um - alto mar.

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A brisa que soprava e acariciava gentilmente as bochechas da garota de cabelos encaracolados fazia com que cada vez mais sentisse um frio em sua barriga. Estava animada, sabia que muitas coisas a aguardavam do outro lado oceano. Maria Lewis era uma jovem de 20 anos, carregava consigo uma beleza de dar inveja em qualquer garota e uma personalidade forte. Desde cedo aprendeu a lutar pelo o que queria e era isso que estava fazendo agora.
Maria se aproximou do homem que tinha um bigode engraçado, entregando sua passagem para o mesmo conferir, ela sabia que estava tudo certo mas mesmo assim seu coração insistia em acelerar com medo de que algo desse errado. O homem então sorriu e então soltou um "Boa viagem!" fazendo com que a garota sorrisse e entrasse no grande e charmoso navio. Respirou fundo e soltou um riso anasalado enquanto olhava em volta, não podia acreditar que estava realmente ali. O saguão era lindo, havia um grande candelabro de cristal no teto, um elegante tapete todo trabalhado e as paredes eram azuis com adornos dourados. Ela colocou suas duas maletas ao chão e pegou sua passagem, checando para onde tinha que ir até que sentiu um esbarrão em seu ombro direito fazendo com que colocasse a mão em sua cabeça segurando sua boina vermelha. Bufou e olhou para trás tentando ver quem havia feito tal ação.

— Peggy! -viu a moça de cabelos longos e negros advertir, enquanto ria, a garota que a puxava pela mão. Olhou para trás e gritou um "Desculpa" logo seguindo o caminho que a menor guiava.

Ela balançou a cabeça. "Como podem ser tão mal educados e acharam que mandam em tudo por serem ricos?!" Maria sussurrou sozinha e sentiu alguém se aproximar. Ela congelou instantaneamente. Será possível que alguém havia escutada a reclamação da moça?!

— Precisa de ajuda, senhorita? - o homem com traços latinos sorria para Maria que engoliu seco e deu um sorriso ladino. Ele vestia um belo terno.

— Na verdade... Sim! - a garota disse meio sem jeito fazendo com que o rapaz soltasse uma risada.

— Sou Alexander Hamilton - o mesmo estendeu a sua mão e Maria a apertou gentilmente. Ela conhecia aquele nome de algum lugar.

— Maria... Maria Lewis... - ela disse logo soltando a mão do rapaz.

— Posso? -ele diz apontando para a passagem de Lewis que o entrega o pequeno papel, ele analisa por alguns segundo e logo a devolve. - Sua cabine é por ali. - ele explica o caminho para a morena que sorri.

— Obrigada!

— Imagina! - ele também sorri e logo escuta seu nome ser chamado por um grupo de rapaz. - Bom, espero te ver mais, Maria Lewis.

A garota observa Alexander caminhar até o que parecia ser seu grupo de amigos. Mais uma vez, ela enche seu peito de ar e caminha até o caminho instruído por Hamilton até sua cabine. Os corredores, cheios de quadros, chamavam a atenção de Maria que gostava de imaginar a história por trás deles. Gostava de imaginar o que estava passando na cabeça das pessoas eternizadas em pinturas naquele exato momento.
Ela viu a maçaneta dourada e logo passou a chave, rodando-a e abrindo a porta da pequena cabine. Não era uma das mais chiques, mas era confortável o suficiente para Maria. Havia uma pequena janela, onde ela podia dar de cara com a imensidão azul do mar. Uma cômoda, uma cama e uma escrivaninha eram o que ocupavam o pequeno espaço. No banheiro havia apenas o básico também, mas Maria estava tão empolgada e contente por estar ali, que aquilo era o de menos. "Já vivi dias piores, bem piores" ela disse rodopiando no meio do quarto logo caindo em sua cama. Os lençóis, estavam com um cheiro maravilhoso de rosas, ela olhou para o lado e viu um pequeno bilhete de boas vindas na escrivaninha. Esticou o braço para que o alcance.

" Bem-vindos ao Rose Cruise!
          Esse é o primeiro dia de muitos em sua vida. Aproveite!
                     Capitão e Companhia lhe desejam uma
                                                                   boa viagem!"

Maria sorriu e abraçou o pequeno cartãozinho, se levantou num pulo pegando em sua bolsa de mão seu diário, tratou logo de guardar ali a pequena lembrança do "primeiro dia de muitos em sua vida".
Sua família não acreditava que a garota era capaz de formar uma carreira no ramo das artes. Queriam que Maria trabalhasse no ramo da família, mas ela queria mais. Ela sabia que esse mais estava em qualquer lugar, exceto em sua pequena cidade do interior da Espanha.
A morena nem tocou em suas malas e saiu do seu quarto com seu diário e um lápis em suas mãos. Ela queria ver e explorar cada canto possível do navio e pra isso ela teria um longo e bom tempo.

To już koniec opublikowanych części.

⏰ Ostatnio Aktualizowane: Dec 08, 2020 ⏰

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𝟏𝟗𝟒𝟒 - 𝐌𝐀𝐑𝐋𝐈𝐙𝐀Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz