Desço e fomos correndo rindo para o carro no banco de trás. Entramos ofegantes e apoiando olhando um para o outro voltando ao normal, eu me sinto mais leve, mais feliz e tirei aquele peso que estou carregando a anos nas costas.
Breno: se senti livre?- assenti sorrindo.- fico feliz.- pegou na minha mão e beijou a costa.
O olho atentamente e que homem perfeito que eu pego.
Sinto calafrio e vou até a frente, ligo o carro e logo o aquecedor. Volto para o banco de trás e tiro o moletom que eu estou, me viro para Breno e assusto porque está sem a camisa e jaqueta de couro. Reparo nos seus gominhos e são seis, nada mal para esse corpo do jeito que a mãe gosta.
Algo ruim consegue me invadir e seu rosto não está nada legal. Seu olhar distante me incomoda e seu corpo curvado de medo, tem algo estranho nele e não quer dizer.
Marcella: Breno.- o chamo e me olha de relance.- é no seu tempo para conversar, tá bom?- assentiu sorrindo fraco e dou um beijo na bochecha.
Respirou fundo.
Breno: no momento, quero curtir apenas nós dois. Sem atrapalharem e...- se ajeitou olhando para mim.- dando alguns pegas na brotheragem.- fala sarcástico e riu revirando os olhos.- tô falando sério.- fico em choque.
Marcella: Breno eu...- penso seria.
Breno: está tudo bem?- me olhou nervoso.
Marcella: que se foda essa promessa.- puxo para um beijo. Calmo e lento, por enquanto sem malícias.
Sua mão invade o meu sutiã e aperta o meu peito com força, tirou a minha blusa. Subo em seu colo e paramos o beijo por causa da bendita falta de ar.
Estamos com as testas coladas e suas mãos estão em minha cintura.
Breno: está mesmo preparada?- descolo e droga de pergunta infernal.- porque não sou a pessoa especial para você.- olho tensa.
Marcella: mas é a que eu mais confio e sim, você é especial demais para mim.
Breno: sou o seu melhor amigo.
Marcella: e que diferença vai fazer?- passou as mãos no rosto tenso.- se você não quer transar comigo, avisa caralho. Porque trouxa eu não vou ser.- saiu e vou vestindo a minha blusa, foi me segurando.
Breno: não, não é isso que eu quero dizer Marcella.- olho furiosa para ele.
Marcella: o que então?- não disse nada.- se não é por isso é por causa de que então?- continuou em silêncio contendo as lágrimas.- Breno, me responda o que então?- aumento o tom.
Breno: seu irmão porra!- falou mais alto e eu fico chocada com a sua resposta.- a porra do seu irmão é um caralho de um ciumento e filha da puta que não deixa a irmã ser feliz e bota coisas na cabeça dela, que faz ter medo e não saber como agir. E acaba se pagando de vítima.- automaticamente uma lágrima escorre, porque eu sei que é verdade.
Mas é uma verdade que não precisa ser dita para mim, eu mesma sei que eu sou e isso machuca demais. Sempre fui humilhada por amigos e até mesmo de colegas da escola, é que infelizmente acabamos pagando de vítima e sem querer. Eu principalmente quero alguém do meu lado me apoiando e contendo as minhas lágrimas.
Meus pais são controladores, mas igual o Gael. Ele é dez vezes pior e depois do ocorrido da Gabi aí que entrou mais na minha vida, comandava a hora que eu durmo, comandava as minhas redes sociais, minhas próprias roupas e amizades ele comandava.
Agora depois de tantos puxões de orelhas, está acordando para a vida e me deixando ser um passarinho solto.
Logo o que Breno disse, não falei nada. Apenas me vesti e continuei no banco de trás olhando para a janela, escutei ele bufando, saindo e entrando na frente dando partida.
Entramos no apartamento e todos foram até nós. Mas ignorei e fui chorando até o meu quarto, tranquei e escorreguei lentamente na porta até se sentar.
Não aguento mais essa vida infernal, todos jogam a verdade na minha cara e pior de tudo. Sou culpada e vitimizada porque apenas disse a verdade que não era para doer.
E dói, as palavras machucam. É bem pior que ser atropelado ou ter machucado o braço.
Maysa•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Maysa: que porra que você fez Breno?- se sentou furioso e a Marcella bate a porta com força.
Breno: apenas disse a verdade e agora tá ai. Toda mimizenta por conta de vocês.
Gael: e pensar que deixei ela ir atrás de você. Seu filho de uma...- ele foi até Breno para bater, Ravy o segura.
Maysa: tira ele daqui Ravy.
Breno: não tira não.- ficou frente a frente com o Gael.- esse porra merece ouvir umas verdades também.
Ficamos parados, só que atentos para o Breno não voar nele e sim. Todos ainda estão aqui.
Gael: fala então. Se quiser me bater, me bate, fala a verdade, pode. Sou todo ouvidos.- fala forçando o maxilar e fechando os punhos.
Breno: a Marcella não é livre e feliz por conta de você.- apontou o dedo na cara do Gael.- nunca transou por conta de você.
Maysa: epa epa, Marcella não perdeu o virgindade. Porque ELA não quis, ela tem medo de ficar grávida cedo ou até mesmo sem querer, porque ela quer fazer com uma pessoa especial e isso foi escolha dela.- bufou e Ravy soltou o Gael.- conheço a minha amiga muito bem. Até quantos fios de cabelo ela tem.
