Contos de Lucem - Ressurgir S...

By leticce_soares

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A queda de uma estrela em um continente infértil dá origem a cinco reinos abundantes de vida. Contudo, o impa... More

ZERO | A QUEDA
UM | HALINA SMARAGDINE
DOIS | SKADI ANTERIC
TRÊS | ZAIRE TERRAM
QUATRO | MALYA BASMAH
CINCO | A JORNADA
SEIS | KALE
SETE | ARDEN SMARAGDINE
OITO | O MAGO
NOVE | VIVIDAE
DEZ | O AFANADOR
DOZE | O REI
TREZE | A MURALHA
CATORZE | OS EKSILER
QUINZE | INFERNO ALBUM
DEZESSEIS | MAR ASIRI
DEZESSETE | PALLADIAN
DEZOITO | BOSQUE WERAU
DEZENOVE | DOLENT
VINTE | O VALE DAS BRUXAS
VINTE E UM | LABIRINTO ENTREMONTES
VINTE E DOIS | A DAMA ALABASTRINA
VINTE E TRÊS | A TRAVESSIA
VINTE E QUATRO | ANTIGOS INIMIGOS
VINTE E CINCO | O RETORNO DO ALGOZ
VINTE E SEIS | A INSURREIÇÃO
VINTE E SETE | KELAYA VIMONAR
VINTE E OITO | O PÁRAMO E TENEBRIS
VINTE E NOVE | A VERDADE
TRINTA | FRONTEIRA MORTEM
TRINTA E UM | A ESTRELA
TRINTA E DOIS | O DESFECHO DA BATALHA

ONZE | ONIRIUM SOMBRIA

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By leticce_soares

      — O l-ladrão, ele e-enfeitiçou a Malya, disse algo como o-onix, oniv... Eu não me lembro, foi tão rápido. – Keisha gaguejou.

      — A culpa é de vocês. – Skadi disse baixinho. – A culpa é de vocês! – agitou as mãos.

     A ivoriana estava em choque com o que acontecera, num momento Malya estava ali lutando ao seu lado, noutro estava inconsciente sem dar nenhuma resposta. Isso era demais para ela, um excesso de emoções gigantes para seu bom senso aguentar. Principalmente, depois de tudo que viveram em Vividae, quase morreram uma dezena de vezes para resgatar o fragmento, tudo em vão por conta de uma rivalidade tola entre dois homens adultos. Skadi saiu trêmulo, sentia a raiva crescer em seus músculos, mas ainda não estava confortável para liberá-la na frente dos outros. A voz de seus protetores ainda o condenava, pela falta de controle.

     — Eu não sabia que isso poderia acontecer. Não sei o que deu em mim. – Zaire pôs as mãos no rosto.

    — Como não sabia? Foi você quem começou aquela discussão tola! – vociferou Arden.

    — Já chega! É o suficiente por hoje. – Halina interveio. – Temos muitos problemas para resolver, brigar agora é tolice.

    — Sempre foi, na verdade. – Kale estava frustrado.

      — Eu sei palladiano, eu sei. – a voz da princesa estava embargada, assim como os olhos cheios de lágrimas.

     Não estava chorando por conta de Malya, mal a conhecia. Mas uma enxurrada de emoções a tomou de supetão, fazendo com que as lágrimas brotassem involuntariamente. Sentia ausência de controle sob seus sentimentos. Saiu para sua tenda, não queria que a vissem tão vulnerável.

      — Vou colocá-la em minha tenda, lá é o lugar mais confortável. – Arden declarou, pegando a mulher desacordada no colo.

     — E depois? O que faremos? – Zaire questionou, não havia zombaria em sua voz.

     — Chamarei Kelaya, quando o sol nascer. Ela provavelmente saberá o que devemos fazer para reaver Malya. – respondeu orgulhoso.

     — E quanto ao fragmento? – Keisha pensou alto.

     — Pensaremos nisso depois. No momento, Malya deve ser nossa prioridade. – o príncipe anunciou, já entrando na tenda.

      Colocou a mulher em sua cama, encarou o corpo descordado por alguns minutos. Deu-lhe leves tapas na face, mas não obteve resposta. A mulher não parecia doente ou ferida, era como se estivesse dormindo. Sonhando, ao que parecia, uma vez que suas órbitas se movimentavam agitadas debaixo das pálpebras.

      ❝ onirium sombria – escutou o afanador dizer, antes de perder a consciência.

      Desgraçado, mil vezes bastardo. – pensou.

    Conhecia as palavras, era um encantamento dos bruxos do norte para evocar pesadelos nas vítimas.

   Maldito. – xingou mais uma vez. – Quando eu pegá-lo arrancarei seus dois olhos sem compaixão.

