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"Mas eu te dei a sua chance, e você deixou ela passar. Então agora sente e me observe."
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DECKARD SHAW ESTAVA a meia hora em pé na frente de sua janela, olhando incansavelmente para a casa do outro lado a procura de algum vestigio de Ivy Jones. Era estranho de se dizer que depois daquele acontecimento ela nunca mais apareceu, era como se tivesse sumido do mapa.
Ou então, estava cumprindo a palavra que dissera a ele.
Não, ele riu negando com a cabeça. Ele poderia contar nos dedos que daqui a pouco ela estaria em sua casa o tentando a fazer coisas que o pai dela - quer onde ele esteja - não se orgulharia. A verdade era que ele se conteve por muito tempo, tentando agir pela consciência e não fazer o que tinha vontade com Ivy.
Fode-la até que as pernas dela tivesse bambas.
Mas ele se segurou, agiu como um cavalheiro e ignorou suas vontades. Bem, não completamente, pois depois daquele acontecimento na cozinha tudo que sua mente conseguia pensar era em Ivy e em seus labios com sabor de cereja.
Ele supirou, passando as mãos pelo rosto. Ele estava começando a ficar preocupado, a verdade era que ela não dava sinais por dois dias seguidos, nem Hattie parecia querer lhe dar informações sobre a Jones. Mas Owen estava se divertindo com aquela situação, oh se estava. Seu querido irmãozinho perverso estava vendo a sua deixa de finalmente ir atrás de Ivy e conseguir o que Deckard não quis, e ele faria questão de fazer o trabalho direitinho para que ela não pensasse em ninguém além dele pelo resto de sua vida.
Os punhos de Deckard se fecharam com força quando ele pensou em Owen tocando a pele macia e bronzeada de Ivy. Ele fechou os olhos com força tentando não pensar em coisas que iria deixa-ló de mal humor, ele não tinha tempo para isso. Gostaria apenas de saber onde ela estava, queria apenas ver o seu rosto por alguns segundos se possível.
— Ela não virá. - a voz da matriarca o fez virar-se para trás.
Magdalene estava apoiada no batente da porta, trajando suas típicas roupas vermelhas e com um cigarro em sua mão. Deckard odiava o cheiro dos cigarros, o deixava enjoado e um tanto tonto, mas ele estava interessado em outra coisa naquele momento para advertir a mãe.
— Não sei do que você está falando. - ele disse e sua mãe revirou os olhos.
— Ah qual é Deckard, você está vigiando a casa dos Jones a dois dias. - ela deu uma tragada no cigarro.
— Você não tem o que fazer além de cuidar da vida dos outros? - ele perguntou, cruzando os braços.
— Eu te faço a mesma pergunta. - ela soltou a fumaça pelos labios pintados de vermelho bordo enquanto se sentava sobre a cama.
