hora do intervalo podia retornar. Alguns alunos estavam por perto, eu me aproximei da árvore e sentei me recostando em seu tronco a mochila sobre as pernas. Respirei fundo, e tentei relaxar.

Já estávamos quase no meio do ano, meu aniversário estava chegando, o baile e enfim as férias. Eu passaria como sempre na casa de tia Susi, Arthur, meu primo também iria para lá, e poderíamos nos ver, fazia tempo que não via ele pessoalmente. Iríamos todos nos divertir como sempre fazíamos nas férias.

Olhei no meu celular faltavam apenas cinco minutos para o sinal bater, me levantei rapidamente e segui para sala. Alguns alunos que estavam no pátio também estavam indo para suas salas, caminho pelo corredor a passos largos, faltava pouco para chegar a minha sala, não muito longe na direção oposta, Aidan também estava vindo, ele sorriu quando me viu. E eu apenas engoli em seco. Íamos chegar juntos na porta da sala aparentemente, e foi o que aconteceu, nós dois paramos.

— Bom dia! — ele diz suavemente para mim com um sorriso de canto.

— Bom dia! — sorrio fechado para ele.

Um menino da nossa sala passa pelo meio de nós, estranhando estarmos parados, ele não fala nada, apenas olha para nós dois com cara de confuso.

Eu e Aidan nos olhamos e rimos do jeito do garoto.

— Primeiro as damas — ele aponta para eu entrar.

— Obrigada, nobre cavalheiro! — sorrio para ele e faço uma reverência fingindo estar de vestido.

Rimos. E eu entro logo antes que o sinal bata.

— Sabe — eu digo me virando para Aidan que estava logo atrás de mim — Me desculpa por ontem falar meio grossa com você na hora que voltávamos para casa...

— Tudo bem, eu já me acostumei com seu jeito — ele sorri. Eu resolvi me desculpar, já que tia Susi tinha dito que viu ele ir embora meio cabisbaixo, ele é tão gentil comigo, o mínimo que deveria fazer era retribuir. Eu sorrio de volta para ele, me sentindo melhor por pedir desculpas. Aidan vai para sua mesa e eu me sento na minha.

— Oi, para você também — Jennifer fala para mim.

— Oi, desculpa.

— Por que você tava pedindo desculpas para ele? — ela indaga.

— É que ele soube do meu aniversário pelo mural e perguntou brincando se eu ia fazer festa, mas eu respondi um não um pouco seca...

— Entendi — Jennifer sabia sobre minha mãe, e que ocasionalmente eu não celebrava meu aniversário.

Mas Aidan não, eu só contei para ele que ela era falecida, mas não que ela tinha morrido no meu parto. Mas eu não gostava de ficar falando isso para as pessoas já era difícil dizer que ela é falecida.

Porém em algum momento eu ia contar para ele, Aidan estava ficando próximo de mim, e ele também tinha me revelado as coisas sobre seu pai, confiou em mim. Eu poderia ter me aberto com ele invés de ter sido grossa.

O sinal bateu atrasado hoje, o professor já estava na sala e deu início a chamada. Eu me virei para frente esperando meu nome ser chamado.

Ainda bem que hoje as primeiras aulas passaram mais rápido. Eu não estava com tanta fome que nem ontem, mas queria muito sair para o intervalo e me sentar debaixo da árvore novamente, lá era um refúgio para quando precisasse ficar sozinha com meus pensamentos.

O sinal soou, meu material eu já tinha guardado, Jennifer saiu na frente, dizendo ir encontrar Peter, eu fui mais devagar, não iria lanchar, ia direto para árvore. Havia trazido meu livro comigo, estava quase acabando, tinha que começar meu resumo.

Quando cheguei na árvore, me sentei na grama e me recostei nela, dali eu podia ver também as pessoas no refeitório, sentadas na mesa, comendo, conversando. Vi Jennifer com Peter junto ao clube de xadrez, vi a mesa de Staci e suas amigas, mais alguns garotos da nossa sala estavam lá, Aidan entre eles. Notei o menino de olhos esverdeados olhando por todo o refeitório, ele parecia concentrado em achar algo. Eu fiquei o observando até se levantar. Ele foi até Jennifer, pareceu perguntar algo e saiu. Então, seus olhos passaram para o pátio onde eu estava, antes que ele pudesse ver que eu estava olhando-o, volto minha atenção para o livro. Espero uns segundos e levanto a cabeça, ele já não estava mais lá. Olho em volta e vejo Aidan vindo pela grama até mim.

— Finalmente te achei. O que faz aqui? — ele diz quando enfim se aproxima. Ele me olha curioso e se senta ao meu lado.

— Estava me procurando?! Eu costumava vir aqui de vez em quando — sorrio. — Apenas decidi retornar — digo olhando—o.

