Amigos Con Derechos

By autoragoldie

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"- Calma lá, quem está te pedindo algo sério? Fiquei sem reação por alguns segundos. - Se você gostou, qual... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Nota Final

Capítulo 23

335 30 101
By autoragoldie

"Pasa la angustia
Tan cerca de mí
Cuando de aquí
Te alejas

Sé que el insomnio
Sigue por ahí
Esperando que intente
Dormir

...
Me he quedado solo y sin ti
Es tan fácil volverse loco
Estoy tocando fondo
Me niego a estar sin ti
Te tengo que recuperar
O de una vez dejarte ir"
(Tocando Fondo – Kalimba)

– Por que homens agem como idiotas perto de outros homens, hein?

Amanda questionou, revirando os olhos, logo que nos encontramos no banheiro, como combinamos por mensagem.

Era o único lugar que seria fácil de encontrarmos uma à outra em meio a uma boate cheia como aquela. A música ainda tocava alto no lugar e as paredes do banheiro abafavam um pouco o barulho, nos permitindo conversar. Nos sentamos no parapeito da larga janela, que dava para uma área externa cheia de plantas, e era largo o suficiente para minimizar os riscos de cairmos dali.

Dei de ombros e ela fez outra pergunta:

– E você? Como se sentiu com isso?

Amanda parecia curiosa, porém, já aguardava uma má notícia, pela minha expressão pouco satisfeita.

– Eu fiquei em uma encruzilhada, né, amiga? – Falei, com desapontamento. – É fácil ele simplesmente vir aqui e voltar atrás em tudo o que disse, mas como eu acredito nisso agora? Depois de ouvir tudo o que ouvi... Logo eu, que já não confio em ninguém. Não dá!

Expliquei.

– O que você teme que aconteça?

Ela perguntou, tentando compreender.

– Que não seja verdade. Que ele só tenha feito isso por... Sei lá, sentir falta de mim na cama. – Falei, em tom baixo, mesmo sabendo que o banheiro estava vazio – E que quando voltar a ter isso, não vai querer mais nada. Quem garante que ele sente mesmo falta de mim e não do que eu faço?

Expus uma das minhas preocupações e Amanda respondeu, tentando não ser sarcástica:

– Amiga, mas será que ele teria mesmo essa disposição? De cruzar a cidade, enfrentar uma boate universitária e se declarar... só para voltar a transar com você? – Ela riu – O que você tem aí embaixo? Heroína?

Fui obrigada a rir também.

– Mas ele pode estar agindo por impulso. E se formos além e, de repente, todas essas coisas que antes ele tinha dito que eram defeitos e agora diz que não são, voltarem a ser defeitos para ele? E ele me rebaixar de volta ao status de amiga de cama, porque é isso que eu faço bem?

Desabafei com Amanda, que negou com a cabeça por alguns segundos antes de me responder:

– Sabe o que eu acho? – Ela perguntou e, ao me ver negar, explicou – Acho que Rugan bagunçou sua mente com aquele relacionamento tóxico dele. Te fez acreditar que você não tem nenhum outro valor além do sexo. E você não pode acreditar em algo tão irreal sobre si mesma, Cari!

Ela dizia, enquanto eu me concentrava em absorver suas palavras.

Fazia sentido o que Amanda dizia. Rugan fazia tantas críticas à minha personalidade e às minhas atitudes, que era fácil pensar que eu não tinha qualquer valor fazendo outra coisa além daquilo que eu fazia e ele não reclamava.

– Quando você acredita que Cristián não pode ter vindo aqui porque sente falta de você como pessoa, como companheira, como amiga... Você anula todas as suas outras qualidades. E você precisa se lembrar que elas existem, mesmo que um babaca tenha te feito duvidar delas algum dia.

Mandy disse, com firmeza.

– Se o bonitão tatuado está dizendo que gosta de você e que quer tentar algo a mais com você... Manda ver, amiga! Você quis por tanto tempo que ele correspondesse. Não foi?

