Amigos Con Derechos

By autoragoldie

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"- Calma lá, quem está te pedindo algo sério? Fiquei sem reação por alguns segundos. - Se você gostou, qual... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Nota Final

Capítulo 08

223 24 34
By autoragoldie

"Sé
Que buscas a alguien que
Te vuelva a enamorar
Que no te haga sentir mal

Que hubo otro que
No supo valorar
Lo que tenías para dar
Sé que, tal vez, te hizo sufrir
Te hizo llorar, te supo lastimar
Sé que, tal vez, ya sabes de mí
Voy detrás de ti, no te voy a mentir"
(Una Lady Como Tú - Manuel Turizo)


– Você o quê?

Amanda perguntou, enquanto eu tirava da sacola de supermercado itens que comprei para receber a pequena visita ilustre de Sofia em casa.

A despensa de duas residentes que praticamente vivem no hospital a trabalho, nunca tem muita abundância, mas é o suficiente para nos manter vivas. Com uma criança em casa, porém, eu não queria ter que oferecer miojo ou biscoitos cream-cracker com manteiga para o jantar, então fiz algumas compras e entre elas levei um pote pequeno do tal leite em pó rosa, que eu já sabia que fazia parte da rotina de sono dela.

– Foi no impulso, tá?! – Falei, na defensiva – Cristián precisa ir ao tal evento do seu patrocinador e o agente dele fez uma confusão com as datas. A mãe dele vive em Guadalajara e não há a menor necessidade de fazê-lo pegar a estrada quatro vezes em um período tão curto de tempo. Eu só quis ajudar!

Expliquei.

– Essa criança não tem mãe?

Amanda perguntou, sensível como uma porta.

– Claro que tem, mas eles são separados e a mulher é complicada. Você teve uma família perfeita a vida toda, nunca vai entender a dificuldade de ser filha de um casal separado. – Falei. Só quem já viveu a situação na pele pode ter uma ideia. E ainda que eu entendesse, sabia que a relação dos meus pais era, de longe, muito melhor que a de Cristián e Veronica – Você não precisa fazer nada, amiga. Nem vai se lembrar que ela está aqui. Só estou te comunicando para não ser pega de surpresa! Eles vão chegar às 19h.

Expliquei, um pouco sem paciência com a Amanda.

Esperava que, ao menos, ela fosse entender minha atitude e me ajudar a recepcionar bem a criança.

– Certo. Se precisar de mim, me avise.

– Ok.

Respondi, guardando o restante das compras no armário da cozinha. Dei uma ajeitada na casa e conferi o relógio. Concluí que teria tempo de um banho antes das 19h e foi o que fiz.

Eram 19:10 quando o interfone tocou e eu liberei a entrada dos dois. Eu sabia que isso não significava nada e que tinha oferecido minha casa para que a filha de Cristián passasse a noite muito mais por ela do que por ele, mas não pude evitar as mãos suando e o coração disparado.

– Oi

Ele disse, sorrindo simpático quando abri a porta e me deparei com a cena: Sofia vestia uma fantasia de Elsa e segurava um macaco de pelúcia em uma das mãos, enquanto a outra segurava a mão do pai, que por sua vez tinha no ombro uma mochila infantil e vestia um blazer azul-petróleo que lhe caía muito bem (não pude deixar de reparar).

– Olá! Como estão?

Consegui falar, depois de alguns milésimos de segundo gaguejando mentalmente.

– Bem!

Sofia respondeu. Me agachei para ficarmos na mesma altura e para receber um abraço, pensando em ter um motivo a mais para tirar os olhos do pai dela, que estava especialmente bonito nessa ocasião, com os cabelos molhados penteados para trás e um perfume muito gostoso. Eu arriscaria dizer que era uma visão quase tão atraente quanto a de despertar ao lado dele na cama depois de uma noite quente.

– Ela insistiu na fantasia de Elsa, não pude evitar. – Cristián brincou, me entregando a mochila que estava em seus ombros logo que fiquei de pé novamente. – Mas aqui dentro tem um pijama, uma troca de roupa, escova e pasta de dente... e também tem o iPad que vai mantê-la entretida e te dar sossego por algum tempo.

O rapaz disse, sorrindo enquanto se esforçava para se lembrar de tudo o que colocara na bolsa da filha.

Já disse sobre minha quedinha em pais galãs?

