A LIBERTINA- Livro 1/ Série:...

Por EdnaMoreno8

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Contará a estória de Cristina (Tina) e Vitor Pimentel. Corpo de mulher e alma de menina, boca sensual e olhos... Más

Prólogo
Capítulo 01- O destino
Capítulo 2- A armadilha
Capítulo 04- Fica.
Capítulo 5- Diaba esperta

Capítulo 3- Dia de caos

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Por EdnaMoreno8

"Deus escreve certo por linhas tortas"

Boa Leitura!
* Sem Revisão

Fernando Alcântara Diniz era um homem de poucas palavras, um homem  ácido e que não permitia que a honra de sua família fosse questionada jamais, Ana Amália sabia disto, toda sua família sabia disto, mas Cristina estava prestes a descobrir o pior lado do seu pai, um lado que apenas ela conhecia...

Com apenas duas ligações Fernando estava na porta de onde supostamente Cristina estava.
O homem tinha seu rosto vermelho, expressão de fúria e fechava a mão em punho.

— Fernando, pelo amor de Deus, ela é a nossa filha! — Ana implorava para que o marido se acalmasse.

— Não mais Ana Amália, não depois desta vergonha!

Ele abriu a porta do quarto do hotel de luxo, lá havia bebida pelo chão, várias garrafas e pessoas pelos sofás, ao redor da piscina aquecida e no chão do banheiro. Na mesa de sinuca havia vestígios de cocaína que provavelmente todas aquelas pessoas usaram.

— Eu dou apenas dois segundos para que todos estejam fora daqui.  — Alcântara berrou despertando todo mundo.

Quando o homem viu que alguns nem ao menos abriram os olhos, ele sacou a pistola do cós da calça e atirou duas vezes para o alto.

— Todo mundo fora, agora!— Ele gritou e em menos de 3 segundos não havia vestígios de mais ninguém no local.

Cristina despertou com o barulho de tiro, e assustada caiu da cama. Ao tentar levantar se sentiu ligeiramente tonta, mas não havia tempo para mais nada...

Fernando entrou no local e não encontrou a filha assim que subiu as escadas. Se deparando com ela de pé ao lado da cama redonda enrolada apenas em uma toalha.

— Sua vagabunda! Como você pode?— Ele a pegou pelos cabelos enquanto Ana implorava pela vida da filha e Cristina não estava entendendo nada...

— Eu vou te matar!— Ele gritou a jogando no chão depois que deu um tapa no seu rosto.

— O que aconteceu? Mãe o que aconteceu?— Cristina chorava sentindo seu rosto queimar.

— Eu vou te dizer o que aconteceu, sua meretriz!— O pai a segurou pelos cabelos outra vez e a arrastou de escadas abaixo até o carro, onde a jogou sem cuidado algum.

— Pelo amor de Deus pai, me solta. O que aconteceu?— Cristina soluçava enquanto a mãe a segurava nos braços chorando lhe cobrindo com seu casaco...

— Eu vou te mostrar sua boca casa, vagabunda! Eu deveria ter te obrigado a abortar, Ana! Deveria ter me livrado dessa inútil quando começou a dar defeitos, deveria ter deixado ela naquele poço onde nunca deveria ter saído. Maldita! Maldita!— Fernando praguejava.

— Mãe o que aconteceu? Eu não fiz nada, eu juro mãe. — Cristina chorava e sua mãe aos prantos não conseguia falar, apenas abraça- la.

O carro parou numa calçada, a rua era movimentada e havia um prédio com luzes acesas em Neon.

— Venha aqui maldita! Venha! — O homem arrancou a moça do carro agarrado em seu pescoço a sufocando.

— Fernando eu imploro, eu imploro!— Ane chorava e ao tentar sair do carro Fernando acenou para que seu segurança a detece.

— Segurem ela, não deixem que ela saia!

— Fernando, é a nossa filha! É minha filha, por favor não faça isso!— Os gritos da sua mãe diminuia o volume a medida em que seu pai a arrastava para dentro do local.

As pessoas iam abrindo passagem a medida em que Fernando entrava segurando a filha pelo pescoço.

Lúcio rapidamente saiu de trás do balcão quando viu uma menina seminua sufocada por um homem mais velho caminhar até o palco.

Era cedo, alguns clientes ainda estavam ali, eles fechavam apenas as oito da manhã. 

Maria e Tereza se assustaram quando viram também, Tereza acompanhou Lúcio rapidamente.

Fernando jogou Cristina sobre o palco.

