Capítulo 3: Quando você se foi, era um dia de verão

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8 meses antes.
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Rose, o que foi. Porque está sussurando? - a voz de Debbie ecoava agora baixo pelo telefone.
- Eu preciso de ajuda - Rose sussurou.
- o que foi, o que esta acontecendo?, porque você sumiu...Rose você está ai?-
- Sim eu estou - respondendo Debbie. Rose esticou a cabeça para ver Lesley apagada. O remédio que Rose havia misturado a sua bebida havia funcionado.
- Eu preciso fugir.- disse Rose colocando roupas em uma bolsa e seu gato na caixinha.
- Fugir? porque fugir?.
- Debbie..eu não saio do quarto a uma semana, ela me trancou e..
- Não precisa dizer mais nada - Rose foi interrompida. Eu estou indo.
- Obrigada - Rose sussurou.
Rose sem querer chutou a tigela do gato, e então se abaixou olhando no celular a câmera de segurança. Mais cedo Rose havia se concentrado em gravar o número da senha das câmeras.
Lesley continuava em sono pesado. Rose soltou a respiração e se vestiu, desceu as escadas e foi até o escritório.
Rose se sentou e abriu o monitor das câmeras.
Rose rapidamente digitou um número as desbloqueando, então Rose apagou suas imagens da câmera.
- Rose se levantou devagar, e então levou um susto com o grande pastor alemão de Lesley. - Rose suspirou aliviada por ter uma ótima relação com o cachorro.
- Vem aqui - o cachorro correu alegrimente, e Rose o soltou da coleira horrivel que Lesley o obrigava a usar.
Rose desceu as escadas e então foi até a garagem,ela apertou o botão e então um barulho ocorreu. Rose olhou no celular e Lesley continuava a dormir. Rose colocou o pé na grama e respirou fundo.
Rose desceu o jardim em direção ao muro, vale resaltar que a casa era no alto de uma depressão, longe da estrada com vista para o mar. Rose colocou a casa do gato e sua bolsa no chão, e então apoiou a escada que havia escondido a semanas no muro, Rose subiu com o gato o colocando do outro lado do muro. Em seguida pegou sua bolsa a manobrando devagar. Porém a bolsa acertou em cheio no alarme da cerca, que fez um alto barulho ecoar por toda casa.
Rose pulou o muro e então viu Lesley acordar pelo celular.
Depois do muro só tinha uma floresta densa e fechada, Rose acendeu uma lanterna que havia roubado do jardinéiro e desceu correndo.
Quando Rose terminou de descer chegou a uma estrada vazia, Rose respirou fundo.
- Merda Debbie, onde está você...- então lá no final da estrada Rose viu faróis acendendo. o carro parou e Rose colocou tudo no banco de trás, e então entrou na frente.
-Vai, vai!
- o que está acontecendo?? - Debbie disse nervosa.
- Apenas vá. - Uma batida forte no vidro assustou Rose.
- ROSE, SAI IMEDIATAMENTE DESSE CARRO.- Lesley era pura raiva.
-Ela socou mais uma vez e sua mão atravessou o vidro. Debbie gritou acelerou o carro, Rose se apoiou no banco vendo lesley fica para trás. Ela respirou fundo e então chorou.

Dias Atuais.
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Era Meio dia. Dapnhe e Rose estavam na sala da aula. Daphne terminou a prova e andou em direção a Rose.
- Aqui. - Daphne entregou. - Você está bem?, parece distante.
Rose suspirou- Apenas uma noite mal dormida.
De fato, Rose teve que ir para um hotel, o incidente em sua casa não a deixou dormir.
- Então vamos? - perguntou Dapnhe se apoiando a mesa. Rose piscou - Desculpa para onde? - Dapnhe riu. - Não acredito que esqueceu.
-Ah, a maçã? - Perguntou Rose.
- Exatamente, vamos? - perguntou Daphne passando a bolsa sobre seu corpo.
- Claro. Mas eu escolho o lugar.
- Hm me parece justo. - Rose e Daphne sairam pela parte de trás, e então entraram no carro de Rose.
- A onde vamos? - perguntou Daphne.
- Não faça perguntas está nas regras. - Disse Rose virando o volante.
- Ninguém me disse nada sobre regras.- Falou Daphne mascando um chiclete.
Algum tempo depois Rose parou no estacíonamento do "La Rocha", Dapnhe suspirou olhando o lugar.
- Que lindo, é como se fosse um pedaço de Páris.
-Bem, essa é a ideia.
As duas adentraram e Daphne logo olhou em direção a vista para toda cidade.
