ilvermorny girl | sirius black

By padfootxxx

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. š“‚ƒ ILVERMORNY GIRL | a sirius black fanfiction Criada por uma mulher louca e cruel, Rhea di Salles tinha um... More

ā”ā”ā”ā” Parte I
Capƭtulo 1 - O trem e o chapƩu seletor
CapĆ­tulo 2 - Aluado
CapĆ­tulo 3 - A Sala Precisa
CapĆ­tulo 4 - A Festa de Boas Vindas
CapĆ­tulo 5 - Encarando as ConsequĆŖncias
CapĆ­tulo 6 - A Primeira DetenĆ§Ć£o
CapĆ­tulo 7 - Pontas
CapĆ­tulo 8 - Lobisomem
CapĆ­tulo 9 - O Teste de Quadribol
CapĆ­tulo 10 - DetenĆ§Ć£o em grupo
Capƭtulo 11 - Senhora das poƧƵes
CapĆ­tulo 12 - A primeira aula de voo
CapĆ­tulo 13 - ManhĆ£ de Natal
CapĆ­tulo 14 - Hogsmeade - parte 1
CapĆ­tulo 15 - Hogsmeade - parte 2
CapĆ­tulo 16 - Efeito bombom
CapĆ­tulo 17 - Desencanto
CapĆ­tulo 19 - Precisamos conversar
Capƭtulo 20 - Querido diƔrio
CapĆ­tulo 21 - Angela Cardenas
CapĆ­tulo 22 - A melhor festa do ano
CapĆ­tulo 23 - Primeiro encontro
CapĆ­tulo 24 - Rumores
CapĆ­tulo 25 - Duelo
CapĆ­tulo 26 - Regulus Black
CapĆ­tulo 27 - Semifinal
CapĆ­tulo 28 - Surpresa!
CapĆ­tulo 29 - O fim do 6Āŗ ano
CapĆ­tulo 30 - O segredo dos di Salles
ā”ā”ā”ā” Parte II
CapĆ­tulo 31 - SĆ©timo ano
CapĆ­tulo 32 - D.C.A.T
CapĆ­tulo 33 - SolidĆ£o
CapĆ­tulo 34 - The Prank
Capƭtulo 35 - ConfissƵes
CapĆ­tulo 36 - Assassina!
CapĆ­tulo 37 - 13 de Agosto de 1976
CapĆ­tulo 38 - Ordem da Fenix
CapĆ­tulo 39 - Encontro triplo
CapĆ­tulo 40 - Juntos
CapĆ­tulo 41 - Especial 50K
CapĆ­tulo 42 - O Ćŗltimo prĆ©-recesso
Capƭtulo 43 - Outros tipos de confissƵes

Capƭtulo 18 - Outra de muitas detenƧƵes

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By padfootxxx


Dezoito.

━━━━━━━━━━━━━━━━

DESNECESSÁRIO.

— Completamente desnecessário.

— Não estava esperando por aquilo.

— Vai ficar tudo bem Rhea, nós não concordamos nem um pouco com Remo.

— Ah, fale por você, Angie. Eu concordo um pouquinho.

— Como é que é? — Rhea e Angie falaram juntas. O espanto foi tanto que as almofadas que cobriam Rhea tombaram para o chão do dormitório. Angie fez uma careta engraçadíssima de nojo, que foi acompanhada pela melhor amiga, olhando totalmente perplexa para Lily enquanto esperavam uma explicação.

— Vamos, Rhea, é bem óbvio que ele tem uma quedinha por você — Lily se sentou em sua cama, puxando as cortinas para deixar entrar a luz matinal. Tinha um sorriso no rosto — Ele nunca tinha reclamado de Benedict até vocês dois começarem a andar juntos. Agora Sirius manipulou todo o time de quadribol da Grifinória a odiar ele, você sabe como todos levam o que Sirius diz a sério. Além disso, Sirius estava toda semana com uma pessoa diferente pelos corredores, mas desde que você apareceu ele só sabe dar foras. Tudo bem que sempre tem gente chorando por ele por aí, mas ele não costuma fazer pessoas chorarem antes de faze-las... bem, você sabe. Agora ele só as faz chorar, pula toda a diversão — Lily fez uma pausa para franzir o rosto — Não acredito que estou dizendo isso, que nojo.

