NINA
FIZEMOS O jantar juntos e depois ficamos conversando. Ele sentado, com as pernas em cima do sofá, eu entre suas pernas e ele me fazendo carinho.
― Eu vou subir, tio Ca.
― Já?
― Você não quer subir comigo? Eu te faço uma massagem, pra você relaxar... Você tá trabalhando muito e ainda teve esse problema com a galinha suruca! Viemos para cá pra isso.
Ele riu, pegou em minha mão e fomos pro quarto dele. Já havíamos tomado banho e ele me disse que ia colocar uma roupa mais confortável pra dormir.
Me sentei na cama dele e esperei. Ele voltou vestindo uma calça de moletom e uma regata bem rasgada.
― Não vai sentir frio, tio Ca? Aqui à noite esfria razoavelmente.
― Sou calorento. Agora... - ele sorriu e engatinhou na cama até perto de mim ― você vai mesmo me fazer uma massagem maravilhosa?
― Vou, manhoso! Adoro você assim.
― Então vem! Eu deito de bruços?
― Sim.
Ele deitou de bruços, me sentei ao lado dele e comecei a massageá-lo.
― Posso sentar sobre o seu... bumbum?
― Pode.
Sentei com uma perna de cada lado e fiz uma massagem bem tranquila e demorada nele, que às vezes soltava uns gemidinhos e eu sorria.
― Do que você tá rindo?
― Seus gemidos... se alguém chegasse aqui, iria pensar besteira.
― É que tá muito bom, princesa.
― Você poderia me fazer uma também.
― Se quiser, eu faço.
― Quero - me abaixei e dei uma mordida em sua nuca.
― NINA! Que mania de me morder.
Dei um beijinho no local e ele riu.
― Aqui... beija aqui, você mordeu aqui também - ele falou com uma voz manhosa, apontou no ombro e ficou sorrindo. E eu dei mais um beijinho.
Saí de cima de sua bunda e me deitei ao seu lado. Ele continuou deitado de bruços e ficou me observando.
― Você é tão bonita!
― Você é tão lindo!
Ele sorriu e passou a mão por meus cabelos.
― Não consigo mais lembrar como era minha vida antes de você.
― Eu acho que ganho. Pois eu não sei como é minha vida sem você.
― Oh, minha princesinha linda! Minha peruquinha, vem cá!
Como eu queria ter coragem de falar de uma vez " Eu to apaixonada por você". Tenho coragem pra tanta coisa, por que não tenho coragem pra isso? Talvez eu morra de medo dele me dizer que estou confundindo tudo e que isso nunca será possível. Ou dele se afastar de mim.
― Eu vou trocar de roupa e vou dormir. Boa noite, tio Ca!
― Boa noite, minha princesa!
Fui para o meu quarto e fechei a porta. Fui até minha mochila, peguei o baby doll e vesti. Escovei os dentes e deitei.
― Ai meu Deus, me dê coragem! Faz ele corresponder...
Apaguei a luz e me virei de lado para dormir.
Algum tempo depois, acordo com uma mão em meu quadril e eu viro com o cotovelo quase na cara do tio Ca. Sorte que ele segurou o meu braço.
― Amor, você ia me bater? - ele acendeu o abajur.
― Ah, tio Ca, que susto! Não sabia que era você.
― Como não? - ele começou a rir ― Só estamos nós dois nessa casa, quem mais poderia ser?
― Ah sei lá, eu tava dormindo. Não pensei.
― Poxa - ele disse num tom frustrado.
― Que foi? - me virei de frente para ele.
― Eu lembrei que te prometi uma massagem e não fiz. Daí eu vim fazer, mas você já estava dormindo... - ele fez biquinho e eu comecei a rir.
― Eu agora tô acordada... quero minha massagem.
― Tá bem - ele disse todo animado ―, vira de bruços.
E ele fez como eu, sentou na minha bunda, mas não colocou o seu peso, começou a me massagear, com o toque dele em minha pele, eu me arrepiei inteira e ele percebeu.
― Princesa, você tá com frio? - engraçado que com o Gustavo, só alguns locais arrepiava... meu braço, meu pescoço... Mas com o tio Ca, era todo o corpo.
― Ahn... um pouco.
