Amigos Con Derechos

By autoragoldie

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"- Calma lá, quem está te pedindo algo sério? Fiquei sem reação por alguns segundos. - Se você gostou, qual... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Nota Final

Capítulo 13

259 28 71
By autoragoldie

"No sé si es bueno lo que yo siento
Temo asustarte con decírtelo

Joder lo que tenemos
Y es que a tus labios no los entiendo
Cómo quisiera que tu corazón
Viniera con subtítulos

Si solo nos vemos de noche
Por la mañana, no hay reproche
Las reglas siempre fueron claras
Aquí, nadie quiere drama
Cada quien duerme en su cama

De repente, no funciona
De repente, me obsesionas
Ahora lo casual se me pasó de moda
No quiero una hora, yo las quiero todas"
(Subtitulos – Danna Paola  ft. Lasso)

É fato que ninguém espera passar uma data comemorativa doente ou machucado dentro de um hospital. Não importa se é o Natal, Ano Novo, Páscoa ou seu aniversário... O cenário hospitalar nunca faz parte dos planos, o que é um tanto quanto irônico, porque é justamente nas datas comemorativas que os prontos-socorros acabam ficando mais cheios.

Pessoas caem de grandes alturas pendurando luzes de natal nos telhados ou decorando pinheiros natalinos; se queimam nas lareiras; se acidentam guiando seus veículos por sobre a estrada molhada pela precipitação de neve, ou pela neve, propriamente dita... É, sem dúvidas, a época do ano em que nós, profissionais da saúde, mais trabalhamos.

Aceitar os plantões durante esse período é como comprar um passaporte para fora da realidade. Afinal, a correria é tamanha, que por vezes chegamos a esquecer que no mundo lá fora a maioria das pessoas está em festa com seus familiares.

Para aqueles que, por incidente, acabam dentro do hospital e também para os que, devido a um quadro clínico que exige observação próxima, não são autorizados a sair de lá para confraternizar com seus entes queridos; é preciso usar de nosso sentimento de empatia para flexibilizar algumas normas como o limite de visitantes por turno ou restrição do tempo de permanência dessas pessoas ali, o que faz com que o hospital fique cheio não só de pacientes como também de acompanhantes.

– O que temos aqui?

Perguntei, me aproximando da área de desembarque das ambulâncias.

Mal tive tempo de experimentar o café que acabara de pegar na cafeteria do hospital e já tive que deixá-lo em cima do balcão de enfermagem, torcendo para que voltasse a vê-lo em algum momento da madrugada, ainda que já frio e com pouco sabor do creme que eu pedi como acréscimo, justificando a mim mesma que merecia esse "mimo" depois de uma noite agitada na Emergência Pediátrica do hospital.

Mal sabia eu que a madrugada estava caminhando para ser tão movimentada quanto.

– Menino, 2 anos, ingestão de corpo estranho com suspeita de material magnético.

O paramédico disse, enquanto a maca era colocada sobre o chão.

– Ele engoliu um ímã?

Um dos médicos mais jovens, que estava recebendo o paciente comigo, perguntou, parecendo espantado.

– Eu disse que não era para você dar o presente antes da manhã de Natal.

– Isso teria acontecido hoje ou amanhã. A culpa é sua por comprar um presente com peças tão pequenas. Ele é um bebê!

Dois adultos discutiam, descendo da ambulância logo atrás da maca com um bebê que chorava, assustado.

– António, por favor, quero uma radiografia de pescoço, tórax e abdome. Luisa, cheque a disponibilidade das salas cirúrgicas e do cirurgião pediátrico em plantão. Talvez precisaremos deles.

Pedi aos dois internos que estavam ali comigo, pensando em ganhar tempo caso o ímã tivesse causado alguma reação mais grave no corpo da criança.

Os dois saíram, cada um em uma direção para fazer o que eu pedi e, antes que eu pudesse seguir também, senti uma mão segurar meu braço e me virei para ver quem falava comigo.

– Ele vai ficar bem, doutora? Por favor, diga que ele vai ficar bem. Meu filho é tudo na minha vida. Diga que ele vai ficar bem, por favor.

A mãe da criança suplicou, com lágrimas nos olhos. Eu me deparava com cenas assim mais vezes do que podia contar, mas nunca ficava mais fácil ver o desespero no olhar de quem confia em mim para restabelecer a saúde do seu bem mais precioso.

– Faremos o possível, senhora! Vamos cuidar bem dele.

