18. i'm so into you i can barely breathe

Começar do início
                                    

Leo tentou fingir costume. Responder qualquer coisa que fizesse o mínimo de sentido ou ao menos tirar a expressão de idiota que tinha certeza que estava estampada em seu rosto. Mas não conseguia parar de repetir mentalmente todos os palavrões que conhecia enquanto apreciava como podia no meio daquelas luzes a imagem da mulher parada a sua frente, esperando que ele falasse qualquer coisa.

Nina Houston-Löwe era bonita e isso ele soube desde o momento que colocou os olhos nela pela primeira vez, no primeiro dia de aula. A convivência dos dois nas últimas três semanas fez com que Leo a admirasse ainda mais, depois de longas horas de estudo ou sem dormir, como na noite anterior.

Mas naquele momento Nina estava espetacular.

Um laço azul neon prendia parcialmente seus cabelos loiros, mas isso e as duas listrinhas da mesma cor nas suas bochechas eram as únicas coisas que remetiam a Kappa Gamma. No corpo, apenas uma peça era vista e uma meia calça de estampa cara que completava o visual que parecia ter sido feito para ela, apesar de pertencer ao guarda-roupa de Leo.

Nina estava mesmo vestindo a sua jersey.

Podia ser clichê, batido e brega, mas Leo teve certeza que ficava muito melhor em Nina do que nele mesmo. O tecido cinza — com o sobrenome dele atrás — a abraçava como se pertencesse a um desfile da nova coleção da alta moda.

Hawkins desejou guardar aquele cena na sua cabeça para o resto da sua vida, para que pudesse revisitá-la em outros momentos. Ela, sua jersey, um sorriso grande nos seus lábios e a certeza — impressa em seus olhos — que Nina gostava da reação dele assim como Leo gostava daquela visão.

— Você realmente está com a minha jersey — foi a única coisa que Leo conseguiu falar, deixando um sorriso escapar pelos seus lábios antes de passar as mãos nos cabelos escuros, desviando o olhar para o lado. — Porra, Nina.

Praguejou sua boca suja, mas não sabia se conseguiria falar muito mais que isso sem deixar na cara suas segundas e terceiras intenções, se elas já não estivessem todas à vista. Se Remi e Nata estivessem ali, a piada seria certa. Naquela altura, porém, Leo não dava a mínima para isso ou para qualquer outra coisa.

Assumiria se o questionassem. E, principalmente, diria a Nina assim que a oportunidade surgisse. Estava louco por ela. Completamente insano. Tinha perdido absolutamente todas as estruturas ao vê-la e quebrado todos seus próprios avisos de perigo ao não conseguir ignorar a sensação que a alemã causava nele.

— Eu cumpro minhas apostas, Hawkins — murmurou com naturalidade antes de dar de ombros, sorrindo sem mostrar os dentes. — E você não veio fantasiado mesmo.

Leo acompanhou o olhar dela até suas próprias roupas, arqueando as sobrancelhas. Não parecia um ponto muito importante ao sair de casa, mas agora se questionava se não estava se destacando demais no meio de toda aquela gente fantasiada que passava pelos dois enviando segundos olhares. 'A fantasia mais chata do campus', como Nina tinha dito antes.

Mal imaginava que a alemã tinha usado aquela frase como pura provocação para esconder sua verdadeira opinião. Leo era muito mais que capaz de tirar seu fôlego, independente do que estivesse vestido. Aquela noite não estava nada diferente, com a camisa preta folgada, os cabelos penteados para trás como se tivesse acabado de sair do banho, o sorriso sincero e os pequenos sinais espalhados no seu rosto como se tivessem sido colocados ali por um grande pintor talentoso.

— Desculpe, você vai me colocar para fora da festa? — Hawkins a perguntou como uma provocação, piscando os olhos escuros em sua direção. Nina negou em um primeiro momento, vacilando no momento seguinte ao acompanhá-lo em um sorriso. Só se pudesse ir junto a ele. — Obrigado.

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