- Caralho é lindo. - Disse Daphne olhando a janela.
- Rose- Lou sorriu. Lou lançou um olhar de cima a baixo a Daphne.
- Quem é essa? - perguntou Lou.
- Daphne Kluger, falei com você outro dia no telefone
Lou corou um pouco - Foi mal, eu acho que estava nervosa.
-Daphne riu - Relaxa - Daphne se sentou.
- E então, o que vão querer? - perguntou Lou.
- Vou querer um BloodMary.
- Martini - respondeu Daphne.
- Uau, que moça chique. - disse Lou anotando os pedidos.
- Cade a Debbie, perguntou Rose.
- Eu sei lá, e sinceramente eu não ligo. - Disse Lou indo para trás do balcão e então começando a fazer os drinks.
- Ah não vocês brigaram de novo? - perguntou Rose.
- Ah ela está insuportável ultimamente - Disse Lou amaçando as frutas.
- Ah é eu estou insuportável? - Debbie cruzou os braços colocando os óculos escuros sobre a cabeça.
- Está. Lou serviu os drinks e foi em direção a Debbie.
- Onde estava? - Disse Lou cruzando os braços.
- E eu te devo satisfação? - perguntou Debbie.
- Não, você não me deve. Sou sua esposa não sua dona, mas acontece que eu me preocupo quando a minha ESPOSA, some dois dias e não fala nada.
- Estava resolvendo algumas coisas. - Respondeu Debbie mostrando que era o fim de papo.
Lou balançou a cabeça e foi para trás do balcão se apoaindo nele. Debbie suspirou e passou por Rose e Daphne. Ela deslizou a mão pelas costas de Lou e a envolveu.
- Eu estava na minha mãe, desculpa não ter avisado.- Ela acaricou o ombro de Debbie que virou o rosto e então as duas se beijaram.
- Me desculpe..Debbie soltou Lou e entrou pela porta. Lou revirou os olhos e foi atrás.
Então Rose e Daphne puderam escutar risadas e beijos.
- Elas são sempre assim? - perguntou Dapnhe.
- Desde de que eu as conheci. - Disse Rose sugando seu drink pelo canudo.
- Quando se conheceram? - perguntou Dapnhe encostando na cadeira.
- Na faculdade. - disse Rose rodando o canudo no copo.
- Porra - Daphne disse. - Foi mal.
- Rose sorriu - Tudo bem, não vou te mandar pra sala do diretor. Dapnhe sorriu - Você ficaria boa de diretora..
Um silêncio ocorreu.
- Então como exatamente se conheceram? - Perguntou Dapnhe
- Bem,eu queria me inturmar, mas morar no domitório era horrível na época, então achei uma fraternidade feminina. Nela moravam Debbie, Lou, Tammy e eu.
- A Tammy está aqui? - Perguntou Daphne.
- Não, A Tammy mora em New Jersey, mas sempre vem nos visitar.
- Deve ter sido incrível - Disse Daphne.
- Foi normal, Debbie me ajudava com os trabalhos de educação física. Pode ser um esteriótipo mas eu sou terrível.
Dapnhe sorriu.
- Eu as ajudava. Mas a faculdade simplismente não era para elas. Então elas pularam fora.
- Só sairam? - perguntou Dapnhe.
- Sim, depois de picharem a sala do diretor. Ele era horrível, alguém deveria ter cagado na mesa dele. - Dapnhe riu.
- Então saíram de lá e eu segui, sempre soube que ser professora era o que eu queria. E bem hoje estou aqui.
Dapnhe sorriu.
- E você? - perguntou Rose.
- Ah..não tem tanto pra falar - Dapnhe riu.
- Aham,a filha de diretores de hollywood não tem nada pra falar.
- Conheço a Angelina. - Dapnhe sorriu.
- Um ponto para você. - Rose sorriu colocando um cacho para trás.
Aquilo fez Dapnhe perder um pouco o chão.
- E o que mais? - perguntou Rose comendo mais um pão da cesta.
- Tenho 2 irmãos mais novos, são umas pestes.
Rose sorriu - Eu queria ter tido irmãos...filhos únicos são tão cobrados.
- Fala com seus país?. - As vezes, eles são da Carolina do Norte.
- Ah uma nortenha. - Disse Dapnhe
- Não ouse me chamar de caipira.
Dapnhe sorriu - Jamais.
Uma ídeia passou pela mente de Dapnhe.
- Gostária de dançar? - Perguntou Daphne.
- O..o que? não jamais. - disse Rose negando.