Eu disse, tocando sua mão com carinho, tentando tranquilizá-la. Prometer que o paciente ficará bem ou mesmo que voltará com vida é algo que, infelizmente, nunca podemos fazer.

– Vocês podem aguardar na sala de espera que, assim que possível, trarei notícias sobre seu filho.

Eu disse, sinalizando o caminho para que eles fossem até o local adequado.

– Obrigado, doutora.

O homem pediu, também emocionado e tenso.

Assenti com a cabeça e saí andando em alta velocidade até a sala de raio X, para onde o paciente fora levado.

O maior risco na ingestão de magnetos, é que – no caso de terem sido engolidas duas ou mais peças – elas comecem a se atrair estando em locais diferentes do trato digestivo, forçando assim as paredes de alguns órgãos, contra as paredes dos outros. Essa pressão interna pode ser tão forte a ponto de causar o rompimento dessa "barreira" e, resultar assim, em uma hemorragia interna, sepse e até morte.

– Dra. Valbuena?

– Sim

Respondi, atendendo ao chamado do interno que pedi que obtivesse uma radiografia de tórax do paciente.

– Já tenho os resultados do exame do garotinho do ímã.

– O que mostrou?

Perguntei, ficando de pé para entender a situação.

– Aqui está – Ele disse, me entregando o exame impresso – Por sorte ele engoliu apenas uma peça com ímã, ela está localizada ainda no estômago, então podemos remover com uma endoscopia digestiva alta. Já chamei o pager do cirurgião que está de plantão, ele está a caminho.

– Excelente, António. Muito obrigada!

Agradeci, também elogiando o interno pela sua conduta diante da situação.

– Você vai observar?

Ele perguntou, sobre o procedimento.

– Não. Vou avisar aos pais dele e depois ficar aqui na emergência, caso apareça mais alguém. – Respondi. A equipe médica não estava completa no dia e eu preferia continuar de sobreaviso para nenhum paciente precisar ficar esperando caso alguma emergência chegasse. – Ei, António?! – Chamei novamente a atenção do interno para mim, me lembrando de instruí-lo sobre algo importante – Quando ele já estiver no quarto eu passo para examiná-lo, mas, caso os pais perguntem, alta só após a primeira dieta. Ok?

– Certo, Dra. Valbuena. Obrigado!

Fui até a sala de espera para avisar aos pais do pequeno de que sua situação era bem mais tranquila do que estávamos nos preparando para enfrentar. A endoscopia poderia ser feita apenas com sedação e em poucas horas ele já estaria bem de novo. Recebi um abraço apertado em agradecimento e voltei para a ala da emergência para aguardar por um possível novo caso, que, felizmente, não chegou pelo resto da madrugada.

Resolvi ir para o quarto de "descanso" médico para tentar um cochilo quando já eram quase 5h da manhã. Nesses casos, levo comigo meu pager e me comprometo a acordar e atender a qualquer chamado, caso ele soe.

Felizmente, o aparelho sonoro permitiu que eu dormisse até as 9h da manhã – o que é bastante tempo, principalmente num plantão de data comemorativa – quando ele soou, me requisitando para uma consulta.

O paciente dessa vez parecia estar tendo uma reação alérgica a algo que comeu na ceia de Natal, e apresentava alguns focos de prurido e angioedema na pele, mas foi medicado com um anti-histamínico injetável e ficou em observação por algumas horas até ser liberado para casa.

No começo da manhã, passei pelos quartos dos pacientes para ver como eles passaram a noite e para atender qualquer demanda deles, caso fosse necessário. Quando terminei a ronda, já faltava pouco para a hora de ir embora, 24h depois de ter chegado ao hospital.

Estava a caminho dos armários para trocar minha roupa e pegar meus pertences, mas me distraí por algum tempo conversando com as enfermeiras no balcão de enfermagem da entrada principal do pronto atendimento.

Alguns minutos de conversa depois, senti uma mão pequena tocar minhas costas e me virei para ver quem era. Encarei novamente uma tela azul formada pelo meu cérebro, enquanto tentava assimilar tudo.

– Oi, Carina!

A pequena disse, sorridente, com um traço de timidez.

– Sofia? Oi, princesa! O que acon.... – Me agachei para receber um abraço e logo em seguida olhei para frente, me deparando com outro rosto conhecido, que se aproximava de nós – Cristián? Está tudo bem? O que vocês fazem aqui?

O goleiro sorriu e apontou com a cabeça para a filha, que ainda estava parada à minha frente. Olhando para ela de novo eu pude perceber que ela segurava algo.

– Isso é para você.

Sofia esticou o braço na minha direção, me entregando o que pude perceber que era uma rosa branca envolta por papel de seda, o plástico de alguma floricultura, e um laço vermelho de natal para enfeitar.

– Ah, Sofia... O que eu faço com você, hein? – Falei, encantada, já pegando a flor de sua mão e puxando-a para mais um abraço – Que flor linda, meu amor! Muito obrigada.

Eu disse.

– Papai me contou a história da rosa branca de natal. – Sofia explicou, ainda um pouco tímida. – Nós colocamos uma flor como essa embaixo da árvore para o São Nicolau, mas papai disse que você também merecia uma.

– Eu? – Perguntei, um pouco confusa, olhando para Cristián que agora estava parado bem ao nosso lado – Por ter te contado a história?

Fiquei de pé para cumprimentá-lo, também com um abraço, enquanto esperava uma resposta.

– Não! Por ter me ajudado a realizar meu desejo de Natal. – O jogador respondeu, próximo ao meu ouvido quando nos abraçamos. – Eric me ligou ontem, dizendo que conseguiu a liberação para que eu pegasse Sofia.

Ele disse, sorrindo, e eu não pude evitar um sorriso também, instantâneamente.

– Sério?

Perguntei, retoricamente. Só depois que ele falou, foi que liguei os fatos e concluí que, se ele e Sofia estavam juntos agora, era porque tinha dado tudo certo.

– Minha nossa! Fico tão feliz por vocês... Que alegria. Você merece! Eu sabia que ia dar tudo certo.

Falei, abraçando o goleiro mais uma vez, em meio à euforia pela notícia.

– Seu irmão é mesmo muito bom no que faz! Não teria sido possível se você não nos tivesse apresentado, então... Parte da realização do meu desejo de Natal foi graças a você.

Ele explicou, mais uma vez, para que eu entendesse por que ele achou que eu também merecia uma rosa branca na manhã de natal.

– E você acabou não indo mesmo para a cidade dos seus pais?

Perguntei, por curiosidade. Ele tinha dito que era o que fazia todo ano, independente de estar ou não com a filha... Mas era a manhã de Natal e ele ainda estava em Madrid.

– Ah, Cari, essa história dava um filme. Foi mesmo um milagre de Natal, você precisa ouvir.

Cris comentou, rindo.

– Eu quero mesmo! – Falei, curiosa, olhando para o relógio em meu pulso direito e percebendo que, pelo horário, já podia ir embora do hospital – Meu plantão acabou de acabar. Me dá cinco minutos para confirmar se a próxima médica já chegou e para me trocar? A gente pode tomar um café e você me conta toda a história.

Expliquei a situação a Cristián, que prontamente assentiu:

– Claro. Ficaremos aqui te esperando.

Ele respondeu, segurando Sofia pela mão.

– Acho que não vou demorar muito, mas, se quiser, pode esperar com ela naquela brinquedoteca que te mostrei aquele dia. Lembra onde fica?

Sugeri, pegando em cima do balcão meu copo de café e a prancheta que eu segurava quando cheguei ali para conversar com minhas amigas da enfermagem.

Só então percebi que elas observavam atentamente toda a cena, até porque, a sala de espera do pronto atendimento estava vazia. Cristián, eu e Sofia éramos os únicos movimentando o local.

– Acho que sim.

Cristián disse, sem certeza.

– Vem comigo, eu passo por lá no caminho.

Falei, já andando em direção à sala de brinquedos que poderia manter Sofia entretida por algum tempo, até que eu fizesse a passagem do plantão para a residente do próximo turno.

Por sorte, ela já estava no hospital e, como não foram tantas as admissões durante a noite, eu tinha poucos casos para explicar a ela antes de fazer a troca.

Assim que terminei, já fui logo trocar minhas vestes hospitalares pela roupa que levei na mala de plantão. Como sabia que Cristián e Sofia estavam esperando por mim, tentei fazer isso da forma mais rápida possível e, ao invés de tomar uma ducha como eu gostaria, apenas escovei os dentes, lavei o rosto e reforcei o desodorante e o perfume.

– Oi! Voltei

Falei, diante da porta, observando que Sofia brincava na mesa de legos junto com outras duas crianças. Ao me ver, ela e o pai se despediram dos demais e vieram em minha direção.

– Vocês querem tomar um café ou algo assim?

Sugeri, logo que eles sairam.

