Cap 64 - Embarque

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Estou me proibindo de ingerir qualquer álcool ou qualquer substância perigosa. O cheiro dessas coisas está me enjoando, e também fiz uma promessa com os gêmeos e com a minha mãe de que isso, em hipótese alguma vai voltar a acontecer. Minha vida voltou a entrar nos eixos exceto por uma coisa...

A minha garota ainda não voltou pra mim...

Diana me explicou o que aconteceu, o que também foi um dos motivos para eu voltar para o maldito bar e ter a overdose. Falou que Amber está na casa de sua mãe, sendo cuidado pela mesma o que não me tranquilizou em nada. Eu não fazia ideia da profundidade da situação, e quando descobri, perdi o chão completamente. É muito pior do que eu pensei, e fiquei sem estruturas para lidar com isso. Se Andy não estivesse lá em casa naquele noite, eu teria ido atrás da garota na mesma hora, mesmo sem saber a sua localização.

Daria um jeito, não importava como.

Já faz umas semanas que eu me foquei em cuidar de mim mesmo e de me distrair, sem focar na Amber. Estou tomando remédio para fome, e recuperei o peso perdido, e até mais um pouquinho. Com os exercícios diários meu corpo ficou mais definido, me fazendo cortar o cabelo e até pinta-lo de preto, o que fez Hannah dar pulinhos de felicidade quando eu aceitei que ela pintasse. Fiz mais três tatuagens; uma de pequenas asas nas costas; um grande leão no interior do antebraço esquerdo; e uma caveira mexicana no braço direito. Minha autoestima aumentou muito depois dessas mudanças.

Sei que foi meio radical, porém, foi um jeito meu de dizer pra mim mesmo que as coisas mudaram.

Cheguei cedo no trabalho já que hoje Diana avisou que eu teria que separar as papeladas de ontem. Ela investiu e negociou com os asiáticos, e a quantidade de papéis presentes é absurda. Fiz questão de chegar o mais cedo possível e já fui logo separar os tópicos principais, colocando em pilhas lado a lado. No começo foi muito difícil me adaptar, porém, acho que já peguei o jeito para isso. Não estou no maior cargo e nem um dos melhores, mas só de ter uma sala pra mim é uma grande felicidade.

Encarei a tela do meu celular vendo uma mensagem da minha mãe agradecendo pelo café já feito que deixei. Ela largou uma escola e trabalha menos agora, ficando menos cansada e tendo mais disposição para as duas restantes.

Comecei a digitar alguma coisa sobre Rita ter um bom dia no trabalho quando Roxy bateu levemente na minha porta, apoiada na mesma com a saia preta bem colada ao corpo e a blusa social acinzentada transparecendo o sutiã vermelho, da mesma cor que o seu batom. Seu cabelo loiro é bem chamativo, e ela da em cima de mim desde que mudei a minha aparência. No começo mal olhava pra minha cara, mas agora...

  - Senhor Rossi? Um recado para o senhor

  - Já conversamos sobre formalidades, Roxy. Pode me chamar só de Dener

O salto dela bateu contra o piso conforme a mesma foi se aproximando, exalando sua sensualidade de mulher com vinte e cinco anos. Claro que ela é linda, porém eu não quero outra boca.

Não essa, pelo menos.

  - Acho que o seu sobrenome é mais atraente de se pronunciar - Sorriu sem mostrar os dentes.

  - Como quiser. - Voltei a olhar para a minha papelada, voltando a ler e a organizar. - O que deseja?

  - Tem uma mulher querendo vê-lo. Tentei dizer que estava ocupado, mas ela insistiu em falar que é importante - Ergueu uma sobrancelha, sem fazer esforço de disfarçar o desdém.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now