Nossa infância

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"A gente morou e cresceu

Na mesma rua

Como se fosse o sol e a lua

Dividindo o mesmo céu"

Você sempre vinha para minha casa todos os dias, jogávamos videogame até você ficar irritado o suficiente para desistir do jogo. Adorava esse seu jeito competitivo, principalmente quando você ganhava, o seu humor subia em um nível tão bom que, às vezes, eu deixava você ganhar só para ver aquele seu sorriso no rosto, era o motivo da maior parte do meu bom humor.

Éramos inseparáveis. Sempre fomos melhores amigos.

E agora estou deitado no tapete do meu quarto, onde costumávamos ficar quando éramos menores, olhando para o teto pensando em como nos distanciamos. Nossa amizade esfriou. Não sente falta do que a gente tinha?

Eu sempre dizia que você era meu melhor amigo. Mas, depois de um tempo, o meu corpo começou a reagir diferente quando estou com você. É normal sentir borboletas no estômago toda vez que você me abraça? É normal eu sentir meu coração errar uma batida toda vez que você sorri para mim? Amigos se sentem assim um com o outro? Depois de um tempo eu entendi.

Eu queria mais do que uma amizade.

Porém, eu nunca consegui admitir isso para você. Me acharia louco por isso? Você acha errado sentir isso por outro garoto?

Doeu tanto ver você se distanciando de mim e se aproximando de outra pessoa. Senti-me mal, estou me sentindo tão... sozinho.

Essa distância está me matando. Costumávamos passar horas no celular conversando noite adentro e agora você é só mais um contato. Às vezes, o vejo indo para a faculdade e você apenas me dá um aceno de cabeça. Não percebe o quanto sinto sua falta? Não percebe o quanto eu te quero? Você simplesmente não sai do meu pensamento. Sei que é arriscado, mas não consigo mais guardar esse sentimento, tenho que falar para você o que eu sinto. Eu preciso.

Estava decidido do que eu iria fazer quando a campainha da minha casa tocou. Fui atender, já que meu tio e meu padrinho não estavam presentes no momento. Abri a porta e vi que era do correio.

— Sr. Potter? — Fiz um sinal de afirmação com a cabeça e então ele entregou um envelope. Agradeci e fechei a porta.

Sentei na cadeira perto do balcão da cozinha e abri o envelope. Meu sangue gelou, minhas mãos começaram a suar frio assim que eu vi do que se tratava. Era um convite de casamento, do casamento dele.

— Ei, por que não chamaram ele? — perguntei, apontando para o garotinho sentado sozinho nas arquibancadas.

— Ele é um Malfoy — disse o meu colega, enquanto acertava a bola de basquete na cesta. — Meus pais disseram para eu não me aproximar dessa família. Eles são de dar arrepios.

Olhei para o garoto. Não consegui entender o porquê de causar ''arrepios'', ele me pareceu bem inofensivo. Seu cabelo é um loiro quase branco, sua pele um pouco pálida. Eu sabia quem era. Mora defronte à minha casa. Ele parece entediado, nunca tive uma oportunidade para falar com ele, acho que esse é um bom momento. Fui em sua direção.

— Oi, você é o garoto que acabou de se mudar pro condomínio, né?

Ele me direcionou um olhar como se estivesse me analisando.

— Sim.

— Meu nome é Harry — disse, oferecendo um sorriso. — Qual o seu?

— Draco. — Estufando o peito ele continuou. — Draco Malfoy.

Convite de Casamento || drarryWhere stories live. Discover now