Capítulo 23

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Vidigal, Rio de Janeiro.
15:46

Onnika.

Tava puta da vida com o Thiago, desde cedo com uma tal surpresa, mas nem pra almoçar o ridículo apareceu hoje.

Ana: Vic, vai com a Thay no mercado pra mim?

Onnika: vou sim -terminei de colocar o último prato no escorredor e fui indo até a sala.- é pra comprar o que?

Ana: compra as coisas pra eu fazer um bolo pra você.

Thay: pra ela? -cruzou os braços olhando pra mim e pra mãe dela.- em que momento da minha vida eu perdi o cargo de filha preferida pra Onnika?

Ana: a Thays, você me poupe viu!?

Onnika: o que eu posso fazer se ela me ama, cara? -disse rindo fazendo a mesma me dar dedo.- bora logo.

Thay: cada coisa viu. -foi andando até a porta de saida da casa e eu fui junto com ela.

Nós duas saimos de lá e fomos andando em direção ao mercado que tinha ali perto.

A Thay a cada dois passos encontrava alguém que conhecia e cumprimentava, então o que demoraria 10 minutos triplicou.

Quando entramos no mercado foi bem mais rapido, cada uma foi pegando as coisas e em pouco tempo já estavamos pagando as comprar.

Thay: ai tu leva essa sacola aqui, ta pesada pra caralho.

Onnika: você é uma fresca mano. -peguei a sacola na mão dela e a mesma riu.

Thay: e você me ama, né nega?

Onnika: você se acha, né?.

Voltamos pra calçada e fomos andando em direção a casa novamente. Quando já estávamos perto de chegar senti uma moto encostando do meu lado e logo tomei um susto.

Thay: tá ficando doido, Thiago?

TH: boa tarde pra você também Thays, e não não to. -deu um sorriso irônico.- oi, né dona Onnika?

Onnika: oi né. -olhei pra ele.- achei que ia passar em casa pra almoçar.

TH: nem deu, tava cheio de coisa pra resolver,  ainda teve a ronda no horário de meio dia. -arquiei a sobrancelha e ele fez uma careta me olhando.- bora ali comigo? te mostrar aquele bagulho que eu te disse de manhã

Onnika: nem da, tenho que ajudar a Thays com essas compras.

TH: nós leva as comprar até em casa e você sobe comigo ué.

Thay: vai mulher, pra mim tá tranquilo.

Onnika: pode ser então...

Subi na moto com ele ajeitei as sacolas no braço, tava pesado pra caralho, mas dava pra aguentar por mais uns 2 minutos.

Thiago acelerou a moto e seguiu caminho até a porta de casa.

TH: deixa ai na calçada, ninguém vai mexer não e a Thays já ta vindo ali. -apenas balancei a cabeça e coloquei as sacolas encostada no portão, logo voltando pra moto novamente.

Em momento nenhum passava pela minha cabeça o que poderia ser essa tal surpresa, ele não me dei nenhuma dica nem nada.

Descemos a favela até a primeira entrada, ele parou bem em frente de um galpão, tipo um ponto comercial vazio, ta ligado? Tinha uns caras pintando as paredes e pá.

TH: era essa a surpresa, uma das supresas na real...

Onnika: como assim? -desci da moto e olhei lá pra dentro.

TH: isso ai é seu, preta. você vai abrir o seu, ta ligada? um lugar pra tu trabalhar com os bagulhos lá de cabelo que você queria.

Onnika: ta me zoando, né Thiago? -olhei pra ele.

TH: claro que não né idiota. -desceu da moto e parou do meu lado.- você agora tem que resolver sobre os bagulho que tem que comprar, cor e os caralho. minha parte vai ser dar o dinheiro pra te ajudar ai, de resto é com a dona.

Onnika: caralho TH, eu nem sei como te agradecer. -abracei ele.- eu to em choque puta que pariu.

TH: não precisa agradecer cria, fica tranquila, bora lá ver como é dentro.

Nós dois entramos e ele foi me mostrando cada detalhe ali. Eu tava muito feliz por ter aquilo, mas também pensando que na verdade era pra eu passar só um mês nesse lugar e as coisas estavam passando um pouco do limite.

Não deixei esse bagulho me abalar, continuei ali vendo as coisas. eu de verdade tava apaixonada por aquele lugar, sempre quis ter meu cantinho assim, o Azevedo sempre me ofereceu, mas eu sempre quis aquilo por merito meu, que também não é o caso agora.

Quando ja tinhamos dado um volta ali dentro, que era bem grande aliás, voltamos os dois lá pra fora.

TH: tem outra coisa também...

Onnika: olha, toma cuidado com o que tu vai falar, daqui a pouco tenho uma crise aqui por tanta informação... -ele deu risada e me abraçou pela cintura.

TH: quero saber se tu aceita ir em uma viagem comigo dia 24?

Onnika: mas Thiago, é daqui a uma semana só, meu Deus...

TH: tu só precisa ajeitar suas roupas, de resto já ta tranquilo, vai ser só um fim de semana.

Onnika: e pra onde vamos?

TH: quer dizer que vamos? -disse rindo e eu revisei os olhos.- Minas Gerais nega, vai ter uma reunião da galera do comando na sexta a noite, sábado vai ter o baile de uma das favelas de lá e no domingo vai ter um encontro lá.

Onnika: entendi...

TH: a gente vai na quinta a noite, descansa quando chegar lá, da uns role sexta durante o dia, a noite eu vou pro bagulho, no sábado e no domingo a gente vai pros outros trem, como eles falam lá.

Onnika: ta bom, ta bom, vou pensar no seu caso. -ele deu um sorrisinho me encarando e logo depois me deu um selinho.

Eu de verdade não sei em que to me mentendo e nem se vou conseguir sair dessa...

Mulher do PoderWhere stories live. Discover now