Gael: escuta aqui.- estão se encarando bravos.- Depois do inferno que ela passou por conta da irmã, sim estou protegendo de qualquer menino e principalmente daquele babaca de cunhado que a gente chama. Não sabemos aonde ele está, o que está fazendo, se a minha irmã ainda continua com ele e olha que bacana. Estamos sendo ameaçados.
Breno: mas isso não é motivo de você proibir ela, até na roupa que usa. Marcella tem apenas dezesseis anos e quer viver livre, sem ninguém se intrometendo na vida dela.
Debora: mas isso não é ser mimizenta Breno. A gente mima ela? Mimamos e muito, igualmente para você, Gael, Ravy, Enzo, Douglas, Rian, Kaio, Christine e Maysa. Todos merecem ser mimados, saber que a gente tem um amigo para confiar e receber carinho. É o sentimento mais lindo que o ser humano deveria passar. E sobre o Gael, sim são atitudes ridículas.- ele olha incrédula para ela e Breno sorri de lado.- já conversei com ele e está decidido a mudar.
Breno: não mudou nada.- revirou os olhos.
Debora: até porque o ser humano não muda da noite pro dia. Com o tempo isso vai mudando e agora diga para nós, o que falou para a Marcella.- respirou fundo e abriu a boca.
Marcella: não foi nada gente.- interrompeu Breno e olhamos para trás, está abraçada com Enzo o mesmo faz um carinho.- a gente surtou na hora e já vamos ficar bem.- sorriu fraco e assentimos.- desculpa.- gesticulou baixo para o Breno e ele também sorriu fraco e sua expressão é de desapontado.
Horas se passaram, pedimos pizza, bebemos, conversamos e depois cada um foi para a sua devida casa.
Breno, Debora e Gael estão em seus quartos.
Está apenas eu, Marcella e Ravy no sofá. Ela está atenta ao seriado.
Marcella: eu queria transar com o Breno naquela hora dentro do carro.- eu e Ravy olhamos confusos.- ele me chamou de vítima, chamou o Gael de ciumento e filha da puta. Mas antes eu o forcei a falar e sinto que isso foi culpa minha, por esse motivo.- começou a chorar.
Ravy: Marcella, claro que não.- fez olhar para ele.- com certeza ele estava irritado com algo e acabou descontando em você.- diz calmo.
Marcella: mas eu o forcei a falar porque não queria fazer aquilo comigo.- Ravy me olha pedindo ajuda.
Maysa: Mar.- se virou para mim.- de forma alguma não foi culpa de nem um e nem outro. Como Ravy disse ele estava irritado com algo e acabou descontando em você. E você como bicha curiosa como é.- ironizo e ela ri.- Quis saber o porque e não está errada de querer a resposta.- ela apenas assentiu e me abraçou firmemente.- te amo muito, vai ficar tudo bem.
Marcella: também te amo.- separamos.
Maysa: agora vai descansar, porque hoje o dia foi agitado.- riu e saiu enxugando as lágrimas.
Respiro fundo, porque tenho que ficar com esse encosto na sala. E não vou sair pois já é último episódio, ele que lute com a minha presença.
Ravy: você está ligada que culpou os dois né.- reviro os olhos.
Maysa: sim, já sabia. Fiz isso para o bem da minha amiga.- digo sem humor.
Se levantou e sentou ao meu lado, olhei com desgosto.
Depois daquela verdade que me disse, estou um bom tempo fugindo dele e sem olhar para cara do mesmo. Não errou em me dizer a verdade.
Mas no caso de dona Maysinha guardo remorso, como o ocorrido do Vinicius. Se bem que eu fui trouxa e nessa também fui trouxa. O meu pai só faço trouxisse porque?
Ravy: tá chateada por causa daquele dia né?- assenti sem tirar os olhos da tela.- desculpa.- levanto as sobrancelhas e abaixo sem interesse.- só saiba que estou solteiro novamente.- levantou e se retirou.
Meus olhos vão guiando e fico chocada com a descoberta.
Sossega o facho menina, não vai cair nesse golpe. Sua missão agora é o Rian e não dele mais, já pegou, agora é passado e finge a famosa pêssega.
Não presto mais atenção na série e vou para o meu quarto. Vê se acalmo um pouco os nervos.
Marcella••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Estou deitada mexendo no celular. Escuta a porta fechando e sentindo um peso atrás de mim, me viro torcendo que não seja o Breno.
Suspiro aliviada.
Gael: relaxa, não é o Breno.- deito no peito do meu irmão e ficou mexendo no meu cabelo.- eu sou igual a ele?- viro em sua direção, arqueio a sobrancelha e continuou na mecha.- você sabe muito bem quem é.
Marcella: não Gael. Claro que não é só que...- tento procurar palavras.- já temos pais protetores. Para você estava uma vida normal, mas para mim me sentia dez vezes presa. E o que eu sempre digo para você: se eu for para um lugar sozinha...
Gael: sempre tem alguém comigo de confiança cuidando.- completou a frase e passou as mãos em seu rosto bufando.- me perdoa por tudo que eu já fiz. Debora conversou um dia comigo e me fez acordar, o cuidado estava tão grande que cuidava até das suas roupas.- rimos fracos.- me perdoa mesmo pequerruxa, o que eu fiz foi pelo o seu bem.
Marcella: eu te perdoou. Você pode ser cuidadoso, mas com consciência.- uma bendita lágrima sai.
O mesmo limpou com o seu polegar e deu um beijo na minha testa. Sorriu.
Me celular vibra loucamente, pego sem entender nada.
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Desculpem, mas tenho que deixar um misteriosinho 🤭