Caos e Sangue | COMPLETO

By HumanAgain

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Carmerrum é um país pequeno, com poucos habitantes, onde não há governo e o poder político é controlado por t... More

Parte I
Capítulo 1 - Uma garota e seu irmão
Capítulo 2 - Um Kantaa na minha enfermaria? (Flashback)
Capítulo 3 - Uma proposta irrecusável (Flashback)
Capítulo 4 - O namorado de Quentin
Capítulo 5 - Um lugar para crianças órfãs (Flashback)
Capítulo 6 - Uma conversa consigo mesma.
Capítulo 7 - Quem é Serpente? (Flashback)
Capítulo 8 - Um roubo inusitado.
Capítulo 9 - O grande dia (Flashback).
Capítulo 10 - O novo mestre (Flashback)
Capítulo 11 - A Enfermaria
Capítulo 12 - Um teste que deu errado (Flashback)
Capítulo 13 - Não existe Saphira bom
Capítulo 14 - Adeus, Gehl! (Flashback)
Capítulo 15 - Criar vínculos não é fácil... Mas a gente pode tentar. (Flashback)
Capítulo 16 - Perguntas, muitas perguntas...
Capítulo 17 - Avaliada novamente (flashback)
Capítulo 18 - Quem procura, acha
Capítulo 19 - Uma noite no bar (flashback)
Capítulo 20 - Noite Sangrenta
Capítulo 21 - Apenas uma garota e sua mestre (Flashback)
Capítulo 22 - Há tragédias que terminam em amor.
Capítulo 23 - Primeiras Experiências (flashback)
Capítulo 24 - Amigos por conveniência.
Capítulo 25 - A grande tragédia (flashback)
Capítulo 26 - Um palhaço e alguns adolescentes
Parte II
Capítulo 27 - Uma Líder?
Capítulo 28 - Casamento às avessas
Capítulo 29 - Um homem arrependido
Capítulo 30 - Novo plano e novo recruta
Capítulo 31 - Um sacrilégio contra o sistema
Capítulo 32 - Erimar Lahem
Capítulo 33 - Acampamento Sangrento
Capítulo 34 - Ela fala demais... Ainda bem.
Capítulo 35 - Os ricos sangram igual
Capítulo 36 - Um retorno acalorado
Capítulo 37 - O mesmo sangue nas veias
Capítulo 38 - Mãe viva, filha também.
Capítulo 39 - Antigos amigos, novos soldados.
Capítulo 40 - Uma opinião feminina
Capítulo 41 - Uma noite frustrante.
Capítulo 43 - Um retorno às origens
Capítulo 44 - Fraturas, amizades e uma nova vida.
Capítulo 45 - Na calada da noite...
Capítulo 46 - Para a Capital
Capítulo 47 - Entre mãe e filha
Capítulo 48 - A batalha final
Capítulo 49 - Toda história tem seu fim
Capítulo 50 - Julien Regin (flashback)
Extra - Curiosidades
Extra - A ladra, a rainha e a enfermeira

Capítulo 42 - Sorte no amor, azar na guerra

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By HumanAgain

E raiou a manhã para Loenna; Os passarinhos cantavam com seus sons suaves e doces, anunciando a chegada de um novo dia. E a garota sequer precisava dos raios de sol lhe interromperem o sono para despertar no horário esperado, porque ela sabia que aquele era um dia importante.

Era o dia do ataque ao forte Kantaa. Fowillar havia planejado tudo, nos mínimos detalhes, todos os posicionamentos e estratégias. Seria um movimento ousado, mas seu exército, cada vez maior, pedia por isso. Não era mais hora de se esgueirar atrás de batalhas mirradas e vitórias pobres. A morte de Monvegar Eran lhes provou que eram capazes de mais do que ataques pontuais a grupos de desafortunados, e Loenna tinha certeza que conseguiria destruir uma das bases Kantaa com seu exército de apoiadores que crescia cada vez mais.

Ela não iria para o campo de batalha desta vez, mas isso não significa que eles estariam em mãos ruins; Apesar de todos os guerreiros serem importantes, a garota havia escalado quatro guerreiros para a linha de frente: Serpente, sua amada. Suriyon Wombo, um homem de seus vinte e cinco anos, um lobo solitário que trabalhava sozinho a maior parte do tempo, mas havia se mostrado um dos guerreiros mais eficazes dos últimos tempos. Lenrah Moran, de longe o mais novo, mal havia completado seus dezenove anos, mas era certamente o mais dedicado e estudioso pela arte da guerra... E, bem, Kledian Steda, seu romance de uma noite que acabou por não dar muito certo. Steda era membro da organização rebelde na qual Loenna e Serpente faziam parte e era um homem verdadeiramente bem treinado, além de ser o mais velho dos quatro, o que lhe trazia uma experiência que talvez apenas Serpente ー A sobrevivente de uma batalha sangrenta. ー Poderia trazer igual.