– Será que encontraremos alguma cafeteria aberta hoje?

Cristián questionou, andando comigo em direção à saída.

– Esqueci que é natal!

Falei, rindo.

– Que tal lá em casa? Posso fazer um café enquanto conversamos.

Cris ofereceu e eu pensei duas vezes antes de aceitar. Antes que eu pudesse responder, Sofia disse para mim:

– Isso! Vamos para a casa do papai, assim posso te mostrar meu presente de Natal.

– Pode ser?

Cristián sugeriu de novo. Acho que acabei transparecendo que fiquei um pouco desconcertada com o convite, porque o goleiro me observava com expressão preocupada.

– Hum... Bom, pode. Eu... É, pode ser!

Respondi, fingindo procurar a chave do carro na minha bolsa de mão, mesmo sabendo exatamente onde a guardei quando cheguei ao hospital no dia anterior.

Percebi que talvez essa fosse uma boa chance de confirmar o que Amanda me disse no dia anterior sobre a aproximação do jogador ter ou não outros interesses e topei.

– Não repara na bagunça, dispensei todos os funcionários para passarem o Natal com suas famílias e não sou muito bom em organizar as coisas.

Cris disse, logo que nos encontramos na garagem de sua casa.

– Não se preocupe com isso!

Falei, trancando o carro.

– Ei, Sofi, por que não vai mostrar seu presente de Natal para a Carina enquanto eu preparo um café para nós e um chocolate quente bem gostoso para você?

– Tudo bem!

Sofia sorriu, pegando minha mão em seguida para me levar em direção ao seu quarto.

– Você aceita um chocolate também, Carina? Ou prefere um café?

Cristián quis se certificar, antes que eu e Sofi saíssemos dali.

– Hum... Acho que, dessa vez, aceito um chocolate quente.

Falei e ele assentiu.

Voltei a caminhar com a pequena até seu quarto.

– Esse foi o presente que o papai me deu!

Sofia disse, ao abrir a porta, mostrando um cavalete em miniatura, com uma tela branca exatamente na altura ideal para que ela pintasse. Além disso, vários tubos de tinta, pincéis, rolinhos, um avental e outros itens de pintura que ela parecia ter amado ganhar.

– Uau! É como ter seu próprio ateliê! Que incrível.

Exclamei. O presente parecia mesmo genial.

– E você, Carina? O que ganhou de Natal?

Sofia perguntou, algum tempo depois.

– Hum... Eu? – Perguntei e ela assentiu – Eu ganhei... Bom, na verdade, até agora nada. Só a flor que você e seu pai me deram!

Expliquei.

– O Papai Noel não te deu nada? Nem sua mãe ou seu pai?

Ela questionou, surpresa.

– Ainda não me encontrei com meus pais... Acho que é por isso. O papai Noel costuma deixar meus presentes na casa de algum deles.

Falei, arrumando qualquer desculpa esfarrapada.

– Você não passou o natal com seus pais?

Sofia perguntou, mais uma vez.

– Não. Eu passei no hospital, ajudando as pessoas que ficaram doentes no natal.

– Eles ficam tristes?

A pequena perguntou, parecendo interessada.

– As pessoas do hospital? Bom, acho que...

Perguntei.

– Não! Os seus pais. Por você não ter passado o natal com eles – Ela me interrompeu, se explicando – Eu também não passei o natal com a minha mãe.

Sofia disse, desviando o olhar, num sinal de desconforto. Logo entendi a preocupação pela pergunta.

– Oh, Sofi... Eles não ficam, não. – Falei, me agachando para ficar na altura dela e conversarmos. – Os pais só querem ver a gente feliz! Você ficou feliz por passar o Natal com seu pai?

Perguntei, já sabendo que a resposta seria "sim".

– Foi muito legal!

Ela disse, assentindo com a cabeça.

– Então com certeza sua mãe ficou feliz também.

Falei, mesmo sem fazer ideia, porque não conhecia a mãe de Sofia.

– Meninas?

Cristián chamou, ainda no corredor, se aproximando do quarto da filha.

– Venham antes que o chocolate quente de vocês esfrie!

Ele disse, após algumas batidinhas na porta que já estava aberta.

– Hum! Vamos até lá então.

Falei, esticando a mão para Sofia, que a pegou e caminhou comigo até a sala de estar, onde Cristián colocou as canecas de chocolate quente, junto de alguns biscoitos, na mesa de centro, logo à frente da lareira moderna que compunha uma das paredes da casa.

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