As caretas torcidas de Angie e Rhea concordaram com o último comentário.

— Só estou tentando dizer que é bem óbvio. Remo notou faz um tempo, ele me contou que Sirius só sabe falar sobre você. Que você fez isso, que você fez aquilo, que sempre está armando alguma e que eles deveriam ficar de olho... E nós vimos o quanto ele parecia bobinho esperando por você nos degraus da escada. Remo comentou que Sirius só brinca com os cadarços quando está nervoso.

Rhea rolou os olhos, achando tudo aquilo um absurdo. Sirius, gostar dela? Ele só a maltratava. Quem em sã consciência daria Amortentia para uma pessoa de quem realmente gostasse?

Mas ele tentou impedir...

Bom, mas ele havia a chamado de maluca, várias e várias vezes. Azarado todas as suas coisas, rido de piadas que James fizera dela.

Mas Rhea também fazia deles...

E não importava se Sirius gostava dela. Ela não gostava dele. Não gostava do sorriso afetado que não desgrudava de seu rosto, dos olhos azuis tempestuosos que pareciam achar graça de tudo, do cabelo propositalmente bagunçado como se ele não fosse um riquinho sangue-puro metido e, principalmente, do jeito petulante de andar como se fosse inalcançável ou inatingível. Odiava as piadas fora de hora e a risada infantil que interrompia todas as aulas só para atrapalhar seus pensamentos. Nem do cheiro forte de perfume, ou da forma como ele pendurava um cigarro nos dentes e agia como um badboy. Era triste e vergonhoso. Onde ele pensava que estava? Em um filme? Pensava que era o personagem principal de um romance alternativo?

Corta essa!

Ben era mil vezes melhor, com o sorriso carinhoso e a forma que deitava no gramado a tarde inteira como um vegetal.

— Estou quase namorando, Lily, não tenho tempo para o drama adolescente de Sirius Black.

— É, eu sei — disse, e entortou a cabeça para encarar Rhea — Mas Benedict Smethwyck, sério?

Angie cruzou os braços.

— Benedict Smethwyck foi eleito o cara mais gato de Hogwarts ano passado. Ouvi os boatos.

Lily riu.

— Sim, porque os Marotos forjaram essa premiação para tirar sarro dele. O troféu explodiu bombas de bosta na cara dele.

Rhea fingiu não achar graça da ideia.

— Pensei que Sirius não ligasse para ele antes de saber sobre nós dois.

— Ah, fala sério, nem se compara com o que ele tem feito agora. Toda Grifinória abomina o garoto! — retrucou Lily, e então levantou os braços como se eximisse da culpa — Não estou defendendo James, ele é ridículo, e também não estou dizendo que Benedict não é um gato. Ele é! Ninguém nem pensou em questionar Ben como o cara mais gato de Hogwarts. Mas, Rhea, ele não é nem um pouco seu tipo! Eu tenho pena de você toda vez que te vejo com ele.

Angie pareceu considerar.

— Teve mesmo aquela vez que você pediu para que eu soltasse diabretes no gramado só para ele não te chamar para admirar as nuvens pela quinta vez seguida.

Rhea bufou. Benedict gostava mesmo de observar as nuvens e dormir no sol nos dias bonitos, e ela tinha mesmo pedido para Angie intervir todas as vezes que ele fizesse isso por mais duas horas.

— Que se dane! — ela esbravejou, saltando da cama para apanhar suas roupas — Vocês devem estar saltando de alegria por saber que tenho três horas de Sirius Black hoje.

Angie deu risada e jogou uma almofada em Rhea.

— Agora que Lily me convenceu que Black gosta de você, estou saltando de alegria, sim — disse ela — Depois me conte todos os detalhes sórdidos de sua tensão sexual.

— Ah, cale a boca.