E Loenna estava decidida a desejar boa sorte para todos os quatro guerreiros da linha de frente e perguntar a eles se estavam prontos. Começou, claramente, por Serpente.

Eu já nasci pronta, meu amor. ー Disse Serpente, dando-lhe um selinho. ー Não se preocupe comigo. Eu sei como me virar.

A garota sorriu e em seguida procurou por Steda. Ela e Steda estavam, a certo ponto, íntimos, já que o que ocorrera entre os dois não era o tipo de relação que Loenna tinha com todo mundo... Contudo, ele parecia ter entendido que ambos tinham um pouco mais do que havia acontecido de fato:

Amor da minha vida, eu vou destruir esses Kantaa e trazer uma cabeça para a senhora. ー E beijou-lhe as costas da mão. ー Para selar o nosso amor tão forte e único.

Steda, nós nos deitamos por uma noite. ー Loenna optou por frear os avanços afetuosos de Steda. ー Não somos namorados.

Steda pareceu desconfortável; Loenna não se incomodou, não parecia querer qualquer tipo de envolvimento afetivo com Steda, principalmente depois da noite medíocre em que haviam se metido. Seguiu seu rumo em direção ao terceiro guerreiro a cumprimentar: Lenrah Moran.

Não era necessário ser muito inteligente para imaginar que Lenrah estaria com Fowillar. Os dois estavam, recentemente, tão unidos quanto unha e carne; formavam um casal bonito, até. Loenna interrompeu uma sessão de beijos entre os dois dentro da barraca do marido antes de proferir seus dizeres.

Vou honrá-la, senhora Nalan. ー Lenrah ajoelhou-se diante de sua líder. ー Ou meu nome não é Lenrah Moran.

Ótimo. Você e seus três amigos conduzirão o restante do exército até o forte Kantaa e o atacarão, beneficiando-se do elemento surpresa. Fowillar lhes dará detalhes. ー Loenna sorriu. ー Obrigada pela devoção, Lenrah. Agora, só falta Suriyon...

Suriyon não vai poder lutar. ー Adiantou-se Fowillar.

Loenna piscou. Como assim? Suriyon era um dos guerreiros mais dedicados e imponentes. Iria ser retirado da linha de frente de uma hora para outra?

O que ele fez? ー Perguntou Loenna. ー Algo de muito grave?

Ah, nada de mais. ー Fowillar deu de ombros. ー Suriyon é um ótimo guerreiro, mas aparentemente quebrou o pé num treino ontem a noite e está debilitado.

Droga. ー Praguejou Loenna. ー Nossa estratégia só dá certo com quatro na linha de frente.

Eu arranjei outra pessoa. Só que essa pessoa não sou eu, porque eu não sei empunhar uma adaga ou uma espada. ー Disse, rindo. — Bem, eu estou indo com Lenrah para explicar ao exército nossa estratégia de luta. O quarto elemento já está lá na frente, esperando por nós. Ele ficou bem feliz de compor a linha de frente, se quer saber; Se sentiu honrado de lutar lado a lado com Serpente.

E... ー Ponderou Loenna. ー Quem você escolheu para substituir Suriyon?

Digan Wuri. ー Proferiu Fowillar, sem vacilar. ー Ele é um bom guerreiro, apesar de um tanto quanto infantil. E eu acho que seu bom humor pode ajudar ao restante do grupo, não acha? Bem, Serpente me disse que você confiava nele.

Loenna fez que sim. Era inegável o talento de Digan para o humor; Certamente alguém que poderia motivar o exército como ninguém. Fowillar havia acertado novamente, era uma boa escolha para a linha de frente.

Ótimo. ー Loenna sorriu. ー Você pode dar início ao ataque por mim? Acho que vou na barraca de Aya visitar Suriyon, ver se ele está bem. ー Na verdade, o que Loenna queria era evitar olhar nos olhos de Kledian Steda mais uma vez; Ele estava assustadoramente apaixonado e aquilo a deixava um pouco desconfortável. ー E, bem... Você se envolveu mais do que eu nessa batalha.

Estou aqui para isso! ー Sorriu Fowillar. ー Espero que o meu carisma seja suficiente para convencer os seus seguidores, Loenna.