— Aqui será sua casa de agora em diante, puta! Não sou mais seu pai, você não tem mais família a partir deste instante. Se me procurar, se mencionar uma vez sequer meu sobrenome eu te mato, eu te mato, vagabunda! — Não satisfeito ele ainda chutou suas costelas e cuspiu no seu rosto, depois deu as costas e foi embora.

Lucio tentou alcançar o homem, mas a ranger deu partida rápido demais.
Tereza levantou a menina que tossia e chorava no chão.

— Hei, hei, tudo bem! Vem comigo!— A loira tirou as mechas pretas do seu cabelo do seu rosto e Maria limpou o cuspe do homem com um guardanapo.

Elas levaram a moça para o camarim, onde algumas meninas tiravam as fantasias que usaram na noite passada.

— O que aconteceu? Quem é essa?— Perguntou Larissa, a novata.

— Não é da sua conta garota, vaza daqui!— Maria berrou enxotando todas dali.

Saíram resmungando.

A garota tremia e chorava, logo Lúcio apareceu com uma garrafa com água com açúcar e Tereza a fez tomar.

*************

Na mansão Gurgel Fernando entrou como um furacão, Ane vinha logo atrás parecendo destruída e Patrícia a amparou.

— Onde está Cristina? — Patrícia perguntou.

— No Bordéu, que é lugar de puta!— Fernando resmungou e Patrícia soluçou de seu choro descontrolado.

Jorge sentiu uma pontada de reforço pela garota, sabia que seu futuro sogro não admitiria sua ex noiva tão facilmente, mas daí a jogar a menina num bordéu já era demais!

— Alice? Aliceeee!!— O pai berrou descontrolado e Alice desceu as escadas correndo.

— Estou aqui papai! Acabei de saber o que aconteceu. — Alice murmurou quase sem voz.

—Onde está a degenerada da minha irmã? — Questionou Patrick logo atrás de Alice.

— Vocês não tem mais irmã! — Fernando foi seco.

Assustados, os irmãos de Cristina se olharam. Eles não eram os melhores irmãos do mundo, mas nem por isto desejariam algo ruim para a caçula.

— Alice, experimente o vestido de noiva. Você casará hoje com o Jorge.

Todos ficaram boquiabertos.

Gustavo Gurgel tentou falar, mas foi cortado pelo Alcântara inflexível.
— Esse casamento acontecerá, Gustavo.

— Mas a noiva era a Cristina, o senhor não pode me obrigar a casar com a sua outra filha!— Jorge tentou ser firme, mas nem bem disse estas palavras e Fernando já apontava uma arma para sua cabeça.

— Meu Deus!— Patrícia gritou.

— Eu disse que este casamento acontecerá, moleque! Entendeu? — Rosnou entre os dentes engatinhando a arma.

Jorge mijou-se na roupa afirmando positivamente com a cabeça. — Sim, sim senhor!— Gaguejou.

— Que bom que nos entendemos, genrro!

O homem guardou a arma deu tapinhas no rosto de rapaz pálido e paralisado no meio da sala, arrumou sua gola da camisa e subiu as escadas deixando todos na sala perplexos.

**************

Vitor se enfiava entre as pernas de Letícia pela segunda vez aquela manhã, nunca se sentia satisfeito no sexo, e a loira sorridente abaixo dele o amava mais ainda por isto.

— Sabe que tomo anticoncepcional não sabe? — Ela se remexeu tentando impedi -lo de por a camisinha.

— Eu sei, mas prefiro não arriscar!— Disse ele se afundando nela outra vez.

— Ai meu Deus Vitor! Você é tão gostoso!— Ela gemeu.

Ele sorriu daquela maneira sexy e convencida arremetendo tudo de uma vez a fazendo gritar, mas então seu telefone tocou e ele identificou o nome do tio na aparelho.

— Droga!— praguejou saindo de dentro da mulher e rolando na cama para atender o celular sob resmungos da sua acompanhante.

— Alô?

— Vitor, preciso que vá ao escritório da sua tia e refaça toda papelada do casório, desta vez com o nome da Alice Alcântara Diniz ao invés de Cristina.

Vitor ficou pensativo.

— Claro, mas aconteceu alguma coisa?— perguntou.

— Faz o que estou te pedindo e depois vem pra cá. O seu primo acaba de se meter numa encrenca pior que já estava metido.

— Certo tio, chego em uma hora.— Vitor encerrou a chamada.

Lembrou do episódio da noite passada, Cristina quase desmaiada nos braços de  Jorge.

— Levanta! Temos que ir!— Sussurrou antes de levantar gloriosamente nú e se apressar para uma ducha rápida no banheiro do motel.