    Depois disso, sentiu sua consciência cair rapidamente e retornar abruptamente. Não tinha acordado, mas sua mente estava ativa e produtiva. Contudo, fora de seu controle. Sentiu seu corpo se imprensado, tateou ao redor e percebeu que estava dentro de uma caixa. Uma caixa de madeira que diminuía cada vez mais.

     Tentou chutar as paredes de madeira e gritar por socorro. Morreria sufocada em pouco tempo se continuasse ali dentro, procurou o pingente no pescoço. Inútil, ele não estava ali. Sua respiração falhava, estava tudo escuro e apertado. De repente, as paredes da caixa pararam de se mexer. O som de arranhos tomou o lugar da aflição anterior, estavam tentando abrir a caixa.

      — Cordeirinho. – era Lappam. – Saia, vamos brincar. – a voz grave pediu.

     Malya apertou os olhos, tentava se convencer de aquilo era apenas um pesadelo. Um encantamento que o afanador lhe lançou, mas a informação parecia flutuar e se desfazer dos pensamentos dela. A caixa se abriu, a celosiana tinha sete anos outra vez.

     Estava parada no quarto de Lappam, o abrigo no qual vivia fora fechado. Agora era uma escrava, uma serva de um dos mercenários do deserto.

     Lappam folheava um livro, sua tenda estava iluminada por velas, havia caixotes sendo utilizados como estantes. Muitos frascos estranhos ficavam no lugar, coisas que Malya não conseguia identificar e nem queria. Já vivia assustada demais para descobrir qualquer outra coisa.

      — O que faremos hoje? – o mercenário saboreava as palavras. – Hum... Chame nosso amigo.

     A menina chorava, negando com a cabeça. Não queria a sensação de novo.

     — Chame-o! – sacudia os ombros frágeis da criança.

      A sensação crescia dentro dela, as sombras se esgueiravam em sua alma. Sentia as membranas negras cobrirem suas íris, seus músculos não respondiam aos seus chamados e uma névoa densa penetrava seus pensamentos de forma irredutível.

      Eu estou aqui, estarei sempre aqui. – a voz amedrontadora prometia.

     Agora estava na caverna das feiticeiras, o último cenário se dissipou como fumaça. Hayat segurava sua mão, mostrando o lugar que moraria a partir daquele dia. As outras feiticeiras lançavam olhares gentis para jovem que chegava, tinha catorze anos e muita desconfiança.

       — Está tudo bem, ficará segura agora. – Hayat declarou. – Sente-se, Samosh vai fazer algo para você comer. – puxou a cadeira para ela.

     Não pareciam mais pesadelos, mas memórias de sua estada na caverna. Tudo parecia rebobinar das suas lembranças.

      — Mais uma vez. – Safi ordenou.

    Estavam num dos cânions do deserto, segurava duas espadas de madeira e um fantoche se esgueirava contra ela. Era um dos dias de treinamento.

     — Preste atenção Malya, feche a guarda. – a feiticeira rugiu. – Precisa aprender a se proteger.

    O fantoche de feno se impunha contra ela, pressionando-a contra a parede rochosa.  Malya tentava apunhalar os braços da ferramenta de treinamento, mas a criatura caiu sobre ela deixando sua visão escura.

     — Esta é a erva de fanae, muito boa para feitiços de purificação. Anote. – Ramla deu-lhe um tapinha nas costas.
  
     A moça anotou em um bloco de papel, com um lápis escuro. Tão escuro que tomou sua visão.

      — Repita devagar, sinta as palavras. – Nora tocou sua mão.

     Olhavam para uma porta trancada com inúmeros cadeados, a feiticeira empreitava ensinar alguns encantamentos para a menina.

      —  almamaru. – disse sem ambição.

     — Precisa acreditar, Malya. – Hayat surgira na sala. – Precisa acreditar que é capaz de abrir os cadeados.

    — Não sou um Feiticeira, me dou melhor com as espadas. – reclamou frustrada.

     — Deve aprender todos os modos possíveis de se proteger. – a feiticeira tocou no colar que a menina carregava no colo.

     As feiticeiras sumiram, deixando-a sozinha na caverna. Malya se levantou da cadeira, era adulta outra vez. Olhou em volta, tentando encontrar alguém. De repente, sentiu mãos apertarem seu pescoço.

     — Suja. – Hayat urrou, esmagando a traquéia dela.

    — Amaldiçoada. – Nora se juntou a sua irmã.

    — Trouxe a desgraça para o nosso clã. – Ramla ajudou a comprimir o pescoço da jovem mulher.

    — Morra, fétida. – Safi gritou.

    Estava cercada pelas Feiticeiras, seu pescoço cada vez menor e ar lhe faltando nos pulmões. Chorava inconsolável, vendo as faces conhecidas lhe atacarem. Fechou os olhos.

