O dia da missão havia chegado. O time Taka estava preparado para partir e Sakura ficaria ali, sozinha no esconderijo. Para Karin, era um perigo iminente deixar a rosada sozinha, mas Sasuke não moveu um dedo sequer para as ponderações da ruiva. Ela ainda se considerava com vantagem sobre a kunoichi de Konoha por estar perto do moreno e "ter envolvimento" com ele.
Sakura continuava firme com sua indiferença quanto ao assunto. As insinuações descaradas que era obrigada a ver no momento da saída da equipe lhe causava asco. Juugo e Suigetsu a fitavam e viam como aquilo a irritava, mas Sakura era tão firme no seu papel que era quase impossível de não se detectar incômodo.
- Vamos. Não podemos perder mais tempo do que deveríamos. Temos que achar Tobi e eu preciso interrogá-lo para saber mais sobre o meu clã, que ele diz conhecer. - disse o Uchiha.
- Mas Sasuke-kun, você acha mesmo que é confiável deixar essa "coisa" aqui? Você sabe que Kabuto ainda está vivo e pode vir para cá. - disse Karin.
- Orochimaru tem vários esconderijos. Ele não viria exclusivamente aqui, ainda mais sabendo que eu fico aqui.
A Uzumaki se calou a contra gosto. Ela não gostava da ideia de Sakura estar ali e muito menos isso afetar o moreno. O time então saiu para a missão. Sem despedidas, o lugar estava vazio. Sakura então notou o silêncio e a paz no local era imperante. Teve então a liberdade que queria desde quando chegou ali. A kunoichi pôde então entrar em cada sala que tinha naquele local, inclusive os quartos dos membros do time Taka. No primeiro quarto, o de Suigetsu, encontrou um tanque de água conectado a um monitorador de batimentos cardíacos. A rosada deduziu que era ali que ele se regenerava. Fora a bagunça, ela coletou alguns dados e então passou para o quarto seguinte. O quarto de Juugo era o mais simplório. Possuia apenas uma cama e o que parecia ser uma jaula. Para quê a necessidade de uma jaula ela não sabia mas, ao avistar o objeto, fez anotações e saiu rapidamente.
O quarto de Karin parecia como que qualquer adolescente. Arrumado e com certos enfeites, a kunoichi não parecia encontrar algo de relevante ali, mas um porta retrato chamou sua atenção. A foto tinha o time taka completo. Ao centro, Uchiha Sasuke era posto como líder e Karin estava ao seu lado. Aquela imagem fez Sakura lembrar da foto com o time 7. Aquilo a machucou profundamente.
Decidiu então reunir todas as informações e enviar um pergaminho detalhado para sua mestre, por meio de Katsuyu. Sakura foi para o quarto que dividia com Sasuke para poder escrever o relatório. Aquele lugar estava se tornando familiar para ela. Os poucos objetos que ali tinham pareciam ter sido postos para que Sasuke se sentisse "em casa"? Ele sentia falta de casa? A curiosidade foi despertada na rosada e ela pôde observar o local melhor.
Numa gaveta havia um porta retrato.
Seria este o mesmo que tinha no quarto de Karin?
Ao pegar o objeto, a Haruno se espantou. Ele havia levado consigo a foto com o time 7 e mantinha isso em segredo.
" Ele não quis quebrar os laços como ele disse que quebraria", pensou a Haruno. Uma ponta de esperança habitava em seu coração.
Escrevendo o relatório, Sakura não se deixou levar pela descoberta. Sua missão era coletar dados para Konoha e dar assistência a Sasuke em troca delas. Poderia dizer que ele ainda tinha dever com Konoha? Ainda era cedo demais para conclusões a respeito do nukenin. O primeiro mês de Sakura estava quase se completando. Desde que foram para a missão de busca a Tobi, a rosada não dera mais um sinal de que se importava de estar ali, sozinha.
Terminado o relatório, Sakura invocou uma lesma pequena e deu a ela o pergaminho para que fosse entregue a Godaime Hokage. A Haruno resolveu então descansar para que pudesse procurar algo para fazer em outro momento.
Longe dali, em uma vila próxima ao País do Chá, o time Taka corria atrás dos rastros de Tobi. Em uma estalagem, o quarteto parou para se alimentar e descansar, para que no dia seguinte pudessem rastrear o membro da Akatsuki e enfim, capturá-lo.
