Amigos Con Derechos

By autoragoldie

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"- Calma lá, quem está te pedindo algo sério? Fiquei sem reação por alguns segundos. - Se você gostou, qual... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Nota Final

Capítulo 21

288 28 79
By autoragoldie

"Por las dudas de mi corazón
Inseguro estoy sin ti
Voy pagando por mi error

Yo te extraño
Han pasado tantos días y aún te extraño
Tu sonrisa y tu silencio me hacen daño
Hoy la luz del sol alumbra oscuridad

Yo te extraño
Aunque a veces te demuestre lo contrario
Y es que al verte el mundo se me sale de las manos
Fuiste una mentira en esta realidad

Y es un infierno
Quererte y no tenerte"
(Yo Te Extraño Sebastián Yatra)

Deixei a casa dos Castillo algum tempo depois, logo que Cristián voltou da farmácia com os remédios e medicou Sofia.

Apesar de estar em um sono tranquilo antes da ligação do goleiro, demorei a pegar no sono de novo quando enfim voltei para casa. Meu corpo precisou de algum tempo até se recuperar da descarga de adrenalina e dos pensamentos sem fim que vieram com a experiência de voltar à casa de Cristián depois de tanto tempo.

Por sorte, o dia seguinte seria um dia de folga e eu poderia descansar.

Conversando com Amanda pela manhã, contei a ela sobre o que havia acontecido durante a madrugada.

– E o que ela tem?

Mandy questionou, sobre Sofia.

– Herpangina, com certeza. A úvula e o palato estavam repletos de lesões, daquelas bem características, sabe? E eram várias delas, coitadinha! Além da febre repentina e alta que resistiu ao remédio que Cristián deu.

Contei, com naturalidade para utilizar os termos médicos uma vez que sabia que Amanda os entenderia.

– Eu apostaria nisso também. – Ela disse, concordando com a hipótese diagnóstica – Receitou algo?

– Só sintomáticos. Viroses são uma droga, não tem o que fazer – Comentei – Mas passei também uma pomada anestésica porque a pobrezinha estava sentindo muita dor.

Minha amiga assentiu e logo perguntou:

– E você e Cristián? Se falaram?

– Na verdade, sim. Ele questionou os motivos para eu ter me afastado, disse que tem revivido nosso último encontro em looping tentando se lembrar de algo que fez e que possa ter me magoado, mas eu insisti que preferia não dizer e o assunto desvaneceu.

Expliquei e ela torceu a boca, em desaprovação.

– Amiga, o que eu podia fazer? Contar pra ele toda a verdade? Só ia fazê-lo ficar sem graça por ter dito aquelas coisas, sendo que ele tem total direito de me achar uma péssima pessoa para se envolver e ele nem sabia que eu o estava ouvindo. Aí ele ia se desculpar e ia ficar um clima péssimo. Nem era o momento pra isso, a filha dele estava doente.

Falei, na defensiva.

– É... Você tem razão. – Ela concordou, apesar de seu rosto mostrar o contrário – Eu só não consigo me conformar com essa história. Nenhuma das atitudes dele sequer demonstrava que ele sentia as coisas que falou. Não faz nenhum sentido.

Dei de ombros, sem querer render a conversa.

– Bom, mudando de assunto, você vai fazer algo hoje a tarde?

Amanda quis saber.

– Não tenho nada planejado. Por quê?

– Queria procurar uma roupa para a festa dos internos no Velvet, porque não tenho nada para vestir. Sabe quando foi a última vez que usei uma roupa de festa? – Ela fez uma pausa dramática – Acho que, na época, suspensórios eram moda, junto com calças de cintura baixa.

– Sua exagerada! – Eu ri do exagero. – Vou com você então, para tentar encontrar algo para mim também. Considerando que, a última vez que saí para um evento assim foi com você, tenho medo de só encontrar no meu closet calças fusô e polainas.

Falei, entrando na brincadeira e rindo também.

Ainda faltava pouco mais de uma semana para a tal festa, mas não sabíamos quando teríamos uma nova oportunidade sair às compras e foi bom ter esse momento no shopping com Amanda, experimentando roupas e planejando uma noite que tinha tudo para ser muito divertida e memorável; principalmente porque estava cada vez mais próxima a data da viagem dela.

Acabei comprando um conjunto de saia e cropped que, embora deixasse meus ombros e costas desnudos, tinha mangas longas e soltas, além de uma saia no comprimento ideal para não mostrar demais. Optei por um sapato de salto que me ajudasse a parecer mais alta do que todos os meus cento e sessenta e oito centímetros de altura permitiam. Era bom não me vestir com pijamas cirúrgicos e sapatos crocs, de vez em quando.

