— Nossa quanta gente aqui. — Sam falou, passando seus olhos pelo povo.

— Férias né. — Comentei, tentando explicar o motivo de tanta gente.

— Pode ser. Tomara que tenha muitos meninos aqui. — Falou, com um olhar malicioso.

— Nem pense em me deixar sozinha aqui. — Reclamei, fazendo cara de mal.

— Não irei desgrudar de você hoje. — Ela falou, passando seus braços ao meu redor.

Ficamos conversando durante um bom tempo, e quando percebi já estávamos na quarta caipirinha. Tudo estava bom. O ambiente sempre foi agradável, mesmo porque, o dono era pai de um dos nossos amigos do colégio.

— Acho que terei vizinhos novos. — Comentei, lembrando-me do que vi hoje quando saí de casa.

— Como sabe? — Perguntou ela.

— Vi um caminhão com móveis, na casa da frente quando fui para o trabalho. — respondi.

— Viu algum menino? — Perguntou toda interessada.

— Não vi ninguém, só os móveis mesmo. — Falei desinteressada.

Continuamos conversando, agora sobre outros assuntos, aleatórios. De vez em quando alguns meninos trocavam olhares com Sam, que não tinha vergonha na cara de não desviar. Quando eles achavam que iria rolar alguma coisa, ela era curta e grossa.

Pelo menos não teria que ficar sozinha, no meio de tantas pessoas. Quando nos levantamos para ir embora, seguimos na rua. E quem que me apareceu? Alex. Quem eu menos queria ver. Ele veio com uma conversa mole pro meu lado.

— Por favor, fica comigo só hoje. — Ele falou, já com os braços em volta de mim.

— Já disse que não posso, estou namorando. — Falei, tentando fazê-lo desistir.

— E cadê sua aliança? — Perguntou, apontando para o meu dedo.

— Mandei fazer, não ficou pronta ainda. — Respondi, fazendo uma careta.

— Para de mentir Mel, sério me da uma chance. — Ele falou.

Não aguentava mais aquele garoto no meu pé. Todo dia era a mesma coisa, só me ver e começar a correr atrás de mim. Vi um menino alto se aproximando, não consegui enxergar muito bem como ele era. Mas não pensei duas vezes, tirei os braços do Alex do meu redor, e segui até ele.

— Meu amor, você chegou finalmente. — Falei, enquanto envolvia o garoto com meus braços, e lhe beijava na boca.

O garoto não falou nada, apenas correspondeu ao meu beijo, e eu lhe agradeci por isso. Quem sabe assim Alex finalmente sairia do meu pé. O beijo do menino era muito bom. Cheguei a perder o fôlego. Parei, encarando o mesmo, e comecei a sentir minhas bochechas arderem.

— O que foi isso? — Ele perguntou, com um pequeno sorriso no rosto.

— É que tinha um menino, que estava no meu pé. E esse foi o único jeito de ele parar de me seguir. — Falei, tentando explicar para o garoto o que aconteceu.

— Ah bom, acho que ele acreditou. Até eu acreditei que era seu namorado, durante o beijo. — Falou, tirando uma onda com a minha cara e morri de vergonha.

— Me desculpa, já pensou se sua namorada visse isso? — Perguntei, depois de ver o anel em seu dedo.

— Relaxa nem estou namorando. É que assim as meninas não ficam se atirando tanto para cima de mim. — Falou, piscando para mim.

— Isso não funcionou muito comigo, torce para não ter nenhuma louca, igual a mim, por aí. — Falei sorrindo para ele.

Ficamos jogando conversa fora por mais um tempo. Ele me parecia um garoto muito legal. Mesmo porque, depois do que fiz com ele, achava que me sentiria estranha em relação a aquilo, mas tudo estava correndo bem.

— Desculpa, mas já está tarde e preciso ir. — Falei me despedindo dele.

— Tudo bem. Quem sabe a gente se esbarra por aí. — Falou me dando um beijo na bochecha.

— Tchau. — Falei e saí andando com Sam.

Ela me deixou na porta de casa, e primeiramente tomei um banho. Ainda era 02h00min da madrugada, e fiquei pensando na besteira que tinha feito. Quem sabe se eu não tivesse bebido nada, não teria acontecido àquele incidente, mais cedo.

Acordei ao contrário do dia anterior, as 09h00min da manhã. Ouvia os ruídos que vinham da parte de baixo da minha casa. Escovei os dentes, e passei uma água no rosto. Desci para tomar o café, minha mãe estava sentada na mesa, enquanto meu pai lia um jornal.

— Bom dia amores. — Falei, depositando um beijo na testa da minha mãe e logo em seguida do meu pai.

— Como foi ontem filha? — Perguntou meu pai, já fechando o jornal.

— Foi bem tranquilo, ficamos no bar de sempre. — Respondi, pegando uma fatia de pão.

— Conheceu alguém novo? — Minha mãe perguntou, com um sorriso no rosto.

— Na verdade sim. Mas agora que você falou, sabe que nem perguntei seu nome? — Respondi, e nós três rimos na mesa.

Após o término do café e da nossa conversa. Meu pai foi para a loja, e minha mãe foi resolver algumas coisas no escritório. Logo, dona Barbara chegou, nossa empregada. Ela começou a limpar a casa, enquanto eu assistia televisão.

Ouvi uns barulhos estranhos vindos de fora da nossa casa. Então resolvi ver o que estava acontecendo lá. Era a casa do vizinho, um senhor, parecendo ter a idade do meu pai, ajudava os entregadores a terminar de levar os outros móveis para dentro da sala.

Voltei para o sofá, vendo que não era nada importante. Fiquei entretida assistindo um filme na televisão. Ao ouvir a voz da minha mãe me chamando.

— Filha, a Barbara está terminando a torta, e você levará aos nossos vizinhos novos, tudo bem? - perguntou ela, já sabendo que não recusaria seu pedido.

— Claro mãe, só me avise quando estiver pronta. — Respondi, e continuei prestando atenção no filme.

— Pronto Melissa, pode levar agora. — Barbara falou se aproximando de mim, com a tigela.

Fui andando até a casa vizinha, estava com um pouco de vergonha, não os conhecia. Toquei a campainha, e logo uma senhora abriu a porta, com um sorriso no rosto.

Capítulo revisado pela primeira vez.

Um Novo Alguém (DEGUSTAÇÃO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin