Amigos Con Derechos

Autorstwa autoragoldie

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"- Calma lá, quem está te pedindo algo sério? Fiquei sem reação por alguns segundos. - Se você gostou, qual... Więcej

Prólogo
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Nota Final

Capítulo 01

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Autorstwa autoragoldie

"Dime, dime, dime si tú quieres andar conmigo
No tiene caso que sea tu amigo
Y si no quieres solo dame un rato
Baby, pero sin ningún contrato"
(Sin Contrato - Maluma)

– ¡Díos mío! Qué te pasó?

Ele correu em direção à porta e apertou o botão na parede, permitindo que eu entrasse, sem parecer se importar com o fato de eu estar ensopando o luxuoso piso laminado de sua casa.

– Só preciso que você abra a porta da saída para eu pedir um Uber e ir para casa.

Falei, tudo de uma só vez, com a mandíbula e todo o resto do corpo tremendo de frio.

– Você dormiu aqui fora?

O homem perguntou, parecendo chocado.

– Não! Eu dormi lá em cima com você! – Ele pareceu buscar na memória a lembrança de ter dormido acompanhado e, pela expressão facial, se lembrou. – Acordei procurando a saída para pedir um Uber e ir embora, mas acabei presa aqui. Daí a chuva começou e eu... eu só preciso muito ir para casa, você não precisa falar nada, só abrir a porta. Por favor!

Implorei, evitando olhá-lo pois estava prestes a ter um colapso de tanta vergonha acumulada.

– Tá louca? Não vou deixar você sair daqui assim.

Ele disse, observando com ar assustado minhas pernas molhadas e cheias de grama.

– Só abre a porta, por favor!

Falei, passando a mão por debaixo dos olhos para limpar o resto de maquiagem do dia anterior que eu não removi e tinha certeza que, devido à chuva e às lágrimas, estava em estado deplorável.

– Você acha que algum motorista vai te levar a algum lugar encharcada desse jeito? Por que você não toma um banho enquanto eu faço um café quente? Esse frio vai acabar te dando uma pneumonia.

Eu estava com frio demais para me dar ao trabalho de explicar que o frio em si não é transmissor de pneumonia ou de qualquer outra doença, então prontamente aceitei o banho. Uma hipotermia também não parecia boa ideia, afinal.

– Pode pegar toalhas limpas na gaveta debaixo da pia.

Ele avisou, abrindo a porta de um dos banheiros de sua casa para mim.

– Obrigada!

Entrei e tranquei a porta. Por engano, abri o armário debaixo da pia ao invés da gaveta como ele tinha recomendado, e lá acabei me deparando com um secador de cabelo lilás enrolado em seu próprio fio, algumas toalhas cor-de-rosa, touca de banho e uma caixa transparente cheia de esmaltes.

A esse ponto eu já imaginava que não só havia cuspido no vinho de Jesus, como também havia fornecido todos os pregos que o prenderam na cruz. Meu dia só ficava pior!

Eu não deveria ter dormido com um estranho, muito menos com um estranho comprometido.

Eu até tentei considerar a possibilidade, mas, julgando pela aparência, esse cara não me parecia do tipo que pinta as unhas ou usa um secador lilás.

Diante dessa teoria quase concretizada na minha cabeça, minha consciência implorava para que eu desse o fora dali ainda mais rápido. Ao mesmo tempo, eu não conseguia parar de desejar um enxágue de água quente para aliviar a tremedeira do meu corpo.

"Primeiro evitar uma hipotermia, depois praticar a sororidade." Pensei, me enfiando debaixo da ducha quente.

– Er... Moça?!

Ele chamou, após bater na porta.

– Carina.

Corrigi.

– Carina, deixei uma peça de roupa aqui para você vestir, se quiser.

– Obrigada!

Eu disse, ainda aproveitando a água extremamente quente. Comecei a me perguntar se o dito cujo talvez tivesse pego as peças de roupas secas do armário da esposa para me emprestar... Seria o cúmulo do absurdo, mas eu não sabia o que esperar dele.

Fechei o chuveiro e usei uma das toalhas cor-de-rosa para secar corpo e cabelo antes de abrir a porta e pegar a tal roupa seca que ele me emprestaria.

Para alívio parcial da minha consciência pesada, as peças não eram femininas e pareciam bem quentinhas: um conjunto cinza de moletom e um par de meias da mesma marca esportiva.

Encontrei também uma escova de cabelo na pia do banheiro e saí do quarto prontíssima para dar o fora daquele lugar.

– Você pode abrir a porta para mim agora?

Perguntei, me aproximando do homem parado na cozinha.

– Espera, eu fiz café!

Ele esticou o braço na minha direção, segurando uma caneca, e perguntou, quando cruzei os braços num claro sinal de que não a pegaria:

– Você não toma café?

– Olha, eu não sei como funcionam as coisas com você, mas essa situação de acordar na cama do marido de outra pessoa me deixa bem desconfortável. Eu nem deveria estar aqui! Te agradeço muito, mas o que eu quero mesmo agora é ir embora e fingir que essa noite nunca aconteceu.

Desabafei para que ele parasse de uma vez com a simpatia.

– Marido? – Ele riu – De onde você tirou isso? Eu não sou casado!

– Uhum. Vai me dizer que o secador de cabelo lilás, os esmaltes e a touca de banho no banheiro... São seus?

Perguntei, como quem já sabe toda a verdade e está esperando que o outro se enrole com uma mentira.

O rapaz gargalhou e eu fiquei parada esperando a explicação que viria a seguir.

– Você está certa. Não são meus... São da Sofia.

"Nossa, agora tudo está mais claro. Obrigada por esclarecer." pensei, com ironia.

– De quem?

Perguntei, já que obviamente não sabia de quem se tratava.

– Olha.

Ele disse, me mostrando, a foto de uma menininha sorridente na tela de bloqueio de seu celular.

– Essa é a Sofia, a mocinha vaidosa que me faz ter esmaltes e acessórios de cabelo no armário do banheiro. Ela é adorável, mas não somos casados.

O rapaz afirmou, ainda rindo e provando seu ponto.

– Ela é... sua filha?

Perguntei envergonhada e ele assentiu com a cabeça.

– Ah sim! – Eu ri também, cem por cento de nervoso. – Você é pai! Por que não disse antes?

Perguntei

– Não tive a oportunidade – Ele riu – E, sendo um cara solteiro numa boate, esse não costuma ser o tipo de informação sobre mim que mais interessa às mulheres.

O pai de Sofia disse, rindo meio sem jeito.

– Qual a idade dela?

Perguntei, realmente interessada.

Sempre amei crianças, não foi atoa que já entrei na faculdade de medicina decidida a me especializar em pediatria.

– Ela acabou de completar 5 anos. No último dia 20!

Achei fofa a precisão na informação.

– E onde ela está?

Perguntei mais uma vez, me controlando para não parecer muito curiosa.

– Ela mora com a mãe, nos vemos duas vezes por mês. – Ele respirou fundo, colocando o celular de volta em cima da mesa – Agora que já sabe que não estou traindo ninguém, posso te oferecer um café?

O rapaz perguntou, em seguida.

– Pode sim. Me desculpa por isso...

Falei, ainda envergonhada por tê-lo acusado.

– Não foi nada! Achei legal você se preocupar em não ser a responsável por estragar meu casamento hipotético.

Ele comentou.

– Jamais me perdoaria.

Comentei, rindo, enquanto ele esticava o braço, segurando a caneca mais uma vez.

– Açúcar?

O anfitrião ofereceu e, só então eu me dei conta de que não sabia o nome dele.

– Não, obrigada! Você me disse seu nome ontem, certo? Eu não consigo me lembrar.

Tentei soar o mais natural possível.

– Cristián. Cristián Castillo. – O primeiro nome, tipicamente americano, tinha uma tonicidade especial na última sílaba, de forma que a sonoridade era hispânica e extremamente sexy. – Você não me conhece?

Ele perguntou, rindo da situação.

– Conheço, claro! Só tinha me esquecido... Agora me lembrei.

Menti. Parecia a primeira vez que meus ouvidos escutavam essa combinação de nomes.

– Tudo bem se eu te perguntar com o que você trabalha?

Perguntei.

A questão estava na minha cabeça desde que percebi o tamanho da casa onde ele morava. "Só pode ser tráfico de drogas", pensei.

Antes de me responder, Cristián riu mais uma vez:

– Sou goleiro do Atlético de Madrid. E da seleção de futebol da Espanha... Lá não sou o titular ainda, mas estamos trabalhando nisso.

Entendi então o porquê do "você não me conhece?" e ri internamente mais uma vez pela enésima manota do dia. Cristián Castillo era famoso. Se eu o conhecesse, como disse que fazia, certamente não teria perguntado qual era sua ocupação, eu simplesmente saberia.

– E você? O que faz?

Ele devolveu a pergunta.

– Sou médica. Residente em Pediatria.

– Você salva vidas... Que emocionante!

Cristián comentou, girando a caneca com a ponta dos dedos e se sentado em uma das cadeiras da cozinha, enquanto eu seguia de pé, um pouco distante.

– Para ser sincera, na maior parte do tempo eu dou diagnóstico de virose para crianças com nariz escorrendo. A parte de salvar vidas fica para médicos mais velhos, estou apenas no primeiro ano.

Confessei, rindo e ele riu de volta.

– Mas não estou reclamando. Adoro meu trabalho, me faz muito feliz.

Fiz questão de explicar para que não houvesse um mal entendido.

– Também adoro o meu – Ele assentiu – Esse é o segredo, não é? Trabalhar com o que se ama, para que não sinta como um trabalho.

Assenti de volta, bebericando o café.

Mais alguns segundos depois, o goleiro ofereceu, caminhando em direção ao fogão:

– Vou fazer ovos mexidos para mim. Você aceita?

– Não. Obrigada!

Respondi.

– Tem panquecas também, se preferir.

Ele insistiu e então eu fui quem ri.

– Você oferece café da manhã completo para todas as mulheres que dormem com você?

Perguntei.

Depois de alguns segundos refletindo sobre a pergunta, Castillo respondeu:

– Não! Só para aquelas que eventualmente ficam presas no meu jardim – Ele riu – E quando eu quero que elas voltem mais vezes.

Cristián completou, em tom galanteador e eu levei um susto.

O clima na cozinha ficou meio pesado.

– Preciso ir.

Falei, deixando a xícara em uma das pontas da mesa.

– Espera, por que? Você nem terminou seu café.

O rapaz perguntou, ficando de pé em seguida.

– Cristián, eu... Olha, eu fico feliz por saber que você não é casado e que não dormi junto com um cara comprometido, porque eu me odiaria por isso! Mas a verdade é que eu não estou interessada em ter nada sério agora, porque eu não tenho tempo para isso. Seria até bom se tivesse, porque tivemos uma noite ótima e você é um cara legal, tenho certeza. Agradeço por ter me emprestado roupas secas e me dado café, mas a gente devia realmente encerrar por aqui.

Eu disse, tentando justificar e Cristián riu mais uma vez, perguntando:

– Calma lá, quem está te pedindo algo sério?

Fiquei sem reação por alguns segundos.

– Se você gostou, qual o problema de repetir? Somos adultos, Carina! Não fizemos nada de errado.

Ele disse, em tom tranquilo, um pouco mais perto de mim.

– Sim! Eu sei.

Respondi, meio nervosa com a aproximação dele.

– Não ter tempo para se envolver não quer dizer que você não possa aproveitar o tempo que tem.

O tom dele agora era mais baixo, como se estivesse me contando um segredo, mesmo depois de ter dito com todas as letras que não estávamos fazendo nada de errado.

– Se quiser repetir mais vezes, eu não vou te cobrar nada sério. Casual está ótimo para mim!

Cristián tinha um charme único no olhar e a cada palavra dele eu me sentia perdendo um pouco da sensatez. Ele continuou:

– Sem contar que... bem, você é médica. Sabe dos benefícios. – O jogador riu – Um pouco de serotonina e endorfina não podem fazer mal a ninguém.

– Você aplica essa metodologia no seu trabalho?

Perguntei, também rindo.

– É infalível.

Neste momento, Cristián já estava perto de mim o suficiente para que o calor de seu corpo fizesse ser impossível não desejá-lo. Me rendi a um beijo extremamente salaz que despertou em mim um dejavü muito intenso. Foi como se aos poucos eu me lembrasse da noite anterior; que eu acabara de dizer que tinha sido ótima sem ter qualquer ideia; e as lembranças em flash me fizessem querer mais de Cristián.

De fato, uma dose a mais de endorfina e serotonina não poderiam fazer mal.

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