Ah, você está bem mais carismático nos últimos dias. ー Brincou Loenna. ー Bem, então é isso. Até mais, Fowillar. Até mais, Lenrah.

Fowillar retribuiu com um aceno e Lenrah fez sua reverência. E assim Loenna se despediu, deixando o casal para trás enquanto se dirigia ao destino que escolhera para fugir de Steda: A barraca de Aya.

***

Quando Loenna seguiu até o reles local onde Aya cuidava de seus enfermos, notou que ele estava sem ninguém. Havia uma garrafa d'água jogada em um canto e alguns unguentos e emplastros desorganizados ao chão. Usualmente, a organização de Aya refletia em seu estado mental; Quando estava confusa e perdida, pouco se podia identificar de seus objetos pessoais.

Loenna encontrou tudo o que não estava procurando, mas Suriyon não estava lá. Tampouco estava Aya; Após esquadrinhar todo o ambiente com seus olhos, não havia nenhum sinal da enfermeira. Teria ela sumido, junto ao seu paciente?

Procurando alguém?

A garota levou um imenso susto quando virou-se de costas e focalizou a moça, que segurava algumas folhas de plantas em suas mãos e trazia um pequeno pássaro empoleirado nas costas. Ela realmente gostava da natureza, notou; E ficava ainda mais linda quando estava no seu ambiente de paz.

Eu... ー Aya a deixava parcialmente sem ar. Loenna estava feliz com Serpente, mas às vezes pensava em como as coisas poderiam ser diferentes se, naquele dia em sua cabana, tivesse dado espaço para as investidas da enfermeira. ー Estou procurando por Suriyon Wombo.

Ah, Suriyon? ー Aya guardou as plantinhas numa maleta. ー Ele já foi embora. Tinha uma pequena fratura no tornozelo. O imobilizei com uma tala e agora ele está bem. ー Era engraçado. Aya falava num tom tão formal que sequer parecia ter intimidade com Loenna. ー Mas parece bem abalado psicologicamente. Vocês têm uma batalha importante hoje, não tinham?

Loenna fez que sim.

Suriyon estava na linha de frente do ataque. ー Se as duas iriam se tratar friamente, então que assim fosse. ー Junto com Moran, Steda... E Serpente.

Aya não desviou o olhar. Apenas pareceu suspirar fundo e disparar, de uma só vez:

Você gosta dela.

Loenna, confusa, curvou a cabeça para o lado. Assim, tão abruptamente? Como Loenna responderia àquela afirmação?

Do que você está falando? ー Perguntou Loenna, desentendida.

De Erimar, eu falo. Reforçou Aya. ー Ou Serpente, como ela gosta de ser chamada. Você gosta dela, não é?

Por quê... A voz de Loenna falhou. Apesar de gostar muito de Serpente, e de fato ter sentimentos genuínos por ela, também não queria que sua relação com Aya fosse jogada no lixo. Achou que a volta de sua amada eliminaria as dúvidas que tinha entre ambas, mas seu interesse pela enfermeira crescera e agora Loenna não queria perder nenhuma das duas. ー Por que você acha isso?

Porque eu não sou estúpida.

Loenna mordeu o lábio inferior. Não tinha como negar a verdade.

Eu e Serpente temos um envolvimento. ー Admitiu. ー A conheci muitos anos atrás e pensei que a tinha perdido. Mas agora ela está de volta e estamos juntas novamente.

Aya fez que sim. Talvez já tivesse imaginado a resposta que Loenna daria.

Eu suspeitava. ー E suspirou fundo. ー Ela é o passado que você disse precisar superar, não é?

Loenna sentiu as próprias palavras se perderem na garganta. Era verdade; Havia prometido para Aya que precisava de um tempo antes de se entregar a ela. Essa entrega possivelmente jamais aconteceria, porque Serpente estava de volta e era a ela que o coração de Loenna pertencia; Era de uma canalhice sem tamanho por parte da garota...

Contudo, ainda assim havia um pedacinho de Loenna que queria a enfermeira. 90% de si estava completamente decidida por Serpente, mas os outros 10%...

Está tudo bem. ー Disse Aya, tranquila. ー Eu já imaginava que você jamais iria me querer dessa forma. Eu me apressei demais, acabei me apegando a você. E não consegui esquecer mais. ー Suspirou. ー Mas está tudo bem comigo. Já sou adulta, estou no auge dos meus 23 anos. E sei lidar com a rejeição. Estou tentando vencer esse obstáculo aos poucos, um dia vou gostar de você da mesma forma que você gosta de mim. Pode ter certeza disso.