― Poderia ter trazido uma roupa de dormir mais quentinha.
― É que... o baby doll é menor e pega menos espaço na mochila.
― E agora você tá com frio!
Ele saiu de cima de minha bunda e deitou ao meu lado, tirou sua regata e me pediu para eu vestir. Tentei dizer que ele ficaria com frio, mas ele não aceitou, então eu tive que vestir.
― Vem, princesa, deita aqui no meu peito, eu te aqueço.
Dos males o menor, ganhei uma massagem e a camiseta com o cheirinho dele. E o melhor de tudo, dormi agarradinha nele.
Ficamos fazendo carinhos um no outro e ele acariciava minhas mãos, meus cabelos e o meu rosto.
― Tio Ca - falei sorrindo.
― Eu.
― Você sabe que tá fazendo carinho nas minhas pernas com os seus pés?
― Tô? - ele riu ― Nem percebo mais. Eu só quero te dar carinho e já é automático, meu corpo todo faz isso. Me sinto um jovem de vinte anos quando estou com você. Eu vejo que o meu jeito de falar muda, fico mais manhoso... eu adoro brincar com você, te fazer carinho e não me vejo fazendo isso com mais ninguém. Parece que o mundo some, quando você está comigo. Só importa eu e você e que estejamos bem.
― Te amo tanto.
― Você nem imagina o quanto você é importante pra mim.
― Nem você...
― Não sente falta de curtir com os jovens da sua idade? Você quase não tem amigos.
― Fico feliz de estar com você. Gostamos das mesmas coisas e não me falta nada quando tô contigo. E quando eu estou longe, morro de saudade.
― Ah, meu amor!
E assim dormimos.
No outro dia, acordei cedo e percebi minha mão em seu peito nu. Fiz um leve carinho para não acordar ele. Aproximei meu nariz de seu pescoço, inalando o seu cheiro maravilhoso, dei um leve beijo e ele sussurrou o meu nome bem baixinho e me apertou contra si.
― Acorda preguiçoso!
― Hummmm que noite maravilhosa. Bom dia, princesa! Dormiu bem? - ele disse se espreguiçando todo.
― Maravilhosamente bem. Bom dia, príncipe lindo!
― Vamos fazer o nosso café? - ele levantou.
Fizemos nossas higienes e descemos para a cozinha. Assim que adentramos, ele olhou para a mesa da cozinha e começou a rir.
― O que foi?
― Em que mesa será que os seus pais foram flagrados?
― Ai, tio Ca, que maldade!
― Desculpe, não tive como não pensar.
Fizemos o nosso café, comemos e ficamos o resto da manhã na piscina. Ele resolveu malhar na sala de treinos do papai e eu resolvi fazer o nosso almoço.
Coloquei os meus fones, liguei minha playlist e fui cozinhar. Fui despertada dos meus delírios e talvez gritos, já que eu achava que tava cantando afinadíssima, por dois braços envolvendo minha cintura e um beijo sendo depositado no meu pescoço.
― Estava cantando muito alto?
― Um pouco - ele sorriu e foi até a geladeira pegar água e beber ― Quer ajuda com alguma coisa?
― Tudo sob controle! - disse, mas ele veio até mim e retirou um dos meus fones.
― Amor, não precisa gritar.
― Desculpa.
Assim que terminei o almoço, subi para tomar uma ducha. Vesti um dos vestidinhos que comprei, leve e soltinho e enquanto isso, ele foi colocar a mesa para o nosso almoço.
Compartilhamos a refeição, ele me cobriu de elogios e disse que eu tinha mãos de fada na cozinha.
À tarde, ficamos jogados no tapete, vendo filmes e conversando.
― Fica de bruços, deixa eu te fazer outra massagem, assim quando voltarmos pra casa, você estará leve.
Ele não discutiu, nem nada, só virou de bruços e eu sentei sobre sua bunda. Ele estava de bermuda e camiseta. Acho que ele não se deu conta, nem eu, até que senti o contato do tecido de sua bermuda em minha intimidade, já que me sentei sobre seu bumbum e eu estava de vestido. Levantei um pouco e coloquei parte da barra do vestido entre o tecido da calcinha e o de sua bermuda.
Tio Ca estava de olhos fechados e eu comecei a massageá-lo. Coloquei mais pressão em minhas mãos e desci de seus ombros até metade das suas costas.
― Nossa... tá muito bom - ele sussurrou. O contato de minhas mãos em sua pele quente, estava me deixando excitada e ansiosa.
Continuei fazendo a massagem e após longos minutos e ele de olhos fechados, eu o mordi na nuca para que ele não dormisse.
― Ai, Nina, não me morde - sua voz saiu rouca e baixa. Parecia manhosa e aquilo me aqueceu de cima a baixo.
― Doeu?
― Sim.
― Então deixa eu dar um beijinho, que passa... - me inclinei a ponto de ficar com meus seios encostados em suas costas e dei um beijo leve e com um pouco de pressão.
― Nina... isso faz cócegas.
― Faz? Aqui também? - Dei um outro beijo na curva do seu pescoço.
― Você mordeu aqui oh - ele apontou o ombro, como na noite passada, eu não perdi tempo, estava completamente excitada, dei um beijo e quando retirei os lábios de seu ombro, dei uma leve mordida. Fui subindo do ombro para a curva do seu pescoço, mordendo leve e beijando.
― Nina, por favor... não faça isso.
― Você não gosta? Tá doendo?
― Nina... - ele não conseguiu terminar a frase, pois eu cheguei com os meus lábios no lóbulo de sua orelha e dei uma mordida leve, bem leve.
― Ai, Nina... não faz isso...
― É melhor se eu fizer assim? - passei de leve a língua pelo contorno de sua orelha e ele gemeu. Suas mãos apertavam o tapete embaixo de nós. E sua respiração começou a ficar mais acelerada.
Voltei com mordidas pelo contorno de seu maxilar, ele foi virando o rosto pra mim e eu mordi suave o seu queixo. Com uma mão, eu puxava seu rosto pra mim e com a outra acariciava os seus cabelos.
― Nina... - ele virou de vez pra mim.
Passou o braço por minha cintura, levando o meu corpo para perto do seu. Girou nossos corpos ficando entre minhas pernas e beijou minha boca com vontade e desejo que nos consumiam.
Minhas mãos foram pra dentro de sua camiseta, como um pedido para que aquele tecido não impedisse o nosso contato. Ele me beijava com urgência e desejo e logo entendeu que aquela camiseta não fazia sentido de estar ali e a retirou de seu corpo me deixando livre para tocar o seu peito e arranhar suas costas, levemente.
― Ah... me beija - eu pedi e ele atendeu.
Sua língua fazia carícias em meus lábios, pedindo e implorando passagem. Deixei que ela viesse de encontro a minha e que me sugasse pra si. Sua mão direita subiu até minha nuca e emaranhou seus dedos em meus cabelos, com uma certa pressão, me fazendo ficar ao seu livre dispor. Sua outra mão apertava minha cintura e puxava o meu corpo pra si cada vez mais.
― Ah... ah... meu Deus - ouvi sua voz rouca sussurrar em meu ouvido, enquanto sua boca passeava do meu pescoço até o meu colo.
Pressionei um pouco mais minhas unhas em suas costas, o fazendo arfar. Ele subiu a mão que pressionava minha cintura, deslizando a alça do meu vestido, deixando assim, o meu ombro nu.
Cruzei minhas pernas em seu quadril o puxando ainda mais pra mim. Senti sua ereção me tocar. Ele sugou minha língua me fazendo gemer e pedir por mais. Seus beijos foram descendo pelo meu queixo, meu pescoço, meu colo e senti sua mão audaz passar leve, pelo meu seio direito, por cima do leve tecido que o cobria. Finalmente os seus lábios chegaram perto do meu seio e sua mão, lentamente começou a descer um pouco mais a alça do vestido, permitindo assim que o meu seio ficasse à sua disposição.
― Ah... por favor.
― Meu Deus! - ele rapidamente saiu do meu abraço, de cima de mim e começou a se recompor ― Nina, perdão... perdão, perdão. Eu... não sei o que deu em mim. Ai meu Deus, o que eu fiz? Me desculpe.
Não me deu tempo de falar nada, só subiu as escadas correndo e ouvi a porta bater.
― Merda!