- Ah vamos essa música é tão boa. - Disse Dapnhe alcolizada puxando Rose. Elas ja tinham passado do primeiro copo a algumas horas, Rose riu e então sedeu.
- Vamos basta se mexer de um lado para o outro.
Rose riu - Eu sou tão tosca.
- Você está indo super bem. - Rose sugou a bebida do canudo e colocou o copo na mesa, ela voltou cambaleando e Dapnhe e rodou.
- Eu vou vomitar se você fizer isso de novo. Dapnhe riu e voltou a dançar.
~ Oh hannah I wanna feel you close ~
Dapnhe puxou Rose mais para perto e continuou dançando, Rose suspirou e encostou o a cabeça no ombro de Dapnhe.
don't wanna be your friend i wanna kiss your lips
Dapnhe suspirou sentindo o cheiro dos cachos de Rose, eles certamente ficariam na sua cabeça por um longo período. "Santo deus me beije"
- Naquele dia no telefone...quem Lou achou que fosse?- Perguntou Dapnhe.
- Ninguém importante.- Disse Rose de olhos fechados.
- Sério,parecia. - Disse Dapnhe olhando a marca da aliança de Rose.
A musica acabou e Rose se separou de Dapnhe.
- Vou ao banheiro .-Dapnhe saiu andando e entrou no banheiro, Ela respirou fundo e lavou o rosto. E bebida já estava em sua cara, e então ela sentiu seu celular vibrou. Ela pegou para ver 9 mensagens de Jackie e Algumas ligações,Dapnhe suspirou desligando o celular, descidindo que não iria lhe dar com aquilo agora.
Dapnhe saiu do banheiro para contremplar Rose apoiada no balcão,ela era uma curva perfeita,sua saia subiu um pouco. Ela era perfeita.
Rose agarrou duas chaves e andou em direção a Dapnhe.
- o..o que é isso?. - perguntou Dapnhe.
- A chave do seu quarto bobinha, você quer dormir no carro?
"Seria ótimo se fosse na sua cama"
- Não - Dapnhe sorriu.
- Está tarde e estamos alcolizadas, eu como a adulta responsável achei que deveriamos passar a noite aqui.
- Tudo bem...espera você me chamou de criança?
- Chamei. - Rose subiu as escadas e Dapnhe a seguiu.
Quando chegou no segundo andar Dapnhe notou que o padrão de decoração seguia. A pensão toda era no estilo francês.
Rose entregou a chave e Dapnhe destrancou a porta de seu quarto.
- Valeu. - Agradeceu Dapnhe.
- Meu quarto é ali - Rose apontou.
"Por que tão longe?"
Rose beijou a bocecha de Dapnhe - Boa noite..- e então saiu andando
-b..boa noite. - Disse Dapnhe abobada.
Dapnhe entrou no quarto,tirou os sapatos e caiu na cama.
De manhã quando Dapnhe acordou sua cabeça estava martelando,ela demorou alguns minutos para notar que não estava em seu quarto da NYU.
Dapnhe se sentou e respirou fundo. Então os detalhes da noite passada vieram a sua mente. O Cheiro,a textura do cabelo de Rose,sua risada, a musica.
Dapnhe se levantou em um pulo e começou a se arrumar quando ligou o celular vendo a hora.
Dapnhe saiu do quarto e então escutou uma voz a chamando.
- Dapnhe? - Dapnhe olhou e viu que ela vinha do quarto que ela tanto queria estar noite passada.
- Bom dia - Dapnhe disse.
- Bom dia..você pode me ajudar? - Rose virou de costas mostrando a blusa aberta por conta do ziper.
- Tirar é sempre mais fácil..- Dapnhe se aproximou e olhou.
Rose usava um tipo de lingerie que lembrava muito a um espartilho, era fina e preta. Dapnhe segurou o ziper e subiu até em cima.
- Obrigada. - Rose tirou o blezzer da cadeira e o vestiu.
As duas desceram as escadas e Dapnhe respirou o ar puro.
- O que achou da noite?.
- Foi ótimo - Rose sorriu - faz tempo que não me divirto como ontem.
Dapnhe sorriu, ela ia dizer algo se não fosse cortada pelo celular de Rose tocando.
"Número desconhecido" - Alô?
- Achei que nunca atenderia "Cupcake" - Rose parou.
- O que você quer?, eu falei para parar de me procurar.
- Rose isso não é certo, somos casadas. - a voz de Lesley sussurou autorítária, a que ela sempre usava quando tinha que controlar Rose.
- Por pouco tempo, isso acabou entenda. Eu quero distância de você, quero que suma da minha vida.
- Rose,você não está pensando muito bem.