Ignorando as risadinhas de Lily e Angie, Rhea terminou de vestir suas calças pretas e cobriu o corpo com o sobretudo, deixando as roupas escuras transparecerem seu mau humor enquanto rumava para a sala de McGonagall. Fazia tempo que ela não ficava tão irritada. Primeiro, de Lupin, por pensar ter o direito de ser tão grosseiro com Rhea como foi. Ela o considerava seu amigo, levando em conta as conversas que costumavam ter na sala Comunal de madrugada, mas naquele momento tinha a certeza absoluta que nunca mais falaria com ele. Então, de Sirius, por ter feito Amortentia e deixado que James lhe desse de Natal. E por ter se oferecido para levar Rhea até Slughorn, por ter deixado que ela o agarrasse, por ter grudado o corpo dos dois e feito Rhea sentir seu peito contra o dela. Por cheirar como nicotina e perfume caro. Por ter feito Rhea se sentir boba, por te-la defendido em Hogsmeade, por ter comprado todos os doces da DedosdeMel só porque ela nunca tinha provado. Por tê-la confortado enquanto chorava e por ser tão ridiculamente e desnecessariamente atraente.

Droga.

Talvez Rhea tivesse mesmo uma queda por Sirius Black.

E esse pensamento quase a fez pular de susto ao encontra-lo encostado contra a janela ao lado da sala de Minerva. Estava vestido com um longo casaco azulado e tinha o olhar perdido pelos jardins enquanto fumava um cigarro. Talvez fosse sua recente descoberta, mas o coração de Rhea ficou imediatamente acelerado com o medo dele conseguir ler sua mente — mesmo sabendo que era impossível. Seria uma humilhação. Rhea di Salles, a bruxa aspirante mais temida de Ilvermorny, a queridinha de todo o colégio, a novata influente, quase namorada do garoto mais bonito de Hogwarts, caidinha por Sirius Black.

Caos. No universo e nela própria.

— Ah, que bom que os dois já estão aqui — Minerva a viu chegar antes de Sirius, saindo da porta de sua sala e fazendo uma expressão severa. Sirius finalmente notou a presença da garota, desprendendo os olhos da janela e deslizando-os para onde ela estava. Ele não sorriu, tampouco parecia tenso ou desconfortável (Rhea estava cada vez mais certa de que quase nada podia deixa-lo desconfortável, Sirius sempre parecia ter certeza sobre sua presença). Estava sério, simplesmente, um pouco cansado. Não disse nada e sorriu quando passou a olhar para a Profa. Minerva — Pelo amor de Deus, Sirius, apague esse cigarro, são nove horas da manhã.

Sirius deu de ombros.

— Minha querida professora Minerva — ele respondeu arrastado —, devo lembra-la que já é happy hour na Austrália.

Minerva crispou os lábios, mas Rhea teve a impressão que ela estava mais segurando o riso do que reprovando a resposta do garoto.

— Apague — repetiu ela, e Sirius, balançando o corpo como se dissesse já que a senhora insiste, afundou o cigarro na pedra e lançou-o para o lixo. Minerva não reagiu à reverência irônica que Sirius lhe deu após acertar a mira — Sigam-me. Vocês dois vão limpar a cozinha hoje, ficou um caos depois do almoço de Natal.

Rhea só girou o corpo e passou a segui-la. Ao contrário de Sirius, Rhea estava totalmente desconfortável. Queria um tempo para pensar e esclarecer sua cabeça. Provavelmente só pensava que tinha uma queda por Sirius Black porque estava com raiva, ou porque se sentia emocionalmente abalada do dia anterior. Não era possível. Essa crença podia ser só um resultado do profundo trauma radioativo de ter ficado a menos de dez centímetros de distância de Sirius. Ou Remo e suas amigas haviam mexido com seu cérebro, ou a Amortentia tinha algum efeito residual. Definitivamente algo do tipo. Quer dizer, olhe só para ele. Todo confiante e cheio de si, andando como se Rhea sequer estivesse ali do lado.

Por que é que ele parecia nem ligar para ela ali?

Não era como se Sirius estivesse de mau humor ou calado. Muito pelo contrário, ele não conseguia calar a boca e puxava conversa com Minerva a cada passo que davam. Rhea se sentia uma intrusa, o nó em sua garganta só aumentava. E ela pensou mesmo que a sensação esquisita não poderia piorar, até entrarem na cozinha e a Profa. Minerva deixa-los sozinhos.

A cozinha estava realmente uma bagunça. Pilhas de pratos sujos, panelas com crostas, o balcão coberto por farinha. Parecia bagunçado propositalmente para preencher três horas de detenção — o que não seria o suficiente, porque Rhea e Sirius eram mestres na arte de não fazer absolutamente nada. Sirius foi direto para o fogão, onde tirou outro cigarro da boca e acendeu-o em uma das bocas. Rhea observou, a mente torturando-a para dizer alguma coisa. Bem, ela ainda estava com raiva, não estava? E já tinha comprovado para si mesma que gostar de Sirius Balck havia sido só uma alucinação de sua cabeça traumatizada. Então por que aquele clima estranho unilateral a incomodava tanto?