➳➳➳

    Arden pegou uma das pedras na sacola dada por Kelaya, quebrou com o cabo de sua adága. O dia já surgira no horizonte, as três luas resistiam no céu que clareava. A noite fora preenchida pelo medo e a ansiedade, culpavam-se intensamente pelo o que ocorrera.

     — Acordem. – o príncipe pediu aos soldados que cochilavam. – Levantem-se todos, já chamei Kelaya.

     Halina saiu sonolenta de sua tenda, a cabeleireira loira bagunçada e os olhos vermelhos de horas de sono.

     — Tome. – Kale interceptou a princesa. –  É uma flor do consolo, ajudará a controlar as lágrimas. – o palladiano entregou uma planta marrom para Halina, com um sorriso gentil.

     A princesa ficou desconcertada com a situação, mas guardou a planta dentro do vestido. Sentia-se desconfortável por ter sido tão chorosa nos últimos dias.

     O grupo se organizou ao redor de Arden, esperando a chegada da mestiça. Zaire estava com um semblante cansado, fechara os olhos apenas para um cochilo agarrado em seu martelo. Skadi parecia distante e sem energia. Já Kale, trazia vestígios de um otimismo passado nos olhos castanhos.

     — Malya deu algum sinal? Acordou? Ou algo do tipo? – Keisha indagou, tropeçando nas perguntas.

    — Não. – Arden respondeu, tinha conferindo a mulher alguns minutos atrás.

    — Kelaya está demorando, pensei que viria imediatamente. Deveria ter nos avisado que haveria um lapso de espera. – Halina reclamou.

     Estavam tão exauridos com os últimos eventos que pareciam mortos vivos. Frustrados com a energia gasta à toa. Isso pioraria se o caso da companheira fosse grave.

     — O mais importante é que ela chegue e nos traga soluções. – Zaire afirmou.

     Um portal se abriu no outro lado do acampamento. Kelaya saiu dele, usando uma capa escura, com os cabelos azulados arrumados num penteado elaborado.

     — Perdoem-me. – ofegou. – Ainda estou aprendendo como estabilizar o portal.

    — Sem problemas. – Kale falou compreensível.

   — O-o que aconteceu? Fostes ferido? – a mestiça inquiriu perturbada ao noivo.

    — Estou bem. – recuou.

    Ele e Zaire apresentavam alguns hematomas da briga, nada grave que fosse necessária despender atenção. Zaire é quem estava mais machucado dessa vez. Era embaraçoso que o grupo responsável por salvar todo o continente tivesse se deixado levar por uma atitude tão infantil.

     — Fomos atacados, roubaram-nos o fragmento conquistado no santuário de Vividae. – prosseguiu.

     Kelaya abriu a boca abalada com as palavras, ao redor todos abaixaram a cabeça envergonhados com a própria derrota.

     — Como isso aconteceu? – foi uma pergunta encabulada.

    — Um invasor. Aproveitou-se de um momento de vulnerabilidade e levou o fragmento. – Halina devolveu altiva.

    — Mas não foi apenas por isso que a chamamos... – Arden retornava a falar.

    — Acalme-se, Arden. Vamos por partes. – interrompeu a irmã solene. – O afanador era capaz de fazer magia, conseguiu escapar por um portal com o fragmento e invocou dois inferos. – dirigiu-se a meia bruxa.

    — Oh, então não se tratava de um bruxo qualquer. Alguém tão poderoso para conseguir abrir um portal de Tenebris é uma grande ameaça à superfície. Um bruxo de primeira ordem. – continuava cabisbaixa.

     Kelaya começou a andar pelo acampamento, procurando algum registro do invasor. Parou repentinamente, piscando os olhos agitada. Parecia buscar provas da invasão, algo que pudesse ajudá-los.

     — Pimenta de Sanos. – murmurou. – Há resquícios de pimenta de Sanos, um componente usado num encantamento da discórdia. – explicou a bruxa.

    — Discórdia. Essa foi a nossa vulnerabilidade, começamos a brigar sem explicação alguma. – Esteban ponderou.

    — O encantamento se alimenta da fúria contida nos indivíduos, alastrando-se por todos aqueles mais suscetíveis às emoções. – prolongou a explanação. – A pimenta de Sanos é comum nos desertos celosianos.

    — Engraçado, porque os cânticos usados pelo afanador eram da raiz norte de bruxaria. – Malya surgiu cambaleante.

      Todos se voltaram para a moça que até então era um dos centros de preocupação, estava suada e com a voz colapsando. O efeito do encantamento, ao qual fora submetida, findara.

      — Oh, eu não quis supor nada. – disse errática a mestiça, acanhada.