Uma semana e alguns dias depois, no sábado, dia do evento, modelei toda a extensão do meu cabelo em cachos largos e caprichei um pouco mais na maquiagem do que costumo fazer. Abrir mão dos óculos de grau e do rabo-de-cavalo de todo dia, também faz bem para a autoestima.

Fui com Amanda e outras duas colegas residentes que compraram entradas para a festa. Como havia local disponível no carro, Mandy ofereceu carona e elas aceitaram.

Chegamos pouco mais de uma hora depois da abertura dos portões, quando o som já estava bem alto e a maioria das pessoas muito animadas. Fomos logo garantir nossas bebidas e também curtir um pouco da música.

Antes que eu pudesse perceber que algum tempo de festa já havia passado, comecei a ouvir as pessoas combinando um "after". Jovialidade exagerada para minha alma senhoril que é incapaz de passar horas dançando e bebendo em um lugar e depois sair de lá rumo a outro lugar para seguir fazendo a mesma coisa – muito embora a primeira parte da noite estivesse sendo mesmo muito divertida até então.

Anunciaram que o DJ contratado para ser a atração principal subiria ao palco em mais alguns minutos e, antes que ele chegasse, eu e as meninas resolvemos ir ao banheiro para aliviar nossas bexigas e conseguir curtir todo o set-list sem interrupções.

No caminho para o banheiro, tive a impressão de ver um rosto conhecido entre a multidão. Mas, com quase três graus de miopia, sem meus óculos de grau e com tantas luzes coloridas que piscavam sem parar, eu não tinha um bom parâmetro para confirmar.

– Cari? O que aconteceu?

Amanda me empurrou de leve, quando parei de andar para olhar, com os olhos semicerrados, me esforçando para enxergar.

– Pensei ter visto Cristián.

Falei, sacodindo a cabeça rápido para tirar essa ideia da mente.

– Cristián? Aqui? – Ela riu – No meio de uma festa barata de universitários? Ai, Cari, a falta de costume com os destilados está afetando sua sanidade.

Dessa vez fui eu quem ri, meio sem graça, e disse – alto o suficiente para que ela ouvisse apesar da música:

– Não se fazem mais Carinas como na época da faculdade.

Brinquei, a respeito do nosso tempo de universitárias, quando a quantidade de destilados não me era um problema.

– Vem, vamos fazer xixi!

Amanda respondeu, me puxando pela mão, vendo que havíamos nos perdido das meninas que estavam conosco.

Mais alguns passos adiante, voltei a olhar na direção do bar, onde eu, supostamente, havia avistado Cristián. Mesmo com a visão míope e afetada pela bebida, eu seguia com a impressão de que era ele. Meio escondido, com a cabeça baixa, um boné e a gola da camisa alta o suficiente para cobrir metade do rosto, mas uma tatuagem no braço estava à mostra e – apesar de não conseguir enxergar detalhes – seria muita coincidência alguém com tantas similaridades.

Ao mesmo tempo, não fazia sentido algum que Cristián estivesse ali, tomando bebida barata em uma festa barata. Eu estava em um dilema com minha própria mente.

– Amiga, qual foi agora?

Mandy perguntou, impaciente, quando parei de andar mais uma vez.

– Nada. Vou te esperar aqui, tá? Não estou com tanta vontade de ir ao banheiro e... Acho que vou pegar uma água para ficar um pouco mais sóbria.

Expliquei, convicta de que não tinha bebido o suficiente para ter alucinações, mas decidida a voltar ao meu estado de consciência total.

– Tem certeza? Não vai sair daqui?

Amanda confirmou, gritando para que eu pudesse ouvir.

– Tenho. Vou pegar a água e volto exatamente para cá. Na terceira pilastra, da esquerda para a direita, sentido banheiro.

Falei, dando as coordenadas precisas de onde estávamos, para ela soubesse que eu não ia me perder.

Minha amiga assentiu e foi em direção ao banheiro, enquanto eu caminhava em outro sentido rumo ao bar para pedir uma garrafa de água e pensava em quais motivos poderiam ter levado Cristián a aparecer ali, se é que era ele quem eu havia visto, e se havia a possibilidade dele saber que eu estava ali também.

– Ei, você!

Senti uma mão tocar um dos meus ombros e, num sobressalto, olhei para trás na esperança de ver um rosto específico, mas me decepcionei ao ver outro.

– Oi?

Respondi, olhando o indivíduo com estranheza e voltando a procurar Cristián na direção do bar.

