Caos; substantivo masculino que indica desordem, perturbação.
Para quem tinha a mais pacata das vidas, entrar no mundo agitado da Formula 1 seria um grande desafio.
Mas o que Luísa ainda não sabia, é que o desafio maior ainda estaria por vir.
Quando...
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Seria muito inteligente, se não fosse muito imprudente da parte da brasileira estar na Austrália logo no início do ano
Ela sabia que não devia ser inconsequente dessa forma, gastando um dinheiro que precisava economizar.
Mas ali no paddock, com o sol batendo no rosto e o barulho dos carros de fórmula um como trilha sonora, ela não podia estar mais realizada.
Toda e qualquer preocupação poderia esperar.
Toda a agitação do ambiente com a correria das equipes, a torcida barulhenta nas arquibancadas, os roncos dos motores e o cheiro de borracha queimando fazia com que ela se sentisse viva depois de meses.
Ela esperou muito pelo momento que estaria com os pés no paddock, ao lado das amigas, dando boas risadas e apenas jogando conversa fora.
Não é como se ela fosse infeliz no Brasil, ela não era, mas faltava algo.
Ela sentia como se faltasse um pedaço de si, como se não fizesse nada de relevante, não fazia nada que sentia que poderia mudar algo, nem mesmo uma diferença pequenininha, muito menos fazia algo que fosse mudar o mundo, como pensava que faria quando era criança.
Ela se sentia inútil, desnecessária. Não era relevante o suficiente para nada nem para ninguém, e continuar nessa mesmice era um de seus maiores medos.
Mas ali, naquele lugar, com aquela atmosfera insana, ela sentia que podia fazer parte de algo maior, queria pertencer a tudo aquilo, sempre quis.
—Você veio! -Quando Luísa olhou para o lado, viu Lizzie vindo em sua direção com os braços abertos.
Lizzie sempre era a mais animada das três amigas, mas também a mais discreta. Toda vez que Lu olhava para ela, achava que a inglesa se parecia com uma princesa. Lizzie sempre estava impecável, com nenhum fio de cabelo fora do lugar, e parecia ter acabado de sair da capa de uma revista de moda.
—Claro que eu vim! Achou que seria fácil ficar longe de mim? -Lizzie sorriu com carinho e puxou a brasileira para outro abraço apertado.
—Você faz tanta falta, não é a mesma coisa sem você. -Luísa sentia o mesmo. Só de estar perto das amigas se sentia melhor, e estar perto delas na Austrália era melhor ainda.
—Cadê a Vie? -Lizzie deu de ombros rindo.
—Você conhece a Geni, ela não para quieta nem por um minuto, se dermos sorte a encontraremos na garagem.
Liz arrastou Luísa pelo paddock, apontando sempre que via algo que pudesse ser interessante para a brasileira. Ela ainda se lembrava da primeira vez que tinha estado ali, onde a mágica realmente acontecia, e tinha amado cada segundo do caos que dominava as garagens. Queria que Lui tivesse uma experiência tão incrível como a dela.
Luísa estava encantada. Tudo ali dentro parecia um sonho. Ela sempre amou a Fórmula 1, e sempre quis estar perto dos pilotos que tanto amava, mas estar ali de verdade a fazia se sentir tonta. Eram muitas emoções.