E... ー Loenna ergueu uma sobrancelha. ー Como eu gosto de você?

Aya encarou a garota com a confusão estampada em seu semblante; Parecia não entender o propósito da pergunta. Ainda assim, respondeu:

Com carinho... Mas não com amor. ー Disse. ー E, principalmente... Não com desejo.

Você pode estar errada.

No mesmo segundo, Loenna se arrependeu da frase proferida, mas as palavras já haviam sido ditas. Aya agora estava intrigada, não era a resposta que ela esperava.

O que você quer dizer com isso? ー Questionou a enfermeira.

Loenna se aproximou de Aya. Pôs sua mão sobre seus ombros, levou a boca até o ouvido da enfermeira. A garota sentiu os pêlos de Aya se arrepiarem sob seu toque, era quase como se ela estivesse à sua mercê.

Você não tem ideia... ー Disse. ー Do tanto que me deixa confusa...

E, antes que pudesse se arrepender da ideia, Loenna levou seus lábios aos de Aya e arrancou da enfermeira um beijo sensual e vagaroso.

Neste beijo, Loenna se demorou de propósito; Sentia falta da boca de Aya. O beijo da enfermeira era diferente do beijo de Serpente, apesar de ambos serem sem dúvidas inesquecíveis; O toque delicado dos lábios de Aya era doce e singelo, quase angelical, enquanto que o de Serpente era mais intenso e rústico. Duas mulheres diferentes, duas formas diferentes de amar. E Loenna era capaz de se deliciar com o beijo de ambas.

Aya partiu o beijo, seu olhar era penetrante. Limpou a boca com as costas da mão, abobada, e seu sorriso passava uma mensagem clara; A mesma mensagem que suas palavras reforçaram:

Eu não estou entendendo nada... – Disse. – Mas estou gostando disso. Eu gosto do seu beijo...

– Você ainda não provou o melhor de mim. – Talvez Serpente tivesse ensinado umas coisinhas a Loenna. Era a hora de pô-las em prática.

Aya sorriu, mordeu os lábios e levou as mãos aos cabelos de Loenna.

Eu mal posso esperar para me deliciar com ele então. – Disse Aya. – Você é o alvo de todos os meus pensamentos impuros.

A garota sorriu. Levou sua boca ao pescoço da parceira, beijando a pele do local inicialmente com delicadeza, em seguida de forma intensa e voraz. Aya murmurou algo incompreensível e gemeu baixinho, todo o seu corpo estava entregue à Loenna. Não perdendo tempo, a enfermeira apalpou os pequenos seios de Loenna por cima da roupa, sentindo seus bicos apontarem enrijecidos para si.

Antes que qualquer uma das duas pudesse se dar conta, suas blusas já estavam ao chão.

Aya sorriu com o toque pele-com-pele de si e sua amada. Loenna desceu o rumo dos beijos, suas mãos percorriam todo o corpo macio e grande de Aya, em que existia uma sensualidade sem igual; Os lábios sentiram a aveludada pele do colo de seus seios e, em seguida, os próprios seios. Eram fartos, redondos, gostosos de se apertar. Loenna não economizou nos beijos; A garota adorava o sabor desta parte tão íntima de Aya.

A parceira estava com a respiração descompassada, os batimentos cardíacos acelerados. Gemia toda vez que Loenna tocava-lhe os seios com a língua, e em retribuição acariciava seu couro cabeludo. Parecia estar num êxtase crescente incapaz de ser interrompido.

Eu estou gostando muito da sua melhor parte, Loenna. ー Murmurou Aya, por entre seus sons de prazer. ー Você deveria me apresentar a ela mais vezes.

Ah, eu não cheguei lá ainda. ー Disse Loenna. ー Você vai ter que aguardar um pouquinho mais...

Aya abriu o sorriso e inspirou lentamente. Loenna sugou os mamilos da enfermeira, arrancando dela mais um gemido, perdida em sua luxúria. Foi quando a ruiva se decidiu por levar os seus beijos ainda mais para baixo, sob a curva de sua barriga. Acariciou as dobras da lateral de seu ventre com suavidade, permitindo-se sentir cada centímetro do corpo de Aya debaixo de suas palmas. Percebia pelas reações da amante que estava caminhando na direção certa.

Em seguida, Loenna ousou um pouco mais e levou finalmente seus beijos para entre as pernas de Aya, recobertas pela seda de suas calças. Dali ela conseguia sentir o cheiro, o calor e a umidade que atravessavam as finas camadas de tecido responsáveis por recobrir a sua parte mais sensível. Encarou-a por um segundo, incapaz de acreditar que havia chegado tão longe com a enfermeira.

E então? ー O chamado de Aya a trouxe de volta para a realidade. ー Estou esperando.

Loenna sorriu e, de uma só vez, retirou as calças e a roupa íntima da enfermeira, deixando-a completamente nua.

A garota pausou por um momento para contemplar o corpo despido de sua amante. Tinha braços grossos, seios fartos, uma barriga saliente que dobrava-se sob si mesma, duas pernas roliças e exuberantes e toda a sua beleza era ornada com estrias transversais que, para Loenna, eram belos desenhos alegres e vibrantes. Seu mais notável traço, contudo, ainda eram os seus penetrantes olhos verde-esmeralda.

Essa era Aya. Rechonchuda, singela e bela. A perfeição aos olhos de Loenna, tão bonita quanto Serpente, apesar de ambas as belezas serem essencialmente diferentes.

Ainda é donzela? ー Perguntou Loenna, lembrando-se do que a parceira lhe dissera anteriormente. Para seu deleite, Aya sorriu.

Me deflore. ー Confirmou ela. ー Eu sei que é isso que você quer. Mas antes eu espero que você tire o resto de suas roupas... Quero ver suas belas pernas e nádegas desnudas.

Loenna sorriu. Era costume de Serpente elogiar suas pernas e glúteos, mas jamais esses elogios lhe causaram tanto impacto quanto as palavras cheias de malícia de Aya naquele momento.

Em um só ato, a garota levou sua saia e sua roupa íntima ao chão e a enfermeira, satisfeita, afastou suas pernas, deixando sua intimidade peluda e úmida exposta para a sua líder.

Estou pronta. ー Disse, sorridente. ー Faça o que quiser de mim.

Dado o sinal verde, Loenna esgueirou-se por entre as pernas de Aya e afogou-se na lubrificação de sua amada. Sentiu de pertinho o toque almofadado de sua pelagem inferior, sentiu os lábios de baixo de Aya tocando os seus lábios de cima... E, ao encontrar-se com o clítoris da parceira, Loenna esgueirou sorrateiramente sua língua para as intimidades da enfermeira, e permitiu que esta trabalhasse por si só.

Fora um começo vagaroso, no que Aya soltou gemidos consistentes e prolongados. Ela se retorcia, ainda sob controle, permitindo que as sensações dominassem seu corpo. Agarrava os próprios seios conforme a língua de Loenna passeava sobre sua parte mais sensível. E, então, a garota decidiu aumentar o ritmo.

Aya urrou de prazer; Seu corpo todo tremia, ela estava à mercê da língua de Loenna. A garota a pincelava com vontade, sentia toda sua estrutura ceder. Loenna encontrou, então, um momento propício para deixar dois de seus dedos adentrarem nas intimidades de Aya.

E, nisto, a enfermeira se perdeu de vez.

Mergulhada no próprio desejo, Aya gemia alto, perdia o controle do próprio corpo e rebolava sob os mandos e desmandos de Loenna. Estava completamente entregue, descontrolada, apertava a cabeça da amante entre suas voluptuosas coxas. E Loenna continuava, lambia a vênus da enfermeira ao mesmo tempo em que deixava seus dedos saírem e entrarem de sua entrada, fazendo o êxtase de Aya crescer mais e mais, até que...

Enfim o auge veio para Aya. Seu corpo sucumbiu ao prazer e a moça chegou no fim de seu deleite. No processo, deixou Loenna completamente úmida; A garota percebeu os olhos revirados da amante, seus músculos se contrairam completamente apenas para relaxar pouco tempo depois, deixando a enfermeira mole, quente e ofegante. Loenna sorriu.

Subiu com seus beijos pelo corpo da amante, de sua vênus até a cintura, barriga, tórax, seios, pescoço e por fim tascou-lhe um demorado e molhado beijo na boca, apenas para selar a conexão sexual de ambas, na qual Aya havia deixado de ser donzela, e Loenna conhecera uma mulher diferente de Serpente.

Eu sempre vou me derreter toda com a sua boca na minha. – Disse Aya, arfando, totalmente melada de suor.

Loenna sorriu e caiu para o lado, também exausta. Seus cachos arruivados grudavam-se em sua testa e seu rosto estava completamente vermelho.

Você gostou? – Loenna brincava com os cabelos ondulados da amante. Seus belos olhos verdes pareciam brilhar. – Foi uma boa primeira vez?

– Foi ótimo. – Respondeu Aya. – Já tive prazeres maiores sozinha, mas nada se compara com a conexão que tive com você agora. Seu toque, seu beijo, sua língua, sua respiração... Sentir tudo isso junto foi surreal.

Loenna franziu o cenho.

Já teve prazeres maiores... Sozinha? – Perguntou.

Você nunca se tocou? – Questionou Aya.

Loenna fez que não.

Pois deveria. – Aya sorriu. – É uma delícia. Você vai conhecer seu próprio corpo e não dependerá de Serpente para ser feliz.

Eu... ー Loenna piscou. ー Vou me lembrar disso.

Aya riu baixinho e deu um beijo na testa de Loenna. Envolveu a garota com os braços e inspirou com o nariz colado em seu pescoço, sentindo seu aroma pós-sexo. Loenna sorriu; Gostava de se sentir querida pela enfermeira.

No momento mais romântico das duas, Aya quebrou o silêncio com uma simples pergunta:

Como é o gosto?

Loenna franziu o cenho. A que Aya se referia?

Gosto do que? ー Questionou ela.

ー O gosto de uma mulher. ー Explicou Aya. ー Eu sempre quis saber como é.

Para a infelicidade da moça, Loenna não sabia responder sua pergunta. Como descrever seu gosto? Era mais simples liderar uma horda de rebeldes.

Eu não sei responder a essa pergunta. ー Loenna foi obrigada a admitir.

Aya sorriu com malícia e levou sua mão direita para entre as pernas de Loenna. A garota sentiu um arrepio com o toque dos dedos da enfermeira em sua intimidade.

Posso descobrir por mim mesma? – Aya definitivamente não era boba.

Loenna assentiu com a cabeça e a moça levou seu rosto para as suas intimidades.

Aya passou um tempo contemplando o seu próximo brinquedinho; Desenhou a vulva de Loenna com os dedos, sentiu seu cheiro, seu calor. E, por fim, deixou que sua língua deslizasse até a saliência rosada da parte mais íntima da amante e deu início aos seus trabalhos.

De início, a garota teve que guiar a enfermeira, mas quando esta acertou, a ruiva se viu em um entusiasmo crescente. Aya pintava com sua língua, para cima e para baixo, depois em movimentos circulares. E o prazer de Loenna só crescia.

Seus gemidos se tornavam mais intensos e seu corpo dançava sob a boca de Aya. Sentia-se nas nuvens, a enfermeira realmente sabia o que fazer. Pouco a pouco, Loenna urrava, estava perdendo o controle de seu corpo; E foi nesse êxtase crescente, no meio de seus gemidos roucos, que a garota alcançou o ápice de sua satisfação; Aya fora capaz de lhe dar prazer tão bem quanto Serpente era.

A enfermeira percebeu que Loenna já havia chegado lá. Sorriu maliciosamente, brincou com seus cachos inferiores e se levantou, deitando-se novamente ao lado da amante, posicionando seu nariz ao lado do pescoço da garota. Seu cheiro deveria ser como um delicioso perfume para ela.

Eu adorei o seu gosto. ー Aya fazia círculos com os dedos no tórax de Loenna. ー Espero prová-lo mais vezes.

Loenna sorriu. Estava mole, ofegante, recuperando-se da satisfação que tivera ao encontrar-se com a língua de Aya. Aquele momento era, para ela, tão único que ficaria em sua memória para todo o sempre.

Eu também espero senti-la novamente. ー Afirmou ela, acariciando o couro cabeludo da enfermeira. ー Quero mais de você. Dia após dia.

Aya sorriu com doçura e, com aquela declaração, mergulhou no mais intenso dos sonos. Loenna fechou os olhos e preparou-se para adormecer também.

Às vezes se questionava se aquele momento não iria afetar sua relação com Serpente. A amante não se incomodava que Loenna se deitasse com outras pessoas, mas e quanto a amor? O que Loenna sentia por Aya era um pouco mais forte do que uma simples conexão sexual. Ela não sabia muito bem caracterizar este sentimento.

Bem, isso era um problema para mais tarde. No momento, a única coisa em que Loenna tinha que se concentrar era em seu corpo mole e cansado, sedento por uma boa soneca.

***

Algum tempo depois, Loenna finalmente se deu conta de que estava no meio de uma guerra; Infelizmente sua volta à realidade não foi muito amigável, porque ela se deu por meio de um estridente grito de Lenrah Moran do lado de fora da barraca de Aya.

EI! PESSOAL! ー Era a sua voz. Inconfundível. ー TEM GENTE FERIDA AQUI FORA!

Num pulo, Aya despertou junto com Loenna. Observou a silhueta de Lenrah do lado de fora e pareceu desesperada.

