Jogos Vorazes: Os mentores

By dEverdeenMellark

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Nessa história, Katniss Everdeen e Peeta Mellark, os vencedores do 74 jogos vorazes são destinados a serem me... More

Em chamas
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A esperança
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By dEverdeenMellark

Finnick Odair, distrito 13

Dormi abraçado em Annie na maca que a colocaram na ala hospitalar, ao acordar senti seu cheiro doce atingindo meu nariz, me fazendo sorrir e beijar seu pescoço ao despertar.

- Bom dia meu amor.

- Bom dia - ela se vira para ficarmos um de frente para o outro e enlaçar nossos dedos.

- Você dormiu bem?

- Dormindo com você é impossível não ficar bem.

Meu peito se enche de amor com essas palavras, sonhei tantas noites em reencontra-la e tela em meus braços novamente, tudo agora parece um grande sonho.

- No que está pensando? - ela me questiona.

- É difícil de acreditar que você está aqui, bem e salva ao meu lado - a beijo, delicadamente.

- Ficaremos juntos agora para sempre?

- Para sempre.

A porta da sala é aberta e o doutor Aurelius se aproxima.

- Ola - sorri - vejo que você está bem, senhorita Cresta.

- Estou, bem melhor - olha na minha direção e abre um sorriso.

- Ótimo, vou revisar a sua pulsação, fazer mais um breve exame de sangue e lhe dar um remédio leve.

- Tudo bem.

Annie reage com excelência e o doutor a elogia e libera para ficar no compartimento comigo.

- É melhor vocês irem comer e depois passem aqui para você tomar o remédio.

- Claro, passaremos aqui - digo, assegurando que vou cuidar de Annie.

- Otimo, agora irei ver o senhor Peeta Mellark - fala com um suspiro.

- Como ele está? - Annie pergunta.

- Bom, os exames dele ficaram prontos, irei descobrir após o almoço o que realmente aconteceu com ele. Você disse que o torturaram, certo? - olha para Annie e ela assente com a cabeça - pois bem, algo trágico aconteceu com esse garoto, vamos saber com mais detalhes em breve.

Seguro a Annie pela cintura e saímos da ala hospitalar.

- Onde está a Effie? - Ela me pergunta.

Damos uma olhada geral no centro clínico e não a encontramos.

- Ela deve ter recebido alta, assim como você.

- Eu escutava os gritos dela também - fala com tristeza - as vezes...as vezes penso que estou lá, presa, vendo Snow na minha frente - começa a chorar.

- Ei, ei - seguro seu rosto - estou aqui agora, ele não vai machucar você. Não comigo aqui.

Ela curva os lábios e fecha os olhos, respirando.

- Lembra do que eu lhe ensinei - ela concorda e fechando os olhos, se concentrando.

- Meu nome é Annie Cresta, meu lar é o distrito 4, eu venci os 70 jogos vorazes, Finnick é a minha vida.

Me surpreendo com a última parte, Annie nunca tinha dito isso para mim antes.

- Está falando sério? - pergunto com lágrimas no canto dos olhos, sorrindo bobo.

- Sim, muito sério.

- Você também é a minha vida.

Emocionados, saímos pelos corredores abraçados, pegamos o elevador, o qual Annie se assustou e ficou de mãos dadas comigo o tempo todo enquanto estávamos dentro dele e vamos ao refeitório. Pegamos nossas bandejas, que preenchemos com ensopado, pão recheado com calda de laranja e cordeiro, logo nos guiando para alguma mesa próxima. Encontramos Johanna comendo com Cressida, Pollux, Castor e Messala, sorrio ao ver minha amiga feliz com uma garota que parece a estar fazendo muito bem. Johanna nunca se permitiu amar depois que acreditou fazer sua família e amigos sofrerem, ela sempre se afastou de tudo e todos para passar pelas ameaças de Snow sozinha, foi complicado conversar com ela no início, não confiava em mim, pensava que Snow me mataria por estar me aproximando do dela, porém depois acabou cedendo e viramos melhores amigos.

- Hey Odair, parece que tomou um remédio de felicidade - sorri contente, por mim.

- E você também.

- Sabe como é, se eu posso morrer a qualquer momento, prefiro aproveitar.

- Concordo.

- Além disso, minha cabeça está ocupada demais pensando em quantos machados posso jogar a cada segundo. 

- Está levando a sério essa coisa de comandante, não é?

- Pufff - mexe a mão - aqui nesse distrito terrível eu não sou droga nenhuma, a grisalha não vai muito com a minha cara, deve ser o meu comportamento.

Damos risadas abafadas pelas palavras dela.