*******************

O choro havia cessado e a garota já estava quase calma. 

— Me fala lindinha, o que aconteceu?— Lúcio perguntou.

Cristina se encolheu na cadeira tentando ao máximo se cobrir com o casaco da mãe. 

— Fala, nós podemos te ajudar!— Tereza foi delicada.

— Olha querida, eu sei que está traumatizada, blá blá blá, mas não temos o dia todo tá? — Maria impaciente como sempre falou.

— Eu não sei. — Tina respirou fundo e tentou falar sem chorar... — A última coisa que me lembro foi de ter saído com meu noivo e uns amigos ontem a noite. Depois foi tudo um borrão! Eu acordei assim, num quarto estranho e meu pai me arrastou até aqui, o resto vocês viram!— Deu de ombros deixando uma lágrima rolar lembrando das palavras duras do pai...

— Certo. Qual seu nome? Como podemos te ajudar? — Tereza foi solícita. 

— Me chamo Cristina Alcântara Diniz.

Lúcio digitou no celular o nome da garota acessando na primeira reportagem que achou no Google...

— Ok, você precisa de uma roupa e dinheiro para o táxi. Para onde vai agora?—Maria foi prática.

— Eu não tenho para onde ir. Só tenho minha família, mas não posso voltar para lá, meu pai vai me matar! —Soluçou Cristina.

— Bem, o motivo de você ter sido expulsa eu já descobri. — Lúcio mostrou a reportagem a moça pelo celular.

Havia uma foto de um homem sobre Cristina, ele era um dos amigos de Jorge. A imagem dava a entender que estavam transando, Cristina estava nua e o homem sobre ela também.  A reportagem mencionava a família dela e a do noivo, suposto traído, e mentia descaradamente sobre o comportamento da jovem, dizia que ela estava fazendo uma despedida de solteiro com seu amante, amigo do seu noivo.

Estarrecida, Cristina não podia mais controlar o choro.

— Mentira, eu juro a verdade! Não é!— Estava perdendo o controle das suas emoções e falando palavras sem nexo.

— Hei, tudo bem Cristina! Tudo bem! Venha, vou te dar um banho e te vestir com alguma peça do figurino. — Tereza a ajudou a levantar da cadeira em que estava e a levou para o banheiro dali.

— E agora? O que fazemos com ela?— Maria perguntou a Lúcio. 

— Eu não sei! Ela vai precisar de um emprego e um lugar para ficar! O pai dela é um homem perigoso, já ouvi boatos terríveis sobre o ex deputado, e eu duvido que ele a deixe voltar para casa.

— Comigo e com a Tereza ela não pode ficar! Tereza divide o apartamento pequeno com a mãe e o filho, você sabe.  Já eu se levar mais alguém para aquela pensão xexelenta da Dona Gertrudes ela me põe no olho da rua!— Reclamou a morena.

— Bem, aqui ela não pode ficar. É regra não admitir ninguém viver aqui. Mas eu posso falar com o Vitor, posso levar ela para o nosso apartamento e acomodar ela no quarto da empregada por enquanto.

— Ela vai precisar de um emprego, não acho que leve jeito para dançar num palco e menos ainda pra se prostituir! — Maria comentou.

— Isso vemos depois! A pobrezinha está muito arrasada! — Lúcio falou com dó da moça.

Uns minutos depois Tereza trouxe a morena tomada banho, e a vestiu numa lingerie vermelha minúscula e um vestido da mesma cor colado e curto.

— É o que temos de mais comportado para te emprestar!— Tereza disse penteado seu longo cabelo preto.

As mãos de Cristina não saiam do decote, tentava tapa- lo a qualquer custo em vão.  Tinha certeza que se sua mãe a visse naqueles trajes ela enfartaria.

— Obrigada! — Foi gentil mirandoba linda loira pelo espelho a sua frente.

— Eu me chamo Maria, esta é Tereza e este lindo homem é o Lúcio, dono dessa casa de shows.

Cristina admirou a beleza da mulher de pele escura, olhos amendoados, cabelos encaracolados que batiam no topo da sua bunda arredondada, ela era alta e  dona de curvas de fazer qualquer trânsito parar que se dizia chamar Maria.

— Muito prazer Maria!— Disse educada.

Ainda analisou Tereza, alta, cabelos loiros que pareciam naturais, corpo cheio de curvas, olhos verdes e uma boca perfeita.

— Obrigada Tereza e Lúcio, eu nunca vou esquecer o que estão fazendo por mim!

Lúcio lembrava alguém que ela não sabia exatamente quem, o homem era alto, cabelos castanhos, queixo quadrado, olhos castanhos claros e um corpo forte.

— Escuta, já que você não tem onde ficar eu vou te levar ao meu apartamento. Por enquanto vou te arranjar no quarto de empregadas, até você achar um emprego e poder se virar. Tudo bem?

Ela olhou para Lúcio emocionada.
— Obrigada! Muito obrigada!

O homem sorriu para ela— Não precisa agradecer! A Maria pode te levar para a casa dela agora, te arrumar umas roupas e depois te deixar lá no apartamento. Hoje eu vou ter que ir ao banco, vou ficar por aqui mesmo.

Ele entregou as chaves a Maria e deu instruções de onde seria o quarto de empregada.

Depois de abraçar Tereza e Lúcio os agradecendo imensamente eu acompanhei Maria até o estacionamento no outro lado da rua.

Dos carros ela ouvia assobios para Maria, que não parecia se incomodar.  Alguns homens também paravam de andar para admirar a graça com que ela caminhava até o fusca rosa.

— Anda caipira, eu não tenho o dia todo!  — Reclamou e eu adentrei o fusca.

A pensão onde Maria morava era um pouco longe dali, chegamos em uma hora e meia.

— Escuta, se perguntarem alguma coisa   você desconversa. O povo desse lugar não sabe o que eu faço! — Maria instruiu.

Havia um pequeno jardim na frente da pensão enorme. Elas adentraram e logo uma senhora de vestido cinza e feições sérias apareceu...

— Dona Gertrudes, Bom dia! Essa aqui é uma amiga minha, ela teve suas roupas roubadas e eu a trouxe para doar algumas.

As moças sorriam amarelo para a mulher que analisou a roupa de Cristina da cabeça aos pés.

— Se as que roubaram forem do tamanho desta, fizeram muito bem! Deus, quando as roupas diminuíram tanto?O almoço é em uma hora, não se atrazem!— Resmungou a velha dando passagem as moças

Aquela era a forma sutil que a mulher tinha de convidar a moça para almoçar com eles dali, Maria sabia disso.

No quarto, Maria tirou do armário várias calças jeans que serviria na moça enquanto perguntava de onde ela era e como foi parar na boate do Lucian, e agora mais calma, Cristina tagarelou sobre sua cidade, sua infância e sobre sua família. Elas desceram para almoçar no refeitório da pequena pensão e depois voltaram para o quarto e continuaram a juntar roupas e sapatos, algumas roupas íntimas novas que Maria sempre deixavam compradas, produtos de higiene pessoal e até algumas maquiagens e perfumes que ela não usava.

No fim da tarde, Cristina tinha duas malas repletas de coisas e algumas sacolas, já Maria sentia como se já conhecesse a garota há anos. Notou que Cristina gostava de falar, o que imaginou ser um grande problema para  ela na casa dos Pimentel e não por causa do Lúcio, mas por causa do Vitor, ela era doce e gentil, desastrada e não ssabia da maldade que havia no mundo. Claro que Maria tinha certeza que foi o noivo dela quem a dopou e criou todo o caos que se tornou a vida da pobre menina, mas isso talvez fosse assunto para outro dia, não aquele.

Já era noite quando as duas chegaram no apartamento de Vitor e Lúcio, na verdade era dois apartamentos unidos por uma antesala, mas o do irmão mais novo era onde estava localizado o quarto de empregada onde Cristina iria ficar hospedada por uns dias até ela arrumar algo melhor.

Maria andou ali poucas vezes, apenas em algumas datas especiais que Lúcio fazia festinhas na sua casa e pedia que ela abastecesse a sua geladeira e do irmão. 

O quarto era pequeno e era ao lado da  área de serviço sem grades de proteção. No espaço tinha uma cama, um armário que caberia todas as coisas que deu a Cristina. Havia um banheiro também pequeno e um espelho em frente a cama e um ventilador no teto. Cristina ficou deslumbrada com a vista da área de serviço que estava ligada à cozinha, dava pra ver toda a cidade.

Trocaram a roupa de cama, arrumaram cobertores e todas as coisas. Maria tomou banho ali enquanto a moça do interior estava triste sentada na cama contando que nunca havia estado no Rio, que amava os cartões postais da cidade e que seu noivo nunca a levou para ver o Cristo Redentor. Ao sair do banho, percebeu que a garota havia pegado no sono, então se vestiu rápido, precisava passar na boate e ver um cliente antes de ir para casa finalmente dormir.
Deixou um recado num papel pequeno no criado mudo ao lado da cama dizendo que se precisasse comer poderia fazer algo e pegar qualquer coisa da geladeira na cozinha ao lado. Tirou os sapatos dela, a cobriu com um lençol.

— Você parece ser Boa demais para este mundo, garota! E eu sinto muito aprender do modo mais difícil. Durma, depois do dia de caos vem sempre dias piores, acredite caipira! — Sussurrou Maria antes de levantar, ir até a parede e desligar a luz fechando a porta devagar em seguida.

**************************

— Como foi tudo? E a garota, está bem?— Lúcio estava preocupado.

— Acabei de deixa- lá dormindo igual um anjo no quarto de empregadas da sua casa. — Maria lhe entregou suas chaves.

O homem suspirou aliviado.
Aquela cena já aconteceu uma ou duas vezes ali, um pai intolerante que descobriu que a filha não era mais virgem ou que a filha fazia programas foram jogadas ali dentro como se fossem lixo. Lúcio sentia muita pena de existirem pessoas tão más como aquelas, e fez por Kátia e Maitê exatamente o que fez com Cristina, mas ao contrário do que desconfiava que aconteceria com ela, as moças depois se arranjavam na casa de algum parente...

— Bom, amanhã converso com ela e vemos o que faremos.

— Lúcio, ela parece nem ter saído desse mundo. Acho que vai ser complicado ajudar essa garota! — Maria sentou no banco do bar com seus vestido minúsculo colado ao corpo.

— Acho que você tem razão! Bem, seu cliente já chegou, a espera no quarto cinco. Eu vou tentar avisar ao Vitor sobre a moça, acho que deixou o celular no silencioso, provavelmente teve o dia cheio porque não visualizou nenhuma das minhas mensagens.

Maria o viu sacar o telefone do bolço.

— Se precisar de alguma coisa pode chamar!— Ela disse antes de mandar um beijo no ar para o Moreno.

— Obrigado! Depois do cliente pode ir para casa descansar. Vou tentar ligar outra vez!

**************************

Eram meia noite e quarenta.

Cristina despertou do sono inquieto, abriu os olhos se deparando com o escuro. Então lembrou de tudo o que aconteceu naquele dia, juntou as pernas e acomodou sua cabeça sobre os joelhos.

Chorou em Silêncio por alguns minutos, até que decidiu ir ao banheiro lavar o rosto. Ela acendeu a luz e encontrou o bilhete que sua nova amiga lhe deixou.

Se sentir fome, vá a geladeira na cozinha, pode fazer algo e se servir do que quiser.

Abraços, Maria.

Demorou alguns minutos para decifrar o que estava escrito, era difícil ser dislexica. Quando compreendeu o bilhete sorriu se sentindo cuidada pela primeira vez na vida por alguém que não era sua mãe. 

— Talvez Deus teve dó de mim, e resolveu botar anjos no meu caminho, só pode! — Concluiu cabisbaixa e com seu sotaque carregado puxando cada som de cada letra da palavra.

Foi ao banheiro, molhou o rosto e caminhou desanimada para a cozinha. Estava escura, ela acertou a porta da geladeira, retirou o queijo e presunto, um pão para fazer torrada e a caixa de leite colocando tudo em cima da mesa da cozinha. Abaixou para pegar uma maçã quando ouvir algo tilintar atrás dela.

— Vire bem devagar e me diga quem diabos é você e o que quer na minha casa!

Cristina sentia que seu coração ia sair pela boca. Suas pernas pareciam gelatina, mas virou como a voz masculina ordenou.

Vitor havia passado o dia inteiro arrumando as papeladas do casório de Jorge com Alice, havia acabado de chegar quando ouviu um barulho suspeito na cozinha. Pegou sua arma na maleta que carregava e caminhou silencioso até o local se deparando com uma sombra parada em frente à sua  geladeira.

Ordenou que quem quer que fosse virasse bem devagar, e obedeceram.
Mas nada o tinha preparado para dar de cara com Cristina Alcântara Diniz segurando uma maçã, vestindo um vestido indecoroso e pálida mirando sua arma.

— Cristina?

Era tarde para que o cérebro dela reconhecesse aquela voz, o pavor já havia lhe tomado  conta e a última coisa que viu antes de desmaiar foram duas mãos grandes apara-la...

*****************************

Vocês votaram e cá estamos! Rsrs.
Me sigam lá no Insta (Edna.moreno733), aviso sempre quando posto capítulos. 😉

Capítulo longo, mas necessário. Espero  que tenham gostado! Bjs!!!

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