No quinto dia, Taehyung sentou-se no sofá e respirou fundo. Sentia-se demasiadamente cansado e nem mesmo tinha forças para tirar sua farda, e ir tomar um banho. Kwon veio correndo do quarto com um sorriso grandioso nos lábios bem desenhados. Ele pulou no sofá e abraçou o pai, que retribuiu, engolindo o gemido de dor quando Kwon apertou-lhe saudoso. Mesmo que estivesse se esforçando ter seu filho de volta, à exaustão ainda atingia-lhe constantemente. Mas procurava empurrá-la para debaixo dos tapetes, pois ver Kwon sorrindo tão alegremente e contando-lhe mais sobre os seus dias e suas expectativas fazia tudo valer a pena. 

No sexto dia Taehyung estava no posto de bombeiros quando a sirene tocou, indicando uma chamada de emergência. O Capitão Choo levantou apressado ao mesmo tempo em que a equipe reuniu-se em frente ao caminhão de bombeiros.

 — O que temos? —  Mina indagou enquanto colocava seu cinto de segurança.   

 — Vazamento de gás, cinco quadras daqui. —  Bogum respondeu, sentando-se ao lado do Capitão Choo.

Taehyung e Key trocaram um olhar rápido e acomodaram-se. 

 — Vou entregar os brinquedos amanhã, tenho certeza que as crianças vão ficar muito felizes. —  Key puxou assunto assim que o caminhão saiu do posto de bombeiros. 

Key Kibum: Um e noventa de altura, sorriso largo e chamativo, trinta e cinco anos, cabelos ruivos e sardas distribuídas pelo rosto harmônico. Ele chegou pouco tempo depois de Taehyung no posto de bombeiros, contudo ambos se deram bem logo de cara. Key era um homem humilde e um ótimo conselheiro, o Kim apreciava os momentos que dividiam quando mergulhavam em alguma conversa sobre qualquer assunto que surgisse no momento. 

Taehyung deu um sorriso em resposta, apertando seu capacete nos braços.

 — Aconteceu algo? —  indagou Kibum como se pudesse ler a alma de Taehyung. Ele também podia ser bem observador.

 — Eu só ando meio pensativo, mas não é nada de mais. —  a voz do Kim saiu incerta. 

Pensativo sobre o que? Kibum quis perguntar, mas achou melhor deixar para outro momento. 

A verdade é que mesmo tentando fazer de tudo para tornar-se um bom pai novamente, Taehyung ainda sim tinha seus momentos reclusos, no qual afundava-se em uma espécie de areia movediça composta por todos os seus medos, receios e inseguranças. E nesses momentos, enquanto sentia os grãos finos e ásperos da areia invadirem cada cavidade de seu corpo esguio, todas as vezes Taehyung podia jurar que morreria sufocado a qualquer momento e quando sua respiração começava a falhar, acordava de seu estado catatônico, suado e aturdido, piscando lento e encarando a realidade novamente.

Tudo era tão complicado. Não bastava querer mudar, Taehyung tinha que fazer por onde, e acreditem, ele estava se esforçando pra caralho. Só que Taehyung queria resultados rápidos. Sua ansiedade lhe consumia cada vez mais em busca de resoluções, e enquanto elas não chegassem, ele continuaria fritando daquele jeito.

Respirou fundo e tentou forçar um sorriso no rosto, Kibum apenas tocou levemente seu ombro, passando-lhe certo consolo e voltou a encarar a paisagem que passava por entre o caminho que faziam.

O oitavo dia foi um domingo. Taehyung acordou às dez horas com o sol batendo em seu rosto. Chegou tão cansado no dia anterior que não fez nem questão de trocar de roupa, apenas caiu na cama e desfrutou de uma ótima noite de sono. Levantou, espreguiçando-se, levou as mãos até os cabelos bagunçados, jogando-os para trás e estalando o pescoço. Um suspiro aliviado saiu de seus lábios ao constatar que tinha o dia de folga. 

A semana foi cheia, mas Taehyung sentia-se satisfeito pelo menos por hora. 

Taehyung tratou de tomar um bom banho para tirar toda a sujeira que deveria ter tirado na noite anterior. Aproveitou para depilar sua virilha, visto que fazia um bom tempo que o Kim não raspava aquela região e a quantidade de pelos já incomodava-lhe, principalmente porque passava o dia inteiro usando uma calça pesada e quente, resultando em leves coceiras na região. 

Fascínio | TaekookWhere stories live. Discover now