DEZENOVE

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PODERIA DORMIR POR HORAS. Depois de ter ficado acordada tanto tempo tentando encontrar uma forma não tão estranha de dormir ao lado de Lowan, faria tudo por mais alguns minutinhos de sono. Acordei em uma posição extremamente confortável, o que era duvidoso devido ao espaço mínimo que a tenda dispunha. Ainda não havia aberto os olhos, mas conseguia sentir o peso de algo me envolvendo, e devido ao sono, não julguei tão necessário voltar a realidade para acabar com isso. Estava quase adormecendo novamente quando escuto algo batendo na tenda do lado de fora.

— Levantem. Ainda temos muito chão pela frente.

Abri os olhos relutante. Minha mão estava enlaçada na de Lowan, que mantinha um braço em volta de mim. Nos afastamos lentamente sem entender como chegamos a essa posição.

— Bom... bom dia — disse sonolenta enquanto me sentava.

— Bom dia — respondeu com a voz rouca.

Saímos da tenda com um pouco de pressa. O ar agradável da mata era reconfortante. Ajeitei meu cabelo na medida do possível e fui até Emma.

— Bom dia Wez. Lamento estragar o sono da beleza, mas precisamos chegar em Oriwest para o almoço.

— Tudo bem. — Meus olhos pesavam.

— Ah Lowan — sinalizou a general indo até o mesmo —, foi até o lago que eu havia te dito?

— Lago? — Escapuliu depressa da minha boca.

— Sim. Tem um lago aqui perto, ele tem alguns uma poção curativa natural. Existem muitos espalhados por A Floresta. Enquanto cavalgávamos, lhe contei sobre o lago. Sua ferida sumiu sem cicatrizes, certo?

Lowan assentiu corando. Então ele precisava ir até o lago. E eu não devia ter o procurado. Por que ele não havia me contado? Ele perguntou se eu gostaria de voltar para a tenda. E então comecei a sentir que fui apenas um peso a mais naquilo. Minhas bochechas começaram a queimar também. Nada daquilo teria acontecido se eu tivesse voltado.

— Você está bem? — Perguntou Emma.

— Ah, estou, tudo certo — respondi rapidamente.

Subi em Magnus com um pouco de remorso, sem saber ao certo porquê. Agora é o momento certo para tirar suas próprias conclusões, não se culpe tão cedo, repetia a mim mesma.

Chegamos cedo em Oriwest, com tempo de sobra para escondermos os cavalos na medida do possível. Era estranho que o lugar não possuísse nenhum tipo de muralha, então era incrivelmente fácil entrar lá.

Oriwest era diferente. Muitas vezes a Governanta me contara o quão sortuda eu era por ter parado em Syfer; que as pessoas de Oriwest eram aprisionadas e feitas de escravas. Não que eu pretendesse acreditar em algo dito por aquela mulher depois de descobrir o tipo de coisa que ela fazia com Lowan. Ignorei o pensamento sobre ele quase na mesma hora.

O lugar era mais colorido, apesar do dia sempre ser nublado, e as pessoas ocupavam as ruas muito mais satisfeitas e em maior número. Parecia mais amistoso do que Syfer, mas havia aprendido da melhor forma a não me deixar levar pelas aparências.

Andamos bastante até Emma entrar em um local fechado dentro de um beco. Dava pra ouvir a agitação de fora, e assim que adentramos logo atrás da general, percebemos que o ambiente era preenchido de música e muita movimentação. Era uma espécie de bar, mas claramente não era apenas frequentado por pessoas como nós. Haviam criaturas bem estranhas nos balcões e mesinhas, bem parecidas com duendes ou qualquer outro tipo de criatura retirada do universo de "Star Wars" ou "Guardiões da Galáxia". Por mais interessante que fossem, eram intimidadoras e preferi manter o máximo de distância que pudesse de qualquer um. Pegamos um assento bem no fundo, e antes de Emma falar, se certificou de que os olhos que nos fitavam desde nossa chegada já haviam encontrado algo mais interessante para fazer.

Princesa das Trevas (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora