You're not the only one

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— Bem, obrigado. Estou feliz que tenha aceitado meu convite. — ele responde. O rosto está sério como de costume. — Animado para pegar alguns peixes?

— Claro. — tento sorrir apesar de me sentir nervoso. Não sei bem como me comportar ao seu lado.

Ele começa a dirigir logo em seguida e, antes de chegarmos ao primeiro cruzamento, liga o rádio em uma estação qualquer. A música baixa que preenche o espaço silencioso, faz com que ele se torne consideravelmente mais aconchegante. A fim de relaxar um pouco, deixo a cabeça pender para trás, no encosto do banco. Presto atenção na estrada pelos primeiros dois minutos, mas, aos poucos, sinto minhas pálpebras pesarem. Ao me dar conta de que posso acabar dormindo, pego o celular para tentar me distrair. Assim o sono irá embora.

— Any queria vir com a gente. — Edward comenta ocasionalmente.

— Sério? — ele assente. — E por que não a trouxe? — não escondo a decepção em minha voz.

Eu adoraria sua presença, não só porque o simples fato de tê-la por perto me anima, mas também porque sempre que o pai ensaia o início de um interrogatório, Gabrielly vem em meu socorro. Tenho certeza de que as coisas serão bem mais difíceis sem ela. Sinto-me desprotegido. Irônico, não?

— Porque precisamos falar de alguns assuntos. — responde. Eu o observo, confuso.

— Que assuntos?

— Do tipo que você, certamente, não gostaria que ela soubesse. — ele me olha brevemente antes de voltar sua atenção à estrada.

Fico em silêncio, sem saber o que dizer. Do que esse homem está falando, afinal? Será que ele realmente sabe o que Sabina, Joalin e eu fizemos para ajudar Noah àquela noite? Ou está me testando? Encaro a janela, com o cenho franzido. Não, ele deve estar se referindo à assuntos totalmente diferentes, como eu ter entrado no quarto de sua filha, por exemplo. É isso, eu só estou sendo paranoico outra vez. Se minha ida até a delegacia estivesse em pauta, Sr Paliwal teria me dado voz de prisão, não um convite para pescar.

Não trocamos qualquer palavra até chegarmos ao lago e, sinceramente, acho melhor assim. Ao menos ganho alguns minutos para pensar um pouco sobre tudo. Quando o carro é estacionado, respiro fundo antes de me soltar do cinto, preparando-me para o que quer que seja. Em contrapartida, o pai de Any salta tranquilamente e vai cantarolando até o porta-malas. Ainda estou sentado quando ele termina de pegar os equipamentos de pesca e os ajeita na beira da água. Ao vê-lo bater a porta, finalmente saio do carro.

— Venha, garoto. Sente-se. — ele aponta uma das duas cadeiras dobráveis que dispôs ao lado de uma caixa térmica e uma maleta repleta de coisas que desconheço. Faço o que me pede.

— Não sei se serei uma boa companhia para o senhor. Nunca pesquei antes. — comento, assistindo-o também se sentar e começar a mexer em pequenos ganchos de metal.

— Tudo bem, eu não me importo. — o moreno me olha e, pela primeira vez, um pequeno sorriso surge em seu rosto. — Nós dois sabemos que esse não é o motivo pelo qual insisti tanto para que viesse comigo.

Entro em estado de alerta devido ao sinal de perigo. Ele pode estar falando sobre qualquer coisa, então é preciso cautela.

— Do que está falando? — pergunto com sinceridade. Não sei o que esperar.

— Então quer continuar agindo como se não houvesse nada errado? — as sobrancelhas se arqueiam levemente, fazendo-me engolir em seco. — Francamente, Josh, posso ver a tensão em seus ombros. Seus poros exalam medo.

— Não estou com medo, só nervoso. — apresso-me em dizer. — Any é a primeira garota com quem me envolvo e, consequentemente, o senhor é meu primeiro sogro. Não pode me culpar pelo desconforto, pode? — arrisco.

Touching Paradise • BeauanyDonde viven las historias. Descúbrelo ahora