EU ESTOU NUA! ー Berrou, corada de vergonha, ao passo em que recolhia seus trapos.

NÓS PRECISAMOS DE VOCÊ. ー As palavras de Lenrah pareciam pesadas; Era como se... Algo não estivesse certo. ー POR FAVOR, VISTA-SE!

Aya se apressou em vestir-se de suas roupas íntimas, calças e blusa. Loenna fez o mesmo, com o coração apertado pelo tom de voz de Lenrah.

O que você acha que aconteceu? ー Questionou Loenna.

Eu não sei. ー Aya deu de ombros. ー Mas, pelo visto, eu tenho trabalho a fazer.

A garota, ciente de que estaria atrapalhando o trabalho da enfermeira, se retirou da cabana; Entretanto, o susto que levou ao se deparar com o que a estava esperando foi tamanho, que Loenna preferiria ter continuado ali dentro. Uma multidão de feridos aglomerava-se do lado de fora da cabana de Aya, alguns mais atingidos, outros menos, mas todos eles tinham ao menos uma fonte de sangue no corpo.

Algo havia dado errado.

Loenna passeou pelo acampamento por alguns minutos e tudo o que viu fora gente machucada, gente desanimada, gente desesperada... Quantos haviam morrido? Não, não. Aquilo não era possível. Eles haviam planejado aquele ataque por dias, por que havia dado errado?

E a horda de pessoas não cessava, um após o outro, um mais machucado que o outro, isso quando chegavam bem. Quando viu Eliah retornando, toda ferida e lesada, porém viva, Loenna teve certeza de que não queria mais esperar por respostas. Dirigiu-se até a amiga e fez o seu questionário:

Eliah! ー A garota arregalou os olhos quando ouviu seu nome, como se temesse mais uma multidão de Kantaa assassinos atrás dela. ー O que aconteceu? Porque essas pessoas estão todas machucadas? Por que tantos mortos?

Loenna... ー A voz de Eliah era triste. ー Os Kantaa sabiam de nós. Eles se prepararam para nos atacar.

A garota sentiu seu corpo todo gelar. Então o plano havia falhado e descoberto pelos seus inimigos. Droga, ela deveria saber que isso iria acontecer! Era uma péssima líder.

Onde está o pessoal da linha de frente? ー Questionou ela. ー Serpente, Digan, Steda... Só vi Lenrah.

Lenrah veio na frente para guiar o pessoal enquanto recuávamos. ー Eliah explicou. ー Serpente e Digan ficaram para trás para atrasar os Kantaa. Já Steda... Eu não sei, eu não me lembro dele, achei que sequer estivesse...

Eliah interrompeu-se de imediato e Loenna não precisou de muito para focalizar o motivo. Percebeu que a multidão de injuriados finalmente teve fim, e ao seu tão trágico final, marchava num só passo uma mulher alta, magra, cabelos cacheados escuros e muito machucada — Serpente. — Carregando em seus braços um rapaz... Um rapaz musculoso, de cabelos pretos, feições asiáticas...

DIGAN! — Os olhos de Eliah se encheram de lágrimas. Acompanhada de Loenna, ambas foram em direção a Serpente e ao corpo que ela carregava em mãos. A amante de Loenna tinha um enorme corte na testa, por onde escorria sangue, e não parecia muito feliz. — Por favor, me diga que ele está vivo...

Entretanto, Serpente fez que não com a cabeça. Havia um enorme corte no peito de Digan e de sua boca escorria sangue.

Eu tentei salvá-lo. — Serpente suspirou. — Mas infelizmente ele foi severamente ferido, morreu no caminho. Achei que pelo menos a honra de ter o corpo selado de uma maneira digna ele merecia...

Eliah, ajoelhada sobre o cadáver de Digan, se acabava em prantos. Loenna sentiu-se desesperar; Seu império estava desmoronando e não havia nada que ela podia fazer.

Ciente de que talvez não houvesse alternativa, Loenna correu. E correu. E correu. Correu para bem longe, para perto de um riacho que emanava sua refrescância na tarde quente. E só então permitiu que as lágrimas deixassem seus olhos; Não apenas as lágrimas eram suas companheiras agora, mas também o fracasso. O fracasso de uma guerreira que outrora se mostrava tão promissora, agora via tudo ruir da forma mais desastrosa possível.