- Eu estou. - disse Rose descidida.
- Eu não posso viver sem você. - aquelas palavras fizeram Rose transbordar de lágrimas.
- Você precisa de ajuda!, - Por que eu?, porque Lesley?
Um silêncio ocorreu e então foi quebrado.
- Por que você é minha . - O tom foi baixo porém possívo. Rose segurou o telefone com força tentando não surtar.
- Foi você que entrou na minha casa?
Uma risada debochada - Mandei alguém entrar,você me conhece eu estou ali,e não estou..Apenas entenda querida, se você não for minha, não será mais de ninguém.
- Só me deixe em paz.
- Rose você só está agora saindo desse "lugarzinho" das suas amigas porque eu estou permitindo. Se eu quisesse poderia mandar um carro te buscar a força agora mesmo.
- Porque está fazendo isso - Rose sussurou.
- Quero que entenda que toda sua liberdade é apenas uma ilusão. A ligação foi desligada e Rose sentou no capô do carro.
-...o que aconteceu?..- Dapnhe perguntou..- Rose quem era.
Rose respirou fundo.
- Eu estive casada com uma pessoa...- Dapnhe estava prestando atenção.
- No início..era lindo,comprou todos os meus quadros. Eram viagens incríveis,para ilhas...chalés..andamos o mundo. - Rose limpou as lágrimas
- Me avisaram..- Rose adimitiu - eu estava cega.
- Então chegamos naquela fase da vida em que deveriamos nos casar..acho que foi meu pior erro,dizer sim.
- E então? - Dapnhe perguntou
- Era como um conto de fadas...nossa casa era perfeita, tinhamos um cachorro um gato, jantar a luz de velas.
- Mas então, tivemos uma discussão sobre a frequência com que eu saia. Tudo bem,eu concordei..eu era casada. depois dessa briga eu ganhei um colar com finas esmeraldas,era a coisa mais linda que eu já vi.
- Na briga mais séria a pessoa me convenceu de que, eu não deveria ver as meninas mais sem sua companhia.
- relutantemente eu concordei, afinal eu passaria mais tempo com a pessoa, até que poderia ser bom.
O Rosto de Dapnhe parecia aterrorizado.
- Então outro dia falamos sobre eu ir a biblioteca, "não achava seguro eu ir só". Discutimos sério. e então uma semana depois eu tinha minha própria bibliotéca dentro de casa. Era linda...tinha lareira, flores por toda parte.
- Então uma noite discutimos tão sério...que eu fui enforcada com o colar de esmeraldas.
- - Quando eu cai no chão eu não acreditei...

- Então recebi desculpas, eu nunca mais faço isso, flores..presentes, coisas e coisas. e então eu..deixei de lado.
- Meu deus...eu deixei - Rose sussurou, parecia falar sozinha com ela mesma.
- E então chegou um assunto em especíal.."Vamos ter um filho"
Dapnhe acaricou o ombro de Rose.
- Eu fiquei relutante então disse..- tudo bem. Eu queria uma criança, mas eu tinha medo. Talvez eu pudesse criar alguma liberdade com a criança.
Dapnhe estava horrorizada.
- Um mês depois da inseminação artíficial, eu descobri que estava grávida.Talvez por um tempo foi o período mais normal..então tivemos a pior briga, eu estava no 4 mês.
Dapnhe engoliu em seco.
- O que...a pessoa fez?...
- Durante a briga a "pessoa" se descontrolou e me empurrou sobre a escada e eu cai....
Dapnhe presumiu o resto.
- Talvez seja horrível dizer...mas eu estou grata agora..por não ter uma criança me ligando a essa pessoa.
- Você perdeu o bebê? - Dapnhe sussurou.
- Sim, talvez tenha sido a melhor coisa que eu fiz pra ele como mãe...salvar ele de passar por isso.
- Rose..a pessoa assasinou a criança...
Rose ficou em silêncio.
- Foi melhor assim...desculpa você não tinha nada haver com tudo isso..- Dapnhe a parou. - Tudo bem, eu quis saber.
- Não me olhe com pena por favor - pediu Rose.
- Jamais - Disse Dapnhe.
- Você é vitoriosa, por estar aqui viva. - Dapnhe apertou a mão de Rose.
- Você é forte..uma força que eu acho que não teria.
Rose suspirou.
- Está bem para dirigir?- perguntou Dapnhe.
- Estou sim - Rose se levantou.
- Dapnhe...- Rose olhou para ela. - Obrigada por me ouvir.
- Sempre que quiser conversar..estou aqui - Rose deu um pequeno sorriso e as duas entraram no carro.

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