Coral Roses

Por ElanePimentel1

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Coral Roses é uma garota que passou 4 anos de sua vida presa em um hospital psiquiátrico por sofrer da síndro... Mais

Prólogo - Sombras de Coraline
A Antiga Nova Casa
Dentro da Floresta
O estranho e misterioso Jack
Um pequeno aviso
Os amigos de Sempre
Memórias ao vento
INFORMAÇÃO IMPORTANTE
No caminho pra escola
O Pulsar da Madrugada
Encontro sob a penumbra da noite
Casal Misterioso
Visitante Inesperado
O Gato Preto
Feliz Aniversário, Rudy
Lembranças
O Carvalho
Introdução ao Terceiro Mundo
Queda Livre
Kali Lira
Paralelamente para os Leitores Part II
Reencontro no Segundo Mundo
Um presente no dia do Amigo
Eu e o Demônio
O Castelo antes do Primeiro Mundo
As Criaturas do Castelo
Só agradecimento ♥
A Mãe de Todos os Monstros
Reunião em Família
Rudy, O Covarde

O Segundo Mundo

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Por ElanePimentel1

Quando finalmente saímos do sonho daquela estranha garota que se chamava Kali e coincidentemente era irmã do meu namorado Jack, aquela palavra ainda era difícil até de ser pensada, mas aquele não era o momento, estávamos parados novamente naquela rua assustadora e destruída. Aproximei-me de Car que estava parado olhando para a porta de uma casa com o olhar que não demonstrava nem um pouco de paciência. Enquanto ele fazia isso, eu só conseguia olhar ao redor lembrando das criaturas assustadoras que existiam naquele mundo.

— Ah, finalmente! – Car falou enquanto gesticulava com as mãos.

Olhei novamente para a porta que Car estava encarando, de lá, uma garota vinha correndo em nossa direção, um pouco desajeitada, com um estranho sorriso divertido no rosto. Ela parecia estar adorando aquele lugar totalmente podre e destruído.

— Obrigada, Árvore. Você realmente me acordou. – ela deu um pequeno soco no ombro de Car, e em seguida começou a amarrar o longo cabelo em um rabo de cavalo. Kali estava com uma roupa diferente da que estava dentro de seu sonho, agora era vestia uma blusa preta de mangas longas e gola alta e uma calça jeans azul marinho. Seus olhos naquele momento pareciam duas piscinas de águas claras e calmas, ela me encarou repentinamente e deu um leve sorrisinho, aquilo de alguma forma fez minhas bochechas queimarem e desviei o olhar.

— Então você namora o Jack? Nossa, que péssimo gosto. – Kali fez cara de nojo.

— Nisso tenho que concordar com ela. – Car falou enquanto procurava algo dentro do bolso da calça.

— Você nem o conhece. – rebati para Car.

— Seus pensamentos são bastante intensos. – Car falou segurando um pequeno papel que parecia um mapa. – Então, Kali, vai nos acompanhar? Estamos procurando uma coisa.

— Sim. Também estou procurando algo. – ela falou tentando não dar detalhes e voltando novamente a me encarar. – Vamos lá, cunhada.

Ainda não havia decidido se gostava daquela garota, apesar de que ela era exatamente igual ao Jack, o humor de fazer piadas nas horas inapropriadas, ou até mesmo na aparência. Kali era muito bonita e parecia não ter medo de nada. Ela deu uma olhada por sobre o ombro e piscou para mim, obviamente eles estavam lendo meus pensamentos.

Continuamos caminhando, dessa vez tentando ter mais cuidado para não esbarrar novamente em uma daquelas criaturas repugnantes, Car estava a todo momento analisando cada passo que dávamos e Kali agora estava andando atrás de mim como se fosse um guarda-costas, ela havia mudado rapidamente do momento em que estava no sonho até aquele momento. Kali naquele momento parecia mais adulta e confiante. Talvez esse fosse os problemas dos sonhos, eles não eram reais.

— Eu ainda sou a mesma daquele sonho. – ela sussurrou em meu ouvindo fazendo os pelinhos da minha nuca ficarem arrepiados. – Mas esse lugar aqui, devemos ter bastante cuidado. Não queremos entrar em uma porta errada novamente. 

Car parou abruptamente e sem querer me esbarrei em suas costas, ele pegou uma liga do bolso e amarrou o cabelo em um pequeno coque deixando alguns fios soltos e só então, naquele momento, parei para observar o quanto aquele garoto-árvore era bonito, não um bonito comum, mas um bonito de outro mundo, e agora com o cabelo daquele jeito o tornará ainda mais atrativo. 

