Prólogo

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Dizem que quando duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, elas eventualmente acharão uma forma de voltar para o outro

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Dizem que quando duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, elas eventualmente acharão uma forma de voltar para o outro.

Hande não acreditava isso. Não acreditava em destino. Talvez tenha acreditado uma vez, mas logo percebeu que era só uma invenção.

Oito anos atrás, ela achou que estava destinada a uma pessoa. Um homem que se tornou seu colega de trabalho, amigo, namorado e marido.

Kerem poderia muito bem ser um príncipe encantado se estivéssemos em um conto de fadas. Ele era bonito, gentil, atencioso e paciente. Sempre a motivava, era o primeiro a aplaudir as suas conquistas. A ajudou a superar o seu passado e a fez acreditar que podia ser feliz novamente e ela foi.

Você se pergunta, agora, onde está Kerem? Hande não sabe exatamente, só o viu uma vez nos últimos dois anos. Ainda mora em Istambul, assim como ela. Duas vezes por mês vem buscar e trazer a filha deles na casa dela, mas nunca o viu. Ela o evita e quase nunca está em casa, quando ele vem buscar Zeynep.

Se Kerem poderia ser um príncipe encantado, porque o casamento dos dois não deu certo?

Hande também não sabia responder. Havia muito amor entre eles, respeito e carinho. Mas, novamente como dizem, às vezes só o amor não é suficiente.

Talvez o culpado fosse Kerem ou Hande, ou o trabalho deles, o fato de terem tido uma filha, as brigas ou uma mistura de tudo isso, ela não sabia. Só sabia que haviam tomado a decisão de se separarem juntos.

Hande ainda não saiu com ninguém desde que se divorciou. É casa, trabalho e Zeynep. A semana que ela vai para a casa do pai, Hande fica sozinha naquela casa cheia de lembranças.

Sim, Hande ainda mora na mesma casa, tem a mesma rotina, os mesmos hábitos. Nada mudou. Só o fato de que Kerem não está mais com ela.

Mas, ela o superou? Não o ama mais? Hande gostaria de dizer que sim e diz toda vez que vai visitar a sua irmã e ela faz essas perguntas. A irmã dela não acredita, obviamente. Como acreditaria se nem mesmo Hande acredita.

Do outro lado da cidade, Kerem recebia a notícia de que sua mãe estava com câncer

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Do outro lado da cidade, Kerem recebia a notícia de que sua mãe estava com câncer. Não podia acreditar que ela podia morrer. O câncer estava em um estágio avançado, talvez só um milagre a salvasse.

-Sua irmã sabe a algumas semanas. Não quis te dizer antes de ter certeza de quais eram as minhas chances. Desculpe, filho. -falou Çığdem, apertando a mão de Kerem.

Kerem não sabia o que dizer. Deveria dizer que ela passaria por isso, mesmo as chances sendo pequenas? Como a apoiaria? Não sabia o que fazer.

-Não precisa dizer nada. Eu só preciso que esteja do meu lado. -falou sua mãe, como se pudesse ler os pensamentos do filho. Kerem a abraçou e deixou que algumas lágrimas caíssem.

-Estarei aqui para o que você precisar. -Kerem a olhou.

-Isso é suficiente filho. Não preciso de mais nada.

-Vai começar o tratamento logo?

-Apesar de serem poucas as chances de funcionarem. Vou começar semana de vem.

-Se precisar de algo você pode me pedir. Prometo que vou estar do seu lado durante todo o tratamento.

-Obrigado filho. Não se preocupe. Prometo que não desistirei. Tenho muito o que viver ainda.

-Claro que sim. Você vai conseguir.

-É melhor eu ir, você deve ir trabalhar. Nos falamos depois. -falou Çığdem e abraçou Kerem.

-Até logo. Se cuida.

-Você também, fılho. -falou Çığdem e saiu da casa dele.

Kerem se sentou no sofá e começou a chorar. A muito tempo tudo estava dando errado na vida dele. Havia se divorciado, agora sua mãe estava com câncer, com poucas chances de sobreviver.

Nos últimos dois anos, Kerem tem trabalhado muito, só relaxa nas duas semanas por mês que passa com a filha. Ele não precisaria trabalhar tanto se não quisesse, mas achava melhor, assim não tinha muito tempo para pensar.

Apesar de que, sempre estava na sua cabeça. Não havia um dia nos últimos dois anos que não pensou e se preocupou com Hande. Só sabia dela pelo que a filha contava ou pelos sites de fofoca.

Eles haviam se divorciado, mas tinham uma filha juntos e ele a buscava e levava duas semanas por mês na casa dela e nunca a viu.

A última vez que viu Hande foi por acaso, um ano atrás, em uma loja. Ela estava comprando roupas e não o viu. Ele a olhou de longe e foi para o outro lado da loja.

Era nesse nível que estava a relação deles, a qual ainda não entendia direito porque terminou. Melisa, sua irmã, insistia em dizer que eles terminaram porque nenhum dos dois pediu desculpas e que Kerem nunca havia deixado de amar Hande.

Ele nunca negou que não amava mais ela, até porque era verdade. Ele sempre amaria Hande. Ela foi a primeira mulher que realmente amou e é a mãe da sua filha.

Ele tenta superar e seguir em frente, mas não saiu com ninguém desde que se divorciou. A desculpa sempre foi não estar pronto para outro relacionamento e era verdade, ele não estava. Talvez nunca estivesse.

Seu celular tocou, era Günfer, sua empresária, precisava trabalhar. Limpou o rosto e foi gravar.

Passava das nove horas da noite quando Hande chegou em casa

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Passava das nove horas da noite quando Hande chegou em casa. Olhou a filha e viu que Neslihan, a babá, já havia a colocado pra dormir. Ela mandou-a embora e deu um beijo de boa noite na filha, que já dormia.

Foi para o seu quarto e tomou um banho. Comeu a comida que Neslihan tinha feito e estava indo para o quarto, quando a campainha tocou.  Hande arrumou o cabelo, que não havia penteado e abriu a porta.

Se assustou quando viu Kerem parado na sua porta, chorando. Hande o olhou e não se mexeu. Kerem entrou e a abraçou.

Hande não entendia porque ele estava chorando ou porque estava na casa dela, a abraçando. Mas, colocou as mãos nele e também o abraçou. Percebendo como havia sentido falta da sensação de paz que aquele abraço sempre havia dado.

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