     — Nem eu. – repeliu enérgica. – Todos sabemos que os produtos de Celosia viajam livremente para as terras do norte, especialmente para Smaragdine. – alfinetou.

     Zaire correu até ela, junto de Kale e Keisha, mas foram contidos com um aceno da celosiana. Suspiraram aliviados com o retorno da companheira, ainda que esta portasse um semblante trancado.

     — Estou bem. Foi só um encantamento de sono. – acalmou a todos.

     — Conheces os cânticos do norte? – Kelaya.

    — Malya sabe fazer magia. – denunciou Skadi.

     A ivoriana recebeu um olhar mortífera do mulher do deserto.

    — Aprendi feitiços pequenos nas Dunas, nada forte o suficiente para enfrentar quem nos roubou ontem à noite. – sentou-se no chão exaurida. – Era alguém experiente, sabia de encantamentos avançados e que requerem muita energia. Eu não consegui vê-lo chegar, sequer identifiquei o gênero do invasor. Proteger a identidade parecia uma prioridade para ele, tinha uma barreira forte na máscara.

      — Idrovras Thaqirax me alertou quanto a isso, é muito provável que alguém esteja articulando com Tenebris na superfície. – Arden anunciou.

     — Mas quem? Uma das bruxas do Vale? – Zaire entrou na conversa.

     Kelaya se encolheu com as palavras, sabia que sua espécie não era bem quista entre os humanos. Bruxas eram indubitavelmente contra os humanos, Feiticeiras costumavam ficar neutras, podendo se opor ou não. Só os Magos mantinham uma aliança para com os reinos, formando conselhos de proteção, onde avaliavam as melhores decisões para si e os reis a quem serviam.

      — Impossível. Smaragdine tem um acordo sólido com o Vale das Bruxas, nenhum sujeito teria audácia de quebrá-lo. – a princesa contestou tenaz.

      O acordo em questão era o casamento de Arden Smaragdine e Kelaya Vimonar, filha de uma bruxa Rapina e de um general de alto escalão do exército smaragdino. Era incomum que bruxas se relacionassem com humanos para fins de procriação, mas quando ocorria o fruto do casal costumava ser tratado como um incoveniente social.

    Todavia, a posição política ocupada pelo o pai de Kelaya e a necessidade de trégua surgida na Noite Ignia tornou o casamento um instrumento estratégico para conciliação entre os dois lados. Kelaya Vimonar antes aceita só pelo clãs das bruxas, passou a participar do castelo de Nesta, no qual sofria retaliação. A mestiça saia pouco para a cidade, passando a maior parte do seu tempo com Idrovras Thaqirax, seu tutor. Nas ruas e corredores recebia olhares de desdém, principalmente das mulheres indignadas que acreditavam merecer o lugar dela.

      Arden recebeu a notícia de seu noivado duas estações depois da morte da mãe, não reagiu às ordens do pai, era sua obrigação fazer o melhor para o reino. Especialmente, após falhar na batalha que a Rainha Kaira morreu. A primeira vez que os dois se viram, o príncipe a tratou com uma frieza incomensurável, tudo na mulher lembrava às bruxas sanguinárias. Passado algum tempo, tornou-se indiferente com Kelaya trocando palavras essenciais. Já haviam dormido juntos é claro, o príncipe não podia negar os atributos físicos da mestiça. Embora Arden, continuasse a dormir com muitas outras em suas expedições.

     O casamento estava marcado para o próximo inverno, mas o acordo com o Vale já valia desde o noivado. A cerimônia fora adiada, devido às emergências na Fronteira Mortem. E agora, sequer sabiam se sobreviveriam e como as relações políticas de Lucem ficariam ao findar da guerra iminente.

     — Não é impossível, infelizmente. – Kelaya ficou cabisbaixa. – O acordo existe como Halina falou, mas sabemos que nem todos os clãs do Vale concordaram. Embora os aliados tenham se comprometido a conter retaliações, estamos em guerra. Nada é definitivo.

    — E o que deveríamos fazer? – Skadi interrogou.

    — Receio que devam ir para Smaragdine, falar diretamente com o meu mestre. Ele terá melhores conselhos. Além disso, é o local mais seguro nesta localidade, só estão há um dia e meio de Nesta. – propôs desconcertada.

    — Estás certa, voltemos a Smaragdine. De lá, partimos para Ivory. – Arden concordou.

     A mestiça deu um beijo carinhoso no lábios do noivo, deixando-o envergonhado na frente dos outros. E partiu pelo portal, cercada pelos olhares curiosos. Arden ficou, apreensivo com a reação de seu pai ao saber do fracasso.

      Ele irá me tirar da jornada. – pensou consigo mesmo.
   

   

   

    
   

   
     

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