— Você me lembra alguém. - Kali falou sorrindo gentilmente para Car, ela parecia triste com a lembrança e Car parecia entender. Era um clima estranho que rolava entre aqueles dois, e eu realmente não queria atrapalhar nada, mas algo a nossa frente começava se mexer freneticamente. 

— Gente... olhem... 

Car e Kali olharam na direção em que apontei, a coisa não parecia estar nos vendo, ela se mexia rápido no chão como se estivesse se coçando, era uma criatura que parecia um verme, mas também parecia uma pessoa. Era um pouco maior que uma criança de dez anos, o corpo parecia de um verme repugnante, os olhos eram como os dos seres humanos, só que um pouco maior que o normal, a boca também era humana e os dentes eram muitos e afiados como pequenas navalhas. Aquela criatura tinha pequenos fiapos de cabelo saindo de todo o corpo, tinha mãos e pés, mas bastante pequenos, era realmente bastante assustador e nojento. 

— Vamos ter que passar correndo por ela. - Car falou como se fosse nossa única opção. — Esse vermezinho pode nos devorar em questão de segundo. 

Talvez meus olhos estivessem tão arregalados que fosse cômico, Kali e Car deram risos abafados olhando para minha cara. Não tinha como passar por aquela criatura que poderia nos devorar, realmente o medo estava tomando de conta de mim como nunca tomou antes. 

— Ah, qual é. - Car falou e segurou no meu ombro. — Você não é a Coral Roses? Filha de Coraline Roses? - ele me encarou no fundo dos meus olhos, aquele olhar era tão penetrante que parecia consumir minha alma e meu corpo, um sorrisinho leve estava em seus lábios, ele parecia me contar algum segredo apenas com o olhar, e foi naquele momento que todas as lembranças que eu já havia me recordado antes ficaram ainda mais claras em minha mente.  

— Coral Jones, meu nome é Coral Jones e sou filha de Coraline Jones Lovat. - falei instintivamente lembrando de tudo. Meus pais estavam em algum lugar, a Outra Mãe havia sido derrotada, mas Elzarella ainda estava sob o domínio de todos, especialmente de Rudy

Pensar em Rudy naquele momento era como sentir uma mão apertando meu coração, ele, apesar de tudo, havia me abandonado quando eu havia me sacrificado por ele na mesa de pedra, não conseguia entender os motivos dele, não conseguia entender várias outras coisas em relação a ele. O sacrifício parecia ser tudo, morri para que ele pudesse viver, ele era o meu melhor amigo e estava disposta a fazer tudo por ele, mas depois de tudo ele apenas se afastou, pensando apenas nele, e foi naquele momento que também percebi que ele nunca havia feito nada por mim. Meu coração estava apertado, apertado por não poder recorrer ao meu melhor amigo, apertado por não entender várias coisas das atitudes dele, apertado em lembrar de todas as vezes em que ele me machucou, apertado por ele pensar apenas em si quando muitas vezes, ou a maioria das vezes, pensei apenas nele. Eu ainda sentia tudo isso de magoa, por tudo e por não entender, mas o que poderia ser mais que um alivio, minha consciência estava tranquila. 

— Está tudo bem Coral Jones, falei que iria lhe ajudar. - Car naquele momento estava com suas mãos em meus olhos e só agora me dei conta que lágrimas escorriam por minhas bochechas, ele mantinha o olhar gentil para mim, parecia estar prestes a me abraçar, mas não queria que ele fizesse aquilo e ele entendeu. Ele limpou as lágrimas das minhas bochechas com o polegar e deu um leve sorriso, a ponta de seu dedo saiu alguns raminhos de folhas verdes. — Nós vamos vencer o mal. - ele falou por fim e voltou a olhar a criatura que Kali observava durante todo aquele momento. 

— Essa criatura parece estar se retorcendo de dor. - Kali comentou e realmente o bicho parecia se retorcer ainda mais rápido no chão, e ainda não havia nos notado ali, talvez poderíamos passar sem esforço algum. 

— Então, a porta que devemos entrar é aquela amarela. - Car apontou e Kali confirmou com a cabeça. A porta que eles apontavam era de uma casa bastante modesta, a frente era toda branca, tinha uma pequena varanda e a porta de madeira amarela, só agora percebi que ela não parecia tão destruída quanto tudo que existia naquele mundo. Parecia uma casa nova. 

