capitulo 3 - A estrela de um céu triste ou o planeta de um céu nublado

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            Os dias na universidade passaram rápidos e Lara logo se enturmou aprender poderia ser considerado um talento acima de qualquer outro que ela apresentasse. E no piscar de olhos chegou o dia da viagem a turma de historia iria para capital do estado de Maryland, Annapolis. Todos foram no ônibus disponibilizado pela instituição e para o desconforto de Lucas, Lara sentou se bem ao seu lado, não havia muito dialogo entre os dois desde o estacionamento, mas Lara era como toda boa brasileira falava pelos cotovelos e isso deixava Lucas um pouco temeroso já que os conceitos sociais aos quais ele pertencia eram bem distintos do dela (“ela abraça todos que cumprimenta isso é tão pessoal” ele pensava, enquanto a observava antes de entrar e sentar ao seu lado).

-Bom Dia, professor. – cumprimentou Lara com um sorriso encantador.

-Bom Dia.

-Sabe dizer se é uma viagem longa?

-Não. Cerca de 38 à 40 minutos.

-Entendi. Incomoda-se si eu usar o fone?

-Não. – respondeu ate aliviado por saber que ela não puxaria mais assunto.

            Chegar a Annapolis é como entrar em uma maquina do tempo a cidade é a oitava colocação entre as menores capitais estaduais dos EUA. Possui um número exorbitante de edifícios históricos. Não existe como não se encantar por esta cidade. Lara fotografava cada passo que dava e por mais que tentasse Lucas volta e meia se encontrava a observa e mais de uma vez questionava a si mesmo o por que. Na volta cada pessoa decidiu sentar na mesmo posição o que voltou a pôr Lucas e Lara lado a lado, com apenas inversão de posição.

-Novamente juntos. – disse Lara ainda eufórica pelo passeio.

-Sim, gostou de Annapolis? – perguntou como se quisesse quebrar o gelo aluno-professor.

-Lógico! Quem não gostaria de um lugar como aquele.

-Senti falta do Brasil?

-Sim, tinha bons amigos lá, mas ter pais médicos é como ter pais militares você acaba se acostumando a se mudar.

-Engraçado, por que seus pais se mudam tanto medicina é uma carreira da qual se pode fincar raízes.

-Ta mais para uma situação onde se paga mais. Se é que o senhor me entende? – sorriu de maneira singela como se a crítica feita aos pais a tivesse envergonhado.

-Entendo.

            Pela primeira vez ele a observou quieta o que era algo bom por que Lucas sempre foi um homem reservado, mas parecia ser estranho para ele vê-la tão silenciosa e eis que Lara o pegou pelo braço puxou para perto dela e apontando para o céu disse: Veja! É a primeira estrela de um céu triste. – Lucas retornou a sua posição anterior e sem fazer muito espanto respondeu: Não, aquilo lá é um planeta e o céu não esta triste esta nublado, creio que vá chover.

(ela sorriu como se tivesse ouvido a mais perfeita piada)

-Ta, bom. – respondeu Lara ainda rindo

-Do que esta rindo? – perguntou Lucas com certa impaciência.

-O senhor está me dando uma informação desnecessária. É como o novo arquiteto que minha mãe contratou ele tem um tom vocal engraçado e perguntou a minha mãe: “a senhora deseja branco gelo ou branco neve, para a sala de jantar.” Não faz diferença, branco é branco e tudo que está céu escuro e límpido é estrela.

            A resposta de Lara o deixou pensante e antes que ele pensasse em retomar a conversa o ônibus chegou ao estacionamento da universidade e todos se retiram seguindo seu caminho e Lucas ao retirar o carro do estacionamento viu aquela mulher menina em seu carro de filme de terror saindo do pátio de estacionamento em mais uma noite fria de Westminster e a caminho de casa Lucas pensava no céu nublado que aos olhos dela era triste e naquele planeta que para os olhos desatentos se passava por estrela.

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