Ao longe, a lua brilhava. E brilhava como os olhos de Aya. Pensar em Aya só fazia Loenna se dar conta do quanto era uma péssima líder, porque enquanto seus subordinados se machucavam e feriam, ela estava praticando atos libidinosos com a enfermeira. E sempre fora assim, não fora? Ela deixava seus instintos sobreporem a razão, deixava a impulsividade e a irracionalidade lhe dominarem. Ela não era uma péssima líder, era uma horrenda líder. Deveria deixar tudo nas mãos de Fowillar e seguir seu caminho enquanto uma reles assassina, como sempre deveria ter sido.

E ela não tinha ideia de quanto tempo se martirizou por ser um completo fracasso, mas o entardecer já caía quando uma familiar voz a chamou.

Você precisa de ajuda? — Era Fowillar. Seus olhos não estavam tão inchados quanto os de Loenna, mas ele também estava em situação de desgaste.

E você vai poder me ajudar? — Loenna apreciava a companhia de Fowillar e havia aprendido a lidar com seu mau humor, mas algumas vezes ela apenas queria amargar a dor sozinha.

Bom, eu conversei com a Serpente... — Fowillar sentou ao seu lado e o costumeiro cheiro de cigarro invadiu as narinas de Loenna. — Ela achou que você precisava mais de um amigo do que de uma amante. E me prometeu segurar as pontas por um curto período de tempo. Ou delegar isso para Lenrah, que é o que eu acho que ela vai fazer até a gente voltar.

— Até você voltar. — Corrigiu Loenna. — Eu não quero mais nada disso. Sou um fracasso e, nas minhas mãos, essa horda de rebeldes está fadada ao fracasso.

— Perdemos a batalha, mas não a guerra. — Era um tanto quanto inusitado ver Fowillar otimista, isso ela tinha que admitir. — Vamos, um vitorioso tem seus altos e baixos. Você não pode desistir porque passou por seus baixos.

Loenna limpou as lágrimas com as costas da mão.

Ele salvou minha vida uma vez, sabe? — E resfolegou. — Digan Wuri. Eu tinha dezoito anos, era jovem e fraca. E, agora que sou um pouco mais do que isso, não fui capaz de evitar sua morte. Eu deveria ter seguido para a linha de frente e morrido no lugar dele.

— Isso foi realmente uma tragédia. Mas não é culpa sua. — Disse Fowillar, repousando o braço sobre seus ombros. — Lenrah me disse que eles sabiam nossa estratégia de cor. Como se alguém houvesse contado para eles.

Loenna piscou os olhos. Aquele fato era realmente curioso, e algo a se preocupar.

Alguém contou para eles? — Era uma acusação muito séria.

Desconfio que existam traidores entre nós. — Sussurrou Fowillar. — Mas ainda não tenho nomes.

— Eu também não. — Admitiu Loenna. — Quem sabia de nossa estratégia? Somente eu, você e...

Uma luz se acendeu em sua cabeça. Ela havia resolvido o mistério.

Steda! — Exclamou. Fowillar franziu a testa.

Steda? — Questionou, tão confuso quanto Loenna estava convencida. — Por que Steda saberia de nosso plano?

E Loenna sentiu seu rosto queimar. Como contaria que havia se aberto ao traidor depois de uma noite que sequer havia sido boa? No fim das contas, a culpa continuava sendo dela.

Mas Fowillar precisava saber.

Eu e Steda... Nós tivemos... — Loenna deslizava as mãos sob os ombros. — Um breve relacionamento, e...

Foi naquela frase interrompida que a tragédia aconteceu.

Antes que Loenna pudesse completar seu martírio, repentinamente dois homens encapuzados sairam de trás da escuridão e agarraram a ela e Fowillar. Eles carregavam lenços umidecidos nas mãos e Loenna duvidava que haviam sido embebidos em água.

Ei! — Loenna lutava contra o homem que a agarrava com força. — O QUE VOCÊS...

O homem levou o lenço ao nariz de Loenna, fazendo-a inspirar seu conteúdo; E a garota instantaneamente sentiu tudo rodopiar, rodopiar... A cor do céu ia sumindo, o som do vento não mais era ouvido...

E, então, Loenna apagou. Fowillar, desacordado, caiu ao seu lado em um ruído surdo. Os dois homens puseram uma venda sobre suas vítimas e arrastaram seus corpos para a imensidão ao longe. 

***

Oi pessoal! Como vocês estão? Espero que estejam bem. Peço perdão pelo capítulo imenso, é o segundo maior da história, perdendo apenas pro capítulo da batalha final. Esse também é o último hot da história, eu garanto (ahahaha)
Deixem a opinião de vocês se estiverem confortáveis com isso! Eu fico muito feliz e me ajuda muito a melhorar. Obrigada pela atenção e até quarta!

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