Minha amiga finalizou, me deixando reflexiva.

– E se eu estragar tudo?

Perguntei, trazendo o tom tenso de volta à conversa.

– É uma possibilidade, você vai ter que viver com isso. Mas também há a possibilidade de dar tudo certo e você ser feliz com ele como ainda não foi com ninguém. Acho que você tem que ouvir seu coração, e não seu medo dessa vez.

Ela deu de ombros.

– Li uma mensagem no réveillon que dizia para "não viver o mesmo ano 75 vezes e chamar isso de vida". A gente precisa deixar a vida surpreender, de vez em quando – Mandy contou – Acho que é uma boa forma de pensar.

Assenti, absorvendo os conselhos recebidos.

– Sim! Mas, agora, vamos lá terminar de fazer o que viemos até aqui fazer.

Amanda me puxou pelo braço até o caminho de volta para o salão.

Peguei mais uma bebida e me permiti desfrutar desse momento de lazer, sem qualquer pressão para tomar uma decisão. Pelo menos por enquanto.

O que quer que fosse acontecer da minha relação com Cristián aconteceria – se tivesse que acontecer – da forma certa e no momento certo. Também era bom pensar assim.

Cheguei ao hospital na parte da manhã, dois dias depois da festa, e notei uma movimentação estranha no andar principal. A sala de brinquedos estava interditada e pessoas entravam sem parar carregando e deixando caixas lá dentro.

– O que está havendo aqui?

Perguntei, diante da porta, algum tempo depois de ficar parada ali, segurando meu copo de café e observando.

– O hospital recebeu uma doação de brinquedos. Vamos deixar o lugar interditado até que eles sejam higienizados e organizados nos lugares.

Um rapaz da organização respondeu, deixando outra caixa lá dentro.

– Uau! Quem doou isso tudo?

Perguntei, surpresa.

– Não sei. Não me disseram!

Ele respondeu, dando de ombros.

– Deve ter sido alguma escola, porque isso aqui é brinquedo demais!

Falei, ainda surpresa.

– Tem coisa nova aqui, ainda dentro da embalagem.

Ele completou, também surpreso.

Nesse instante, ouvi meu celular tocar e pedi licença para atender, vendo que se tratava do meu preceptor de pediatria.

– Pois não?

– Dra. Valbuena, aqui é o Armando, bom dia. Você já chegou ao hospital? Estou reunido com Elis e Alan na sala de imagens, gostaria que você se juntasse a nós. Estamos avaliando o resultado dos exames de imagem de um dos nossos pacientes.

Ele disse e eu prontamente respondi que estava a caminho.

A sala de imagens é um dos lugares mais eficientes para discussão de opções de tratamento, porque contém vários monitores em tamanhos variados e combina diversas imagens laboratoriais para que possamos analisá-las atentamente buscando por detalhes que podem ser cruciais na decisão por um método ou outro.

– Com licença

Pedi, após bater à porta e abri-la.

– Valbuena, entre, por favor. – Meu preceptor disse, me convidando para me juntar a eles. – Estamos analisando os exames de Mateo Sánchez

Me aproximei dos três médicos reunidos em uma mesa redonda no centro da sala, mas não me sentei.

– Os exames de antes e depois do tratamento não mostraram melhora significativa do quadro, Carina. Mesmo com os medicamentos.

Armando explicou, me colocando a par da situação.

Me aproximei do monitor, pedindo licença para tocar a tela e movimentar a imagem de tomografia, de modo que me desse melhor visibilidade.

– Como eu ia dizendo anteriormente, doutores, minha sugestão é iniciar os cuidados paliativos o mais rápido possível e encaminhar o paciente para casa, para liberarmos o leito a outros pacientes que estão aguardando transferência.

Dra. Elis disse, com certa insensibilidade.

– De acordo.

O oncologista Alan concordou, retirando os óculos num claro sinal de rendição.

"Como assim? Não vamos sequer discutir outras opções?"

Pensei, mas segui observando estarrecida, na esperança que Armando fosse dizer algo do tipo e comprar comigo a briga por esse paciente.

– De acordo.

Ele disse, parecendo chateado pela decisão, após mais alguns longos segundos observando o conjunto de exames de Mateo.

– De acordo, Dra. Valbuena?

Elis perguntou, me apressando para confirmar que também concordava com sua proposta de seguimento para oficializá-la e finalizarmos a reunião.

– Não.

Respondi, sem pensar.

– Perdão?!

A médica questionou, indignada por eu não ter concordado.

– Não! Existem outras opções e eu gostaria que elas fossem debatidas e levadas em conta.

Respondi, decidida a não "jogar a toalha".

– E qual seria sua sugestão, doutora?

Alan perguntou, sem muita confiança. Os residentes do primeiro ano, como eu, são quase sempre tratados assim. No começo eu me incomodava, depois aprendi a ignorar.

– Potencializar o esquema VAC com irinotecano ou topotecano, seria uma opção?

Perguntei, diretamente a Armando, que parecia ser o único ali a validar minha opinião.

– Infelizmente, existe um risco grande de neutropenia por conta das radioterapias às quais o paciente foi submetido anteriormente, Carina, o que inviabiliza o uso destes medicamentos.

Ele lamentou, ao me responder.

– Mas se o tratamento for combinado com o transplante de células estaminais do próprio paciente? O risco diminui, não é mesmo?

Questionei.

Elis revirou os olhos, mas eu fingi que não vi. Alan retrucou:

– Seria muito agressivo, Carina. O paciente pode nem sobreviver.

– Ele não vai sobreviver se nada for feito também.

Respondi, de pronto.

Armando seguia pensativo.

– O conselho jamais aprovaria algo assim, garota. Você tem ideia do quanto esse tratamento custaria ao hospital? – Dra. Elis discordou novamente – O paciente sequer tem um plano de saúde, e eu duvido que qualquer plano cobriria esse tipo de intervenção. Não compensa os gastos que geraríamos à família dessa criança sem ter um prognóstico favorável.

Apesar de confiar na minha proposta de tratamento, esse ponto era verdade. O conselho deliberativo do hospital precisaria aprová-la e as chances de isso acontecer eram mesmo muito pequenas. Mateo não tinha plano de saúde e sua família era muito simples, não conseguiriam arcar com um tratamento tão caro.

– Eu acho que deveríamos pelo menos dizer à família dele sobre a possibilidade. Talvez consigam fundos por meio de programas sociais ou vaquinhas online.

Falei.

Um silêncio pairou no ar e Elis revirou os olhos mais uma vez, num claro sinal de desaprovação.

– Vocês jovens vivem no mundo da lua. – E aproveitou para declarar assunto encerrado, se despedindo antes de deixar a sala – Se estamos todos de acordo, preciso ir. Tenho uma cirurgia agora mesmo. Com licença.

– Também vou. Vocês comunicam à família?

Alan perguntou, antes de também sair.

– Armando, eu não entendo! Por que não podemos ser francos com eles?

Perguntei, quando só restavam eu e meu preceptor na sala.

– Carina, querida... Eu admiro muito seu empenho, mas é muito cruel dar esperanças tão irreais assim a uma família. – Ele dizia, parecendo chateado também, apesar de mais conformado que eu – Eles teriam que ter fundos imediatos para iniciar o novo tratamento o mais rápido possível. Mesmo que a vaquinha seja um sucesso, é uma corrida contra o tempo. A medicina é limitada, e às vezes precisamos usar essa justificativa para confortar os familiares. Como pai, eu te digo, será mais sofrido ouvir que existe algo capaz de salvar o filho e perceber que eles não conseguem pagar por isso, por mais que queiram, do que ouvir que nada mais pode ser feito e que eles fizeram o melhor que podiam.