— Sabe que pode acender essa porcaria com a varinha, não sabe? Não precisa do fogão.

— É mesmo? — perguntou ele de modo nada sincero e sem entonação, evitando olhar para ela — Obrigado, Rhea. Não sei o que seria de mim sem suas observações tão inteligentemente óbvias.

— Ah, vá se ferrar.

Ele deu risada. Não aquela risada divertida de quando achava alguma coisa engraçada, mas um barulho sarcástico e descrente com a garganta que soou muito pior do que um xingamento ou gesto obsceno.

Em silêncio, Rhea foi até a pia e separou algumas louças, pescando com nojo cinco garfinhos e enfiando-os debaixo da torneira. Preferia voltar para a sala de troféus. Rhea se dava muito melhor com aranhas do que com comida molhada adormecida.

— Dumbledore não tem elfos para isso ou algo do tipo?

Rhea não conseguia explicar o quanto doía em seu orgulho tentar mais uma vez puxar algum assunto. Ela não queria, mas Sirius a estava enlouquecendo com aquela indiferença. Por que não podiam simplesmente voltar a se xingar? Não era como se Rhea não tivesse motivos para querer ficar longe também.

— Eu sei lá, Rhea. Por que é que está falando comigo? Pensei que tinha me proibido de pensar na sua existência.

Rhea bufou.

— Não acredito que ainda se acha no direito de dizer essas coisas para mim.

Sirius riu daquele jeito mais uma vez.

— Ah, sim, porque a grande Rhea di Salles me proibiu de dizer coisas a ela, também. Perdoe-me.

— Você devia ao menos pedir desculpas.

— Pedir desculpas? Eu tentei de impedir de comer aquele negócio! — ele finalmente esboçou um pouquinho de emoção em suas palavras, arregalando os olhos de modo exasperado — Sabe o que você é? Narcisista! Você e definitivamente narcisista, isso é uma doença, sabia? Age como se fosse a única dona da razão.

— E daí que tentou me impedir? Se sua intenção não fosse me dar aquela merda, nem teria feito — então Rhea se virou para ele, como se tivesse perdido toda a paciência — E por que é que queriam me dar aquela merda? O que vocês estavam pensando? Era só para rir de mim?

Sirius fez um gesto irritado com a mão, balançando-a no ar.

— Não estou afim de discutir isso agora.

Rhea se aproximou dele com raiva.

— Pois vai discutir! Não são os trouxas que usam aquela expressão sobre lavar louça suja? Pois vamos lavar louça suja. O que é que vocês estavam pensando.

Sirius desencostou-se ameaçadoramente da janela.

— Em primeiro lugar, Rhea, é roupa suja, não louça — corrigiu com arrogância — E em segundo lugar, eu te avisei que James encontraria outros meios para conseguir sua ajuda com as poções.

Rhea prendeu o riso, mal acreditando no que ouvia.

— Então isso tudo era pra eu me apaixonar por você o suficiente para te dar o que você queria? Coisa que só prova o quanto você é burro, porque eu já estava ajudando, seu imbecil!

Sirius encolheu os ombros.

— É, por isso eu tentei te impedir de comer, GÊNIO.

— Não acredito nisso, sério. Vocês são baixos. Qual é a de vocês com lobisomens, afinal? Por que é que estão tão desesperados pra essa poção?

— Porque sou fanzasso de lobisomens, Rhea.

— Eles são canibais!

Sirius riu e balançou os braços.

— E daí? Talvez todos sejamos canibais, vai saber que tipo de coisa Monstro cozinha para minha família? Carne de trouxa empanada sem sombra de dúvidas — Rhea bufou, e Sirius voltou a relaxar os ombros — Mas não se preocupe, já cansei de ir atrás da sua ajuda. Você pode até ser a melhor aluna de poções, mas não é a única que sabe das coisas. Não vamos mais te incomodar.

Dessa vez foi Rhea quem riu com sarcasmo.

— Claro, porque você só estava vindo atrás de mim pelo fato de eu ser a melhor em poções.