- Então Annie, o que achou desse uniforme? - toca no macacão cinza - terrível, não é?

- Não me preocupo muito com isso Jo.

- Nem eu, por isso que adorei esse pedaço de tecido.

Cressida e os outros apenas observam atentamente a nossa conversa, quando eles passam a se envolver no assunto, eu me disperso e encontro Primrose de braço com Katniss, entrando no refeitório. Ela está triste, como se tivesse recebido a notícia de que Peeta se foi pela segunda vez.

- Ela teve pesadelos horríveis ontem - Johanna diz, notando meu olhar.

- Sem querer ouvi ela conversando com Gale - Cressida diz - ela disse para ele que agora o Peeta age da forma como sempre deveria ter agido, com medo dela, mantendo distância.

- Isso é uma grande mentira. Peeta está confuso por tudo que passou na Capital, porém não deixou de amá-la, não tem como, ele a amava muito.

- As pessoas mudam, Finnick - Cressida diz.

- Não, ele não.

Primrose se sentou com Katniss em uma mesa afastada, a obrigando a comer. Gale apareceu logo depois, tentando consola-lá.

***

Passei a tarde mostrando para Annie algumas coisas que ela poderia fazer no distrito 13 enquanto teremos treinamento. Ela nem irá tentar passar no teste para entrar nos esquadrões, Annie me implorou para que ela não voltasse para uma arena, imagina estar no meio de uma guerra.

- Finnick - Plutarch Havensbee aparece - Annie - nos cumprimenta - passeando pelo distrito?

- Algo desse tipo.

- Eu posso conversar com você, Annie?

Ela me olha e logo após confirma com a cabeça.

- O Finnick fica junto.

- Tudo bem - se ajeita - certo. Bem, o doutor Aurelius acabou de me dar os laudos do Peeta, está prestes a voltar a conversar com ele e fazer mais algumas perguntas.

Não entendo onde ele quer chegar.

- Seria interessante, para nós e para os civis dos outros distritos, compreender o que Snow fez com vocês, queremos mostrar que vocês estão vivos.

- Vivos? - Annie parece estar prestes a entrar em pânico.

- Acalme- seguro suas mãos - foi uma mentira grande que Snow contou.

- Ele disse que eu estava morta?

- Você e Peeta, sim.

Ela mantém a respiração forte.

- Passou, ele não vai mais falar disso - digo.

- Não, ainda mais se provarmos para todos que vocês estão bem - ele a olha - queremos que você de um depoimento, junto de Peeta e Effie Trinket.

- Nem pensar.

- Finnick - ela segura meu braço.

- Ela não vai suportar relembrar das coisas horríveis.

- Finnick! - Annie chama minha atenção - quero que saibam que eu estou viva.

Plutarch me olha.

- Não tem problema.

Entre suspiros, acabo cedendo, é a vontade dela.

- Tudo bem.

- Quando vai ser?

- Agora.

Nos entreolhamos.

- Me acompanhem - faz um sinal com a mão, para que possamos passar.

A entrada na sala de gravações é receptiva pela equipe de Cressida, Haymitch, Effie, Beetee e Boggs.

- Certo, vamos começar por quem?

- Por mim - Effie Trinket ajeita o pano que enrolou em sua cabeça e vai até a cadeira a qual ha uma iluminação no envolto e uma câmera posicionada.

- Effie...

- Vou ficar bem, Haymitch.

Haymitch Abernathy amoleceu o seu duro coração completamente após a chegada dela, segue sendo o mesmo homem carrancudo com os outros, porém com ela acaba se esforçando para agrada-lá.

- Effie, vamos com calma, ok? - Cressida ajeita ela - irei conduzindo você durante a gravação.

- Tudo bem - olha para a câmera.

- Certo, diga o seu nome, de onde você é e conte tudo do início, como acabou sendo...ham...presa.

Ela suspira.

- Meu nome é Effie Trinket, nascida na Capital. Iniciei minha trajetória sendo auxiliar dos tributos nos jogos vorazes quando era bem jovem, continuei com a carreira da minha mãe, na intenção de dar orgulho a minha família. O ano passado foi o mais marcante, pois dois dos tributos que eu acompanhei venceram os jogos e retornaram para casa. Ter me apegado a eles e visto o quanto sofreram...não consegui mais suportar, e o pior aconteceu quando descobri que eles retornariam a arena, fiz tudo que pude para cancelar os jogos, porém não tive sucesso. Então, quando Haymitch me contou sobre o plano da retirada dos tributos da arena, me comprometi completamente com a tarefa. Enquanto todos fugiram eu fiquei para manter as coisas sob controle, para que não desconfiassem de nada que estivesse acontecendo. Antes que pudesse fugir, Snow me alcançou e me manteve presa. Eu recebi ameaças de todo tipo, ele me fez acreditar que Peeta estava morto, me fez dizer coisas horríveis sobre Katniss na televisão e ameaçou matá-la junto de Haymitch - nessa altura ela já estava chorando - todas as vezes que apareci na televisão eu estava sendo torturada - explica sobre como a cadeira de choques funcionava.