Comecei a sentir meus olhos se enchendo de lágrimas, mas me esforcei para permanecer forte. É muito frustrante lidar com situações assim, principalmente em casos de pacientes com os quais estamos muito envolvidos.

– Precisamos ir até lá comunicá-los. Nesse momento, é preciso acolher a dor dessa família, com respeito e sensibilidade. Você consegue!

Armando completou, com carinho.

Respirei fundo e segui caminhando com ele pelos corredores do hospital, em direção ao quarto onde estava o paciente em questão.

– Oi, Isabel.

Cumprimentei a mãe de Mateo, que lia um livro distraidamente sentada ao lado da cama onde o filho caçula dormia; os muitos fios ligados ao seu pequeno corpinho, verificavam seus sinais vitais, até então estáveis.

– Carina! Oi, minha querida. Como vai? Mateo acabou de cair no sono, é uma pena, ele iria adorar te ver.

Ela disse, num sorriso.

– Você tem um minutinho? Podemos conversar?

Pedi, ainda controlando a respiração para não chorar. Ela logo percebeu que não teríamos uma conversa leve e descontraída como de costume, porque rapidamente se levantou e saiu comigo do quarto.

Desenvolvi, logo nos primeiros dias de residência, um protocolo pessoal de não conversar sobre o quadro das crianças com seus responsáveis, estando perto delas. Mesmo que estejam dormindo.

Sempre convido os pais para o lado de fora do quarto, ou do box do cti, qualquer lugar onde os pacientes não possam ouvir. Para mim, cabe a eles absorver e processar as informações primeiro, para depois escolher se e como passá-las aos filhos.

Dr. Armando também tinha esse costume e esperou por Isabel do lado de fora do quarto, junto comigo.

– O que houve?

A mãe de Mateo disse, assustada.

– Sra. Sánchez, fizemos hoje uma análise dos exames recentes de Mateo. As análises clínicas e também os exames de imagem que ele fez antes e durante o tratamento. – Falei, me esforçando para finalizar as frases – Infelizmente o prognóstico não é bom. A medicação não está sendo suficiente para controlar o foco canceroso nos pulmões.

– E o que faremos, então? Ele precisará de uma dose mais forte? Como reverteremos isso, doutora?

Isabel perguntou, preocupada, observando o filho pela janela na porta do quarto.

– As sessões de quimio e rádio não têm demonstrado eficácia. O organismo e a imunidade de Mateo estão sendo debilitados por esses tratamentos e o resultado não está o curando, apenas o deixando mais doente. Assim então, nós, como médicos responsáveis pelo tratamento dele, estamos considerando adotar um sistema de cuidados paliativos, para que ele tenha mais qualidade de vida e menos sofrimento... – Dr. Armando tomou a frente da explicação, percebendo minha dificuldade – Acreditamos que será melhor para ele.

– Cui...dados pa-paliativos? Isso significa que não há mais o que fazer para salvá-lo?

Isabel questionou, incrédula, se entregando às lágrimas. Eu estava a ponto de fazer o mesmo.

– Infelizmente a doença chegou a um ponto que não nos deixa muitas opções, senhora Sánchez. Eu sinto muito.

O médico disse, ainda falando por mim, já que eu não conseguia sequer emitir um som.

– Não pode ser. Não pode ser verdade, tem que haver algo a ser feito, ele é apenas uma criança. Isso não é certo! – A mãe de Mateo dizia, se debulhando em lágrimas – Por favor, não pode ser verdade. Carina, não pode ser! Isso não é certo. Os filhos não deveriam partir antes dos pais, isso não é certo! Eu não posso perdê-lo.

A essa altura todo meu discernimento da função de médica foi por água abaixo e, enquanto envolvia Isabel em um abraço de consolo, me permiti derramar algumas lágrimas junto dela.

– Eu sinto muito.