Sirius estreitou os olhos, cercado pela fumaça.

— O que quer dizer com isso?

— Que já está mais que óbvio pra todo mundo que você é obcecado por mim — disse Rhea, em uma onda de fúria da qual ela imediatamente se arrependeu.

Sirius ficou em silêncio. Rhea não aguentou encara-lo, então virou-se de costas e voltou para a pia, os olhos fixos na água corrente. A risada cansada de Sirius soou atrás dela, como uma lufada de ar. Rhea apoiou as mãos na pia, tentando controlar a raiva. A adrenalina fazia tudo sair muito pior do que passava em sua cabeça. Sentiu que tremia, certa de que não era por conta do frio. Ouviu Sirius se mover, o barulho do atrito de suas roupas.

— E quem foi que te disse isso? — ela o ouviu perguntar com voz baixa. Pareceu estar se aproximando — Remo?

Rhea engoliu em seco.

— É.

— Remo fala muito.

Mais perto ainda. Rhea levou um susto, porque foi de repente. A mão de Sirius surgiu apoiada na pia, bem ao lado da sua. Rhea encarou os dedos cheios de anéis, esforçando-se para se concentrar neles, e não em Sirius imediatamente atrás dela, o peito encostando-se lentamente em suas costas. Ela prendeu a respiração. A mão livre de Sirius foi de encontro ao cabelo de Rhea, os dedos compridos e gelados afastando os fios de sua orelha para que ele pudesse se inclinar e sussurrar em seu ouvido.

— Mas se formos levar tudo o que Remo diz em consideração...  — ele murmurou, deslizando a mão da pia em direção à mão apoiada de Rhea, e então subindo-a pelo seu braço, apertando sua pele. Rhea sentiu o corpo se arrepiar com a voz baixa, a boca perto de seu rosto, e, involuntariamente, amaldiçoando-se pela própria fraqueza, inclinou a cabeça para trás, colando ainda mais os corpos, fazendo Sirius rir, agora de verdade, em seu ouvido — ...temos que considerar a parte em que ele fala que também é doida por mim.

Rhea sorriu com os olhos fechados.

— Você é maluco.

Sirius subiu mais a mão, o gelado dos anéis de prata fazendo cócegas quando ele abaixou o casaco de Rhea, deixando seu ombro exposto. Ela sentiu a respiração quente tocar sua pele, bambeando suas pernas, os cabelos negros de Sirius escorregarem enquanto ele abaixava o rosto, e a pressão morna e úmida de seus lábios trilharam seu ombro com um beijo. Rhea suspirou, tombando a cabeça. Sequer se lembrava de quem era, muito menos de que discutia com o garoto segundos atrás.

— Bisbilhoteiro — corrigiu ele, tirando momentaneamente os lábios de sua pele — Curioso — disse, beijando mais uma vez seu ombro — e Remo também fala muito alto quando está bravo.

A trilha continuou para dentro, mas, para infelicidade de Rhea, Sirius se limitou à curva de seu pescoço, dando um último beijo antes de subir o rosto, pressionar o nariz em sua têmpora e respirar fundo.

— Baunilha — falou, aproximando os lábios de sua orelha — como a minha Amortentia.

Rhea teve a sensação de que Sirius também tinha os olhos fechados. Seu corpo a pressionava cada vez mais contra a pia. Sirius desceu uma das mãos para sua cintura, as pontas dos dedos gelados pressionaram sua pele, agarrando-a pouco abaixo do umbigo. Rhea sentiu seus órgãos flutuarem, o estômago não podia ficar mais gelado do que aquilo.

— Remo também me disse coisas. Disse que eu tinha medo de como você reagiria com a Amortentia porque não queria que me odiasse mais. Disse que só odeio Benedict porque sei que ele beijou e tocou você.

— Não beijou.

— E nem vai. Sabe a que conclusão cheguei hoje de manhã? Que não me odeia tanto assim.

— ...mas odeio.

— É — disse ele rindo, apertando o corpo de Rhea ainda mais contra o seu. Ela sentiu o sorriso dele contra sua pele, o peito subindo e descendo colado às suas costas — exceto que não parou de me olhar desde que me encontrou na sala a Minerva, que fica brava quando não converso, e que acabou de ficar vermelha ao sugerir que sou obcecado por você.