– Se lembra de mim?

O rapaz questionou, com a voz embriagada e um tom de desafio.

– Hum... Você é... Não, não me lembro, desculpe.

Falei, com sinceridade.

Ele se aproximou de mim, para que eu pudesse ouvi-lo melhor, e disse:

– Sou o Dr. Felipe, do 2º ano de Trauma. Te dei carona no estacionamento do hospital no outro dia.

– Ah! Você! – Falei, finalmente me lembrando do rapaz inconveniente que me deu uma carona de dois minutos e insistiu em um tom paquerador durante todo o tempo – Me lembro sim. Tudo bem?

Tentei agir com simpatia, apenas para me despedir e seguir rumo ao bar para pegar a água que queria.

– Tudo! E você? – Ele perguntou, se aproximando de novo – Não está bebendo?

– Não. Então, eu até bebi, mas acho que foi o suficiente por hoje. Estava, na verdade, indo pegar uma água.

Contei, já me movimentando para sair. Ao olhar para lá de novo, percebi que o rapaz parecido com Cristián havia saído e eu o perdera de vista.

– Tenho água aqui, você quer?

Felipe ofereceu, pegando uma garrafa na mesa logo atrás, enquanto eu seguia me esticando para tentar ver o rapaz no bar.

– Na verdade, não. Prefiro pegar uma cheia lá no bar, estou com bastante sede.

Justifiquei, a um passo de parar de tratá-lo com educação.

– Depois você pega mais, se quiser. Fica aqui um pouco, nem conversamos ainda, você está tão bonita...

Ele dizia, se aproximando mais e mais, enquanto eu tentava me esquivar, até que segurou meu braço.

A minha sorte com homens babacas deveria estar estampada nas páginas do Guiness Book.

– Felipe, você está sendo inconveniente, eu não quero ficar aqui. Solta o meu braço.

Falei, irritada, ao ver que ele realmente não queria que eu saísse.

Todo o meu esforço era em vão, porque, apesar de me movimentar com bastante vontade de sair dali, Felipe era mais forte que eu, e, ao perceber que eu não tinha interesse, começou a me segurar com bastante força, a ponto de machucar meu braço.

Tentei buscar Amanda com os olhos, no local que combinamos de nos reencontrar, mas ela ainda não havia saído do banheiro.

Justamente na hora em que pensei em gritar por ajuda, o tal DJ foi anunciado no microfone e as pessoas gritaram em conjunto por longos minutos, desde o momento em que ele subiu no palco, até a primeira música começar, inclusive, também em volume bem mais alto do que as músicas anteriores.

– Se eu te der um beijo você muda de ideia?

O infeliz perguntou, com o rosto bem perto do meu, enquanto eu seguia tentando desviar.

– Não!? Qual o seu problema, hein? Me solta!

Falei, vendo sua expressão mudar para um traço de raiva, por ter sido confrontado.

– Você se acha muito boa, né? – Ele perguntou, segurando agora meus dois braços com força – Acha que está com moral para ficar escolhendo, mas tá longe de ser isso tudo. Você nem é tão bonita assim.

Confrontar um homem mimado, que não sabe ouvir "não" e que estava alcoolizado, não era lá uma ideia muito boa, mas não pude evitar:

– Ué, vai lá ficar com as melhores que eu, então. Já te falei que não quero nada contigo. Eu hein... me deixa sair.

Respondi, com ódio. Da atitude babaca e do fato de que eu não conseguia me soltar, por mais que tentasse.

Apesar do segundo de coragem antes da frase, logo comecei a sentir medo. Ninguém na festa parecia prestar atenção no que acontecia, pois o DJ estava no palco estreando seu set-list badalado.

Olhei para trás de novo tentando visualizar Amanda mais uma vez e, para o meu alívio, percebi que ela havia me visto e que vinha na minha direção, junto de Anita e Vera, as outras colegas que foram para a festa conosco.

Antes mesmo que as três conseguissem chegar perto, percebi outra movimentação vindo pelo outro sentido em nossa direção, e, antes que pudesse olhar, ouvi alguém dizer:

– Qual é a tua, cara? Solta ela!

E senti uma pressão forte, logo conseguindo me soltar dos braços de Felipe, ao passo que ele cambaleava para trás, depois de um empurrão.

Tentei processar tudo o que estava acontecendo. Vi que Felipe tentava se reequilibrar de pé e que as meninas pararam de andar em nossa direção, surpresas ao verem algo. Me virei para trás para ver quem havia me ajudado e precisei de alguns segundos  para processar a informação e concluir:

– Cristián?

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