Foi impossível não chorar e não sentir a dor dela.

- Eu escutei os gritos de Peeta e de Annie, pelo que soube eles também foram torturados - limpa as lágrimas - eu sinto muito por não ter tido como ajudar, gostaria de te-los salvado.

- Você suportou muita coisa, Effie - Cressida fala com consolo.

- Eu peço que todos os civis dos distritos e da Capital também...escolham o lado da esperança e da democracia.

Haymitch limpa rápido as lágrimas.

- Acreditem na Katniss, no tordo, e na revolução.

A câmera desliga e ela sai da sala.

- Annie, está pronta?

Ela assente com a cabeça e se solta dos meus braços. Vejo minha linda ruiva se ajeitar na cadeira, desengonçada e com medo do que pode acontecer a qualquer momento. Detesto vê-lá vivendo dessa forma, gostaria de estar morando na nossa casa do distrito 4, em paz, criando os 4 filhos que sempre desejamos em ter.

- Vamos fazer o mesmo como foi com a Effie, tudo bem? - Annie concorda e olha para a câmera, mexendo no macacão para ocupar suas mãos inquietas e trêmulas.

- Meu nome é Annie Cresta, nasci no distrito 4 e venci a 70 edição dos jogos vorazes. No massacre quaternário eu retornei a arena junto com os outros vitoriosos, nós sofremos muito lá e no final alguns conseguiram escapar e outros não. Peeta e eu deveríamos ter morrido como todos os outros, porém acabamos não sendo atingidos fortemente porque nos protegemos atrás de uma placa de metal que havia no canto da arena.

Ela respira fundo e no mesmo instante Katniss entra na sala acompanhada de Gale.

- O presidente Snow nos capturou e fomos levados de volta à Capital, lá eles nos forçaram a contar sobre um plano rebelde que não fazíamos ideia - ela começa a chorar - Snow não acreditou, então começou a nos torturar para contarmos a força. Peeta...ele pediu para que fosse torturado em dobro e que Snow me poupasse de sofrimento. Tenho uma dívida tão grande com ele - Sua voz começa a embargar - essa dor, que todos carregamos, não pode ser em vão. Snow não pode vencer depois de tudo que fez.

Annie começa a soluçar e corro em sua direção, a retirando da sala.

Horas depois, vou ficar com Katniss enquanto Annie dorme no nosso compartimento.

- Como ela está?

- Bem, dormindo.

- Foi muito corajosa.

- Foi, demais.

- Acha que os depoimentos vão ajudar?

- Não só vão como as pessoas do 13 que assistiram agora querem lutar e entrar nos esquadrões - Haymitch diz, entrando na sala.

- Haymitch - Katniss olha para ele com tristeza.

- Viemos dar notícias - Plutarch entra na sala junto de Boggs e o doutor Aurelius.

- Sobre Peeta? - Katniss se sobressalta.

- Sim. Terminei os exames e formei o laudo dele.

Todos o observam com atenção.

- Conversei com Peeta, e segundo ele,
Snow o mostrou vídeos terríveis, de coisas que aconteceram na arena, na turnê da vitória e ate momentos do casamento.

Esse homem é o uma cobra.

- Só de momentos ruins, vídeos cortados para serem manipulados. Snow arrancou todas as memórias de Peeta, as memórias boas, ele não se lembra de nada bom da infância, e nem dos últimos tempos. 

- Então Peeta não tem mais memórias felizes? Nenhuma? - questiono.

- Não. Acho que ele fez com Peeta algo parecido com que fez com Mags, tirou ou bloqueou a memória dele de alguma forma.

- É por isso que ele tem medo de todos nós?

- É, com os vídeos e falando coisas horríveis ele fez Peeta acreditar que todos na verdade querem o matar. Ele passa com medo de vocês o dia inteiro.

Katniss já não tem mais forças nem para chorar.

- Eu sinto muito - digo a ela.

- Bom, com bastante conversa e um tratamento intensivo ele voltará - Plutarch diz - estou otimista.

Ter otimismo está sendo difícil com uma guerra se aproximando.

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