— Isso não quer dizer nada — Rhea respondeu, certa de que sua voz falhava.

— Então porque é que está sem fôlego?

Rhea abriu os olhos, inclinando o rosto. Sirius aproveitou a deixa para levantar a mão que não estava em sua cintura, tocando seu queixo, puxando o rosto de Rhea para ficar de frente ao seu. Ela obedeceu, inerte, prendendo os olhos entreabertos nos lábios rosados de Sirius, muito próximos.

— Porque você me deixa louca — ela teve certeza que tentou parecer irritada, imprimindo em suas palavras um sentido definitivamente diferente daquele com o qual elas tinham soado.

Mas Sirius, se entendeu que Rhea estava louca de raiva, e não de qualquer outra coisa, não demonstrou, porque ele também parecia tonto só de encara-la, sequer desviando seus olhos dos lábios dela. A mão dele se acomodou em sua bochecha, impedindo que ela desviasse. A outra amaciou sua cintura. Rhea também levou a mão até Sirius, acariciando sua nuca, enroscando os dedos em seus cabelos negros.

— Sinto muito — murmurou ele, torpe — Há algo que eu possa fazer a respeito?

Rhea estava tão mole que mal conseguiu assentir, sentindo os lábios de Sirius rasparem nos seus.

— Pode pedir desculpas — ela respondeu, sem acreditara em suas palavras.

Sirius sorriu. Os olhos negros brincaram em seu rosto, deixando que Rhea admirasse as íris cinzentas até voltaram para sua boca.

— Posso te contar um segredo? — ele perguntou, fechando os olhos.

Rhea assentiu e murmurou algum som que deveria ter soado como um sim. Sirius voltou a raspar os lábios superficialmente uns nos outros, suficiente apenas para despertar os sentidos dos dois.

Ele abriu os olhos, e os dois se encararam olho no olho.

— Remo estava absolutamente certo.

E então ele a beijou.

Os lábios de Sirius estavam gelados pelo frio, mas Rhea sentiu o corpo inteiro esquentar. Ele tinha gosto de café e nicotina, os lábios e a língua tão macios que nada tinham a ver com sua personalidade. Enquanto uma mão de Sirius deslizava pela sua cintura com força, e a outra segurava firmemente seu rosto, Rhea pensou que fosse morrer de tanto desejo, porque se a pura sensação de ter seus corpos pressionados contra a pia, tão fortemente que era como se pudessem se fundir, a fazia quase desmaiar, a sensação do beijo de Sirius Black certamente a mataria com o tempo. Ela não dava a mínima, porque era lento, delirante e delicioso, e a cada mordiscada ou sorriso que ele dava enquanto pressionavam seus lábios, Rhea senta o corpo entrar em combustão.

Eventualmente, quando os dois estavam sem ar nenhum e pouco se importando com as próprias respirações, Sirius tirou a mão do rosto de Rhea e desceu para o outro lado de sua cintura, virando-a para que ficassem de frente um para o outro. Não separaram os lábios. Sirius deslizou a mão por seu corpo, por dentro do casaco, brincando com o tecido da regata que ela vestia por baixo, dedilhando a barra do tecido e sua pele. Rhea agarrou sua nuca, afundado os dedos nos cabelos macios, puxando os rostos para cada vez mais perto um do outro. Ele a agarrou e a colocou sentada sobre o balcão, encaixando-se entre suas pernas, explorando suas coxas, vez ou outra interrompendo o beijo para encara-la e sorrir. Rhea intercalava as mãos entre sua nuca e suas bochechas, tomada por uma ânsia de agradar a Sirius Black e de mante-lo por perto.

E ele ficou. E os dois continuaram a brincar de quem desejava mais do que o outro até o primeiro elfo doméstico aparecer, assustando os dois e liberando-os da detenção por mando de Minerva. Eles se separaram muito contrariados, e Rhea, que finalmente se dava conta do que tinha acabado de acontecer, desceu da pia como se tivesse acabado de levar um soco da realidade.

Não disse nada a Sirius. Rhea só arregalou os olhos, vestiu o casaco e foi embora.

__________________________

Era beijo que vocês queriam??? Então toma!

Mas já aviso que, conhecendo os dois, essa trégua não vai durar muito não.

Espero que estejam gostando!!! Juro nao demorar pra postar o prox.

xoxo

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