— Vamos simplesmente sair correndo? - Kali perguntando fazendo uma careta, o medo daquele lugar era comum, não tinha como evitar. 

— Quando vocês estiverem preparadas. - Car falou e deu um grande sorriso como se aqui fosse muito engraçado. 

— CORRE, CORRE, CORRE!! - Kali gritou e saiu correndo, Car também correu e corri logo atrás dos dois, o bicho rapidamente notou nossa presença e começou arrastar-se rapidamente em nossa direção. 

Garras começaram a sair de todas as partes daquela criatura grotesca, e de sua boca saia duas línguas, o barulho que aquele bicho fazia era tão horrível quanto ele. Ele estava chegando mais perto de mim e a porta que antes parecia perto agora estava cada vez mais distante, foi quando senti aquela coisa gosmenta enrolar-se na minha perna fazendo-me cair no chão. Ele me arrastou, sua boca cheio de dentes estava perto. Mãos agarraram as minhas, Car era forte, mas o bicho parecia ser mais. Kali, sem medo algum, surgiu com algo afiado em suas mãos, não consegui ver exatamente o que era, mas ela foi até o bicho e partiu a grande língua que me puxava. Pensei estar livre, mas agora via o olhar de terror nos olhos de Car e Kali, estávamos cercados por criaturas tão horríveis quanto aquela. 

Car me puxou rapidamente do chão, eu não conseguia respirar direito, minha perna doía e a porta parecia distante. 

— Não sei se consigo segurar eles. - Kali falou, a coisa em sua mão reluzia como um cristal. Me perguntei de onde ela havia tirado aquilo. Mas logo minha atenção voltou novamente para aqueles olhos que nos cercavam. 

O verme que estava mais próximo de nós  lançou novamente a língua que ainda lhe restava e acertou diretamente o rosto de Car que ficou sujo com aquela meleca. Car caiu no chão dando um salto rápido para pôr-se de pé, mas o verme lhe atingiu novamente dessa vez no braço e dessa vez vi algo verde e brilhoso saindo do ferimento. Sangue. Car gritou de dor enquanto Kali acabava de vez com aquele bicho que estava mais próximo de nós. 

As outras criaturas se arrastaram em nossa direção, Kali correu para ajudar Car e fiz o mesmo, mas não conseguiríamos chegar até a porta antes que fossemos atacados. Algo tinha que distrair aquelas criaturas. Pensei na minha família em perigo, pensei em Jack, pensei no motivo de estar ali que era procurar força para enfrentar Elzarella. 

— Vão na frente. - falei para Kali que continuou, Car estava apoiado nela e olhou para mim, seus olhos refletiam dor. 

— É isso Coral, você consegue. - ele falou sem parar de caminhar. 

Fiquei de pé entre meus dois amigos e entre as criaturas rastejantes, eu só precisava de distração, só precisava encontrar força suficiente para distrair aqueles bichos por alguns minutos. E estava ali, aquela força estava dentro de mim. Pensei novamente nos motivos que me levaram até ali, eram maior que qualquer outra coisa. E então, algo dentro de mim parecia mais forte, algo que parecia querer sair, algo como uma energia e eu sabia que tinha que expulsar aquilo de dentro de mim em direção aquelas criaturas. E foi isso que fiz, a energia acumulada saiu com força em forma de poder, era algo como raios e fogo e atingiu diretamente em cada criatura que rastejava famintas para nos devorar. Agora elas se debatiam no chão tentando apagar a chamas de seus corpos, e eu corri na direção de Kali para ajuda-lá com Car. Aquela era a distração que precisávamos.  

— Isso foi incrível! - Kali falou com empolgação. 

— Falei que conseguiria. - Car falou conseguindo formar um sorriso no meio da dor que ele sentia. 

Chegamos finalmente na porta amarela e Car segurou na maçaneta. 

Imaginei o que poderia estar atrás daquela porta, se seria pior do que aquilo que havíamos acabado de enfrentar. Se estaríamos preparados. E instintivamente segurei na mão de Car antes que ele pudesse abrir. As criaturas lá atrás ainda tentavam se livrar das chamas, ainda tínhamos tempo o suficiente. Car e Kali me olharam confusos. 

— Para onde essa porta vai nos levar? - perguntei, dessa vez com mais coragem em minha voz. 

Car deu um sorriso sedutor em minha direção. 

— Vamos para o Segundo Mundo. - ele falou e girou a maçaneta. 

A última coisa que vi, foi a luz forte e brilhante do Segundo Mundo que logo iriamos conhecer. 



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