— Entendi. É que estranhei que você não estava no lugar de sempre — seus braços estavam postos sobre os joelhos dobrados, seu rosto virado em minha direção. — Um bom lugar para se ler aqui, não é? — ele aponta com o queixo meu livro sobre minhas pernas esticadas.

— Sim, eu vim terminar de ler, para começar fazer o trabalho — digo.

— Eu já terminei esse! — ele fala. — Me dou melhor com trabalhos teóricos — ele ri. Sorrio também.

Na sequência Aidan solta um suspiro e assim como eu se recosta na árvore. Ele olha para cima para sua copa, que fazia uma grande sombra sobre nós, ele observa o tronco e o toca.

— Você nunca escreveu sua inicial aqui? — ele pergunta.

— Não! Coitada da árvore, deixar cicatrizes nela.

— Eu nunca tinha pensando assim — ele tira sua mão e coloca sobre os joelhos novamente — Na minha cidade tem uma árvore bem no centro da praça, eu e meus amigos gravamos nossas iniciais lá.

— Você sente falta do seus amigos?

— Sinto bastante — ele diz. — Na verdade eu era rodeado de colegas e conhecidos, mas amigos de verdade eu tinha só dois o Brandow e o Ítalo, eu ainda converso com eles, nas férias eu vou para Crowerville visitá—los.

— Que legal! Eu também vou para lá nas férias — ele me olha e sorri.

— Nós podíamos sair todos juntos então — ele diz. E eu sorrio para ele.

Nossos olhares permaneceram presos um no outro e eu fui incapaz de desviar, seu olhar brilhava que nem na noite que ele foi me levar para casa. Eu estava encantada, mas o encanto se quebrou com o som do sinal tocando.

Aidan se levantou primeiro, e estendeu a mão para mim se levantar. Eu aceitei. Meu corpo parou bem próximo ao seu, ele ainda segurava minha mão, eu acabei prendendo o fôlego. Seu rosto estava bem próximo do meu, nossos olhares se prenderam novamente. E eu me mantinha estática.

— Acho melhor irmos — disse em um sussurro. Aidan assenti e solta enfim minha mão, eu limpo minha roupa antes de irmos e ele faz o mesmo, tirando qualquer resquícios que poderia ter ficado de termos sentado no chão.

Caminhamos lado a lado em silêncio até nossa sala, eu estava com o livro abraçado sobre o peito, Aidan com as mãos nos bolsos. Ele me deixou entrar primeiro quando chegamos a sala, eu sorri em agradecimento e me sentei no meu lugar e Aidan seguiu para o seu. Meu coração estava estranhamente acelerado, permaneci olhando para o nada, até Jennifer me cutucar me tirando do transe em que estava.

— Oi — me viro para vê-la.

— O Aidan na hora do intervalo, foi perguntar de você. O que ele queria? — ela me olha curiosa.

— Nada, só estranhou por eu não estar no lugar de sempre, a gente apenas conversou coisas aleatórias quando ele me achou.

— Você tá gostando dele, não é?! — Jennifer sorri maliciosa.

— O quê? NÃO! — falo mais alto do que deveria. O professor me lança um olhar reprovador. Me encolho na minha carteira. Porém vejo Staci rir com as amigas devido ao professor ter me olhado feio. Apenas reviro os olhos e me concentro em desenhar uma árvore no meu caderno enquanto o professor continuava com a chamada. "Você tá gostando dele, não é?", a fala de Jennifer vêm em minha mente, e balanço a cabeça em negativa. Mas o olhar intenso de Aidan teima em aparecer em minha mente, nossos corpos próximos quando ele me ajuntou a levantar, sua mão na minha mais tempo do que deveria.

— Violet! Violet! — Jennifer me cutuca, e percebo que tenho que responder a chamada.

— Presente, professor! — respondo sem jeito.

— Tá sonhando acordada, menina?! — Jennifer fala atrás de mim rindo.

Sim, de fato, estava. Solto um longo suspiro.

...

Continue Reading

You'll Also Like

12.2K 1.1K 39
❝ Eu amo tudo que você me faz sentir, todos os pequenos detalhes que me fazem te amar intensamente. Mesmo que não tenhamos mais dezoito anos, e que p...
40.6K 4.1K 57
Adolescência pode ser a fase mais divertida da vida, mas, quando algo sai fora do programado, ela se transforma em algo bem difícil. Julia não sabia...
7.6K 831 14
7° lugar em Spin-Off (29/07/2022) "Sua Majestade Real o Rei Clemens tem a honra de convidar para o casamento de Sua Alteza Real, o Príncipe Franz Jos...
1.7M 116K 40
Você pode não perceber, mas to completamente apaixonado por você.