Haviam apenas dois quartos vagos. Sasuke optou em ficar sozinho em um dos quartos e o trio ficaria no restante. A escolha do moreno irritou internamente uma certa ruiva. Suigetsu e Juugo riam da cara que Karin havia feito com as instruções que Sasuke passava para a atendente, usando Henge no Jutsu.
Já no quarto, Sasuke observava as primeiras gotas de uma chuva singela que caia. Pronto para descansar, uma de suas invocações de falcão pousou na sacada. Ele havia ordenado à ave que, se notasse movimentação estranha no esconderijo, que fosse logo informado, seja onde ele estivesse.
Estaria o Uchiha mais novo preocupado com certa rosada?
Aquele falcão ali parado poderia significar tudo e nada. Ignorando a presença da ave, deitou na cama e fechou os olhos. Por um momento se sentiu adormecer, mas seu descanso era interrompido por uma certa ruiva.
- O que está fazendo aqui?
- Vim te fazer companhia. Os meninos são terríveis dormindo. Um barulho irritante, que nem aquela zinha que está no esconderijo. Sinto sua falta, Sasuke-kun.
- Saia.
- Mas...
- Eu disse para sai daqui! - o moreno a encarava com os olhos tomados pelo sharingan.
Karin se retirava do quarto da mesma forma que entrou. Sasuke mais uma vez fechava os olhos e se entregava ao sono.
No dia seguinte, os ninjas renegados não trocaram uma palavra. Seguiram com o plano e observavam a população do vilarejo. Sasuke sabia como identificar a assinatura de chakra de Tobi e, com a ajuda dos membros do time Taka, poderia capturá-lo. Ele sentia que estava próximo de seu alvo. Quando o falcão pousou em uma estalagem e começou a bicar, o sinal de que Tobi fora encontrado.
O grupo adentrou ao local e se deparou um ambiente hostil e depredado. Corpos estavam jogados no chão, com kunais e shurikens espalhados junto com poças de sangue.
- Vejo que me encontraram. Saudades do parente, Uchiha Sasuke? - dizia Tobi, em tom de deboche.
- Quero que me diga como tem tanta informação sobre meu clã. Que história é essa de parente?
- Eu sou um membro do Clã Uchiha. Você achando que estava sozinho depois da morte de Itachi...hahahaha, que hilário. Eu sou Uchiha Madara.
A voz rouca fez Sasuke tremer. "Uchiha Madara? Mas...", pensou o moreno. O homem mascarado que agora se denominava Madara estava pronto para lutar. O time então se pôs em posição de batalha e os primeiros ataques de Madara foram iniciados. Ninjutsus e taijutsus eram os principais meios de ataques e ofensivas do grupo em questão. Com um katon, Madara conseguiu acertar Sasuke, que acabara tendo uma queimadura no ombro. O ataque fora certeiro, para que o moreno não tivesse chance de continuar. Com sem mangekyou sharingan, invocou o Amaterasu, mirando na direção de Madara e este, se materializou usando o kamui.
- Sasuke-san! Precisamos voltar para o esconderijo. Você está gravemente ferido. - disse Juugo.
- Para quê voltar para lá? Eu estou aqui! - bradava Karin, irritada com o companheiro.
- Isso não é hora para discussões! Kuchiyose no Jutsu - Sasuke invocava Aoda enquanto sentia uma dor horrível no ombro.
A imensa cobra roxa estava diante do time Taka. Sem cerimõnias, o moreno se atrelou a Aoda e ordenou que fosse levado ao esconderijo.
- Se vocês vão ficar aqui, me informem tudo que souberem sobre o paradeiro de Madara. Vou ao encontro de vocês assim que possível.
Aoda partiu com seu mestre até o esconderijo. Os demais membros do time Taka iriam rastrear Madara até que Sasuke se recuperasse.
A onda de chakra da invocação fora percebida por Sakura. Aflita, a Haruno também detectou a assinatura de chakra de Sasuke. Aparatando na área de treino do esconderijo, a cobra Aoda se desfazia, deixando um Uchiha grunhindo de dor.
- Sasuke...
- Madara... Ele...
- Quem é Madara?
- Meu ombro...
Sasuke caiu desmaiado. Sakura vendo o estado da queimadura que ele sofreu, o carregou para o quarto para que pudesse cuidar do ferimento.
As horas demorariam a passar e o mundo que Uchiha Sasuke dizia ser obscuro mais uma vez era invadido pela luz de Haruno Sakura.