Falei, em meio ao choro contido.

– Com o tratamento paliativo poderemos garantir o máximo possível de conforto para Mateo. Ele não vai sofrer.

Armando disse, de longe, observando nosso abraço.

– Voltaremos a conversar sobre isso em um outro momento, mais oportuno.

Ele completou, percebendo que seria cruel abordar agora com Isabel o plano de cuidados paliativos. O pager em seu bolso soou e ele disse, em tom de despedida.

– Preciso ir agora, Isabel, mas estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida. Você tem meu contato. Eu sinto muito mesmo.

O médico disse, algum tempo depois, tocando carinhosamente o ombro de Isabel, que ainda chorava abraçada a mim.

Esses são os piores momentos na vida profissional de uma médica. Eu tive certeza que o choro desesperado de Isabel e a frase "isso não é certo" ecoariam em minha mente por muito tempo depois desse dia.

Não era mesmo certo.

Mais errado ainda, era não podermos lutar até o final por uma possível recuperação. Eu sabia que as chances eram pequenas, mas, enquanto elas existissem, desistir sem tentar nunca seria minha primeira opção. A hierarquia hospitalar é muito frustrante às vezes.

– Tem algo que eu possa fazer por vocês? Alguém para quem você queira ligar, ou...

Perguntei a Isabel, quando ela saiu do abraço alguns segundos depois.

– Não, querida. Meu marido virá no final do dia, trocar de lugar comigo. Prometi às minhas outras filhas que passaria a noite com elas hoje. Já faz uma semana que estou aqui com o Mateo, sem vê-las... Então, quando ele chegar, direi a ele. Não vamos falar nada com o Mateo por enquanto.

– Tudo bem – Concordei, tocando com carinho seu cabelo – Estarei aqui no hospital durante toda a noite. Se precisar de ajuda com isso, é só me chamar.

– Obrigada, Carina.

Sra. Sánchez disse, secando as lágrimas com a gola da camiseta.

– Isabel, eu preciso ir agora. – Falei, em tom de despedida, porque precisava dar sequência ao trabalho do dia – Eu queria muito poder mudar essa situação toda e curar o seu filho, mas infelizmente algumas coisas fogem do nosso poder, eu sinto muito mesmo.

Desabafei, sentindo as lágrimas voltando para os olhos.

– Você foi um anjo na vida de Mateo, Carina. Ele se sentiu seguro durante todos os exames e procedimentos, simplesmente por ter você perto, e nós nos sentimos amados e acolhidos. Eu sei que você não mediu esforços por ele. Se chegamos ao ponto de não ter mais o que fazer, eu tenho certeza que não foi por falta de dedicação sua.

A mãe de Mateo dizia, agora mais serena do que eu, que tentava a todo custo não cair em lágrimas ali mesmo no corredor. Me aproximei dela mais uma vez para um abraço e, antes de sair, a ouvi pedir, segurando minhas mãos:

– Só tenho uma coisa para pedir a você, minha querida. Posso?

– Claro, se eu puder ajudar.

Respondi.

– Se você souber de alguma coisa, qualquer coisa que não foi testada em Mateo e que possa dar a ele uma esperança de continuar vivo... – Isabel engoliu em seco, parecendo atingida pelo peso de dizer essas palavras em voz alta – Por favor, não deixe de me dizer. Estamos dispostos a qualquer coisa. Quero ter certeza que tentamos de tudo.

Assenti com a cabeça, dessa vez sentindo em mim o peso das palavras proferidas por ela, como se pudesse ler minha mente. Eu também não queria sossegar antes de tentar de tudo, mas, a esse ponto, algumas coisas já não dependiam mais só de mim.

– Se eu souber de alguma coisa... – Eu disse, secando mais uma lágrima – Farei tudo o que eu puder para que Mateo tenha acesso. Eu prometo!

Isabel sorriu amarelo em agradecimento e eu repeti que precisava ir.

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