– Obrigada mais uma vez por isso, Cari. Me ajudou imensamente. Vou estar com o celular em mãos o tempo todo, qualquer coisa pode me ligar!

Cristián completou.

– Não há de quê. Vamos nos divertir, não é, Sofia? Ou devo dizer Elsa, la reina de las nieves?

Perguntei, pegando a pequena pela mão.

– Sim!

Ela assentiu, sorridente.

– Dê um beijinho aqui então para eu ir. – O pai pediu e, ao receber o beijo, completou – Se comporte e obedeça à Carina, combinado? Amanhã quando acordar peça a ela para me ligar e eu venho buscar você.

– Está bem. Tchau!

Sofia concordou, voltando a pegar minha mão. O goleiro estava saindo quando se lembrou de algo e se virou novamente para dizer, já um pouco distante:

– Ah, Cari, também coloquei aí o copo com tampa e um pouco de leite rosa em pó, dentro. É só misturar com leite morno!

– Não precisava se preocupar. Eu comprei leite rosa!

Falei e Cristián sorriu, parecendo agradecido. Sorri de volta e acenei, enquanto ele voltava a caminhar em direção ao elevador para seguir rumo ao evento.

– O que quer fazer primeiro, Sofi? Separei alguns jogos e filmes se quiser assistir. Também pensei em pedirmos uma pizza, então me avise quando sentir fome.

Falei, colocando a mochila dela sobre o sofá.

Sofia observava o ambiente em volta atentamente enquanto pensava nas opções que eu acabara de dar a ela.

– É um gato de verdade?

A pequena perguntou, parecendo muito empolgada ao ver Thalamus, que estava deitado na prateleira em cima da televisão, se comportando como o item decorativo que ele tinha certeza que era.

– Sim! Quer brincar com ele?

Ofereci, me aproximando do bichano para pegá-lo.

– Como ele se chama?

Ela perguntou, já fazendo um carinho no gato.

– Thalamus! A gente chama ele de Tatá.

Expliquei.

– Oi, Tatá. Você parece um boneco de neve, todo branquinho.

Sofi disse, com seu jeitinho angelical.

Thalamus fechava os olhos e se deliciava com os carinhos que recebia na cabeça.

– Oi, menininha!

Amanda apareceu na sala, caminhando até a cozinha para pegar um pouco de água.

– Oi!

Sofia acenou, um pouco tímida, olhando para mim como quem pergunta "quem é essa pessoa?"

– Sofi, essa é a Amanda. Ela é minha amiga e é médica no mesmo hospital que eu trabalho. Ela também mora aqui.

Apresentei as duas, quando Mandy se aproximou, cumprimentando Sofia com um abraço.

– Qual de vocês duas é a mãe dele?

A pequena perguntou, curiosa, apontando para o Thalamus.

– Er... Acho que nós duas. Nós adotamos ele juntas!

Minha amiga respondeu, parecendo nunca ter refletido sobre isso antes.

– Então ele tem duas mães?

Sofia perguntou e Amanda respondeu, mais uma vez:

– Sim.

– E não tem pai?

Crianças, como sempre, muito curiosas.

– Bem... não.

Eu respondi, dessa vez um pouco constrangida. Não queria causar um conflito caso a família de Sofia fosse do tipo extremamente conservadora ou algo assim.

– Ah, legal! Tem uma menina na minha sala que tem dois pais e nenhuma mãe.

Sofi comentou, parecendo não se importar.

Uma das coisas que mais me encanta nas crianças, é a forma simples como tudo funciona na cabecinha delas e o quanto elas são puras e livres de preconceito até que alguém as convença do contrário.

Amanda voltou ao quarto para estudar, e os minutos seguintes se resumiram a mostrar para Sofia o tipo de brincadeira que o gato gostava, além de participar de cada uma delas com ela. Sofi era mesmo muito boazinha, não parecia ser tão difícil assim cuidar dela.

– O que foi isso?

Ela me perguntou, espantada.

– Minha barriga – Respondi, rindo – Acho que já vou pedir nossa pizza. Estou com fome!

– Meu Deus, parece um leão rugindo!

A pequena disse, rindo junto comigo.

– A sua pizza favorita é a marguerita, certo?

Perguntei, me lembrando do dia que fui com ela e a avó ao estádio e logo em seguida fomos com Cristián a uma pizzaria.

– Como você sabe?

Sofia perguntou, parecendo impressionada.

– Leio pensamentos.

Brinquei, tocando cada lado de minha cabeça com o dedo indicador de uma mão e arrancando mais uma risada da convidada mais nova que eu já tinha recebido em casa.

– Já volto, quer ficar aqui brincando com o Tatá?

Ofereci, me levantando para ligar para a pizzaria. Sofia disse que sim e ficou sentada sobre o chão da varanda, puxando um cadarço de sapato para que Thalamus tentasse pegar. Era uma das brincadeiras favoritas do meu pequeno felino e ele poderia fazer isso por horas. Na verdade, aparentemente, os dois poderiam.

Fui até o quarto e perguntei se Mandy queria comer pizza conosco e ela topou contanto que a segunda metade fosse de Pepperoni. Assim que terminei de fazer o pedido pelo telefone, fui até a cozinha para servir a mesa de jantar. Amanda estudava no quarto, Thalamus e Sofia brincavam na varanda... Tudo parecia tranquilo demais.

Foi aí que ouvi um grito infantil assustado e um arrepio percorreu toda a minha espinha. Mais que depressa corri até onde Sofia estava, sem nem conseguir imaginar o que poderia encontrar ao chegar lá.

– O que houve, Sofi?

Perguntei, desesperada, me ajoelhando ao lado dela no chão.

A menina cobria o rosto com as mãos e Thalamus a observava, alguns metros distante.

– Ele me unhou.

Sofia resmungou, chorosa.

– Deixa eu ver!

Pedi, afastando suas mãozinhas apenas para perceber um arranhão que ia desde a bochecha até próximo ao canto interno do olho de Sofia. Não tão profundo a ponto de precisar de pontos, mas o suficiente para formar algumas gotículas de sangue por toda a extensão.

– Vem, vamos lavar isso.

Chamei, tentando não transparecer meu desespero, pegando a criança no colo e indo com ela até o banheiro.

– Vai doer?

Sofia perguntou, assustada, com vontade de chorar mas provavelmente com vergonha de fazê-lo na minha frente.

– Pode arder um pouquinho, Sofi, não vou mentir! Feche os olhos.

Pedi, depois de lavar minhas mãos, molhando um chumaço de algodão em um líquido anti séptico para desinfetar o lugar machucado.

– Quer segurar minha outra mão?

Ofereci, entregando a ela a mão que não estava segurando o algodão. Eu só conseguia pensar em como ia explicar isso ao Cristián.

– Eu só queria dar um abraço nele.

Sofia disse, ainda choramingando.

– Ah, Sofi... Ele não gosta muito de abraços, eu deveria ter te avisado. Deve ter achado que você ia machucá-lo e por isso tentou se proteger... Foi um mal entendido. Sinto muito!

Falei, realmente sentida pela menina ter se machucado justamente sob minha vigília.

– O que aconteceu?

Amanda apareceu na porta do banheiro e perguntou, preocupada ao ver nossa pequena convidada sentada na pia enquanto eu passava algodão com anti séptico em seu rosto.

– O Thalamus me unhou. Eu tentei abraçar ele, mas ele não gosta muito de abraços...

Sofia explicou, antes que eu pudesse dizer algo. Pelo menos agora ela já não parecia mais querer chorar.

– Minha nossa, a gente precisa aprender a cortar as unhas desse gato logo.

Mandy exclamou, olhando a ferida mais de perto.

– Pronto, Sofi. Isso deve curar em alguns dias! E, não se preocupe, foi fininho demais para sequer deixar uma cicatriz.

Falei, pegando-a no colo novamente para colocá-la de volta no chão.

– Por que fica alto assim?

Sofia perguntou, se olhando no espelho.

– Porque é recente, aí fica em alto relevo. Logo vai abaixar... Podemos colocar uma fitinha aí para você não ficar vendo, o que acha?

Ofereci, tirando do kit de primeiros socorros que havia pego, um rolo de fita micropore cor de pele. Era o suficiente para esconder o arranhão e, ao mesmo tempo, permitir que a ferida "respirasse" para cicatrizar.

– Posso voltar a brincar com ele?

A pequena perguntou, depois que colei a fita em seu rosto.

– Pode sim, mas sem abraços, por favor!

Pedi, quase suplicando.

Sofia assentiu e saiu correndo novamente em direção à varanda.

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