Loser's Club ( Concluído)

8- Dentro dos esgotos de Derry

Já faz quase um mês que não vejo o grupo.

Uma vez quando estava no mercado, vi Eddie de longe, queria poder falar com ele mas achei melhor manter distância. Bill veio em casa quase todos os dias depois da nossa briga, eu fingia que não tinha ninguém em casa. Stanley ligou algumas vezes e eu só escutava os recados, sinto falta dele, mas tem algo dentro de mim que diz para eu me manter longe dele e de todos.

Não me sinto bem pra manter contato e minha cabeça não para de lembrar de quando fomos a casa da rua Neilbout, também não consigo parar de sentir medo. Me sinto uma covarde.

Pra tentar esquecer meu medo, decido ir ao parque. Minha mãe tem estado distante ultimamente, talvez ela tenha descobrido dos boatos sobre mim, esses boatos ainda estragam a minha vida.

Quando eu cheguei em Derry, não conhecia ninguém e ficava sozinha o tempo todo até que conheci Henry Bowers, isso mesmo o valentão e idiota Bowers; no começo ele foi super atencioso e gentil comigo, é claro que ele tinha os seus problemas, principalmente com o seu pai, e ele me entendia completamente. No dia do meu aniversário de 12 anos Henry me beijou, foi meu primeiro beijo com um garoto e não foi da maneira que eu imaginava. Ele me agarrou a força e quando finalmente consegui me soltar de seus braços, juntei toda a minha força e larguei o tapa nele. Henry, ficou inconformado, disse que gostava de mim de verdade, pediu várias desculpas, me perseguia na escola e aonde mais eu fosse. Até que um dia, decidi contar para o seu pai pois sabia que ele botaria Henry na linha, e faria com que o garoto parasse de perseguir. E bem, depois disso começaram os boatos.

Foi Henry quem criou e Greta apenas deixou o boato pior- até hoje eu não sei porque, nunca fiz nada de mal para ela- As pessoas da escola olhavam torto para mim, falavam umas coisas nada agradáveis. Me senti traída, pois confiava em Henry. Depois disso, os losers me acolheram e cuidaram de mim, fico mal por estar tratando eles desse jeito mas não consigo controlar isso.

Sinto medo de perdê-los, mas os mantenho longe, não consigo me entender.

Acho melhor trocar de roupa para ir ao parque, escolho um vestido rosa claro com flores brancas, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e saio de casa a caminho do parque.

Estava na rua em frente ao parque quando vejo Richie no chão, por que ele estava ali? Percebo que ele não parece bem e decido ir ajudá-lo, afinal ele é um dos meus melhores amigos.

- Você tá bem?- pergunto me agachando e ele se assusta.

- Caramba, Sam!- ele diz aliviado- Nunca fiquei tão feliz em te ver.

- O que aconteceu? Porquê você está no chão?- pergunto para ele, que me deixa surpresa ao me abraçar.

Estranhei que Richie não me soltou do abraço, já devemos estar abraçados há uns três minutos, não me importo de abracá-lo, só que isso não é uma coisa que fazemos toda hora. Me sentia bem por estar ali com ele, até que escuto soluços vindo dele, soluços de choro.

- Richie...- digo, e penso no que falar para ele, talvez ele estivesse mal com alguma coisa- Pode chorar amigo.

Algumas pessoas que passavam por nós nos olhavam, não preocupadas, elas simplesmente pareciam não se importar.

- Vem...- o ajudo a se levantar- vamos pra minha casa.

Ele apenas assentiu, eu seguro em sua mão que estava gelada e trêmula. O meu boca suja não está nada bem e eu não consigo parar de pensar em como os outros estão.

🎈

Chegando em casa, abro a porta para Richie entrar e a tranco depois de entrar.