A última coisa da qual me lembro claramente, ou mais ou menos claramente, foi a Bianca mostrando sua lingerie maravilhosa.

Grunhi de novo.

Jesus, ela é gostosa pra caralho! Eu queria ficar choramingando e reclamando disso, meu Deus.

"Nem eu" ela falou em descaso, massageando suas têmporas também. "Eu tenho imagens confusas de beber, rir... e beber mais..."

"Beber demais" Eu murmurei, balançando a cabeça de leve.

"Ãhn, eu participei de uma guerra de travesseiros?" Ela perguntou, mordendo o lábio.

Não faz isso, mulher, e sim, você participou de duas. Você ganhou. E eu torci por você. E eu acho que nós... mais do que nos abraçamos.

Deus.

"É, participou." Eu assenti com a cabeça, entornei a garrafa e bebi tudo num gole só. Muito bom.

Bianca estava muito corada quando eu joguei a garrafa no cesto do outro lado da cozinha, então eu acho que ela deve ter lembrado de algo de ontem à noite.

Mas primeiro eu preciso saber...

"Como diabos eu fui parar na cama da Laura?" eu disse num lamento.

Bianca sorriu. Como uma mulher diaba.

"Você não lembra?" ela me provocou.

"Eu realmente não lembro" ri, balançando a cabeça. "Eu não lembro de quase nada depois do desfile" acrescentei com uma piscadinha.

Não me pergunte de onde veio a coragem, mas por algum motivo, eu me sentia confortável pra caralho com Bianca. Nunca era estranho ou desconfortável, e a conversa era fácil e natural.

"Bom, era mais ou menos umas duas da manhã quando você começou a pensar em voz alta... bastante" ela disse, baixando a cabeça... e corou.

Puta. Que. Pariu.

Eu devo ter dito muita merda. Ou verdades absolutas. É, provavelmente o último.

"Meu Deus", grunhi, passando as mãos pelo meu cabelo. "Me poupe dos detalhes da minha língua solta, ok?"

"Você não quer saber de como você achou meu cheiro macio e que eu estava deliciosa?" ela riu.

Ai, Deus.

"Eu disse isso?" perguntei, contorcendo o rosto lembrando das coisas que eu provavelmente pensei sobre Bianca.

"Ah, você disse bem mais que isso, Rafaella." ela me assegurou. Claro que eu disse. "Mas enfim, uma hora depois que você começou a falar o que pensa, eu trouxe você pra casa, e por algum motivo você insistiu em dormir na cama da Laura porque você estava cansada de não ter uma garota."

Puta que pariu. Puta merda e que pariu!

Minha cabeça bateu na mesa. E doeu.

Mas eu não me importava.

"Eu vou dizer só uma coisa" murmurei. "Me desculpa por ter ultrapassado muito do limite."

"Não se preocupe" ela riu. Diaba. "Foi bem... interessante ouvir o que você achou da minha roupa. Ah, e como as doses apareciam por mágica."

Não há palavras para descrever minha vergonha.

Mas eu sempre fui uma mulher sincera.

"Que merda" murmurei contra a mesa. "Não precisa ser gênio pra ver que vocês estavam gostosas. Maldito fio dental pra todo lado."

UM SINALWhere stories live. Discover now